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Escola de Engenharia, Niterói (Universidade Federal Fluminense)

Alessandra Schwertner Hoffmann

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Escola de Engenharia, Niterói (Universidade Federal Fluminense)

1 Artigo técnico

2 Possui Graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental pela Universidade Federal Fluminense - UFF - (2005), Mestrado em Engenharia de Transportes pelo Instituto Militar de Engenharia - IME - (2007), pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho - UFF - (2009) e Doutorado em Planejamento Energético / Ambiental pelo Programa de Planejamento Energético da COPPE/UFRJ (2014). Atualmente é Professor Adjunto II da Universidade Federal Fluminense (Graduação de Engenharia de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, Pós-graduação de Engenharia de Segurança do Trabalho, Mestrado de Engenharia de Biossistemas). Professor Convidado da FGV (MBA em Gestão de Projetos do Setor Elétrico); Professor Convidado da PUC-RIO (Mestrado em Engenharia Urbana e Ambiental).

CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/1773203627781222 Email: ricofelixc@gmail.com

3 Universidade Federal Fluminense; Concremat Ambiental. Formada em Engenharia de Recursos Hídricos e do Meio Ambiente pela Universidade Federal Fluminense em 2017, atualmente trabalho na Concremat Ambiental, realizando ativida- des do rito do licenciamento ambiental federal e estadual de projetos de grande porte. Anteriormente, fiz estágio na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável de Santa Catarina (Diretoria de Mudanças Climáticas), em Florianópolis/SC, de 2012 a 2013. Também estagiei na Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, no Departamento de Energias Renováveis e Eficiência Energética, de 2015 a 2016. Interesse pelos temas voltados à sustentabilidade, licen- ciamento ambiental, gestão ambiental e energias renováveis.

CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/5928674570545814 Email: alehsc@gmail.com

Resumo

A Análise do Ciclo de Vida (ACV) é uma poderosa ferramenta para me- dir os impactos de produtos associados a todas as fases de um sistema produtivo (pré-produção, produção, distribuição, uso e descarte). As discussões sobre a suficiência do consumo e as tecnologias de transfor- mação com menos entropia ao longo do ciclo de vida de produtos são passos importantes para o alcance da sustentabilidade. O objetivo do presente estudo é conceituar e discutir o relacionamento entre o consu- mo e transformações tecnológicas para a definição de estratégias para sustentabilização de produtos no âmbito da Avaliação do Ciclo de Vida. Palavras-chave: Avaliação do Ciclo de Vida, Suficiência, Eficiência, En- tropia, Desmaterialização.

Agradecimentos

Agradecemos à Universidade Federal Fluminense, pela oportunidade de desenvolver continuamente conteúdo e práticas de ensino relevan- tes voltadas para sustentabilidade.

Introdução

Observa-se atualmente uma tendência natural em se internalizar características ambientais no desenvolvimento de produtos, aplicando- -se as métricas do ecodesign4, colocando em pauta discussões sobre o consumo de recursos (matéria-prima, a eficiência dos processos de pro- dução, a otimização da distribuição, a sua vida útil e o descarte).

Assim, surge a ferramenta Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) de produtos, com o foco em controlar e medir o relacionamento entre

165 fases (pré-produção, produção, distribuição, uso e descarte) de um sistema produtivo5.

De acordo com a UNEP (2007), o pensamento do ciclo de vida é essencial para desenvolvimento sustentável, indo além do tradicional foco na produção e processos de fabricação, para incluir o meio ambiente, aspectos sociais e econômicos de um produto ao longo do seu ciclo de vida inteiro. Significa que os produtores podem ser responsabilizados por seus produtos do berço ao túmulo e, portanto, devem desenvolver produtos que tenham melhor desempenho em todos os estágios.

No sentido da sustentabilidade, a discussão não acaba somente na internalização de características ambientais no desenvolvimento de produtos, pois faz-se necessário avaliar as práticas de consumo, que resultam significativamente em problemas entrópicos atuais.

Objetivo

O objetivo do presente estudo é conceituar e discutir o relaciona- mento entre o consumo e transformações tecnológicas para a definição de estratégias para sustentabilização de produtos no âmbito da Avaliação do Ciclo de Vida.

Metodologia

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica qualitativa, através de ferramentas comuns de pesquisa.

Consumo x Tecnologia produtiva

A busca da sustentabilidade no desenvolvimento de produtos passa pela análise dicotômica entre a (i) necessidade de consumo de recursos e produtos (suficiência) e a (ii) capacidade tecnológica de trans- formação dos produtos (eficiência).

Quanto à (i) necessidade de consumo de recursos e produtos, a ONU em 2015 publicou a Agenda 2030 para o desenvolvimento

5 Sistema Produtivo - Conjunto de processos elementares que modela o ciclo de vida de um produto. (NBR ISO 14040/09)

sustentável, que definiu 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)6, onde em específico o ODS 12 “Assegurar padrões de produção e de

consumo sustentáveis” descreve as preocupações e metas associados ao

consumo de recursos, a saber:

• Até 2020, alcançar o manejo ambientalmente saudável dos produtos químicos e todos os resíduos, ao longo de todo o ciclo de vida desses, de acordo com os marcos internacionais acordados, e reduzir significativamente a liberação desses para o ar, água e solo, para minimizar seus impactos negati- vos sobre a saúde humana e o meio ambiente;

• Até 2030, reduzir pela metade o desperdício de alimentos per capita mundial, nos níveis de varejo e do consumidor, e redu- zir as perdas de alimentos ao longo das cadeias de produção e abastecimento, incluindo as perdas pós-colheita;

• Até 2030, reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reúso e reciclagem.

Já sobre a (ii) capacidade tecnológica de transformação de pro- dutos, espera-se, que ao longo de todas as etapas do ciclo de vida, esta ocorra sempre de forma eficiente, minimizando a entropia.

Entropia é um conceito termodinâmico que mede a desordem. Em 1865, Rudolf Clausius conceituou a entropia verificando que a trans- formação de energia, definida por Carnot, produz um aumento cres- cente de desordem. Rudolf Clausius nomeou esta desordem de entropia (do grego entropêe significa “em mudança”).

De acordo com a 2ª Lei da Termodinâmica, quão maior for a desordem (alteração/transformação do estado) de um sistema, maior será a sua entropia. A entropia é espontânea, isso quer dizer que segue

167 sua reordenação, ao passo que é daí que surge a impossibilidade do “motor ideal”, ou das transformações sem perdas.

Assim, assumindo que são exemplos de entropia o calor, vibra- ção, resíduos, ruídos, emissões, efluentes líquidos, entre outros, obser- va-se que tais desordens resultam em impactos ambientais negativos, onde a aplicação de ações para o incremento tecnológico e cultural nos processos de transformação são medidas significativas para prevenir, evitar, minimizar, mitigar tais efeitos.