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Símbolos do Brasil

No documento 1. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO (páginas 90-94)

QUESTÕES SOBRE O TEMA

10.5. Símbolos do Brasil

São quatro os símbolos da República Federativa do Brasil, a saber, a bandeira, o hino, as

armas e o selo nacionais.

A CF/88 preceitua que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem ter símbolos

próprios.

162

RMS 27.840/DF, Relator para acórdão Ministro Marco Aurélio, julgado em 7.2.2013, noticiado no Informativo nº 694/STF.

163

91 ATENÇÃO: nas provas realizadas no Distrito Federal, o estudante deve atentar para o fato de que a

Lei Orgânica desse ente federado também prevê o brasão como símbolo. Eis o teor do art. 7º, da LODF: ―São símbolos do Distrito Federal a bandeira, o hino e o brasão‖.

QUESTÕES SOBRE O TEMA

Mário, casado com Ângela, é analista administrativo da ANATEL e esteve a serviço dessa agência em Paris nos meses de outubro e novembro de 2008, quando, nesse período, nasceu seu filho Lúcio, em hospital de Brasília. Com base na CF, julgue os dois itens seguintes, relativos à situação hipotética acima.

1 (ANATEL Técnico 2009) Lúcio é brasileiro nato.

2 (ANATEL Técnico 2009) Caso Lúcio tivesse nascido em Paris, ele não poderia ocupar os cargos de ministro do

Supremo Tribunal Federal e de oficial das Forças Armadas, haja vista que esses cargos são privativos de nascidos no Brasil.

3 (ANALISTA ADMINISTRATIVO / TRE/BA) Como forma de aquisição da nacionalidade secundária, de acordo

com a Constituição Federal de 1988 (CF), é possível o processo de naturalização tácito ou automático, para todos aqueles estrangeiros que se encontram no país há mais de dez anos e não declararam a intenção de conservar a nacionalidade de origem.

4 (TRE/MA Técnico Administrativo 2009) Segundo a CF, não é privativo de brasileiro nato o cargo de

A) ministro do STF.

B) ministro de Estado da Defesa. C) carreira diplomática.

D) oficial das Forças Armadas. E) senador da República.

5 (TÉCNICO ADMINISTRATIVO / TRE-MT) Assinale a opção correta acerca dos direitos de nacionalidade.

A Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira somente podem ser considerados brasileiros

natos se, após registrados em repartição brasileira competente, vierem a residir no Brasil e optarem pela nacionalidade brasileira.

B A legislação infraconstitucional não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, de

modo que, em virtude do princípio da igualdade, as únicas hipóteses de tratamento diferenciado são as que constam expressamente do texto constitucional.

C A naturalização é um direito público subjetivo que constitui ato administrativo de caráter vinculado, uma vez que

o chefe do Poder Executivo encontra-se obrigado a concedê-la, desde que sejam atendidos os requisitos legais e constitucionais para sua obtenção.

D Aos portugueses com residência permanente no Brasil, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão

atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato.

E A perda da nacionalidade pode ocorrer nas hipóteses definidas pela Constituição Federal de 1988 (CF),

podendo lei complementar estabelecer outros casos de perda, de modo a restringir apenas por regramento legislativo os casos de privação, sempre excepcionais, da condição político-jurídica de nacional.

6 (AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL / 2009) São privativos de brasileiro nato os cargos de ministro de Estado da

Defesa, ministro de Estado da Fazenda e de oficial da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica.

7 (PROCURADOR DO BACEN/2009 – COM ADAPTAÇÕES) Acerca de nacionalidade e direitos políticos e

sociais, no ordenamento jurídico brasileiro, julgue os itens.

A A perda da nacionalidade brasileira pode decorrer de ato do ministro da Justiça ou de decisão judicial e tem como consequência o retorno do indivíduo à situação de estrangeiro.

B Uma vez perdida a nacionalidade brasileira, por decisão judicial transitada em julgado, o indivíduo poderá readquiri-la por meio de decisão favorável em ação rescisória ou por intermédio de novo procedimento de naturalização.

8 (AUDITOR-CIÊNCIAS JURÍDICAS SECONT/ES 2009) É considerado brasileiro originalmente nato aquele

nascido em solo estrangeiro, filho de brasileiros. Porém, esse direito personalíssimo depende de potestatividade do titular, caso contrário carece de eficácia.

9 (PROCURADOR ESPECIAL DE CONTAS / TCE-ES / 2009 – COM ADAPTAÇÕES) Será declarada a perda da

nacionalidade do brasileiro que tiver cancelada a sua naturalização, por decisão administrativa, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional, desde que devidamente comprovada no respectivo processo administrativo.

10 (DPE-PI / 2009 / COM ADAPTAÇÕES) Em razão do princípio da isonomia, os brasileiros naturalizados, assim

92

11 (PROMOTOR DE JUSTIÇA/SE / 2010 – COM ADAPTAÇÕES) Tendo em vista a disciplina constitucional

relativa aos direitos de nacionalidade e aos direitos políticos, julgue os itens.

A A CF veda expressamente a extradição do brasileiro, seja ele nato ou naturalizado.

B Os estrangeiros originários de países de língua portuguesa adquirirão a nacionalidade brasileira se mantiverem

residência contínua no território nacional pelo prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao pedido de naturalização.

12 (MPE RN Promotor de Justiça Substituto 2009 – COM ADAPTAÇÕES) Com relação ao tratamento

constitucional concedido aos direitos políticos e à nacionalidade, julgue os itens.

A) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada esta, optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira.

B) Os cargos de deputado federal e senador da República são privativos de brasileiros natos.

13 (ANAC Analista Administrativo 2009) São brasileiros os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe

brasileira que vierem a residir no Brasil e optarem pela nacionalidade brasileira, desde que essa opção ocorra até a maioridade.

DIREITOS DA NACIONALIDADE

01 C 02 E 03 E 04 E 05 B

06 E 07 EE 08 C 09 E 10 E

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11. DIREITOS POLÍTICOS

A matéria referente aos direitos políticos é disciplinada nos artigos 14 a 16 da CF/88. Antes de ingressarmos no texto constitucional, convém que definamos alguns conceitos.

Os direitos políticos podem ser ativos ou passivos. Na lição de Roberto Moreira de Almeida, ―direito político ativo ou capacidade eleitoral ativa é o direito que possui o cidadão de participar diretamente do processo eleitoral, através do voto, seja em eleições, seja em plebiscitos ou em referendos (direito de votar)‖.164

Já os direitos políticos passivos – ou capacidade eleitoral passiva – guardariam ligação com a elegibilidade da pessoa ou o direito de ser votado.

Há também a ideia de direitos políticos negativos, assim definidos por Alexandre de Moraes: Os direitos políticos negativos correspondem às previsões constitucionais que restringem o acesso do cidadão à participação nos órgãos governamentais, por meio de impedimentos às candidaturas.

Dividem-se em regras sobre inelegibilidade e normas sobre perda e suspensão de direitos políticos.165

Acentua o caput do art. 14 da CF/88 que a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos. Além disso, como forma do exercício da democracia direta, estão previstos o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular de lei.

Segundo José Afonso da Silva, o sufrágio é ―um direito público subjetivo de natureza política, que tem o cidadão de eleger, ser eleito e de participar da organização e da atividade do poder estatal‖.166

Fazendo-se uma diferenciação entre os conceitos de sufrágio, voto e escrutínio, temos que ―o sufrágio é o direito público e subjetivo de participar ativamente dos destinos políticos da nação; o

voto, nada mais é do que o exercício concreto do direito de sufrágio; e o escrutínio consiste no modo

do exercício do sufrágio‖.167

Note-se que a CF/88 se refere a sufrágio universal. Isso implica que o constituinte não adotou o sufrágio restrito (censitário ou capacitário). O sufrágio censitário ocorre quando se deferem direitos políticos somente a pessoas que aufiram determinada renda mínima (condição econômica); no sufrágio capacitário, a restrição tem motivação intelectual. Seria o caso, por exemplo, de retirar o direito de os analfabetos votarem.

Vislumbrando ofensa ao princípio da soberania popular, o STF afastou a possibilidade de as vagas de cargos de vereador, criadas pela EC 58/09, serem preenchidas por aqueles que ficaram na condição de suplentes nas eleições realizadas no ano de 2008.

Eis o resumo desse julgamento:

Emenda Constitucional 58/2009. Alteração na composição dos limites máximos das Câmaras Municipais. Art. 29, IV, da Constituição da República. (...) Posse de vereadores.

Vedada aplicação da regra à eleição que ocorra até um ano após o início de sua vigência: art. 16 da Constituição da República (...). Norma que determina a retroação dos efeitos das regras constitucionais de composição das Câmaras Municipais em pleito ocorrido e encerrado afronta a garantia do pleno exercício da cidadania popular (arts. 1º, parágrafo único, e 14 da Constituição) e o princípio da segurança jurídica. Os eleitos pelos cidadãos foram diplomados pela Justiça eleitoral até 18-12-2008 e tomaram posse em 2009. Posse de suplentes para legislatura em

curso, em relação a eleição finda e acabada, descumpre o princípio democrático da soberania popular. Impossibilidade de compatibilizar a posse do suplente não eleito pelo sufrágio secreto e universal: ato que caracteriza verdadeira nomeação e não eleição. O voto

é instrumento da democracia construída pelo cidadão: impossibilidade de afronta a essa expressão da liberdade de manifestação. A aplicação da regra questionada importaria vereadores

164

ALMEIDA, Roberto Moreira de. Curso de direito eleitoral. 5ª ed. Salvador: Jus Podivm, 2011, pág. 75.

165

MORAES, Alexandre de. Direito constitucional, 23ª edição, São Paulo: Atlas, 2008, págs. 240.

166

SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 9ª ed. São Paulo: Malheiros, 1992, pág. 309.

167

94 com mandatos diferentes o que afrontaria o processo político juridicamente perfeito.168‖ (ADI

4.307-REF-MC, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 11-11-2009, Plenário, DJE de 5-3-2010.)

Além do voto, a soberania popular também pode ser realizada de forma direta, seja por meio de consultas populares (plebiscito e referendo), seja na previsão de iniciativa popular de lei.

Diz o art. 61, § 2º, da CF/88 que a iniciativa popular será exercida, no plano federal, pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do

eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por

cento dos eleitores de cada um deles.

Por força do disposto no art. 27, § 4º, da CF/88, também as Constituições estaduais devem veicular a iniciativa popular de lei naquele âmbito. Quanto à esfera municipal, reza o art. 29, XIII, da CF/88 que a Lei Orgânica garantirá a iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, por intermédio de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado.

A seguir, valemo-nos novamente de ilustração para estabelecer as distinções entre os mecanismos do plebiscito e do referendo.

Diferença entre plebiscito e referendo

Plebiscito Referendo

Consulta prévia ao povo, a respeito de determinado ato legislativo ou administrativo.

Consulta posterior ao povo, para saber se ratifica ou rejeita ato legislativo ou administrativo.

Congresso Nacional convoca. Congresso Nacional autoriza.

Ex.: plebiscito que decidiu forma e sistema de governo e

também o plebiscito que decidirá se a população quer – ou não – a divisão do Estado do Pará.

Ex.: referendo sobre comércio de armas de fogo e munição.

Como regra geral, o voto e o alistamento (procedimento administrativo necessário para a obtenção do título eleitoral) são obrigatórios para os maiores de dezoito anos. A norma constitucional dispões que eles serão facultativos para as pessoas maiores de 16 e menores de 18 anos; para os maiores de 70 anos e para os analfabetos.

Consideram-se inalistáveis – ou seja, não podem obter o título eleitoral – os estrangeiros e os conscritos, durante o serviço militar obrigatório.

Estão abrangidos pelo conceito de conscrito os médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que prestam serviço militar obrigatório (certamente após os 18 anos de idade).

Às vésperas das eleições gerais do ano de 2010, o STF houve por bem afastar a exigência legal de dupla identificação dos eleitores, os quais deveriam apresentar o título eleitoral e mais um documento original com foto169.

No documento 1. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO (páginas 90-94)