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O Selo Escola Solidária foi um projeto de mobilização e comunicação. Não teve a intenção de ser uma pesquisa, nem um processo avaliativo. A veracidade das informações apresentadas era de responsabilidade das escolas. No momento da inscrição, a escola ficava ciente de que o relato de atividade por ela inscrito seria divulgado publicamente. Tal expectativa, em si, propiciava um controle social. As escolas participantes também ficavam cientes de que poderiam receber visitadas de algum representante do Instituto Faça Parte ou do coordenador regional do Selo Escola Solidária30.

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Havia, em cada estado, dois coordenadores das ações do Selo Escola Solidária, um nomeado pelo Consed (para as escolas da rede estadual) e outro pela Undime (para as escolas da rede municipal). Eles eram convidados tanto para participarem de encontros

O Selo Escola Solidária teve cinco edições: 2003, 2005, 2007, 2009 e 2011, desenvolvidas em parceria com o MEC, o Consed, a Undime, a UNESCO (e, a partir de 2009, com a OEI e o UNICEF). Ao todo, 23.690 escolas de educação básica de todo o País receberam o Selo. Para participar, a escola precisava ter o registro junto ao INEP/MEC e preencher o formulário de inscrição e a autoavaliação disponibilizada pelo site do Faça Parte gratuitamente. A participação era garantida por meio do preenchimento da ficha de inscrição e de uma autoavaliação, como anteriormente mencionado. Para receber o Selo, os critérios analisados na inscrição estavam relacionados à atividade relatada e desenvolvida pela escola. São eles: relevância (a importância sentida pelos participantes – escola e comunidade atendida); coerência (ações coerentes com a proposta apresentada); impacto (resultados sociais e pedagógicos alcançados); e a atividade estar em desenvolvimento no ano da inscrição.

A autoavaliação foi o instrumento utilizado para provocar a reflexão da escola, garantir a sua participação e obter um banco de práticas. Como se tratava de um projeto de mobilização e comunicação, não houve a intenção de seguir uma série histórica. Ela foi instituída para propiciar uma reflexão da comunidade escolar sobre a sua própria prática curricular, daí também a relevância de se considerar o Selo Escola Solidária como ponto de partida para selecionar as escolas para o universo desta pesquisa.

A autoavaliação era constituída de nove questões fechadas de múltipla escolha e uma questão aberta – onde a escola relatava sua atividade/projeto de voluntariado educativo. Tal formatação atendia a três objetivos: a) propiciar um momento de reflexão sobre a prática escolar; b) orientar a reflexão com o próprio texto das questões; e c) criar um banco de dados que permitisse a busca pelas respostas às questões fechadas.

A Figura 1 (ANEXO) mostra o número total de escolas que receberam, em uma ou mais edições, o Selo Escola Solidária. São 23.690 instituições e,

promovidos pelo Faça Parte, quanto organizavam os próprios encontros regionais. Também faziam a articulação com a mídia local para a divulgação dos projetos das escolas e, eventualmente, organizavam oficinas, palestras sobre o desenvolvimento de projetos solidários e visitavam as escolas.

entre elas, 8.941 são da rede pública estadual, 10.795 da rede pública municipal, 3.908 da rede particular e 46 escolas federais.

 Selo Escola Solidária 2003

Principal objetivo dessa edição: valorizar a escola por seu comprometimento com uma educação solidária, conhecê-las e saber o que faziam. A divulgação foi feita por espaços voluntários no rádio, na TV, na Internet, em jornais e revistas e pelos correios. Um cartaz informativo e manual de inscrição foi enviado para 98 mil escolas de educação básica do Brasil (as que, segundo o registro no MEC, tinham mais de 100 alunos).

Das 8.766 escolas reconhecidas nessa edição, 3.327 pertencem à rede pública municipal, 4.054 à rede estadual, 1.369 à rede particular e 16 escolas federais31.

 Selo Escola Solidária 2005

Principal objetivo dessa edição: reconhecer e mapear as escolas comprometidas com uma educação pautada nos ideais de solidariedade e cidadania. Reconhecer e mapear projetos de voluntariado educativo.

Buscando melhorar a qualidade da participação das escolas, a escola teve nessa edição a oportunidade de receber um certificado para a escola e outro para o projeto inscrito, visando colher mais inscrições sobre projetos mais estruturados e que estivessem em andamento. A divulgação foi feita por espaços voluntários no rádio, na TV, na Internet, em jornais e revistas e pelos correios, repetindo a experiência de 2003.

Nessa edição foram certificados 2.112 projetos e 12.873 escolas, sendo 5.396 pertencentes à rede pública municipal, 5.183 à rede estadual, 2.262 à rede particular e 32 escolas federais32.

31 Vide Figura 2 – Anexo (Distribuição por estado das 8.766 escolas que receberam o Selo Escola Solidária 2003).

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Vide Figura 3 – Anexo (Distribuição por estado das 12.873 escolas que receberam o Selo Escola Solidária 2005).

 Selo Escola Solidária 2007

Principal objetivo dessa edição: reconhecer escolas que desenvolvem projetos de voluntariado educativo estruturados; fortalecer a escola enquanto núcleo de cidadania em sua própria comunidade.

O número de escolas que receberam o Selo foi menor. Porém, o número de projetos aumentou de 2.112 para 7.474. Nessa edição, o Faça Parte começou a solicitar às escolas a autorização para divulgar o projeto inscrito na área pública do site33.

A divulgação do foi feita por espaços voluntários no rádio, na TV, na Internet, em jornais e revistas e pelos correios, para todas as escolas com mais de cem alunos.

Das 7.474 escolas reconhecidas nessa edição, 2.776 pertencem à rede pública municipal, 3.054 à rede estadual, 1.632 à rede particular e 12 escolas federais34.

 Selo Escola Solidária 2009

Principal objetivo dessa edição: reconhecer escolas cujos projetos melhoraram a qualidade da educação que a escola oferece, melhorando o desempenho cognitivo e social do aluno ao mesmo tempo em que busquem melhorar a qualidade de vida da comunidade.

A experiência deveria estar de acordo com o Projeto Político Pedagógico e a escola precisava relatar o quanto ela influenciava na aprendizagem.

A divulgação foi feita por espaços voluntários cedidos no rádio, na TV, na Internet, em jornais e revistas e pelos correios, somente para escolas que já tinham participado de alguma edição do Selo Escola Solidária, um universo de aproximadamente dezesseis mil escolas35.

33 Disponibilizado pelo seu site: www.seloescolasolidaria.org.br.

34 Vide Figura 4 – Anexo (Distribuição por estado das 7.474 escolas que receberam o Selo Escola Solidária 2007)

35 Além disso, a partir da edição de 2009, o Faça Parte passou a dividir o seu espaço voluntário de mídia com o Compromisso Todos Pela Educação, organização social parceira.

Das 3.863 escolas reconhecidas nessa edição, 1.528 pertencem à rede pública municipal, 1.432 à rede estadual, 900 à rede particular e três escolas federais36.

 Selo Escola Solidária 2011

Principal objetivo dessa edição: reconhecer escolas que desenvolvem projetos de voluntariado educativo visando melhorar a qualidade de vida da comunidade e a qualidade de educação oferecida. Nessa edição considerou-se conhecer projetos solidários que pudessem colaborar para o desempenho das escolas em relação aos exames externos, como o IDEB37.

Essa foi a última edição do Selo Escola Solidária. A divulgação foi feita, como em 2009, para um número de dezesseis mil escolas, e poucos espaços de mídia voluntária.

Ainda assim, 3.039 escolas foram reconhecidas nessa edição, 1.252 pertencentes à rede pública municipal, 983 à rede estadual, 799 à rede particular e cinco escolas federais38.