• Nenhum resultado encontrado

Taylorismo, Fordismo, Acumulação Flexível, Terceirização as mudanças no mundo do

Dentro dos aspectos que compõem o processo histórico do desenvolvimento da humanidade e das formas de obtenção de bens e mercadorias capazes de satisfazerem as necessidades dos indivíduos, o trabalho despendido nessa busca, voltada para a obtenção destes produtos, é fundamental no processo.

Assim, de acordo com Bottomore (1988, p. 283), no capitulo I do Capital, volume I, o trabalho é apontado por Marx como sendo:

[...] (qualquer ato de trabalho é uma atividade produtiva que visa um objetivo determinado...), de um lado, todo trabalho é um dispêndio, é um dispêndio de força de trabalho humana, no sentido fisiológico, e é nesta qualidade, de trabalho humano igual, ou abstrato, que ele constitui o valor das mercadorias. Por outro lado, todo trabalho é um dispêndio de força de trabalho humana de uma determinada forma e com o objetivo definido e é nessa qualidade de trabalho concreto útil que produz valores de uso.

Já para Sandroni (2003), o trabalho pode ser definido como toda a atividade humana direcionada para a transformação da natureza, com a intenção de satisfazer uma necessidade, e constitui-se num dos pilares do processo produtivo do sistema capitalista. O processo produtivo capitalista é um modo de produção que, conforme Marx, depende de três fatores: Terra, Trabalho e Capital. Percebe-se, então, segundo ele, a importância que o trabalho detém. Entretanto, historicamente o trabalho sempre teve a sua importância minimizada nos diversos modos de SURGXomR6RPHQWHDSyVDSXEOLFDomRGR³&DSLWDO´GH0DU[pTXHHVVHIDWRUWRUQRX-se foco das atenções de diversos segmentos da humanidade, pois essa importante publicação, somada à concepção da divisão do trabalho mediante especialização da mão-de-obra proposta por Adam Smith24 e agregada à teoria do valor trabalho proposta por David Ricardo25, permitiu a identificação da importância do trabalho enquanto o mais importante fator de produção e relevante elemento na acumulação e na geração de riquezas para a humanidade.

24

Riqueza das Nações (1776), ano de publicação original (1985), publicação Brasileira.

25

Princípios de Economia (1817). Original, Política e tributação. Coleção dos Economistas. São Paulo: Abril, 1 ed. 1817.

De acordo com Sandroni (2003, p. 609), o trabalho como fator de produção se constitui num elemento específico do homem, e mesmo nas suas formas mais elementares se encontra associado a um determinado nível de desenvolvimento dos instrumentos de produção e da divisão da atividade produtiva entre os membros de um determinado agrupamento social. Tanto isso é assim que o trabalho assumiu formas particulares nos vários modos de produção na história da humanidade, a saber: a) no modo de produção comunal primitivo, ele assumiu um caráter solidário coletivo e era dividido em função de características naturais dos indivíduos, basicamente em função da força, do gênero e da idade, pois os homens viviam em tribos neste período, eram quase sempre nômades, e se deslocavam na medida em que se esgotavam os recursos de caça e de coleta na região onde estavam localizados. Nesse momento histórico o produto oriundo da caça, da coleta e da pesca era divido conforme a necessidade de cada um, daí seu caráter comunal e coletivo, porém a importância do trabalho já se fazia sentir; b) nos modos de produção escravista, feudalista e capitalista o trabalho tornou-VH³DOLHQDGR´XPDYH]que os resultados dos esforços do trabalho não eram mais divididos e distribuídos comunalmente, e sim SDVVDUDPDVHUDSURSULDGRVHPJUDQGHSDUWHSRURXWURV³HOHPHQWRV´LQGLYtGXRVGDVVRFLHGDGHV de então.

Esta apropriação (ainda que parcial) foi exercida primeiramente pelo senhor (dono dos HVFUDYRVHGDVSURSULHGDGHV QRPRGRGHSURGXomRHVFUDYLVWDGHSRLVSHOR³VHQKRUIHXGDO´GRQR das propriedades, onde nos feudos os servos e vassalos trabalhavam e pagavam ao senhor impostos ou prestavam trabalho gratuLWRGHQRPLQDGR³FRUYpLD´UHSDVVDQGRDVVLPDRVHQKRUGR feudo, grande parte da sua produção, e, por último, pelo capitalista, no modo de produção vigente.

Esse modo de produção capitalista, que se consolida a partir da primeira etapa da revolução industrial, especialmente na Inglaterra no início do século XVIII, passou a se apropriar de uma forma cada vez mais acirrada dos excedentes produtivos gerados pela força de trabalho empregada na geração de mercadorias e não paga aos operários trabalhadores. É a esse fato que Marx denominou de mais-valia, e que, segundo Sandroni (2003), pode ser apontada como sendo:

[...] o valor do trabalho não pago ao trabalhador, isto é, na exploração exercida pelos capitalistas sobre seus assalariados. Marx, assim como Adam Smith e David Ricardo, considerava que o valor de toda mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho socialmente necessário para produzi-la. Sendo a força de trabalho uma mercadoria cujo valor é determinado pelos meios de

vida necessários à subsistência do trabalhador (alimentos, roupas, moradia, transporte etc.), se este trabalhar, além de um determinado número de horas, estará produzindo não apenas o valor correspondente ao de sua força de trabalho (que lhe é pago pelo capitalista na forma de salário), mas também um valor a mais, um valor excedente sem contrapartida, denominada por Marx de mais-valia. É desta fonte (o trabalho não pago) que são tirados os possíveis lucros dos capitalistas (industriais, comerciantes, agricultores, banqueiros etc.), além da renda da terra, dos juros etc. Enquanto a taxa de lucro ± a relação entre a mais-valia e o capital total (constante + variável) necessário para produzi-la ± define a rentabilidade do capital, a taxa de mais-valia ± a relação entre a mais-valia e o capital variável (salários) ± define o grau de exploração sobre o trabalhador. Mantendo-se inalterados os salários (reais), a taxa de mais-valia tende a elevar-se quando a jornada e/ou a intensidade do trabalho (aumentando a mais-valia absoluta) ou com o aumento da produtividade nos setores que produzem os artigos de consumo habitual dos trabalhadores (aumentando a mais-valia relativa) (SANDRONI, 2003, p. 362).

Esse processo foi sendo historicamente aperfeiçoado a partir da análise do sistema e da capacidade que detém de acumular riquezas, e encontrou em Taylor26 e Ford dois grandes representantes e articuladores, que aperfeiçoaram a forma de extração da mais-valia, identificada por Marx, criando teorias e proposições produtivas que geraram práticas sistematizadas de produção. Estas práticas, por sua vez, redundaram em métodos industriais organizados, que deixaram profundas marcas nas formas de pensar, de produzir e de agir dos indivíduos, das empresas e do próprio sistema produtivo.

Mediante isso, cabe definir no que consiste cada uma destas proposições com vistas a uma melhor compreensão do processo e do seu rebatimento no mundo do trabalho atual, tanto nos aspectos econômicos como nos aspectos sociais, pois ambos os aspectos detêm uma relação maior com a educação, enquanto elemento participativo no processo. Assim sendo, segundo Sandroni (2003), taylorismo pode ser definido como sendo:

Conjunto de teorias para aumento da produtividade do trabalho fabril, elaboradas pelo engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor. Abrange um sistema de normas para o controle dos movimentos do homem e da máquina no processo de produção, incluindo propostas de pagamento pelo desempenho do operário (prêmios e remuneração extras conforme o número de peças produzidas). O sistema foi muito aplicado nas medidas de racionalização e controle do trabalho fabril, mas também criticado pelo movimento sindical, que o acusou de intensificar a

26

Frederick Winslow Taylor, um dos fundadores da Administração Científica, com a sua obra deu origem a uma forma de interpretação e gerenciamento do sistema produtivo capitalista denominado taylorismo. Vida e obra de Taylor: nasceu na Filadélfia, EUA, em 1856; no ano de 1893 publicou "Um Sistema de Gratificação por Peça" (A Piece Rate System); em 1895 publicou "Anotações acerca de Correias" (A Note on Belting); no ano de 1903 publicou "Direção de Fábricas" (Shop Management); e em 1911 publicou "Princípios de Administração Científica" (The Principles of Scientific Management).

exploração do trabalhador e de desumanizá-lo, pois procura automatizar seus movimentos (SANDRONI, 2003, p. 592).

Taylorismo é, então, um movimento de racionalização do trabalho, movimento que se inicia no final do século XIX e que foi efetivamente difundido e implantado em todo o mundo no século XX. As teorias e as proposições deste autor preocuparam-se com o que entendia como desperdício de tempo no processo de produção, fator que, para ele, significava o tempo morto na produção, e que gerava perdas de rendimento no processo.

Para tanto, iniciou uma análise racional do tipo cartesiana do sistema produtivo vigente, por meio da cronometragem de cada fase do trabalho na produção, eliminando os movimentos muito longos e inúteis. Assim, conseguiu dobrar a produção. Infelizmente, este método, lógico do ponto de vista técnico, ignorava os efeitos da fadiga e os aspectos humanos, psicológicos e fisiológicos, das condições de trabalho, pois, no processo de cronometragem, definia-se para cada operário uma quantidade mínima de trabalho elementar, desinteressante, uma vez que era parcelado e que deveria ser realizado dentro de um tempo predeterminado.

Taylor fundamentava a sua abordagem nos princípios de Administração Científica. Seguia os pontos: a) princípio do planejamento: separar quem pensa e quem faz; b) princípio do preparo: selecionar os melhores e treiná-los de acordo com o melhor método de execução; c) princípio do controle: aderência ao planejamento de tarefas através de rigorosa supervisão; d) princípio da execução: não cabe somente aos operários a boa execução das tarefas, pois os diretores são co-responsáveis; e) princípio da exceção: os administradores devem concentrar-se apenas nos desvios dos processos, pontos estes direcionados para a elevação da produção a partir de uma melhor aproximação da força de trabalho na produção.

Taylor também foi pioneiro na análise sistemática de organizações, cientista da teoria da administração, apregoou o uso da ciência como um instrumento útil à produção, em vez do mero e simples empirismo. Segundo Chiavenato (1992), as suas proposições podem ser dividas em dois períodos distintos. No primeiro, sustentava que a boa administração das empresas, e da produção, era o resultado da aplicação de métodos científicos nas unidades fabris e na gestão, somados ao pagamento de maiores salários e à busca de um custo unitário menor por unidade de mercadoria fabricada. Diante disto, preconizava a busca de princípios e de processos de produção que fossem padronizados, o que se refletiria num quadro de adequação dos materiais e das

condições de trabalho dos empregados, que deveriam ser cientificamente distribuídos pelos seus postos de trabalho de acordo com as suas funções. Tudo isso, conseqüentemente, conduziria a uma situação de adestramento do trabalhador, aumentando a produtividade dos indivíduos trabalhadores.

No segundo momento, Taylor evidencia outras proposições de cunho administrativo, que redundam, justamente na sua principal obra (Princípios de Administração Científica), na qual apontava uma convicção por parte dos operários, a convicção de que, se subutilizassem o trabalho, conseguiriam defender a sua situação econômica. Tal crença era oriunda do fato de que os operários de então acreditavam que um maior rendimento homem/máquina acarretaria desemprego e de que o sistema de produção por peças, no qual o trabalho é mais produtivo, diminuía o salário.

Para Taylor, estas constatações eram oriundas do alto grau de empirismo amador dos métodos de produção da época, do desconhecimento do potencial de ganho por parte das empresas e dos trabalhadores dos ganhos por tempos e movimentos, e da falta de uniformidade dos métodos de trabalho. Sustentava, enfim, que, para que a produção pudesse gerar um maior volume de proventos, era necessária a aplicação da análise científica do processo, e isto seria obtido com uma combinação de 75% de análise e 25% de bom senso.

Percebia existir, na época, uma grande variedade de modos de operação e de ferramentas para cada atividade, e considerava que os trabalhadores eram incapazes de determinar os melhores, por falta de instrução e/ou capacidade mental. Ao mesmo tempo, acreditava que os trabalhadores tinham uma certa indolência, natural ou premeditada, na execução das suas tarefas. Enfatizava, assim, ser de vital importância que a gerência exercesse um controle real sobre o processo de trabalho, o que só poderia ser feito na medida em que a mesma dominasse o seu conteúdo, o procedimento do trabalhador no ato de produzir.

Enfim, Taylor reduziu o homem a gestos e movimentos sucessivos, sem capacidade de desenvolver atividades mentais, homem que, depois de uma aprendizagem rápida, funcionava como uma máquina. O homem, para Taylor, podia ser programado, sem possibilidades de alterações, em função da experiência, das condicionantes ambientais, técnicas e organizacionais.

A redução do trabalho mental também é enfatizada na medida em que a superespecialização da tarefa levou a simplificação do trabalho a um nível elevado, desprovendo o indivíduo da sua capacidade pensante. Desse modo, segundo Rosa (2002b, p. 134):

O governo do trabalho taylorista ambicionou definir e circunscrever o trabalho e, nele, a atividade humana, sob a eleição exclusiva da dimensão de média ou de padronização da norma H[SOLFLWDGDSHOR³WKHRQHEHVWZD\´HRXWUDEDOKDUFRQIRUPHDVQRUPDVRWUDEDOKRSUHVFULWR2 ³WUDEDOKR´S{GHDVVLPVHU HOHYDGRHPQtYHOGHFRQFHLWRFRPRDTXHOH³REMHWR´UDFLRQDOL]iYHO delimitável, circunscrito e definido como execução.

O taylorismo se constitui, no capitalismo, a base do processo produtivo até no início do século XX, quando Henry Ford, com o intuito de obter uma maior intensidade da continuidade da produção, retoma e desenvolve as proposições tayloristas por meio da aplicação delas na linha de produção da sua fábrica. Assim, as proposições produtivas elaboradas por Ford possibilitaram o surgimento de uma determinada realidade produtiva implementada pelo capitalismo como forma GHVHDOFDQoDUHPPDLRUHVJDQKRVQRSURFHVVRTXHVHGHQRPLQRXGH³IRUGLVPR´

O termo fordismo, segundo Larangeira (1997), consiste numa terminologia que se generalizou no mundo ocidental capitalista a partir da concepção de Gramsci, que o utiliza para caracterizar o sistema de produção e gestão empregado por Henry Ford na sua fábrica.

Segundo a autora, Gramsci associa tal sistema de produção à forma de racionalização que define um modo de vida, demandando um novo tipo de homem e trabalhador que se estabelece em conformidade com o tipo de trabalho e de processo produtivo vigente. Desta forma, este novo tipo humano configura-se no processo como sendo uma mão-de-obra estável, um conjunto humano (o trabalho coletivo), uma máquina que não deve desmontar nem avariar demasiadas vezes nas suas peças individuais.

Atualmente, o termo fordismo tornou-se a maneira usual de serem definidas as características de um modelo/tipo de produção, baseado em inovações técnicas e organizacionais que se articulam tendo em vista a produção e o consumo em massa. Nesse sentido, Larangeira (1997) sustenta que, quando nos referimos ao fordismo como processo de trabalho, verifica-se que ele se caracteriza como prática de gestão na qual se observa uma radical separação entre concepção e execução, sendo que a etapa de execução no fordismo estaria baseada num trabalho fragmentado e simples (simplificado e repetitivo), com Ciclos operatórios bastante curtos, nos quais se requer muito pouco tempo para a formação e treinamento dos trabalhadores. Desse modo, pode-se definir o fordismo como sendo um:

Conjunto de métodos de racionalização da produção elaborado pelo industrial norte-americano Henry Ford, baseado no princípio de que uma empresa deve dedicar-se apenas a produzir um

tipo de produto. Para isso, a empresa deveria adotar a verticalização, chegando a dominar não apenas as fontes das matérias-primas, mas até os transportes de seus produtos. Para reduzir os custos, a produção deveria ser em massa, e dotada de tecnologia capaz de desenvolver ao máximo a produtividade de cada trabalhador. O trabalho deveria ser também altamente especializado, cada operário realizando apenas um tipo de tarefa. E para garantir elevada produtividade, os trabalhadores deveriam ser bem remunerados e as jornadas de trabalho não deveriam ser muito longas. Em síntese, Henry Ford desenvolveu três princípios de administração, em seu livro My Life and Work, que podem ser assim resumidas: 1) princípio da intensificação ± consiste em reduzir o tempo de produção com emprego imediato dos equipamentos e matérias-primas e a rápida colocação do produto no mercado; 2) princípio da economicidade ± consiste em reduzir ao mínimo o estoque da matéria-prima em transformação, de tal forma que uma determinada quantidade de automóveis (a maior possível) já estivesse sendo vendida no mercado antes do pagamento das matérias consumidas e dos salários dos empregados; 3) princípio de produtividade ± consiste em aumentar a quantidade de produção por trabalhador na unidade de tempo mediante a especialização e a linha de montagem. Os princípios do fordismo foram amplamente difundidos não apenas nos Estados Unidos, mas em todo o mundo, tornando-se uma das bases da organização do processo de produção nas indústrias durante muito tempo, e, embora de maneira modificada, mantendo-se até hoje em muitos países (SANDRONI, 2003, p. 249).

Como se pode perceber, o processo de produção fordista fundamenta-se, em essência, na aplicação e no uso de uma linha de montagem acoplada, atrelada ao uso de esteiras rolantes. Isso, segundo Larangeira (1997, p. 90):

[...] evita o deslocamento dos trabalhadores e mantém um fluxo contínuo e progressivo das peças e partes, permitindo a redução dos tempos mortos, e, portanto da porosidade. O trabalho, nessas condições, torna-se repetitivo, parcelado e monótono, sendo sua velocidade e ritmo estabelecidos independentemente do trabalhador, que o executa através de uma rígida disciplina. O trabalhador perde suas qualificações, as quais são incorporadas à máquina.

Verifica-se, dessa maneira, que, no fordismo, a segmentação dos gestos do taylorismo torna-se a segmentação das tarefas, que o número dos postos de trabalho é multiplicado de modo que cada um tenha a capacidade de recobrir o menor número de atividades possíveis. Fala-se de uma parcelização do trabalho que se desenvolverá igualmente no setor administrativo.

Esse modelo atingiu os seus objetivos no que se refere à democratização do acesso aos bens produzidos. Entretanto, é um modelo que gera, também, grande desperdício de mão-de-obra e de matéria-prima, fato que acarretou, no decorrer do tempo, perdas no acúmulo de riquezas, e, como se sabe, a mola mestra do modo de produção capitalista é a acumulação. Portanto, apesar de servir ao sistema por algumas décadas, esta forma de produzir teve que ser revista, dando-lhe nova feição ± chamada de acumulação flexível ou terceirização.