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Um bairro e duas gerações de trabalhadores

CONTEXTO DA CRISE ECONÔMICA

1. Um bairro e duas gerações de trabalhadores

De seu surgimento em meio à forte especulação imobiliária do início da década de 1970 aos dias de hoje, Ferrazópolis se constituiu como um importante bairro de São Bernardo do Campo, embora bem localizado em relação ao centro da cidade, à Rodovia Anchieta e à fábricas como, por exemplo, a Volkswagen, a (extinta) Brastemp, foi, desde o início, um bairro formado por trabalhadores, que guarda até hoje, muito da tradição operária de sua formação, mas é mais um entre muitos bairros populares, pobres nas grandes cidades que formam a Região Metropolitana de São Paulo.

A ampla maioria daqueles que se instalavam no bairro, à partir de sua fundação em 1972 (PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO, 1987), era formada por migrantes oriundos do estado de Minas Gerais e de muitos estados da região Nordeste, especialmente, Ceará e Paraíba. Tratavam-se de trabalhadores rurais, recém convertidos em operários, que chegavam em números cada vez maiores para o trabalho nas fábricas da região do ABC Paulista.

1 Esta etapa da pesquisa está em desenvolvimento, portanto, os dados apresentados aqui referentes aos questionários ainda não representam a amostra completa da população do bairro, em um universo que compreende a população maior de 18 anos. A amostra foi sorteada a partir de um plano amostral por conglomerados em dois estágios. No primeiro estágio, sortearam-se setores censitários com probabilidade proporcional ao tamanho e, no segundo estágio, foram selecionados domicílios dentro de cada um dos setores censitários sorteados.

2468 De acordo com Sader (1988) entre os anos de 1960 e 1980, a população da Região Metropolitana de São Paulo mais do que triplicou, fenômeno impulsionado pela onda migratória, voltada principalmente para a busca de uma oportunidade de inserção no mercado de trabalho industrial.

Embora o contingente de imigrantes fosse grande, a preparação das cidades para recebê-los foi praticamente inexistente. Os novos moradores precisavam de um lugar para viver, mesmo que não fosse o ambiente ideal. Nesse contexto, as periferias das cidades cresceram, pois a necessidade de um lugar para morar, fugindo dos altos preços cobrados em alugueis acabou direcionando uma massa de trabalhadores para locais de moradia mais afastados e ou, menos equipados, como era o caso de Ferrazópolis, próximo ao centro, porém, sem nenhuma infraestrutura para receber moradias.

Essa característica do surgimento dos novos bairros impulsionados pela demanda por moradia fez parte da história desses migrantes, inclusive, no que diz respeito a sua atuação política, pois muitas das melhorias conseguidas em seus locais de moradia foram resultado de intensa luta dos moradores, aliados a lideranças políticas e religiosas que emergiam em meio à própria população do bairro (PEREIRA, 2012; IFFLY, 2010).

Desse modo, uma rede de solidariedade foi se formando ao longo dos anos no bairro Ferrazópolis, essa rede se forjou em torno de determinadas experiências partilhadas pelos moradores, como, por exemplo, a migração, a entrada no mercado de trabalho industrial e a vivência cotidiana no bairro e envolvia a vida privada e coletiva destas famílias. Temos os movimentos coletivos de bairro, que lutavam pela garantia de direitos e infraestrutura mínima para a comunidade local, o que expressou inclusive na fundação da primeira associação do bairro já em 1975. A partir de 1978, destacou-se também uma rede de comunicação entre as mulheres e os vizinhos, que promovia a informação e ajuda mútua entre os moradores, se constituindo em uma importante rede de apoio, atuando, por exemplo, na busca por emprego e no cuidado com os filhos.

Todas essas experiências vivenciadas pelos moradores do bairro nos auxiliam a pensar o conceito de gerações, fundamental ao nosso estudo. Baseados em Mannheim, entendemos que o fenômeno geracional extrapola a proximidade dos nascimentos e considera as experiências vivenciadas por um grupo geracional o que irá contribuir para constituí-lo como tal. Nesse sentido, os moradores da primeira geração analisada por nós são pertencentes ao grupo que se convencionou chamar de “os peões do ABC”: trabalhadores de origem rural,

2469 vitimados pelo trabalho infantil, migrantes, que enfrentaram péssimas condições de moradia, trabalho e salário quando da sua inserção no mercado de trabalho industrial. Além disso, essa geração também vivenciou um acontecimento histórico fundante: a onda grevista no ABC Paulista, deflagrada no final da década de 1970 (PEREIRA, 2012).

Da participação nesse acontecimento histórico, embora com diferentes níveis de engajamento e/ou proximidade com os eventos em questão, é possível dizer que essa geração adquiriu um modo de vida, o que inclui valores, práticas e determinados modos de perceber o mundo, que são próprios à condição operária no ABC Paulista, entre os anos 1970 e 1980 (TOMIZAKI, 2007 e 2010).

Constatamos a persistência de uma forte identificação dos antigos trabalhadores metalúrgicos com aspectos da tradição operária do ABC, tais como a valorização da defesa de direitos dos trabalhadores, a participação na organização sindical e partidária, até então, preferencialmente ligada ao PT (PEREIRA, 2012). Aspectos dessa tradição operária do ABC Paulista permaneceram mesmo após estes trabalhadores terem sido “expulsos” do setor metalúrgico, o que ocorreu, na maioria dos casos, pela elevação das exigências, neste setor em termos de escolaridade e qualificação técnica, sobretudo, durante os anos 19902. Entre os membros que compõe a segunda geração, observamos também alguns elementos dessa tradição, o que pode ser expresso pela preferência por um posto de trabalho em empresas com atuação sindical significativa, o que garantiria a preservação dos direitos dos trabalhadores.

A segunda geração, formada por jovens nascidos entre as décadas de 1980 e 1990, cresceu e se socializou na região do ABC, que neste período já estava consolidada como importante polo industrial e era símbolo do movimento operário brasileiro, foco do Novo Sindicalismo e ponto de partida para a formação do PT e da CUT. Além desses fatores, há que se considerar também que, a segunda geração passou pelo período de intensas transformações no mercado de trabalho industrial da região, o que, como já citamos, acabou por retirar muitos de seus pais do mercado de trabalho industrial e incidir dramaticamente sobre suas possibilidades de acesso aos postos de trabalho na indústria metalúrgica, sobretudo, os mais desejados postos, quais sejam: as montadoras de automóveis (PEREIRA, 2012).

Não seria exagero afirmar também que as tradições sociopolíticas da região do ABC Paulista sofreram, nos últimos anos, profundas modificações, um dos elementos a ser

2 Vale ressaltar, que muitos dos moradores da primeira geração foco de nossa análise estavam também envolvidos em lutas por moradia digna ou por melhorias nos bairros em que viviam por meio de associações de moradores ou junto às Igrejas Católicas da região (IFFLY, 2010).

2470 destacado novamente do conjunto dessas mudanças é o prolongamento do período de escolarização dos trabalhadores brasileiros, em especial dos trabalhadores do ABC Paulista (TOMIZAKI, 2007). Dado que a necessidade de possuir níveis de escolaridade cada vez mais altos é um ponto chave na definição das expectativas e destinos dos jovens do ABC, principalmente depois dos anos 1990, bem como na compreensão das contradições e conflitos vivenciados entre pais e filhos operários no mundo todo, neste estudo, tal questão aparece como elemento importante na definição dos dois grupos geracionais estudados (RAMALHO e RODRIGUES, 2007; BEAUD, 2003).

Dentro desse contexto, nossas pesquisa anterior evidenciou a intensidade da socialização para o trabalho em diferentes famílias moradoras do bairro, ficando a política, em segundo plano no que tange a socialização familiar, porém, a atuação política (mais intensa por parte dos pais do que das mães, na maioria dos casos, visto que a ampla maioria daqueles que trabalhavam em indústria metalúrgica no bairro eram os homens), influenciou de maneira significativa o modo como a segunda geração entende e se relaciona com a política, seja por meio de engajamento e participação ou total aversão, o que muitas vezes ocorreu em função da dedicação quase que exclusiva dos pais às atividades de militância, o afastando assim da família.

É importante ressaltar ainda que a família não é o ambiente exclusivo para a socialização, enfatizamos que esse processo não é linear e também, nunca totalmente finalizado e podemos citar como importantes instâncias socializadoras a escola, o grupo de pares, o lugar de moradia, o trabalho, as mídias, etc (LAHIRE, 1998; SETTON, 2005).

Isto posto, o foco principal de nossa análise, como já dito anteriormente, é a socialização política, portanto, partirmos do princípio de que todo e qualquer indivíduo é socializado politicamente. Destacamos três dimensões desse tipo de socialização, quais sejam: (i) a socialização política, processo que todo e qualquer indivíduo passa durante sua socialização, que assume os contornos do meio no qual ele nasceu, cresceu e viveu até determinado momento de sua vida; (ii) a socialização para a política, típica dos processos de socialização no interior de famílias que se dedicam à vida pública ou à militância política e que, sistematicamente, organizam experiências socializadoras que permitam aos seus filhos o acesso a determinados conteúdos e práticas considerados relevantes para o exercício da opção político-ideológico do grupo ao qual a família pertence e, finalmente, (iii) a socialização na política, processo que ocorre quando indivíduos jovens ou adultos se inserem em experiências políticas que reconfiguram seu quadro de valores, comportamentos e percepções do mundo.

2471 Desse modo, inferimos que a primeira geração passou por essa última dimensão (socialização na política) de maneira mais intensa, o que não exclui outras modalidades de socialização que não são nosso objetivo analisar neste momento. Já a segunda geração acabou por vivenciar, de maneira mais significativa, a primeira dimensão, a socialização política, que ocorreu de maneira mais genérica e ampla (PERCHERON, 1993; PEREIRA, 2012).

Essa segunda geração, de maneira geral, tem uma participação menos significativa em diferentes associações ou agremiações que lutam por alguma causa comum. O que não quer dizer que esta participação seja nula. Os dados recentes que vem sendo coletados3 no bairro mostram que 53% dos moradores entrevistados até o momento, parcela significativa da população participa ou já participou de alguma organização associativa, mas o tipo de engajamento se dá de maneira diferente. Ao questionarmos o tipo de associação, os sindicatos aparecem na frente, entre aqueles que participam ou já participaram de organizações desse tipo, o sindicato aparece em primeiro lugar, com 38,8% das respostas. Porém, esse dado precisa ser problematizado, como veremos a seguir.

Entre os entrevistados da primeira geração, a participação sindical, principalmente entre as décadas de 1970 e 1980 se dava de maneira mais intensa e efetiva, com atuação em comissões de fábrica, ocupação de cargos de delegados e diretores sindicais, participação em assembleias e demais atividades oferecidas pelas instituições, e, como já sabemos, a militância sindical se converteu em militância partidária para importante parcela dos entrevistados da primeira geração. Já aqueles pertencentes à segunda geração, a participação sindical não é vivida da mesma maneira (é claro que essa informação não limita todos os membros desse grupo geracional a não participação sindical, há casos em que isso ocorre, porém, entre os entrevistados até o momento, essa participação ativa não atinge relevância), muitos declaram estar associados ao sindicato apenas para ter preservados os seus direitos de trabalhador, encaram a instituição como um meio de ter garantias no emprego e, quando entram em uma empresa em que o sindicato é atuante, consideram que este é um bom local para trabalhar. Outros, declaram ter total aversão ao sindicato, e entre estes, alguns são filhos de militantes sindicais, e que enxergam a instituição, nos moldes atuais, em que se privilegia a negociação, como algo muito diferente daquilo pelo qual seus pais lutaram (PEREIRA, 2012).

3 Enfatizamos mais uma vez que estes dados fazem parte de uma parcela da amostra que vem sendo coleta no bairro por meio da aplicação de questionários domiciliares com os moradores, tratam-se de dados bastante preliminares, pois a coleta ainda não foi finalizada, portanto, não possuímos toda a amostra necessária e estão sendo citados neste artigo apenas a título de ilustração, pois estamos conscientes do fato de que sem a amostra finalizadas, ainda não podemos estabelecer conclusões mais definitivas sobre essas informações.

2472 No que tange a participação em outros tipos de associação4, 15,8% dos entrevistados já atuaram em pastorais da Igreja Católica, número este que já conta com um pouco mais de membros da segunda geração. Ainda não temos resposta definitiva para explicar este fato, mas nossa hipótese é a de que a Igreja teve papel importante durante o processo de socialização das duas gerações, a maioria dos moradores do bairro entrevistados até o momento se declara católica, (61% dos entrevistados até o momento) e, por conta disso, além da socialização na própria igreja, muitos tenham chegado a participar de pastorais. Além do que, há lideranças religiosas na região, oriundas do período de importante atuação da Igreja Católica da região ao Movimento Operário nas décadas de 1970 e 1980.

No que tange ao momento da escolha do voto5, acreditamos que este seja influenciado também pelo processo de socialização, seja no interior da família ou em outras instâncias. Embora as manifestações de apoio aos partidos e candidatos ocorram em níveis diferentes entre as gerações, eram recorrentes entre os entrevistados, respostas como “voto no PT por influência familiar” ou, “voto no PT, porque é muito forte aqui no bairro”6. De acordo com Bourdieu (2005), o voto é expresso e produzido a partir das condições sociais em que se encontra o eleitor, o autor cita Durkheim (1990) para destacar que o voto não pode ser visto apenas sob seu caráter individual, pois, “cada opinião individual, por formar-se no seio de uma coletividade, tem algo de coletivo” (DURKHEIM, 1990: 138). Tanto para os membros da primeira geração que foram socializados na política, quanto para os membros da segunda geração que foram socializados politicamente de maneira mais ampla, as lutas coletivas de associações de bairro, a tradição operária e político sindical presentes no bairro desde sua formação exerceram e ainda exercem papel importante nas formações das opiniões e decisão do voto entre os sujeitos foco de nossa análise.

Observamos a dinâmica do bairro durante dois períodos de campanha eleitoral para presidente (2010 e 2014), embora as duas eleições tenham se dado em conjunturas diferentes,

4 O restante das respostas positivas no que tange à participação em outros tipos de organizações associativas corresponde a organizações sem denominação, organizações não governamentais e partidos políticos. 5 Estamos conscientes da vasta bibliografia da área das ciências políticas sobre as diferentes variáveis consideradas pelos eleitores no processo de escolha e decisão do voto, porém, entre estes estudos a variável socialização aparece de maneia tímida, sendo considerada dento de um processo mais amplo que considera os sentimentos (de maneira geral) dos eleitores na decisão do voto. Nossa pesquisa pretende verificar qual o tipo e a importância da influência do processo de socialização para a escolha do voto, no contexto do bairro Ferrazópolis (CARREIRÃO e BARBETTA, 2002; SINGER, 1994 e 2012; GRILL, 2012; FIGUEIREDO, 1991 E QUADROS, 2003).

6 Respostas associadas à melhoria de vida para os pobres, trabalhadores e nordestinos também apareceram em grande número, na verdade, representam parcela muito significativa entre os dados obtidos até o momento, porém, essa discussão será trabalhada de maneira profunda em outro momento, considerando o conceito cunhado por André Singer conhecido como “lulismo” (SINGER, 2012).

2473 no que tange às expectativas da população enquanto ao governo do PT, a credibilidade do partido, a situação econômica no Brasil e no mundo, destacamos o fato da persistência da tradição petista no bairro Ferrazópolis, tradição esta que é herdeira do passado operário e da importante atuação do partido na formação política do bairro, inclusive com a existência de um núcleo que fora fundado no ano de 19827. O PT é o partido mais apoioado entre os eleitores que vivem no bairro, as manifestações públicas de apoio aos candidatos à presidência que não fossem do Partido dos Trabalhadores, eram incipientes, mesmo nas eleições de 2014, entre os entrevistados até o momento, 76% declararam votar no PT.

Isto posto, notamos que dentro de um contexto de diferentes condições de vida e socialização, a segunda geração guarda alguns elementos da primeira, no que tange à maneira de se relacionar com a política, o que se deve em grande parte à entrada dos pais no mercado de trabalho industrial, o tipo e a intensidade da socialização na política que muitos deles vivenciaram, assim como, as transformações em escala macro que ocorreram na sociedade e no mercado de trabalho, a superação em níveis de escolaridade, por parte da segunda geração, foram, na maioria dos casos, insuficientes para alcançar mobilidade social significativa em relação à primeira geração. As rupturas da segunda geração são aparentes, não há forte engajamento político, a identificação partidária não é tão intensa como foi por parte da primeira geração e, é muito frágil.

Entre continuidades e rupturas entre as gerações, este estudo está sendo levado à frente, buscando entender a dinâmica sociopolítica do bairro Ferrazópolis, os modos de vida e as maneiras como se dão os processos de socialização política entre os moradores, por meio do entendimento da transmissão intergeracional de elementos relacionados à política.

Referências

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7 Informação de pesquisa de campo, 2014.

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2476 O TERRITÓRIO DA TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA E SUAS

MULTITERRITORIALIDADES

Francisleila Melo Santos Mestranda em Gestão Integrada do Território - UNIVALE Marina Braga da Silva Graduada em Direito. Mestranda em Gestão Integrada do Território - UNIVALE

Resumo: O instituto da terceirização consiste na transferência de serviços relacionados à atividade meio da empresa tomadora à empresa prestadora, responsável pela contratação dos empregados que serão os prestadores de serviço. Para ser considerada lícita a aplicação da terceirização deve ocorrer de acordo com a Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho, nos serviços de conservação e