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5. UM OLHAR SOBRE A ESCOLA ESTADUAL PAULISTA NA ERA DA INFORMAÇÃO

5.2 Um Retrato da Escola Pública Estadual de São Paulo

– Ai, a escola estadual. A escola estadual está passando por um momento difícil, Eu acredito, assim... Tem que surgir algo, em breve (Profa. Andréa Ferreira – E.E. Prof. José Felício Miziara).

– A escola estadual atualmente? Precisa mudar, agora só não me pergunte como, porque eu também não tenho a fórmula mágica, eu faço a minha parte. Agora se todo mundo não tiver o objetivo comum de querer mudar, de experimentar coisas novas, de trilhar caminhos novos... (...) Eu acho que a escola precisa melhorar (Profa. Gisleidy Violin – E.E. Prof. João Portugal).

Para fazer um retrato da escola estadual de São Paulo126, foram abordados alguns

pontos principais levantados pelos professores sobre a situação desta instituição pública escolar: a superlotação em sala de aula, os baixos salários e as políticas implementadas pelo Governo Estadual de São Paulo de bonificação dos professores por pontuação e a progressão continuada dos alunos; além de expectativas em relação ao ensino público. Para este retrato, foram utilizadas as entrevistas realizadas com professores, alunos, coordenação e direção das escolas E.E. Prof. José Felício Miziara e E.E. Prof. João Portugal, além da entrevista com Silvia Galletta127, do Departamento de Informática Pedagógica da Secretaria Estadual de Educação.

A rede estadual de educação de São Paulo é a maior da América Latina: são 5.500 escolas, com 5,4 milhões de alunos e 85.477 docentes efetivos e 119.211 docentes não efetivos128, sendo que o salário de professor em início de carreira varia de R$ 1.144,39 (1ª.

a 4ª. série) a R$ 1.295,76 (5ª. a 8ª.) por 30 horas semanais129, resultando em R$ 9,5 e R$ 10,80 por aula e em pouco mais de três salários mínimos por mês; a lotação das salas de aula segue resolução do Governo do Estado de São Paulo de 1998: 1ª. a 4ª. série com 30 alunos, 5ª. a 8ª. com 40, sendo que no ensino médio as salas chegam a 45 alunos130.

As salas de aula do ensino fundamental e médio da rede estadual de educação possuem uma média de 40 alunos por turma. Esta realidade vem acarretando reclamações de professores, os quais consideram desgastante e anti-pedagógico um número tão alto de alunos por sala.

126 São Paulo é uma megacidade: com mais de 10 milhões de habitantes, é o centro da produção

tecnológica do país, carro-chefe da economia nacional, centro de formação de profissionais qualificados e onde estão os principais veículos de comunicação que transmitem informações à população brasileira. No entanto, nesta mesma megacidade que as desigualdades sociais e a concentração de renda são uma das maiores do mundo, onde a mis éria contrasta com a pobreza a cada instante. As megacidades são os nós da rede global de informação, por onde transitam os maiores fluxos financeiros do mundo e onde os poderes se encontram concentrados. É nesta nova forma espacial que se desenvolve, em vários contextos geográficos e sociais, a nova economia global e a sociedade informacional. As megacidades, compostas de “aglomerações enormes de seres humanos - mais de 10 milhões de pessoas, são os nós da economia global e concentram: funções superiores direcionais, produtivas e administrativas de todo o planeta; o controle da mídia; a verdadeira política do poder; e a capacidade simbólica de criar e difundir mensagens (CASTELLS, 2000, p. 428).

127 Na época da implementação do TôLigado e durante o funcionamento do projeto, Silvia Galletta era

Gerente da Gerência de Informática Pedagógica (GIP), órgão responsável pela política de tecnologia educacional nas escolas estaduais de São Paulo.

128 De acordo com o cadastro funcional de junho de 2003, ainda cabe ressaltar o número de docentes

removidos, um total de 30.738; e o total de docentes aposentados: 3.380 (PASSARELLI, 2007, p. 122).

129 Segundo o site da APEOESP, “um professor de nível médio da rede estadual de ensino paulista recebe

um salário base de R$ 668,09 e um salário final de R$ 915,51, para uma jornada de 24 horas semanais. Já um professor com curso superior tem salário base de R$ 904,41 e remuneração final de R$ 1.036,62” Fonte: http://www.apeoesp.org.br/especiais/professores_piso.html. Acessado 18 de novembro de 2007.

– Têm pontos críticos que eu acho que tem que mexer urgentemente: a questão da superlotação das salas de aula. Muito aluno. Não tem como você ter um amb iente saudável e produtivo enfiando gente para sair pela janela praticamente. Ainda mais esses adolescentes que hoje são enormes, eles não cabem, não tem espaço para eles. Porque a escola tem uma estrutura de 50 anos atrás. Uma estrutura feita para uma quantidade de alunos que hoje nós temos o dobro. Então, é calor, é lotação, é barulho (Profa. Andréa Ferreira, E.E. Prof. José Felício Miziara).

– O que é que dificulta? Dificulta o número de alunos em sala de aula. As salas são grandes, a escola é grande, nós temos uma rede com uma demanda muito pesada de alunos. E isso é um problema. Eu considero isso um dificultador, mas não um impedimento (Silvia Galleta, então Gerente da GIP/FDE da Secretaria Estadual de Educação).

No ano de 2007, ocorreram diversas paralisações e greves de professores, que tinham como principais reivindicações o aumento salarial - reivindicação de que o reajuste salarial tenha como base o piso do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)131; a diminuição do número de alunos por sala de aula para no máximo 35 alunos - há a recomendação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de que as aulas tenham no máximo 30 alunos por sala-; a incorporação de gratificações com extensão aos aposentados, as quais são reduzidas em até 60% na aposentadoria; garantia de estabilidade; e plano de carreira132.

– Se você comparar, vou falar assim, eu me efetivei em 99, eu já trabalhava desde 86, mas efetivei em 99. Se você pegar o salário mínimo, quando eu me efetivei, eu ganhava dez salários mínimos quando eu me efetivei, hoje eu ganho quatro, porque nós não temos aumento e o salário mínimo aumentou, então não acompanhou. Mas o que eu produzia com o poder aquisitivo que eu tinha de produzir xerox, de produzir material, de fazer, de acontecer, eu não tenho mais condições (Gisleidy Violin – E.E. Prof. João Portugal).

– É lógico que a gente queria que o nosso professor fosse melhor remunerado, eu quero que todo mundo seja muito bem remunerado, só que a gente tem que ver as condições gerais. E aí como tudo se pauta pela democratização, então a coisa complica, né, tudo que é um R$1,00 na rede multiplica por milhares de professores. É um grande problema que a gente tem. Tem as outras áreas que são essenciais também: tem educação, tem saúde, tem segurança, tem outras áreas essenciais, transporte, que é um problema, e tem uma série de áreas que não dá para abandonar (...) Salário não é um impedimento para você trabalhar: ou você é profissional ou você não é profissional (Silvia Galleta, então Gerente da GIP/FDE da Secretaria Estadual de Educação).

– Então, o professor aposentado, o salário dele está caindo. Tanto é que o professor está chegando a hora de aposentar e não pode aposentar, porque ele aposenta e ele perde aquele monte de gratificações que o salário tem, não recebe mais bônus e o salário cai lá embaixo. É um salário que não dá para sobreviver.

131 Em junho de 2007, o piso do DIEESE era de R$ 1.628,96. Fonte:

http://www.apeoesp.org.br/especiais/greve_24.html. Acessado em 21 de novembro de 2007.

Então, ele fica agüentando doente e dando aula (Maria de Lourdes Bosehilia– E.E. Prof. José Felício Miziara).

Em 2003, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) realizou pesquisa com 1.626 delegados de ensino sobre as condições de trabalho e de saúde dos educadores da rede. Detectou-se, nesta pesquisa, que 24,4% dos professores da rede sofrem de depressão, sendo a sexta doença mais comum diagnosticada no magistério. O estresse é o problema de saúde que mais atinge os educadores, totalizando 46,2% de professores. De acordo com este estudo, as principais causas dos problemas de saúde são salas superlotadas, falta de material didático, jornada dupla para complementar a renda familiar e violência na escola. Estas acarretam desde distúrbios mentais e de comportamento (depressão, nervosismo, ansiedade, estresse), problemas osteo-musculares (dores lombares, bursite, tendinite, varizes) e doenças do aparelho respiratório (alergias, gripe, rinite e problemas de voz)133.

Em outra pesquisa também realizada pela Apeoesp, feita com 684 professores no final de 2006, constatou-se que 87% dos professores conhecem algum caso de violência dentro de unidades escolares, sendo que os tipos mais comuns de violência relatados são: agressão verbal (96%), atos de vandalismo (88,5%), agressão física (82%) e furto (76,4%) e as principais causas apontadas: conflito entre alunos (76%), drogas e álcool (63%), falta de funcionários (60%) e pobreza generalizada (45,6%). Dos professores entrevistados, 38,8% dos professores acreditam que houve queda de casos de violência em relação a 2005, enquanto 31,5% acham que eles aumentaram e para 11,5%, continua tudo igual.

– Eu não sei o que vai acontecer daqui para frente, eu não sei, eu tenho muito medo, a violência está entrando, ainda bem que a nossa escola não tem grade, a diretora é totalmente contra, não tem nas janelas grade nenhuma, mas a gente está vendo aí as escolas se armando, pondo grade em tudo e virando verdadeiras prisões. E a gente vê. Onde nós vamos parar? Escola não é prisão, não é pra pôr grade, eu não concordo com isso. E o que tem que ser feito? Eu também não sei, porque eu tô num mundinho pequeno, onde não acontece tudo isso. Mas, tem professor hoje que já tá morrendo por agressão, alunos morrendo dentro de escola. Eu não sei o que está acontecendo (Profa. Gisleidy Violin – E.E. Prof. João Portugal).

Além destes fatos, dois pontos foram abordados com freqüência nas entrevistas com os professores: o regime de Progressão Continuada, implementado pelo Governo do Estado em 1998, que é um modelo de retenção do aluno por nota em apenas dois ciclos

133 Fonte: Diário de São Paulo - 21/04/2007 - “Trabalho Difícil: 25% dos professores da rede estadual

sofrem de depressão”. : http://www.apeoesp.org.br/especiais/trabalho_dificil.html. Acesso em: 18 de novembro de 2007.

escolares: de 1ª. a 4ª. série e de 5ª. a 8ª. série134, na qual ele só é reprovado na quarta ou na

oitava série, com exceção para os alunos que excederem o número de faltas ou abandonarem a escola. As justificativas para a implantação deste modelo foram os altos índices de repetência e evasão escolar. No entanto, segundo a pesquisadora Lygia de Sousa Viégas, na dissertação de mestrado Progressão continuada e suas repercussões na escola

pública paulista: concepções de educadores, este modelo diminuiu os índices de evasão

escolar, mas não melhorou a qualidade de ensino.

Tentar acabar a “cultura da repetência” sem enfrentar os fatores que de fato participam da produção da má qualidade do ensino faz apenas com que os alunos passem pela escola, mas sem aprender, formando-se precariamente. Assim, torna-se inevitável afirmar que, no contexto atual da escola paulista, muitos alunos de fato deixaram de ser reprovados, mas passaram a ser aprovados por decreto, ou seja, a Progressão Continuada tem sido, sim, sinônimo de Promoção Automática (VIÉGAS, 2002: 167).

De acordo com os professores entrevistados, um dos resultados desta lei é a crescente desvalorização da escola pública pelo aluno, que acaba vendo a instituição como um lugar que vai propiciar basicamente a obtenção de um diploma. Como declara a aluna do terceiro ano do ensino médio da E.E. Prof. José Felício Miziara:

– A gente finge que aprende, finge que faz alguma coisa, finge que estuda e finge que passa de ano também, porque passar de ano em escola estadual é a coisa mais fácil do mundo. Tô aqui desde a primeira série, eu sempre passei direto, nunca fiquei de recuperação nada, mas nota vermelha já tive, quem nunca teve? Suspensão na escola já tive também, quem nunca teve? Mas, você vai passando e ninguém tá nem aí para nada. Tem professor na escola que está aqui há mais tempo, 20, 30 anos, chega na sala, que é professor antigo, tem moral, tem conhecimento, a gente respeita como pessoa, agora como professor, se você for ver o método de ensino dele e você perguntar o que eu aprendi naquele ano com aquele professor, eu vou te falar que eu não aprendi nada (aluna Taís Fernanda, 3° ano do ensino médio, E.E. Prof. José Felício Miziara).

No entanto, este mesmo aluno que teve aprovação contínua no ensino fundamental chega ao ensino médio muitas ve zes sem condições de elaborar questões de interpretação textual e acaba se enquadrando entre os 32 milhões de brasileiros considerados analfabetos funcionais.135 Um destes exemplos é o aluno que estava sendo discutido em reunião de

134 Após dez anos do regime de Progressão Continuada, no dia 11 de maio de 2007, o Governo aprova uma

resolução de alteração no sistema de progressão continuada, em que o aluno passa a ser avaliado em quatro ciclos, não mais dois. A partir desta nova medida, os alunos poderão ser reprovados na 2ª, 4ª, 6ª e 8ª séries. Além desta decisão, mudou-se o sistema de avaliação, que passou a ser padronizado, com notas bimestrais de 0 a 10, em números inteiros, o que permite o arrendamento para cima: 4,1 vira nota 5, permitindo a aprovação do aluno.

135 Segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), “analfabeto funcional é a

pessoa que possui menos de quatro anos de estudos completos. Na América Latina, a UNESCO ressalta que o processo de alfabetização só se consolida de fato para as pessoas que completaram a 4ª série. Entre aquelas que não concluíram esse ciclo de ensino, se tem verificado elevadas taxas de volta ao

HTPC136 na E.E. Prof. José Felício Miziara: estava cursando o primeiro ano do ensino

médio e mal sabia ler e escrever.

– Eu não sou a favor de retenção de aluno por qualquer coisa, porque um ano é um prejuízo imenso na vida de um aluno, mas se você quer promovê-los, se a intenção da progressão continuada é promover o aluno, ele tem que ser promovido com responsabilidade, não é a qualquer preço, a qualquer custo, só para zerar estes índices, para ficar bem com o Banco Mundial. Então, eu acredito que uma das questões da escola pública hoje, essa crise seja política (Profa. Andréa Ferreira, E.E. Prof. José Felício Miziara).

Outra política citada pelos professores entrevistados, a bonificação por meio de pontuação alcançada pelos professores, implementada nas escolas estaduais de São Paulo a partir de fevereiro de 2006 como uma política de complemento salarial dos professores. A Lei foi aprovada pela Assembléia Legislativa, em 2005 e estabelece valores que vão de R$1.200,00 a R$9.800,00 por ano para os professores que cumprem jornada de 40 horas semanais. Como critérios de recebimento destes bônus, foram levantados assiduidade e avaliação da escola, o que não inclui todos os professores. Esta política foi criticada pelos professores entrevistados em ambas as escolas, como responsável pelo aumento de professores doentes em sala de aula e pela falta de uma política efetiva de aumento salarial.

– O bônus realmente serviu para muita coisa, para muita gente fazer projeto, colocar no site um monte de coisa, mas serviu principalmente para fazer professor vir dar aula doente, não dar nem a abonada que ele tem direito por lei, que é um mínimo de faltas por ano, teve gente que não dava nem uma, por causa do bônus. Isso é desumano, porque a cada falta que você tem, você vai perdendo bônus, você tem uma tabela. De repente, pessoas necessitadas do dinheiro... Porque a gente, com o nosso salário, faz muita diferença. Então, muita gente vem trabalhar doente. Eu acho que precisaríamos ter alternativas. Ou você trabalha doente, exaurida, entristecida, porque você não vê saída, isso é muito triste (Profa. Iolanda Rebelato, E.E. Prof. José Felício Miziara).

– O bônus foi a pior coisa que aconteceu na Educação, porque o professor vem para a escola doente, eu conheço professor que vem para a escola até com licença, não goza a licença por conta do bônus. Então, o bônus é uma forma de fazer com que o professor fique assíduo, quando na realidade o professor não está agüentando mais. Então, eu acho que o bônus deveria ser convertido sim em salário e não só para o professor da ativa, professor que está inativo, aposentado (Profa. Maria de Lourdes Bosehilia, E.E. Prof. José Felício Miziara).

Sobre as condições de infra-estrutura das escolas, vale a pena ressaltar que apenas 15% das escolas possuem bibliotecas e cerca de 73% das escolas dispõem de salas de leitura que não ficam abertas em todos os períodos pela inexistência de funcionários para

analfabetismo (Boletim: Projecto Principal de Educação en America Latina e el Caribe, 1993). De acordo com essa definição, em 2002 o Brasil apresentava um total de 32,1 milhões de analfabetos funcionais, o que representava 26% da população de 15 anos ou mais de idade”. Fonte: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/pesquisas/educacao.html. Acessado em 24 de novembro de 2007.

cuidar do espaço137. Em relação à informatização das escolas, são 5.300 escolas que

possuem computador, totalizando 96% das escolas, e 3.000 com Sala Ambiente de Informática (SAI), totalizando 54% das escolas, segundo informações da Secretaria Estadual de Educação.

– Eu acho que ainda falta muito apoio principalmente do Governo. Ele investe muito de um lado e esquece de outro. Hoje mesmo eu tava pensando: como o Governo cobra-se tanto, cobra-se ter informática, se nós temos apenas dois ventiladores, daquela época de dez anos atrás que não fazia o calor que faz hoje. Então, na verdade, a prática, ninguém vem aqui para saber como ela é. E o calor, quem sofre as conseqüências somos nós alunos e professores. Porque com o calor de hoje, dois ventiladores que foram doados há vinte anos atrás, é impossível suportar. É uma das coisas que eu sinto aqui hoje. Porque o resto eu até consigo dar um jeito, dar uma driblada para cá e para lá e sobressair. Porque mesmo na sala de aula eles ficam: - ai que calor! E isso desperta a aula. Então, eu acho que falta muito investir dentro da própria escola. Fala-se tanto em verba para a educação e eu não sei o que acontece que não chega para nós (Profa. Suely, E.E. Prof. João Portugal).

O retrato até aqui trabalhado transmite um sentimento de grande desânimo em relação ao ensino público. Ao mesmo tempo, percebe-se que apesar de todas as dificuldades, são muitos os professores que acreditam numa escola pública de qualidade, um potencial espaço de transformação.

– Mas eu gosto de dar aula, eu ainda acredito que a educação seja um meio transformador, talvez um dos importantes para se melhorar a sociedade. (...) Então, a educação para mim ainda é. Eu ainda estou buscando, não sei até quando eu vou resistir (Andrea, E.E. Prof. José Felício Miziara).

ENTREVISTADO: entrevista- educação138 DATA: 2002-12-16

ESCOLA: AMELIA LOPES ANDERS PROFA Autor: Paulo e Lúciaen

Atuação: professor

Entrevista: Paulo - Há quanto tempo você está na rede? Lúcia - Eu estou na rede desde 1986.

Paulo - Você é feliz como educadora?

Lúcia - Sim, apesar de tudo, acredito no que faço e tenho esperança de mudanças do sistema educacional, para a melhoria do ensino.

Paulo - E o futuro, o que você espera dele ?

Lúcia - Complementando a resposta acima, espero que ocorra as mudanças que venha modificar, principalmente a minha área (Humanas), que está tão menosprezada pelo sistema educacional.

Legenda: Paulo Cezar e Lucia Helena

137 Levantamento realizado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo

(Apeoesp), junto com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Fonte: Jornal da Tarde, 03 de outubro de 2007, “75% das escolas sem bibliotecas”. Disponível em http://www.apeoesp.org.br/especiais/75_sem_biblioteca.html. Acesso em: 24 de novembro de 2007.

Figura 46 - Professores que publicaram