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"Portanto, acredito muito mais na formação que tem em conta esse aspecto relacional. E volto a dizer, mesmo nos computadores."

C.4. Factores da aprendizagem no quadro do programa (dificultadores/ facilitadores).

Ideias-chave:

- cariz prático do curso: "Mas penso que uns dos elementos facilitadores, também, foi este

cariz prático e de abe que nós imprimimos ao curso."

- promoção da auto-confiança nos formandos: "Eu estou convencido que o que mais facilitou foi o ganharmos para a causa. Quer dizer, eu acredito muito no poder do cognitivo do individuo. Só que acho que o móbil, a base, enfim, o forte da aprendizagem é caçar a pessoa. Portanto, é apanhar o efectivo, é interessá-la por isso, porque depois, o resto, é a questão de repetir mais vezes ou menos vezes. De dar a oportunidade de mais um mês e ir continuando: "você é capaz! Também não se admire, se estivesse aí a primeira vez... concerteza, se fosse eu a fazê-lo..."

- O programa ter estágio: " A preocupação neste processo era que as pessoas depois naquelas fases de estágio executassem mesmo. Estivessem apoiadas e, sobretudo, estivessem

o estudo de caso

pessoa... a nossa preocupação fundamental e recomendações era que não se deixasse, no limite, cometer erros. Fazer o que quisesse com tempo e horas e sempre direito"

- a informação aos formandos: "Os aspectos que facilitaram foram, sobretudo, os relacionados com a informação atempada que foi possível dar - quando, de facto, foi possível dar essa informação. Sobre o que é que vai acontecer, porque é que isto vai acontecer. Dar, também, ideia às pessoas de que não havia outra alternativa."

- o uso de métodos activos:

- idade e experiência anterior: "É evidente que nalguns casos foi factor desfavorável,

dificultador da aprendizagem, as rotinas em que as pessoas já estavam colocadas e a idade que as pessoas já tinham e uma certa proximidade da expectativa da reforma que havia."

D.1. Características dos formandos Ideias-chave:

- acomodadas e com pouca ambição: "Simplesmente estavam acomodadas, algumas refugiando-se nessa posição. Era-lhes exigido muito pouco, para além de cumprir um horário normal de trabalho, e de ter atempadamente as tarefas prontas. Não tinham mais que isso."

- idosas e com muita antiguidade: "Estas pessoas, umas com mais idade, outras com menos idade, estavam quietas, estavam paradas, digamos assim, em termos de ambição. Não se pode dizer que eram pessoas, enfim, a dispensar, imediatamente. Algumas poderiam estar na fase de pré-reforma e depois acabou por acontecer que algumas acabaram por ser reformadas."

- na Direcção de Processamento era um grupo problemático: "E alguns... a maioria deles com processos pessoais complicados. Desde traumas do Ultramar, traumas familiares e comportamentos sociais assim muito pouco... ortodoxos. O que complicava o sistema em termos formativos."

- com receio de ir para O atendimento: "Os formandos também tinham, naturalmente, bastantes receios. Eles nunca tinham estado num balcão. Por um lado, viam isso como uma possibilidade de mudança, mas por outro lado, também tinham fortes receios e grande insegurança relativamente a isso. Especialmente em alguns casos, havia mesmo questões de pouca confiança em si próprios."

o estudo de caso

D.2. Valoração da experiência dos formandos (positiva/ negativa) Ideias-chave:

- pessoas rotinadas em conteúdos funcionais pobres: "Porque eram pessoas

cheias de tarefas repetitivas, repetitivas, repetitivas e a maior parte dessas tarefas sem estímulo, sem incentivo,... mas vendo isto como doença, se eram tão doentes, já de determinado nível, não se pode fazer cessar o acompanhamento logo ali, não é? Penso que esse terá sido um dos lados menos positivos deste processo. Quer dizer, se fosse voltar a trás e a poder inflectir, esse era um dado que, naturalmente, conviria inflectir."

- desvalorização das funções de back-Office: "Olhe, aqui o primeiro esforço que nós tivemos que fazer foi partir desde logo desta ideia de que quem está num banco só sabe o que é realmente banco, na verdadeira acepção da palavra, junto do cliente. Portanto, eu diria que aí é que há contacto, há vida, há banco. Quem está longe de um balcão, naturalmente tem uma ideia muito ténue desta realidade, só apanha um ou outro elemento. E, portanto, quando se coloca a questão de ter que saltar de repente para uma realidade que é diferente, é muito mais complexo para quem tem que fazer esta mudança, pelo menos no sector bancário."

E Contextualização da formação na articulação com as competências e actividades dos formandos.

Ideias-chave:

- o facto de o programa se ter dirigido a pessoas com actividade de origem e de destino diferentes visto como uma debilidade do programa: "A meu ver era

necessário acções específicas para esta gente, ou talvez até estágios específicos. Porque algumas destas pessoas que eram chefias e foram colocadas em balcões , defrontaram-se com problemas complicados: não sabiam o trabalho que se fazia e a situação de um individuo de níveis muito mais abaixo mandar piadas, etc." / "Portanto, havia que estudar muito bem o universo, a meu ver, fazer acções muito específicas para os diversos universos."

- utilização em sala da partilha de experiências: " ...algumas das pessoas que tinham estado em determinadas áreas dos serviços centrais, que seria importante conhecer a experiência delas e tornar essa experiência comum nos grupos de formação, de requalificação

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e reconversão de trabalhadores, nós utilizamos essa experiência e pusemos essas pessoas a falar em sala contando essa experiência e pondo essa experiência ao dispor do grupo."

- por vezes a formação é determinada por modas: "Muitas vezes a inoperância da formação é que não há esse cuidado de ver que formação, para quem, para quê? E as próprias organizações, às vezes, padecem dessas anomalias, têm uma formação que, se o gestor da formação não for uma pessoa sagaz, que ande a ver quais são as reais necessidades, há quem se dê a fazer menus: "agora está na moda a Análise Transaccional, portanto, vamos dar Análise Transaccional. Agora está na moda a Empowerment, a Auto-gestão..." Se não for ninguém ver o que é que, neste departamento, naquela coisa, enfim, que problemas há que podem ser resolvidos através desse modelo, a formação corre o risco de cair no teórico, no abstracto."

- formação orientada para O futuro: "Na medida em que as organizações estão viradas para o futuro, as organizações precisam de pessoas e, as próprias pessoas, precisam de ver mais adiante e precisam de estar preparadas para o que há-de vir. Portanto, nesse sentido nós, às vezes, com alguma dificuldade, temos vindo a investir em formação diversa que podendo não ser tão imediatamente aplicável, tem em vista uma previsível aplicação a médio prazo."

- ideia da importância da articulação, mas em sala.

F. Consequências do processo de envelhecimento humano na concepção e implantação de programas de formação.

Ideias-chave:

- dificuldade em adquirir novas aprendizagens: "Não estavam habituadas a determinado tipo de coisas, já estavam nomeadamente numa idade em que isso seria impossível."

- implica menor capacidade: "Sobretudo na fase em que estamos de concorrência competitividade, as empresas começam a sentir que as pessoas, de uma forma geral, quando chegam aos cinquenta anos estão numa fase - e é verdade - de menor produtividade, de menor capacidade de resposta."

- progressão da formação mais lenta: "São capazes de voltar a receber ensinamentos, a conhecer coisas, das quais provavelmente nunca ouviram falar e que têm que ser ajudadas a saber fazer, talvez de uma forma mais adequada e com uma progressão mais lenta. Por um lado conhecer e por outro preparadas para saber fazer e poderem ser integradas."

o estudo de caso