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DESCRIÇÃO DA EPIDEMIA DE SARS-COV 2 NO BRASIL

No documento Layout Livro Covid (páginas 107-112)

EPIDEMIA DA COVID-19 E A INSERÇÃO DA SAÚDE ÚNICA NO BRASIL

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.4 DESCRIÇÃO DA EPIDEMIA DE SARS-COV 2 NO BRASIL

da One Health no contexto pandêmico, onde o Brasil vivencia a COVID-19, sendo observado que a saúde humana, animal, e a sustentabilidade ambiental é indissociável.

Gripal (SG), considerando as atualizações divulgadas pela OMS sobre a COVID-19 (BRASIL, 2020c).

A vigilância dos vírus respiratórios de importância em saúde pública, no Brasil, é desenvolvida por meio de uma Rede de Vigilância Sentinela de Síndrome Gripal (SG) e de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), em conjunto com Laboratórios de Saúde Pública (TEIXEIRA et al., 2020).

O serviço sentinela tem como objetivo a detecção de casos de (SG) e (SRAG) hospitalizados e/ou óbitos por (SRAG). Os resultados deste serviço podem fornecer perfis epidemiológicos dos casos e o conhecimento dos vírus circulantes, tais condições contribuem nas medidas de prevenção e controle dessas doenças (BRASIL, 2020c). O monitoramento (perfil epidemiológico e laboratorial) dos casos de (SG) das unidades sentinelas e dos casos de (SRAG) hospitalizados e/ou óbitos por (SRAG) são feitos através de coleta e envio de amostras clínicas aos laboratórios de referência para pesquisa dos vírus respiratórios e da notificação/registro desses casos no sistema de informação SIVEP-Gripe (BRASIL, 2020c):

2.4.2 Definição de Caso Suspeito

● Síndrome gripal: Indivíduo com quadro respiratório agudo, caracterizado por pelo menos dois (2) dos seguintes sinais e sintomas: febre (mesmo que referida), calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, distúrbios olfativos ou distúrbios gustativos.

● Síndrome respiratória aguda grave: Indivíduo com síndrome gripal que apresente:

dispneia/desconforto respiratório ou pressão ou dor persistente no tórax ou saturação de O2 menor que 95% em ar ambiente ou cianose dos lábios ou rosto.

2.4.3 Definição de Caso Confirmado de Covid-19

● Critério clínico: caso de SG ou SRAG associado a disfunção olfativa ou disfunção gustatória aguda sem outra causa pregressa.

● Critério clínico epidemiológico: Caso de SG ou SRAG com histórico de contato próximo ou domiciliar, nos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais e sintomas com caso confirmado para COVID-19.

● Critério laboratorial: caso de SG ou SARG com teste de biologia molecular detectável para SARS-COV-2, ou teste imunológico com resultado reagente.

● Paciente assintomático com exames laboratoriais (biologia molecular ou teste imunológico) com resultado positivo.

2.4.4 Notificações

● Casos de SG e SRAG hospitalizado e óbito por SRAG, independente da hospitalização, que atendam à definição de caso.

● Indivíduos assintomáticos com confirmação laboratorial por biologia molecular ou imunológico de infecção recente por COVID-19.

● Os casos devem ser notificados dentro do prazo de 24 horas a partir da suspeita inicial do caso ou óbito.

2.4.5 Rastrear e Monitorar Contatos de Casos de Covid-19

O rastreamento de contatos é uma medida de saúde pública que visa diminuir a propagação de doenças infectocontagiosas a partir da identificação de novas infecções resultantes da exposição a um caso conhecido. Dessa forma, é possível isolar casos novos e prevenir novas infecções a partir de um caso índice (BRASIL, 2020).

Em 30 de janeiro a OMS declara Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional com 7,7 mil casos somente na china 170 óbitos por COVID e 18 países afetados, nesse momento o Brasil investigava 9 casos suspeitos (BRASIL, 2020a). O Ministério da saúde estabelece no dia 3 de fevereiro através da portaria número 188 o Centro de Operações de Emergência (COE-nCov). A Secretaria de Vigilância em Saúde conduziu os trabalhos deste comitê com foco na gestão de resposta a emergência no âmbito nacional (BRASIL, 2020a). Dentre os planos necessários para o enfrentamento desta emergência em

saúde pública, o Ministério da Saúde elaborou o Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo novo Coronavírus (2019-nCoV) com objetivo de conter a infecção humano e mitigar o aparecimento de casos graves e óbitos causados pelo coronavírus (BRASIL, 2020a).

Em 9 de fevereiro foi realizada a operação regresso, uma operação militar de repatriação de 34 brasileiros que estavam na província de Wuhan e foram trazidos de volta ao Brasil. Os brasileiros ficaram em quarentena na base da força aérea brasileira de Anápolis município de Goiás antes de ir para junto de seus familiares e amigos (BORGES et al., 2020).

No período 18 de janeiro a 7 de fevereiro a SVS já havia recebido 107 notificações de casos suspeitos, deste total apenas 8 casos permaneceram sob notificações os demais 32 foram descartado por apresentar resultados positivo para outras doenças respiratórias e 72 foram excluídos , mas isso já era um forte indício que o número de casos já estavam tomando proporção, gerando uma corrida pela tomada de medidas de contingência da doença, em 19 de fevereiro a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publica um documento de Protocolo de enfrentamento ao Covid em portos, aeroportos e fronteiras (BRASIL, 2020a).

O primeiro caso é confirmado em 26 de fevereiro, o segundo dia 28 e o terceiro é confirmado apenas em 4 de março (BRASIL, 2020), no entanto mesmo já havendo 154 casos suspeitos no período de 18 de janeiro a 21 de fevereiro, conforme relatado no segundo boletim epidemiológico, nenhuma medida foi tomada frente ao Carnaval evento que acontece no país que recebe milhares de pessoas de vários países, nenhuma medida foi tomada frente ao risco da entrada massiva deste patógeno.

No dia 11 de março, mesmo dia que a OMS declara pandemia do coronavírus. O Ministério da Saúde (MS) monitorava 907 casos suspeitos e oito estados já haviam confirmado casos: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.

A figura 5 demonstra a evolução da epidemia da COVID-19 no Brasil de fevereiro a junho de 2020.

Figura 5. Evolução da epidemia da COVID-19 no Brasil <https://covid.saude.gov.br/>.

Em 14 de março o governo publica um quinto boletim epidemiológico com recomendações de medidas não farmacológicas com o intuito de retardar um crescimento rápido de casos de COVID-19. Dentre as medidas estão recomendações de higiene pessoal, distanciamento social, isolamento de doente, casos suspeitos e contratantes, reduzir deslocamento laboral, fluxo urbano e regime de trabalho presencial (BRASIL, 2020a).

As medidas de distanciamento social visaram retardar a transmissibilidade do vírus e foram baseadas em políticas adotadas em províncias da China. Deste modo, daria tempo para os estados e município se organizarem em suprimentos hospitalares, materiais e de pessoas, atrasando a progressão da epidemia e assim evitando colapso do sistema de saúde (BRASIL, 2020a).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse contexto fica claro a necessidade de união e integração das medidas de saúde entre os países, a ideia de que cada país deve se preocupar com seus próprios interesses cai por terra a partir do momento em que uma falha das condições sanitárias em uma província da China afeta toda a população mundial. O conceito de One Health vai além de entendermos que como seres humanos estamos conectados com a natureza, os animais e o ambiente que vivemos, estamos sim, mas também conectados uns com os outros e devemos enxergar as necessidades do todo além das fronteiras de países que apenas

existem politicamente. Na atualidade com o advento da tecnologia e facilidade de trânsito entre países não há barreiras para a disseminação de doenças.

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