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RELATO DE EXPERIÊNCIA

No documento Layout Livro Covid (páginas 131-135)

RELATO DE EXPERIÊNCIA

3. RELATO DE EXPERIÊNCIA

As ações foram planejadas desde o princípio do minicurso, sendo feito um resumo com os principais tópicos dos conteúdos a serem abordados (ISTs, métodos contraceptivos, anatomia dos aparelhos reprodutores e gravidez) e, a partir disso, foram construídos os slides a serem utilizados em cada uma das ações. A preparação de cada palestra contou com a ajuda de todos os ligantes e com a orientação da professora orientadora. As dúvidas coletadas pelo Google Forms serviram para garantir alguns ajustes e guiar a linguagem e abordagem de cada ação. As expectativas dos ligantes eram levar conhecimento para a construção do empoderamento de cada pessoa como protagonista do processo saúde- doença, bem como aprender com os inscritos e com suas principais dúvidas e necessidades.

Dessa forma, a extensão universitária se torna essencial para oferecer a possibilidade de autonomia e empoderamento de todos os que dela participam a partir das mais diversas realidades (CRUZ et al., 2011; BRASIL, 2018).

A primeira ação, realizada no dia 25 de agosto, contou com a participação de 32 inscritos e todos os 8 ligantes. A partir do formulário de escolha de horários disponibilizado pelo Google Forms, os participantes foram divididos em dois grupos, um no horário das 16h- 18h e o outros das 18h-20h, com 19 e 13 pessoas, respectivamente. Esta primeira ação teve como objetivos apresentar a liga e os ligantes, conhecer os participantes, introduzir os temas de educação sexual, educação em saúde e sexualidade e explicar como seriam as demais ações, o minicurso no geral, a certificação e os questionários a serem aplicados. Assim, após a apresentação da liga e dos ligantes, foi solicitado, àqueles que desejassem participar, que colocassem seu nome no chat da plataforma do Google Meet, para que fossem chamados para ligar o microfone, ou digitar no chat (de acordo com a sua preferência), e se apresentar, com nome, idade, cidade onde mora, curso e, por último, significado do seu nome, dinâmica esta que permite uma maior aproximação entre os participantes. Também foi solicitado que cada participante, que desejasse, escrevesse no chat 1 palavra relacionada à educação sexual, 1 à educação em saúde e 1 à sexualidade, com o intuito de promover um debate entre ligantes e participantes.

Quanto à participação, no primeiro horário, começou de forma tímida, mas, à medida que as apresentações ocorriam, a participação aumentou significativamente e tornou-se mais presente (em torno de 60%). Já no segundo horário, ela permaneceu discreta, mesmo considerando o número reduzido de participantes, e apesar de esforços dos ligantes, os

quais contaram um pouco sobre si para estimular os demais presentes. Por fim, houveram perguntas e dúvidas relacionadas à ata de presença, formulários de pré e pós-ações e formulário de dúvidas.

Na segunda ação, que ocorreu no dia 08 de setembro, estiveram presentes 26 inscritos e 7 ligantes. Os participantes também foram divididos em dois horários (10h-12h e 18h-20h, com 15 e 11 participantes, respectivamente) de acordo com suas respectivas disponibilidades. Como conteúdo, esta ação abordou anatomia masculina e feminina do sistema reprodutivo, ciclo menstrual, gravidez e métodos contraceptivos. Diferente da primeira ação, as interações e perguntas foram mais expressivas (cerca de 65% de participação) no segundo horário, apesar da menor quantidade de pessoas na videoconferência. E, as dúvidas foram sobre a função do epidídimo e canal deferente; a função dos hormônios Hormônio Liberador de Gonadotrofina (GnRh), Folículo Estimulante (FSH) e Luteinizante (LH); gametogênese feminina; como ocorre a gestação de gêmeos; a ação do levonorgestrel no organismo humano; e vasectomia.

A ação três foi no dia 15 de setembro e contou com 20 inscritos e todos os 8 ligantes.

Como de costume, os participantes foram divididos em dois horários (12:30h-14:30h e 17h- 19h, com 12 e 8 pessoas, respectivamente). O conteúdo abordado foi infecções sexualmente transmissíveis, dentre elas a causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (do inglês HIV), Papiloma Vírus Humano (do inglês HPV), sífilis e herpes. A interação foi maior no segundo horário, seguindo o padrão da segunda ação. Após a apresentação, foi aberto o espaço para perguntas e respostas e as dúvidas foram sobre relação entre mutações do HIV e a cura da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (do inglês AIDS); Profilaxia Pré- Exposição (PrEP) e Profilaxia Pós-Exposição (PEP); e lesões provocadas pelo HPV.

Na quarta e última ação, que ocorreu dia 22 de setembro, compareceram 9 inscritos no primeiro horário e 14 no segundo (12:30h-14:30h e 18h-19h) e 7 ligantes. Foram abordados os conteúdos de corrimentos vaginais e penianos normais e anormais, com discussões sobre vaginose bacteriana, tricomoníase, gonorreia e candidíase, assim como as hepatites virais. Em seguida, foi feito o fechamento do minicurso, com um convite aos participantes para avaliarem as ações do mesmo e relatarem sobre percepções de mudança nas concepções individuais de cada um. Na execução, a quarta ação ocorreu como planejado, sem mudanças significativas. A participação foi discreta (cerca de 50%) em ambos os horários, mas maior no segundo, seguindo o padrão das ações dois e três. Após o convite à avaliação do minicurso e sua aplicação, houveram tanto elogios relacionados à

dúvidas. Também houve comentários sobre os aspectos estéticos dos slides. No mais, no espaço de dúvidas, surgiram questões sobre candidíase, transmissão de hepatite e formas adequadas de prevenção de ISTs.

A comunicação direta e constante com a comunidade é um dos princípios sustentadores da Universidade, e é a partir dessa conversa e do entendimento das necessidades da população que se pode direcionar a formação acadêmica profissional e cidadã do(a) discente, para um processo educativo, cultural, científico e político embasado na indissociabilidade dos pilares ensino, pesquisa, extensão, juntamente com as intervenções efetivas (RODRIGUES et al., 2013)

Assim, cada etapa deste minicurso foi importante para desenvolver as seguintes habilidades nos ligantes: trabalho em equipe, comunicação com jovens adultos graduandos e graduandas de diferentes áreas do conhecimento - como ciências humanas, biológicas e exatas -, e aproximação com um grupo da comunidade, representada por esses universitários. Dentre as competências e habilidades previstas nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Medicina (2001), pode-se observar o desenvolvimento de ações de prevenção e promoção da saúde, liderança e educação permanente. Para os participantes, o compartilhamento de conhecimentos foi o principal benefício. Além disso, como a maioria dos participantes eram estudantes da área de saúde, muitos relataram que o minicurso também ajudou a compreender alguns conteúdos vistos na sua graduação.

A avaliação do minicurso foi feita pelo público-alvo e realizada por meio de Google Forms autoaplicado anônimo e semi-estruturado que captou as impressões de 24 participantes, as quais estão organizadas nas figuras 1 e 2 abaixo:

Figura 1. Avaliação geral das ações do Minicurso de Sexualidade e Educação em Saúde, pelos participantes.

Figura 2. Avaliação das ferramentas audiovisuais e de comunicação utilizadas durante as ações do Minicurso de Sexualidade e Educação em Saúde, pelos participantes.

4. CONCLUSÃO

Em um período no qual as condições sanitárias nacionais demandam brusca reformulação da metodologia das atividades acadêmicas, o minicurso de sexualidade e educação em saúde mostrou-se uma rica oportunidade de obtenção de conhecimento e troca de experiências on-line, pois o planejamento e desenvolvimento das ações tiveram por base a utilização das dúvidas dos participantes do curso sobre os temas que este trata. Além disso, foi um importante momento para informar e debater, de forma embasada cientificamente a importância do reconhecimento da necessidade de promoção e manutenção da saúde sexual e dos fatores de bem-estar físico a ela relacionados. Dessa forma, através da troca que existiu também durante as ações, foi possível desmistificar e sanar diversas dúvidas sobre o contexto da saúde sexual com obtenção de acesso a informação e conhecimento correto, atual e completo acerca dos fatores de bem-estar e cuidado sobre a sexualidade, atendendo às suas reais necessidades.

Para equipe executora, estas atividades mostraram-se importantes para uma formação acadêmica comprometida com causas cidadãs e de educação, visto que proporcionam um contato direto entre pessoas com diferentes pontos de vista e ideias, tendo uma melhor compreensão da importância da extensão e do compartilhamento dos conhecimentos adquiridos com a comunidade. Vale salientar que esta visão pode levar ao impulsionamento da transformação social e em saúde pública tanto ligadas à temática quanto de uma forma geral.

No documento Layout Livro Covid (páginas 131-135)