• Nenhum resultado encontrado

A fadiga relacionada ao câncer como temática na enfermagem oncológica.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "A fadiga relacionada ao câncer como temática na enfermagem oncológica."

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

A FADI GA RELACI ONADA AO CÂNCER COMO TEMÁTI CA NA ENFERMAGEM ONCOLÓGI CA

Mar ia de Fát im a Bat alha de Menezes1 Ter esa Caldas Cam ar go2

Menezes MFB, Cam argo TC. A fadiga relacionada ao câncer com o t em át ica na enferm agem oncológica. Rev Lat ino- am Enferm agem 2006 m aio- j unho; 14( 3) : 442- 7.

Est e est udo obj et iv a buscar com o a pr odução cient ífica de Enfer m agem Oncológica t em abor dado a fadiga, associando- a com as car act er íst icas definidor as apont adas pela NANDA; e ident ificar as int er v enções de Enfer m agem que t êm sido r ealizadas par a sua pr evenção e/ ou t r at am ent o nessas publicações, associando-as às i n t er v en ções ci t ad associando-as p el a NI C. Tr at a- se d e u m a r ef l ex ão acer ca d a t em át i ca “ f ad i g a” n a ár ea d e Enferm agem Oncológica. Ut ilizou- se a revisão bibliográfica narrat iva com o m ét odo. As bases LI LACS e MEDLI NE f or am u t ilizad as p ar a acesso aos d ad os. Ver if icou - se q u e ocor r em sim ilar id ad es en t r e as car act er íst icas d ef in id or as d o d iag n óst ico “ f ad ig a” d a NANDA e a d escr ição d e f ad ig a n os ar t ig os p esq u isad os. Dev id o à car ência de v alidação da Tax onom ia Diagnóst ica da NANDA em cenár ios de cuidado oncológico, m ost r am - se necessár ios est udos ar t iculando as car act er íst icas v alidadas e as ev idenciadas. As est r at égias de int er v enção na fadiga podem ser educat ivas e farm acológicas ou não, porém há necessidade de pesquisa para se desenvolver um a pr át ica clínica baseada em ev idências.

DESCRI TORES: fadiga; en fer m agem on cológica; diagn óst ico de en fer m agem ; en fer m agem

CANCER-RELATED FATI GUE AS A THEMATI C I SSUE I N ONCOLOGY NURSI NG

This st udy aim s at invest igat ing how scient ific product ion in Oncology Nursing has approached fat igue, associat ing such product ion wit h t he defining charact erist ics set fort h by NANDA; and ident ifying t hose Nursing int er v ent ions per for m ed for it s pr ev ent ion and/ or t r eat m ent in t hose publicat ions, cor r elat ing t hem w it h t hose int er v ent ions m ent ioned by NI C. I t is a r eflect ion on t he t hem e of “ fat igue” in t he ar ea of Oncology Nur sing, w hich used t he nar r at iv e bibliogr aphical r ev iew as it s m et hod. The LI LACS and MEDLI NE bases w er e used for dat a access. Sim ilar it ies w er e found bet w een t he defining char act er ist ics for t he NANDA diagnosis of “ fat igue” and t he descript ion of fat igue found in t he researched art icles. I n light of t he NANDA Diagnosis Taxonom y’s lack of validat ion in oncology care environm ent s, t here is a need for st udies t hat art iculat e t he validat ed charact erist ics wit h t he evidenced ones. I nt ervent ion st rat egies in t he case of fat igue m ay be educat ional and pharm acological or not . Ther e is, how ev er , a need for r esear ch in or der t o dev elop an ev idence- based clinical pr act ice.

DESCRI PTORS: fat igue; oncologic nur sing; nur sing diagnosis; nur sing

LA FATI GA RELACI ONADA AL CÁNCER COMO TEMÁTI CA EN LA ENFERMERÍ A ONCOLÓGI CA

La finalidad del present e est udio es m ost rar com o la producción cient ífica de la Enferm ería Oncológica ha abordado la fat iga, asociándola con las caract eríst icas que la definen y que fueron señaladas por la NANDA e ident ificar las int er v encion es qu e la En fer m er ía ha r ealizado par a su pr ev en ción y / o t r at am ien t o en est as publicaciones, asociándolas a las int er v enciones cit adas por la NI C. Se t r at a de una r eflex ión sobr e el t em a “ fat iga” en el área de la Enferm ería Oncológica. El m ét odo ut ilizado para est e t rabaj o fue una revisión bibliográfica n ar r at iv a. Se u t ilizar on las bases LI LACS y MEDLI NE par a el acceso a los dat os. Se v er ificó qu e ocu r r ier on sim ilit udes ent r e las car act er íst icas que definen la “ fat iga” en la NANDA y la descr ipción de la “ fat iga” en los art ículos invest igados. Debido a la falt a de una validación de la Taxonom ía Diagnóst ica de la NANDA en escenarios de cuidado oncológico, se hacen necesarios est udios que art iculen las caract eríst icas validadas y sus evidencias. Las est r at egias de in t er v en ción en la “ f at iga” pu eden o n o ser edu cat iv as y f ar m acológicas. Sin em bar go, ex ist e la necesidad de m ay or inv est igación par a desar r ollar una pr áct ica clínica basada en ev idencias.

DESCRI PTORES: fat iga; en fer m er ía on cológica; diagn óst ico de en fer m er ía; en fer m er ía

1 Dout or em Enferm agem , Enferm eira do Hospit al do Câncer I , Docent e do Curso de Especialização em Enferm agem Oncológica; 2 Dout or em Enferm agem ,

(2)

I NTRODUÇÃO

A

fadiga é um a experiência subj etiva e difusa que envolve aspectos físicos, psicológicos e cognitivos. Pode ser agu da, qu an do h á descr ição de ex t r em o cansaço resultante de estresse físico ou m ental e que m elhora com o repouso; ou crônica, quando há relato de fadiga que não m elhora com o repouso e ainda há perda da funcionalidade( 1).

Consider ando- se os client es oncológicos, a fadiga é o sintom a m ais prevalente em pacientes com cân cer av an çad o, ocor r en d o em 7 5 % a 9 5 % d os casos, apresent ando- se com o um sint om a subj et ivo e com m últ iplas et iologias, ou sej a, é m ult ifat orial( 1).

No entanto, apesar do reconhecim ento de sua alta prevalência entre os pacientes de câncer, a fadiga r e ce b e p o u ca a t e n çã o n a l i t e r a t u r a cl ín i ca d e Enferm agem , sendo poucos os est udos referent es a p r o p o st a s d e i n t e r v e n çã o e t r a t a m e n t o . Os m ecan ism os q u e d esen cad eiam esse sin t om a são pouco conhecidos, port ant o sua definição ainda não é unânim e e se m ost ra com o um desafio( 2- 3).

Ca b e r e ssa l t a r a si g n i f i ca t i v a p r o d u çã o científica de Piper, evidenciando a fadiga com o obj eto de in v est igação em on cologia, in clu siv e su ger in do i n st r u m e n t o s d e a v a l i a çã o q u a l i t a t i v o s e quant it at ivos( 3- 4).

A fadiga nos client es oncológicos pode ser ca u sa d a p o r v á r i o s f a t o r e s, e n t r e e l e s e st a d o h i p e r m e t a b ó l i co a sso ci a d o co m o cr e sci m e n t o t um or al, com pet ição ent r e o or ganism o e o t um or por nut rient es, efeit os delet érios da quim iot erapia e radioterapia, ingesta nutricional inadequada associada à n á u sea e v ô m i t o s d eco r r en t es d a t er a p êu t i ca ant ineoplásica, anem ia, bem com o dist úrbio do sono, a incer t eza quant o ao fut ur o, m edo da m or t e, das m u t ilações e per da dos papéis da m an u t en ção da fam ília. O est r esse pr olongado pode ser a pr incipal causa de fadiga crônica nas pessoas com câncer( 2,4).

Dessa for m a, denot a- se, ent ão, que, além d os ef eit os colat er ais ad v in d os d o t r at am en t o d o câncer, fatores psicológicos e sociais estão envolvidos com o surgim ent o dos sint om as da fadiga.

Nesse sent ido, há im por t ant es im plicações para o t rat am ent o do câncer. Pacient es abandonam o t r a t a m e n t o d e v i d o à f a d i g a ; d o se s d e v á r i o s m edicam entos utilizados no tratam ento do câncer são l i m i t a d a s p e l a o co r r ê n ci a d e sse si n t o m a , e o s p acien t es at r ib u em à f ad ig a a d im in u ição d a su a qualidade de vida( 2- 4).

Por conta dessas considerações, torna- se um t em a de difícil obj et ivação, considerando- se a gam a de fatores constituintes, visto que a variação subj etiva no r elat o de sinais e sint om as é am pla, lev ando a m ú l t i p l a s a p r e e n sõ e s d o co n ce i t o e , conseqüent em ent e, gerando ent raves na proposição de m edidas resolut ivas e prevent ivas.

O diagnóst ico de Enfer m agem sobr e fadiga f oi elab or ad o p ela NANDA, em 1 9 8 8 , com o p ar t e int egrant e da Taxonom ia I , baseada em padrões de r esp o st as h u m an as, a sab er : t r o car, co m u n i car, r e l a ci o n a r, v a l o r i za r, e sco l h e r, m o v er, p e r ce b e r, conhecer e sent ir. Depois foi revisado e m ant ido em 1 9 9 8 , co m a m esm a n o m en cl at u r a e n o p ad r ão “ m over ” com o it em da Taxonom ia I I .

A fadiga é descr it a pela NANDA com o um a sen sa çã o o p r essi v a , su st en t a d a p o r ex a u st ã o e capacidade dim inuída para realizar t rabalho físico e m ent al no nível habit ual( 5).

Su a s ca r a ct er íst i ca s d ef i n i d o r a s i n cl u em sinais e sint om as vinculados ao cont role da energia cor por al, à dificuldade na ex ecução das at iv idades habituais diárias, à verbalização de extrem o cansaço, e cor r obor am par a a ger ação e est abelecim ent o de falt a de concent ração, desint eresse, libido dim inuída e um sent im ent o de culpa pelo não desem penho dos papéis sociais esper ados.

Os fat ores relacionados com o surgim ent o e est abelecim ent o da fadiga inser em - se num quadr o em qu e con st am fat or es fisiológicos, psicológicos, si t u aci on ai s e am b i en t ai s. Den t r e esses f at or es, p od em os cit ar o est r esse, an sied ad e, d ep r essão, condição física debilit ada, event os negat ivos da vida, doença, m á nut rição, anem ia, ent re out ros( 5).

D i a n t e d o e x p o st o , d e l i n e a r a m - se co m o ob j et iv os d est e est u d o: b u scar com o a p r od u ção cient ífica de Enfer m agem Oncológica t em abor dado a f a d i g a , a sso ci a n d o - a co m a s ca r a ct e r íst i ca s definidor as apont adas pela NANDA, e ident ificar as intervenções de Enferm agem que têm sido realizadas p a r a su a p r e v e n çã o e / o u t r a t a m e n t o n e ssa s p u b l i caçõ es, asso ci an d o - as co m as i n t er v en çõ es cit adas na NI C.

MÉTODO

(3)

co n se cu çã o d o s o b j e t i v o s p r o p o st o s. O r e co r t e t em poral adot ado foi de 1987 a 2003.

Colet aram - se os dados nas bases LI LACS e MEDLI NE, u t ilizan d o- se os seg u in t es d escr it or es: fadiga, enferm agem , câncer, fatigue, nursing e cancer. Após a realização da busca, os seguint es periódicos i n t er n aci o n ai s d e En f er m ag em On co l ó g i ca f o r am selecionados pela adesão aos obj et iv os do est udo: Can cer Nu r sin g , Sem in ar s in On colog y Nu r sin g e Oncology Nursing Forum .

No q u e se r e f e r e a o s p e r i ó d i co s d e Enfer m agem nacionais, não se encont r ar am t ít ulos d e En f er m ag em On cológ ica. Assim , op t ou - se p or eleg er a Rev ist a Br asileir a d e Can cer olog ia, p ois configura- se com o um periódico m ult iprofissional que publica t rabalhos de enferm eiras oncologist as.

Ut ilizar am - se as pu blicações da NANDA( 5 ),

NI C( 6 ) e o s D i ag n ó st i co s d e En f er m ag em( 7 ) p ar a

f u n d a m e n t a r e r e f e r e n ci a r a a n á l i se d o s d a d o s colet ados na busca bibliográfica.

Após busca e seleção dos art igos, realizou-se u m a colet ân ea d as d escr ições, b em com o d as int ervenções para o m anej o e prevenção da fadiga, encont radas nos art igos selecionados.

Após essa et apa, r ealizou - se u m a an álise com parat iva ent re as descrições de fadiga colet adas com as caract eríst icas definidoras do diagnóst ico de Enfer m agem FADI GA da NANDA( 5), baseando- se na

sim ilaridade de sent idos ent re am bas.

Po st e r i o r m e n t e , r e l a ci o n a r a m - se a s i n t e r v e n çõ e s e n co n t r a d a s n o s a r t i g o s co m a s int ervenções de Enferm agem propost as para m anej o e prevenção da fadiga da NI C( 6).

Fi n al m en t e, p o n t u ar am - se co n si d er açõ es sobr e a plur alidade de enfoques acer ca da fadiga, ressalt ando- se a necessidade de discussões sobre a tem ática, principalm ente no que tange à captação do si g n i f i ca d o d a f a d i g a p a r a cl i e n t e l a o n co l ó g i ca , v isando- se à const r ução de int er v enções, baseadas num a prát ica dialógica e part icipant e.

RESULTADOS E DI SCUSSÃO

Ap ós a b u sca e con solid ação d o m at er ial colet ado, n ov e ar t igos in t er n acion ais e u m ar t igo nacional relacionados à t em át ica foram selecionados. Na Tab ela 1 , ap r esen t a- se, n a colu n a d a esquerda, um a síntese dos achados nos artigos e, na coluna da direit a, relacionam - se esses achados com as caract eríst icas definidoras de Fadiga da NANDA( 5).

Ta b e l a 1 - Si m i l a r i d a d e s e n t r e a l g u m a s d a s caract eríst icas definidoras de fadiga da NANDA e os achados nos art igos consult ados

e d s o g i t r a s o n s o d a h c A m e g a m r e f n E e d s o c i d ó i r e

p CaracterísNtiAcaNsDdAefinidoras

s o c i s íf s e r o t a f r o p o d a s u a c o d a t s E , a i g r a t e l , a i n e t s a ; s i a t n e m u o ,r a t s e l a m , a z e u q a r f , o ã t s u a x e e d a tl a f e o m e r t x e o ç a s n a c o d i v e d a i g r e n e e d a tl a f ; o ã ç a v it o m u o o d n i v d a o d a g n o l o r p e s s e r t s e a ; a ç n e o d e d o s s e c o r p m u e d o ã n a i g r e n e e d ti c if é d e d o d a t s e a n a i c n ê i c if e d a d e t n a tl u s e r s a a r a p a i g r e n e e d o ã ç u d o r p o a o d i v e d s a ir á s s e c e n s a d n a m e d e t r o m a d s o t u d o r p e d o l u m ú c a a r a p o ã ç a ti c a p a c n i ; r a l u l e c ; s a ir á i d s e d a d i v it a e d o ã ç a z il a e r a r a p e d a d il i b a n i , o ã s s e r p e d , o t n e m i c e r r o b a , o ã ç a r t n e c n o c a i n ô s n

i (1-2,4,8-9).

; o t n e t a s e d u o o c i g r á t e l , o ç a s n a C ; s a c i s íf s a x i e u q s a d o t n e m u a e t n e i b m a o a o t n a u q e s s e r e t n i s e d ; o ã ç c e p s o r t n i ; a c r e c o e u q ; o d í u n i m i d o h n e p m e s e d e e t n a t s n o c a m u e d o ã ç a z il a b r e v ; a i g r e n e e d a tl a f a v i s s e r p o ; s a c i s íf s a x i e u q s a d o t n e m u a e d s e d a d i s s e c e n s a d o t n e m u a e d e d a d i c a p a c n i ; o s u o p e r o s ó p a o m s e m s a i g r e n e r a r u a t s e r ; o n o s e d a d i c a p a c n i u o a i g r e n e e d a tl a f e d l a u ti b a h l e v í n o r e t n a m e d ; s a n it o r e a c i s íf e d a d i v it a . a d it e m o r p m o c o ã ç a r t n e c n o c

Considerando- se a sit uação de adoecim ent o p or cân cer e a t er ap êu t ica im p lem en t ad a p ar a o cont role da doença, a fadiga apresent a- se com o um sin al e sin t om a com u m aos clien t es on cológ icos, por ém é pouco v alor izada e consider ada com o um efeit o esperado e aceit ável nas pessoas com câncer. Nesse sentido, os dados coletados nos artigos m o st r a m q u e a f a d i g a é ca r a ct e r i za d a co m o sent im ent o subj et ivo de cansaço, podendo variar em gr au de sensação de desconfor t o, de dur ação e de int ensidade( 3- 4); ast enia, let argia, exaust ão, sensação de fr aqueza, cansaço ex t r em o, desm ot iv ação, falt a de energia( 1).

A f a d i g a t e m si d o r e l a t a d a co m o u m a e x p e r i ê n ci a su b j e t i v a d e ca n sa ço g e n e r a l i za d o , fr aqueza, ex aust ão e falt a de ener gia, r elacionada com est r esse p r olon g ad o, ad v in d o ou n ão d e u m processo de doença( 4), bem com o um estado de déficit de energia result ant e da deficiência na produção de en er gia par a as dem an das n ecessár ias, r esu lt an t e do acúm ulo de produt os da m ort e celular( 8).

No que tange à dificuldade de realização das atividades habituais do dia- a- dia, encontra- se a fadiga com o est ado causado por fat ores físicos ou m ent ais, no qual o indivíduo sente- se incapacitado para realizar suas at ividades da vida diária e, port ant o, apresent a redução de sua capacidade de t rabalho( 1,9).

(4)

En t r e t a n t o , v e r i f i ca r a m - se q u e a l g u m a s car act er íst i cas d ef i n i d o r as d a NANDA n ão f o r am cont em pladas nas descrições dos art igos, t ais com o: n ecessid ad e p er ceb id a d e en er g ia ad icion al p ar a r e a l i za r t a r e f a s d e r o t i n a , so n o l ê n ci a , l i b i d o co m p r o m e t i d a e se n t i m e n t o d e cu l p a p o r n ã o cum prim ent o de suas responsabilidades. Acredit am os que isso sej a decorrente da especificidade da clientela o n co l ó g i ca , n a q u a l a l g u m a s ca r a ct e r íst i ca s definidoras se expressam com m ais freqüência, por est arem relacionadas às t erapêut icas freqüent em ent e ut ilizadas: quim iot erapia e radiot erapia.

No q u e se r e f e r e a Ca r p e n i t o , n ã o se e n co n t r a r a m i n cl u íd a s, co m o ca r a ct e r íst i ca s definidoras, a instabilidade em ocional ou irritabilidade e propensão a acidentes( 7) . Pode- se considerar que a

a u sê n ci a d e m e n çã o d e a l g u m a s d e ssa s caract eríst icas, deve- se à necessidade de abordagens com enfoques de av aliação subj et iv a, ainda pouco ut ilizadas.

Nã o f o i e n co n t r a d a ci t a çã o r e f e r e n t e à Taxonom ia da NANDA, nas considerações dos t ext os analisados, oriundos dos periódicos de enferm agem o n co l ó g i ca n o r t e- a m er i ca n o s. Ta l a ch a d o l ev a à consideração de que a Taxonom ia Diagnóst ica ainda necessita ser incluída com o elem ento referencial para f u n d a m e n t a çã o d a s d i scu ssõ e s d a p r á t i ca d e Enfer m agem em Oncologia.

Tam pou co h ou v e m en ção aos diagn óst icos especificados n os “ St an dar ds of On cology Nu r sin g Pr act i ce” ( Am er i can Nu r ses Asso ci at i o n [ ANA] & Oncology Nursing Societ y [ ONS] , 1987) , nos quais a fadiga é um sint om a ident ificado. E, ainda, a fadiga, bem com o out r os sint om as list ados nos “ St andar ds of Oncology Nur sing Pract ice”, não foram ut ilizados com o r efer ência par a pr opost as de int er v enção de Enferm agem em Oncologia( 10).

Digna de not a é a am pla m argem conceit ual que a Taxonom ia Diagnóstica da NANDA( 5) proporciona

p a r a a i d e n t i f i ca çã o d e e v i d ê n ci a s d o s si n a i s e sin t om as de f adiga, con sider an do e v alor izan do a subj et iv idade im plícit a na sua car act er ização, bem com o apont ando para os desdobram ent os vinculados ao seu estabelecim ento, a saber: desinteresse quanto ao am bient e circundant e, int rospecção, desem penho dim in u ído, libido com pr om et ida e sen t im en t os de culpa por não cum prim ento de suas responsabilidades sociais( 5).

Cab e p o n t u ar q u e, d ev i d o à car ên ci a d e validação da Taxonom ia Diagnóstica da NANDA( 5), em

cen ár i o s d e cu i d ad o o n co l ó g i co , cu m p r e en v i d ar esfor ços no sent ido de v iabilizar est udos na ár ea, a r t i cu l a n d o a s ca r a ct e r íst i ca s v a l i d a d a s e a s evidenciadas no cliente oncológico e o que é definido nos “ St andards of Oncology Nursing Pract ice”, vist o q u e a esp ecif icid ad e d essa clien t ela colab or a n a ex p r essão d e si n ai s e si n t o m as r el aci o n ad o s ao t r at am ent o, à per spect iv a ant e ao diagnóst ico e à condução do processo t erapêut ico.

Nesse sent ido, ressalt a- se a cont ribuição de Ca r p e n i t o , q u e e sp e ci f i ca o câ n ce r co m o f a t o r r elacionado, ao car act er izar a fadiga no elenco de diagnóst icos de Enfer m agem , inclusiv e const r uindo um a t abela, det alhando os fat or es fisiopat ológicos, àqueles relacionados ao tratam ento e os situacionais, os quais cont ribuem para o aparecim ent o da fadiga nos client es oncológicos( 7).

A RELAÇÃO DAS I N TERVEN ÇÕES PARA O

MANEJO DA FADI GA E A NI C

A part ir dos dados colet ados, as est rat égias para lidar com a fadiga podem ser várias, com o, por e x e m p l o , i n f o r m a çõ e s d e cu n h o e d u ca t i v o , a co n se l h a m e n t o , i n t e r v e n çõ e s d e o r i g e m n ã o far m acológica e far m acológica.

Com o a fadiga pode m udar de padrão com o t em po, avaliações relacionadas com o desenrolar da doença, seu t rat am ent o, a sit uação do pacient e e as est r at égias ut ilizadas par a o t r at am ent o de out r os si n t o m a s e x i st e n t e s, d e v e m se r r e a l i za d a s r epet idam ent e.

No que se r efer e à educação, a per cepção da f adiga pode ser r edu zida qu an do o pacien t e é d e v i d a m e n t e o r i e n t a d o co m i n f o r m a çõ e s q u e a r elacionam com o sint om a nor m al do t r at am ent o do câncer, ao invés de um sinal de progressão da doença. De f at o, a ed u cação, o ex er cício e as at iv id ad es d e se n v o l v i d a s p a r a r e st a u r a r a e n e r g i a , co m o cam inhar, desenvolver atividades relaxantes e de lazer são consideradas com o evidências de int ervenção na fadiga relacionada ao câncer, e as enferm eiras est ão n u m a p osição id eal p ar a su g er ir est r at ég ias p ar a alivia- la( 2,11).

(5)

ou prevenir a fadiga e otim izar as funções: auxiliar o pacient e a organizar a prioridade das at ividades de m odo a acom odar os nív eis de ener gia; or ganizar at iv idades f ísicas qu e r edu zam a com pet ição pelo suprim ent o de oxigênio às funções vit ais; auxiliar o pacient e a program ar os períodos de descanso( 6).

No ent ant o, há aut ores que consideram que apenas as int ervenções com program a de exercícios e t r a t a m e n t o d a a n e m i a f o r a m p e sq u i sa d a s su f icien t em en t e p ar a ser em r ecom en d ad as com o ações baseadas em ev idências. Mesm o assim , nem t o d o p a ci e n t e co m câ n ce r é ca n d i d a t o a e ssa s int er v enções, pois t al indicação depende da idade, p r e se n ça d e p r o b l e m a s ca r d i o p u l m o n a r e s o u m et ást ases ósseas qu e con t r a in dicam ex er cícios. Além disso, nem t odos os pacient es com câncer são anêm icos, logo não há indicação t erapêut ica de um a das int ervenções( 12).

No q u e se r e f e r e a o s p r o g r a m a s d e e x e r cíci o s, a NI C p r e co n i za co m o i n t e r v e n çã o essencial de en fer m agem , o cont r ole de en er gia , cu j a s a t i v i d a d es co m p r een d em o p l a n ej a m en t o , adequação e avaliação de um program a de exercícios f ísi co s i n d i v i d u a l i za d o s, d e a co r d o co m a s necessidades e dem andas do paciente. Cabe ressaltar q u e essa in t er v en ção essen cial f oi v alid ad a p ela On colog y Nu r sin g Societ y, com o f r eq ü en t em en t e ut ilizada pelas enferm eiras da especialidade( 6).

Diant e da insuficiência de dados de pesquisa sobre o tratam ento da fadiga, pouco é falado sobre o a ssu n t o co m o s p a ci e n t e s e , n a a u sê n ci a d e orient ação profissional, a t endência deles é reduzir a at ividade cot idiana e descansar o m áxim o possível. Porém não há com provação do benefício da redução da at iv idade e do aum ent o do per íodo de sono na m elhora da fadiga. Ao contrário, essas atitudes podem l e v a r a u m a r e d u çã o d a e n e r g i a e a u m e n t o d a fadiga( 12).

Ne sse se n t i d o , p r o f i ssi o n a i s d e sa ú d e cost um am sugerir a pacient es em t rat am ent o para o câncer, que t enham per íodos longos de r epouso e reduzam a at ividade. Essa pode ser um a est rat égia n o caso d a o co r r ên ci a d e f ad i g a ag u d a, p o r ém , q u an d o u t i l i zad a n o caso d a f ad i g a cr ô n i ca, t ão present e no pacient e com câncer, t ende a aum ent ar ao invés de dim inuir a sensação deste sintom a.( 11, 13).

Not a- se que diret rizes para int ervenções em relação à fadiga têm sido desenvolvidas, porém ainda h á p o u co s r e su l t a d o s p a r a se a f i r m a r q u e a conser v ação de ener gia, por ex em plo, é eficaz no controle e tratam ento da fadiga relacionada ao câncer.

A conser v ação de ener gia é definida com o um planej am ent o per sonalizado e int encional par a pr ev enir a depleção da ener gia do indiv íduo, e as e st r a t é g i a s d e i n t e r v e n çã o p a r a e sse p r o b l e m a incluem , det er m inação de pr ior idade, delegação de f u n çã o , r a ci o n a l i za çã o d a d e a m b u l a çã o e plan ej am en t o das at iv idades qu e con som em m ais energia durant e o período de pico( 12).

CONCLUSÃO

Est e est udo m ost rou que a fadiga t em sido am p lam en t e ap on t ad a com o u m sin t om a d e alt a pr ev alência que aflige as pessoas com diagnóst ico de câncer e em t rat am ent o dele.

Por ém , ain da h á n ecessidade de pesqu isa para se desenvolver um a prát ica clínica baseada em ev idências, no que se r efer e às est r at égias par a a p r ev en ção e in t er v en ções ad eq u ad as p ar a o seu a l ív i o . Ne ssa ó p t i ca , d e v e - se r e ssa l t a r q u e a Enfer m agem pode ser v ist a com o um a ciência em const rução, em vias de t ornar- se cient ífica por suas evidências( 14).

Ver ifica- se que ocor r em sim ilar idades ent r e as características definidoras do diagnóstico de fadiga da NANDA e a descr ição de fadiga na lit er at ur a de Enferm agem Oncológica, a saber: cansaço, let árgico o u d e sa t e n t o ; a u m e n t o d a s q u e i x a s f ísi ca s; d e si n t e r e sse q u a n t o a o a m b i e n t e q u e o ce r ca ; int r ospecção; desem penho dim inuído; v er balização d e u m a co n st an t e e o p r essi v a f al t a d e en er g i a; a u m e n t o d a s q u e i x a s f ísi ca s; a u m e n t o d a s necessidades de repouso; incapacidade de rest aurar ener gias m esm o após o sono; falt a de ener gia ou incapacidade de m ant er o nível habit ual de at ividade f ísica e r ot in as; con cen t r ação com p r om et id a. No en t an t o , n ão co r r esp o n d em a esses ach ad o s as seg u i n t es car act er íst i cas d ef i n i d o r as d a NANDA: n ecessid ad e p er ceb id a d e en er g ia ad icion al p ar a r e a l i za r t a r e f a s d e r o t i n a , so n o l e n t o , l i b i d o co m p r o m e t i d a e se n t i m e n t o d e cu l p a p o r n ã o cum pr im ent o de suas r esponsabilidades.

Diant e do expost o, conclui- se que devido à car ência de validação da Tax onom ia Diagnóst ica da NANDA, em cenários de cuidado oncológico, m ostram -se necessários est udos art iculando as caract eríst icas validadas e as evidenciadas.

(6)

e int ervenções de origem farm acológica ou não. Há com o evidências de intervenção na fadiga relacionada ao câncer, o program a de exercícios e o t rat am ent o da anem ia. Porém nem todos os pacientes oncológicos são elegíveis para esses t ipos de int ervenção.

Ne sse se n t i d o , ca b e r e ssa l t a r q u e a s i n t e r v e n çõ e s p r o p o st a s p a r a o cu i d a d o d e e n f e r m a g e m t ê m , co m o e x i g ê n ci a , su a fundam ent ação a par t ir da av aliação do est ado de saú de da pessoa, e essa av aliação r equ er qu e se a d o t e m o s d i a g n ó st i co s d e e n f e r m a g e m co m o r efer ência. Esses diagnóst icos são os focos clínicos

da ciência de enferm agem , e sua realização im plica aproxim ação enferm eira- client e, o que possibilit a um m e l h o r co n h e ci m e n t o d a s r e sp o st a s f ísi ca s e em ocionais da client ela( 15).

À g u isa d e con clu são, cab e n ot ar q u e os m ecanism os de desenvolvim ent o da fadiga ainda são pouco conhecidos, e a com preensão desse fenôm eno m o st r a - se co m o u m d e sa f i o p a r a a e n f e r m e i r a on cologist a n o qu e se r ef er e à im plem en t ação de est r at égias de in t er v en ção eficien t es qu e lev em à m elh or ia da qu alidade de v ida dos pacien t es com câncer.

REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS

1. Mota DDCF, Pim enta CAM. Fadiga em pacientes com câncer av an çad o : co n cei t o , av al i ação e i n t er v en ção . Rev Br as Can cer ol 2 0 0 2 ; 4 8 ( 4 ) : 5 7 7 - 8 3 .

2. Winnigham ML, Nail LM, Burke MB, Brophy L, Cim prich B, Jones LS, et al. Fat igue and t he cancer experience: t he st ate of t he knowledge. Oncol Nurs Forum 1994; 21( 1) : 23- 35. 3. Piper BF, Lindsey AM, Dood MJ. Fat igue m echanism s in cancer: Developing nursing t heory. Oncol Nurs Forum 1987; 1 4 ( 6 ) : 1 7 - 2 3 .

4. Wu H- S, McSweeney M. Measurem ent of fat igue in people w it h cancer. Oncol Nur s For um 2001; 28( 9) : 1371- 86. 5 . Diagn óst icos de en f er m agem da NANDA: def in ições e classificação 2001- 2002. Port o Alegre ( RS) : ARTMED; 2002. 6 . McCl o sk e y JC, Bu l e ch e k GM. Cl a ssi f i ca çã o d a s intervenções de enferm agem ( NI C) . 3ª ed. Port o Alegre ( RS) : ARTMED ; 2 0 0 4 .

7. Car penit o LJ. Diagnóst icos de Enfer m agem : Aplicação à pr át ica clínica. Por t o Alegr e ( RS) : ARTMED; 2002. 8. Nail LM, Winningham ML. Fat igue and weakness sin cancer pat ient s: t he sym pt om experience. Sem in Oncol Nurs 1995; 1 1 ( 4 ) : 2 7 2 - 8 .

9. Barsevick, AM, Whit m er K, Walker L. I n t heir own words: u si n g t h e co m m o n se n se m o d e l t o a n a l y ze p a t i e n t descr ipt ion s of can cer - r elat ed f at igu e. On col Nu r s For u m 2 0 0 1 ; 2 ( 9 ) : 1 3 6 3 - 9 .

10. Sm it h MC, Holcom be JK, St ullenbarger E. A m et a- analysis of int er v ent ion effect iv eness for sy m pt om m anagem ent in o n co l o g y n u r si n g r e se a r ch . On co l Nu r s Fo r u m . 1 9 9 4 ; 2 1 ( 7 ) : 1 2 0 1 - 9 .

1 1 . Gr ay d on JE, Bu b ela N, I r v in e D, Vin cen t L. Fat ig u e-reducing st rat egies used by pat ient s receiving t reat m ent for cancer. Cancer Nur s 1995; 18( 1) : 23- 8.

12. Barsevick AM, Whit m er K, Sweeney C, Nail LM. A pilot st udy exam ining energy cons’ervat ion for cancer t reat m ent -r elat ed fat igue. Cance-r Nu-r s 2002; 25( 5) : 333- 41. 13. Berger AM. Pat t erns of fat igue and act ivit y and rest during adj u v an t br east can cer ch em ot h er apy. On col Nu r s For u m 1 9 9 8 ; 2 5 ( 1 ) : 5 1 - 6 1 .

1 4 . Ca r v a l h o V. Acer ca d as b ases t eó r i cas, f i l o só f i cas, e p i st e m o l ó g i ca s d a i n v e st i g a çã o ci e n t íf i ca : o ca so d a e n f e r m a g e m . Re v La t i n o a m En f e r m a g e m n o v e m b r o -dezem br o 2 0 0 3 ; 1 1 ( 6 ) : 8 0 7 - 1 5 .

1 5 . Braga CG, Cr uz DALM. A Taxonom ia I I pr opost a pela Nor t h Am er ican Nu r sin g Diag n osis Associat ion ( NANDA) . Rev Lat ino- am Enfer m agem 2003 m ar ço- abr il; 11( 2) : 240-4 240-4 .

Referências

Documentos relacionados

1 Mestre em Enferm agem , Enferm eira da Secretaria de Saúde de Maringá, Brasil, e- m ail: analuferrer@hotm ail.com ; 2 Doutor em Filosofia da Enferm agem , Docent e

do Prêm io “ Enferm eira Jane da Fonseca Proença” ; 2 Enferm eira no Hospit al Casa de Saúde Cam pinas, e- m ail: rubi.rc@bol.com .br; 3 Dout or, Professor, Faculdade

Hospit al Universit ário, e- m ail: t onifer@usp.br; 3 Enferm eira, Mestranda em Enferm agem pela Escola de Enferm agem , Chefe da Seção de Pediatria do.. Hospit al

Professor Dout or da Escola de Enferm agem de Ribeirão Pret o da Universidade de São Paulo, Cent ro Colaborador da OMS para o desenvolvim ent o da Pesquisa em Enferm agem ,

1 Enferm eira; Doutor em Enferm agem , e- m ail: soniaapaiva@terra.com .br; 2 Professor Doutor da Escola de Enferm agem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo,

Enferm eira, Dout oranda em Enferm agem Escola de Enferm agem de Ribeirão Pret o, da Universidade de São Paulo, Cent ro Colaborador da OMS para o desenvolvim ent o da pesquisa em

1 Enferm eira, Doutoranda em Enferm agem , Docente da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, 2 Enferm eira, Doutor em Enferm agem , Docente da Escola de Enferm agem

1 Enferm eira, Mest re em Enferm agem , Professora da Pontifícia Universidade Cat ólica de Minas Gerais, e- m ail: kenialara17@yahoo.com .br; 2 Enferm eira,.. Dout ora em