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Concepção dos estudantes de enfermagem sobre promoção da saúde relacionada ao uso de substâncias psicoativas.

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Academic year: 2017

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CONCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM SOBRE PROMOÇÃO DA SAÚDE

RELACI ONADA AO USO DE SUBSTÂNCI AS PSI COATI VAS

María Delia Roj o1 Sonia Maria Villela Bueno2 Edilaine Crist ina da Silva3

Est e est udo qualit at ivo obj et ivou indagar a respeit o da concepção dos est udant es de graduação em enferm agem sobre a prom oção da saúde, frente ao uso de substâncias psicoativas. Nove estudantes, cursando as últ im as m at érias do prim eiro ciclo da carreira, part iciparam do est udo e foram reunidos em dois grupos focais. O referencial t eórico m et odológico se fundam ent ou na Teoria da Conscient ização de Paulo Freire. Os dados for am int er pr et ados m ediant e a análise de cont eúdo, ev idenciando- se que os est udant es encont r am dificuldades no planej am ent o de est rat égias de int ervenção na prom oção da saúde frent e ao fenôm eno das dr ogas, pois os conhecim ent os adquir idos na univ er sidade possuem um a t endência biologist a, pr ópr ia do m odelo m édico, reconhecendo- se assim um a desarticulação entre a teoria e a prática. Apesar disso, conseguem reconstruir seus conhecim entos e tom ar consciência de seu papel com o futuros prom otores da saúde diante do uso e abuso de drogas.

DESCRI TORES: prom oção da saúde; estudantes de enferm agem ; transtornos relacionados ao uso de substâncias

CONCEPTI ONS OF NURSI NG STUDENTS ON HEALTH PROMOTI ON

RELATED TO PSYCHOACTI VE SUBSTANCES

This qualitative study aim ed to investigate the perception of undergraduate nursing students on health pr om ot ion in v iew of t he use of psy choact iv e subst ances. Nine under gr aduat e st udent s, at t ending t he last disciplines of the first sem ester, participated in the study and were divided in two focal groups. The theoretical-m ethodological referential was based on Paulo Freire’s theory of conscientization. Data were processed through content analysis, dem onstrating that students find difficulties in planning intervention strategies in health prom otion in view of t he drug phenom enon, because t he knowledge provided by t he universit y has a biologist t endency, t ypical of t he m edical m odel, recognizing a gap bet ween t heory and pract ice. Nevert heless, t hey m anage t o reconstruct their knowledge and becom e aware of their role as future health prom oters in the face of drug use and abuse.

DESCRI PTORS: healt h prom ot ion; st udent s, nursing; subst ance- relat ed disorders

CONCEPCI ÓN DE LOS ESTUDI ANTES DE ENFERMERÍ A SOBRE PROMOCI ÓN

DE LA SALUD ANTE EL USO DE SUSTANCI AS PSI COACTI VAS

Est e est udio de m odalidad cualit at iva t uvo com o finalidad indagar acer ca de la concepción que los est udiant es de enferm ería de la universidad poseen sobre la prom oción de la salud, ant e el uso de sust ancias psicoact ivas. Part iciparon nueve est udiant es, cursando las últ im as asignat uras del prim er ciclo de la carrera, r eu n id os en d os g r u p os f ocales. El r ef er en cial t eór ico- m et od ológ ico se f u n d am en t ó en la Teor ía d e la Concientización de Paulo Freire. Los datos fueron interpretados m ediante el análisis de contenido, evidenciándose que los est udiant es encuent ran dificult ades al planificar est rat egias de int ervención en prom oción de la salud ant e el fenóm eno de las dr ogas, debido a que los conocim ient os br indados en la univ er sidad poseen una t endencia biologist a, propia del m odelo m édico, reconociendo a su vez una desart iculación ent re la t eoría y la pr áct ica. A pesar de ello, logr an r econst r uir sus conocim ient os y t om ar conciencia de su r ol com o fut ur os prom ot ores de salud ant e el uso y abuso de drogas.

DESCRI PTORES: prom oción de la salud; est udiant es de enferm ería; t rast ornos relacionados con sust ancias

1

(2)

I NTRODUÇÃO

O

f en ôm en o das dr ogas t em se con v er t ido

em um problem a social m undial, e em part icular nos

países da Am ér ica Lat in a. Em cr escen t e au m en t o e

c o m p l e x i d a d e , e s t e f e n ô m e n o e s t á i m p a c t a n d o

not av elm ent e a saúde das com unidades.

Um a das m et odologias m ais apropriadas para

q u e s e c o n s i g a v i s u a l i z a r e c o m p r e e n d e r e s t e

f e n ô m e n o se d á m e d i a n t e a v i sã o d o p a r a d i g m a

holíst ico na saúde int ernacional. I st o perm it e ident ificar

c l a r a m e n t e o s d i v e r s o s f a t o r e s q u e i n t e r v ê m e

c o n d i c i o n a m a s a ú d e d a p o p u l a ç ã o ,

f u n d am en t alm en t e em p aíses d a Am ér ica Lat in a –

a s s i m c o m o i m p l e m e n t a r a ç õ e s d i r e c i o n a d a s à

pr om oção da saúde e pr ev enção do uso e abuso de

dr ogas( 1 ).

O c o n s u m o d e s u b s t â n c i a s p s i c o a t i v a s

acom panha a espécie hum ana desde suas or igens e

e v o l u çã o . N a a t u a l i d a d e , o s d a d o s r e f e r e n t e s à

p r e v a l ê n c i a d o c o n s u m o d e d r o g a s e m n o s s a

sociedade sofr er am v ar iações fr eqüent es, pr oduzidas

p el o au m en t o d o co n su m o t an t o d o cl o r i d r at o d e

cocaín a com o da m acon h a em f aix as popu lacion ais

j u v en i s, i n d i ca n d o u m a t en d ên ci a p r o g r essi v a n o

t em po em relação à m agnit ude e danos na sociedade

g e r a d o s p e l o u so i n d i scr i m i n a d o d e su b st â n ci a s

p s i c o a t i v a s . N e s t e s e n t i d o , o s p r o f i s s i o n a i s d e

En f e r m a g e m sã o a g e n t e s- ch a v e n o p r o ce sso d e

t r an sf or m ação social dos países, qu e par t icipam de

p r o g r a m a s d e p r o m o çã o d a sa ú d e e r e d u çã o d o

fenôm eno das dr ogas( 2 ).

Na Ar gen t in a, 4 0 % dos j ov en s de 1 2 a 1 5

anos j á consum ir am álcool e t abaco. Enquant o isso,

o consum o de dr ogas ilícit as se encont r a, em or dem

d ecr escen t e, a p a r t i r d e: m a co n h a , cl o r i d r a t o d e

cocaína, t r anqüilizant es, inalant es e solv ent es, onde

a difer ença ent r e sex os t ende a ser m ínim a( 3).

O uso de drogas se convert eu em um a prát ica

u n i v e r s a l . N e s t a , e s t ã o r e l a c i o n a d o s s u j e i t o s e

con t ex t os sociocu lt u r ais qu e in f lu em n egat iv am en t e

sobr e a v ida cot idiana das pessoas( 4).

Durant e as últ im as décadas, na Argent ina, a

per cepção sobr e pr oblem as de dr ogas for m ou par t e

do im aginário colet ivo, de m aneira que as subst âncias

p s i c o a t i v a s o c u p a m u m l u g a r c a d a v e z m a i s

p r e p o n d e r a n t e e m q u e st õ e s q u e t ê m m a r ca d o a

ev olução das sociedades. Ent r et ant o, a r ealidade se

m o d i f i c o u o b j e t i v a m e n t e , e a s p e r c e p ç õ e s d a s

socied ad es t am b ém . Os p ad r ões d e con su m o t êm

variado com novas subst âncias aparecendo em nosso

cont ext o; a convivência cot idiana m at izou a visão dos

p r ob lem as; e at u ações e r esp ost as v ar iad as f or am

p ost as em f u n cion am en t o, d ep en d en d o d a v isão e

concepção social quant o ao uso e consum o de drogas.

Nest e con t ex t o, é con v en ien t e r essalt ar a

im por t ância da for m ação univ er sit ár ia no âm bit o da

enferm agem , onde são adquiridos saberes que podem

ser aplicados na prát ica profissional e, em geral, nos

cu id ad os of er ecid os à com u n id ad e. A En f er m ag em ,

com o profissão, pode int ervir criando suport es sociais,

r ef or çan do a saú de com u n it ár ia e aper f eiçoan do- se

j unt o ao r est o dos pr ofissionais de saúde, a fim de

o f e r e c e r u m a p r o m o ç ã o , p r e v e n ç ã o e e d u c a ç ã o

adequadas par a a saúde.

A av aliação de cr enças e v alor es env olv idos

no at o de cuidar é fundam ent al, assim com o t am bém

é n ecessár ia u m a av aliação d a p r át ica p r of ission al

assist en cial( 5 ). Segu in do est a lin h a de pen sam en t o,

t or na- se im pr escindível det er m inar a m elhor m aneir a

de r esponder às inum er áv eis m udanças e t endências

m undiais que se encont r am afet ando cr it icam ent e a

saú d e e b em - est ar d a com u n id ad e. Além d isso, é

n ecessár io se d esen v olv er est r at ég ias r ef er en t es à

pr om oção da saúde, que abor dem as desigualdades

e con fr on t em de for m a per t in en t e as ex igên cias do

n ov o m ilên io.

Não obst ant e a grande profusão e diversidade

de in f or m ação ex ist en t e em t or n o da pr oblem át ica,

ain d a são in su f icien t es os est u d os q u e t r at am d os

a sp e ct o s p si co sso ci a i s e d a q u e l e s r e f e r e n t e s a o

c o n h e c i m e n t o d o f e n ô m e n o d a s d r o g a s –

Especialm en t e ao se con sider ar os est u dos por u m

en f oqu e in t er pr et at iv o- social, e qu e possu am com o

eixo cent ral a descrição de concepções de est udant es

de enferm agem sobre prom oção da saúde ant e o uso

de su bst ân cias psicoat iv as.

METODOLOGI A

Es t a p e s q u i s a t e m c a r á t e r d e s c r i t i v o

ex p lor at ór io, em old u r ad a n a lóg ica d a m et od olog ia

q u a l i t a t i v a , o n d e u m d o s p i l a r e s b á s i c o s é a

orient ação problem at izadora. Seu obj et ivo é conhecer

a a p r e n d i z a g e m c r ít i c a e r e f l e x i v a o b t i d a p e l o s

est u dan t es n a u n iv er sidade.

O p r o b l e m a é a b o r d a d o d e m a n e i r a

ex plor at ór ia, ident ificando a const r ução dos suj eit os

(3)

psicoat iv as e a pr om oção da saú de, pr ocu r an do os

sig n if icad os em seu s d iscu r sos e m an if est ações, a

f i m d e o b t e r u m a m a i o r c o m p r e e n s ã o d e s u a s

concepções. Par a se alcançar os obj et iv os pr opost os,

t r a b a l h o u - se e m u m co n t e x t o d e d e sco b r i m e n t o ,

a n a l i s a n d o o s p r o c e s s o s e m s u a c o m p l e x i d a d e ,

a b o r d a n d o ex p er i ên ci a s co n t ex t u a l i za d a s e t en d o

p r e s e n t e a r e a l i d a d e s o c i a l n a i n t e r a ç ã o d o s

in t eg r an t es.

Quest ões ou pressupost os foram descrit os na

b u sca d e com p r een d er e en t en d er a r ealid ad e, n a

m edida em que se t em int eragido com a m esm a, t al

com o indica um t r abalhosobr e est e t ipo de est udo:

“ o im por t ant e é que o pesquisador encont r e sent ido

e sign if icado n os dados qu e os su j eit os sociais e o

cont ex t o lhe pr opor cionam ”( 6 ).

O e n f o q u e t e ó r i co m e t o d o l ó g i co a d o t a d o

e m o l d u r a - s e n a Te o r i a Pr o b l e m a t i z a d o r a o u d e

Conscient ização de Paulo Fr eir e, que foi consider ada

a p r o p r i a d a p a r a r e sp o n d e r à s n e ce ssi d a d e s d o s

est udant es de r eflet ir sobr e sua pr ópr ia pr át ica. Do

m esm o m o d o , co n si d er o u - se q u e su a a b o r d a g em

est im ulou a subj et ividade dos est udant es, j á que est es

são suj eit os que t rat am , discut em , decidem e operam

e m f u n ç ã o d o s c o n h e c i m e n t o s a d q u i r i d o s n a

u n iv er sid ad e.

A am ost r agem foi int encional e for m ada por

dois grupos, um de cinco est udant es e out ro de set e,

r espect ivam ent e. Est es est udant es est avam cur sando

as ú lt im as disciplin as do pr im eir o ciclo do cu r so de

Licenciat ur a em Enfer m agem , int egr ando assim dois

gr u pos f ocais. O pr im eir o gr u po f oi con st it u ído por

est u dan t es sem ex per iên cia t r abalh ist a, en qu an t o o

segundo foi for m ado por alunos que t r abalhav am ou

q u e h a v i a m d e se n v o l v i d o a t i v i d a d e s n a á r e a d e

en f er m ag em .

Ent revist as em grupos focais e a observação

n ão- par t icipan t e f or am u t ilizadas par a a colet a dos

d ad os. As sessões g r u p ais f acilit ar am a ex p r essão

d o s p a r t i ci p a n t es a r esp ei t o d e su a s p er cep çõ es,

c r e n ç a s , v a l o r e s e c o n c e p ç õ e s s o c i a i s s o b r e a

pr om oção da saúde e a dependência de dr ogas. Tais

ent r ev ist as for am gr av adas em áudio par a post er ior

t r a n s c r i ç ã o , r e s u l t a n d o e f e t i v a s p a r a s o l i c i t a r

i n f o r m a ç ã o s o b r e p e r s p e c t i v a s e e x p e r i ê n c i a s

v iv en ciad as.

A obser v ação foi r ealizada com o pr opósit o

d e cap t u r ar a com p lex id ad e d o ob j et o, con h ecer o

co n t ex t o r eal , o q u e é p er ceb i d o e sen t i d o p el o s

est u d an t es, assim com o as in t er - r elações en t r e os

m em b r o s d o s g r u p o s em est u d o . D est a m a n ei r a ,

co n se g u i u - se i n d a g a r so b r e o s p r o ce sso s q u e o s

e s t u d a n t e s r e a l i z a r a m a o d e m o n s t r a r s e u s

con h ecim en t os a r espeit o de pr om oção da saú de e

co n su m o d e d r o g as, a p ar t i r d e u m a p er sp ect i v a

p r ob lem at izad or a.

A aplicação das t écnicas descrit as possibilit ou

a e x p l o r a ç ã o d o q u e o s m e m b r o s d o s g r u p o s

realizaram em t orno de at it udes, m odelos de at enção

e n ecessidades de saú de da com u n idade, con t an do

co m u m e sp a ço q u e l h e s p e r m i t i u e x p r e ssa r - se

liv r em en t e em r elação ao con h ecim en t o ob t id o n a

universidade. A análise de cont eúdo( 7) foi ut ilizada para

a realização da leit ura e descrição dos dados, que ao

f u n d a m e n t a r - se e m u m co n j u n t o d e t é cn i ca s d e

an ál i se d a co m u n i cação , p er m i t i u a o b t en ção d o s

obj et iv os do est udo.

Re a l i z o u - s e , e n t ã o , a e x p l o r a ç ã o e

or ganização do m at er ial obt ido, t ant o de ent r ev ist as

grupais, quant o de regist ros da observação. Em t odo

o p r ocesso m et od ológ ico, r ealizou - se u m a an álise

con t ín u a e seq ü en cial d os ep isód ios à m ed id a q u e

est es t r anscor r iam , o que possibilit ou e facilit ou sua

in t er p r et ação.

RESULTADOS E DI SCUSSÃO

Três categorias de análise puderam ser extraídas

do discurso dos integrantes dos grupos focais.

En f er m a g em e Pr o m o çã o d a sa ú d e. Ap l i ca çã o n o

fu t u r o ex er cício pr ofission al

Os in t eg r an t es d e am b os os g r u p os f ocais

p o s i c i o n a r a m - s e n o n o v o m o d e l o r a d i c a l , q u e

r esponde a pr em issas de pr om oção e educação par a

a sa ú d e . Ta l m o d e l o f o ca l i z a su a o r i e n t a çã o n a

a m p l i a ç ã o d a c o n s c i ê n c i a c r ít i c a d a s p e s s o a s ,

incluindo quat r o ações específicas t ais com o: r eflet ir

s o b r e a r e a l i d a d e p e s s o a l , e s t i m u l a r a b u s c a e

i d en t i f i cação co l et i v a d as cau sas e m an i f est açõ es

dessa r ealidade, ex am inar as im plicações da m esm a

e desenv olv er ações dest inadas a m udá- la.

Nesse sen t ido, os en t r ev ist ados con sider am

q u e a p r o m o ção t er á q u e ser f ei t a en t r e t o d o s, apoiando ações dirigidas à com unidade e trabalhando em grupos. O m odelo cit ado sust ent a que, em vez de t r abalh ar com in div ídu os isolados, dev em - se in clu ir

(4)

f aci l i t a o au m en t o d a co n sci ên ci a cr ít i ca, p o r seu

pot en cial par a pr om ov er m u dan ças de idéias en t r e

os suj eit os.

É necessár io conhecer as necessidades da p o p u l a çã o . D e v e - se i r a ca m p o e p o d e r v e r a realidade, falar com as pessoas, escutá- las. O diálogo cr iad o n est e con t ex t o d et er m in a a con scien t ização

co l et i v a so b r e as co n d i çõ es d e v i d a d as p esso as.

Tod av ia, ele t am b ém p er m it e r econ h ecer q u e, p or

t r á s d a s d e c i s õ e s d o s i n d i v íd u o s , e x i s t e u m a

com b in ação com p lex a d e f at or es e elem en t os q u e

influem e que influiriam para que o em poderam ent o,

t ão aclam ado ant er ior m ent e, não sej a possív el.

Os est udant es out or gam gr ande im por t ância

à p r o m o çã o d a sa ú d e a n t e o u so d e su b st â n ci a s

psicoat ivas, segundo classes sociais, ao sust ent ar que a pobr eza é u m f at or qu e pr edispõe o su j eit o ao con su m o dessas su bst ân cias, por qu e lh es per m it e evadir- se da realidade. Do m esm o m odo, am bos os

g r u p os con cor d am em af ir m ar q u e cam p an h as d e

prom oção ant e o uso de drogas não são út eis, j á que

em sua m aior ia enfat izam conseqüências negat iv as,

ex p r essa n d o : Não é p osit iv o p r oib ir . Asseg u r a m ,

t am bém , que quando eles se depar am com suj eit os

que se encont r am em r isco de consum ir subst âncias

psicoat iv as, pr ecisam t om ar ações que lhes aj udem ,

j á que, sozinhos, est es suj eit os não poder iam ev it ar

o uso e abuso das m esm as.

Os e n t r e v i s t a d o s f a z e m r e f e r ê n c i a à

d i f i cu l d a d e q u e en co n t r a m em p l a n ej a r a çõ es d e

prom oção da saúde nos cuidados de enferm agem , j á

q u e o s m o d el o s m éd i co s d e a t en d i m en t o , cu r a e

r eabilit ação pr eponder am em sua pr át ica. Ex pr essam

q u e n a u n i v e r si d a d e , e m b o r a u m a m o n t o a d o d e

cont eúdos lhes sej a t ransm it ido durant e o t ranscurso

do pr im eir o ciclo do cu r so, os m esm os, ger alm en t e

p o ssu em o r i en t ação b i o l o g i st a, e só al g u n s est ão

dir ecion ados à pr om oção da saú de f r en t e o u so de

su bst ân cias psicoat iv as. Afir m am t am bém en fr en t ar

o b s t á c u l o s p a r a p o d e r e x p r e s s a r e x a t a m e n t e o

sign if icado qu e a pr om oção da saú de possu i. Est es

obst áculos, por sua v ez, lhes im pedem de conseguir

p e n s a r e m i n t e r v e n ç õ e s q u e r e a l i z a r i a m n a

c o m u n i d a d e , a d u z i n d o , p a r a i s s o , a f a l t a d e

ex per iên cias n a pr át ica.

A p r á x i s( 8 ) é d e s t a c a d a c o m o l u g a r

p r i v i l e g i a d o p a r a q u e o s e n f e r m e i r o s a p l i q u e m

est r at égias dedicadas à pr om oção da saúde fr ent e o

f en ô m en o d as d r o g as. Pr o p õ e- se, d est a f o r m a, o

desen v olv im en t o de at iv idades de edu cação par a a

saúde, paut adas em alguns or çam ent os básicos, que

i n c o r p o r e m o r e c o n h e c i m e n t o d a d i g n i d a d e e a

i n t e g r i d a d e d o s su j e i t o s e n v o l v i d o s n o p r o ce sso

educat iv o, incluindo a conscient ização e a liber dade.

Ge r a l m e n t e , u m e n f o q u e v e r t i c a l , u m a

apr endizagem bancár ia e um conceit o biom édico em

s a ú d e p r e p o n d e r a r a m n a g r a n d e m a i o r i a d a s

cor r ent es educat iv as em saúde. Em cont r aposição a

ist o, Paulo Fr eir e, em sua educação popular, afir m a

que os m ét odos part icipat ivos at ivam a confiança e a

liv r e d et er m in ação d as p essoas. Est es m ét od os se

en con t r am em au g e, ob ser v an d o- se su a ap licação

t ant o no cam po da educação com o no da com unicação

em saú de.

O fenôm eno das drogas: apreciações e crenças sobre

o uso de subst âncias psicoat iv as

Os d a d o s c o m p i l a d o s , e x p r e s s o s p e l o s

e st u d a n t e s, r e v e l a m a i m p o r t â n ci a r e l a t i v a q u e

ou t or gam ao fen ôm en o. Em u m pr im eir o m om en t o,

eles não conseguem visualizá- lo com o um a sit uação-pr oblem a, que possam enfr ent ar m ediant e ações ou

est r at égias de int er v enção na com unidade.

N o s ú l t i m o s t e m p o s , a s c o n s e q ü ê n c i a s

negat iv as do consum o de dr ogas se fazem cada v ez

m ais evident es, e se m ost ram t ant o no set or da saúde

com o n o social. Est as in clu em t an t o as con ot ações

s o c i a i s d a d e p e n d ê n c i a d e d r o g a s , t r a ç o s d e

m ar ginalidade, ilegalidade e cr im inalização, com o as

infecções e doenças associadas ao consum o por v ia

in t r av en osa( 9 ).

Na Ar gent ina, a idade de início par a dr ogas

ilícit as e lícit as se en con t r a en t r e 8 e 1 2 an os. As

e st a t íst i ca s i n d i ca m q u e o co n su m o d e i n a l a n t e s

com eça a par t ir de um a idade pr ecoce. Est es dados

t êm se r ev er t i d o f o r t em en t e n o s ú l t i m o s t em p o s,

observando- se que crianças de pouca idade se iniciam

n o u so d e t o d o t i p o d e d r o g a s, co n f o r m e e st a s

est ej am ao seu alcan ce, r espon den do, par a isso, à

classe social a que pert encem . Além disso,

evidencia-se u m a t e n d ê n ci a m a r ca n t e a o p o l i - co n su m o d e

su b st ân cias t óx icas, en t r e as q u ais se d est acam o

álcool e os psicofár m acos, ent r e out r as.

Am b o s o s g r u p o s en t r ev i st ad o s o u t o r g am

m a i o r i m p o r t â n c i a à i d a d e , c o m r e l a ç ã o à

adolescência. Eles m encionam que a pr om oção dev e

(5)

Quant o ao est ado em que est e fenôm eno se

en co n t r a at u al m en t e n a Ar g en t i n a, o s est u d an t es

a d m i t e m n ã o co n h e ce r d a d o s a r e sp e i t o d e l e i s

ex ist en t es n o país sobr e dr ogas, m as af ir m am qu e os argentinos são de infringir as leis, não as cum prem.

Eles m an if est am qu e as dr ogas se con st it u ír am em

um com ér cio que m ov e o m undo e, se ex ist em leis,

est as favorecem os dist ribuidores, porque há dinheiro

env olv ido; desconhecendo, por sua v ez, se o Est ado

e st a r i a d i sp o st o a r e a l i za r a çõ e s p a r a r e a l m e n t e

en fr en t ar a pr oblem át ica.

Os int egr ant es dos gr upos incor por am dados

r efer ent es a m odelos ex plicat iv os do uso de dr ogas

e à i m a g e m q u e p o s s u e m d o u s u á r i o d e t a i s

s u b s t â n c i a s e m s u a s e x p r e s s õ e s . D e s t a f o r m a ,

sust ent am o m odelo m or al, ao expr essar que podem

v e r o u s u á r i o co m o u m d o e n t e , u m l a d r ã o,

concor dando assim com aqueles que sust ent am que

o consum o de det er m inadas dr ogas causa danos ao

indivíduo e à sociedade, razão pela qual o consum idor

dev e ser punido.

Os est udant es do gr upo que não desenvolve

a t i v i d a d e s t r a b a l h i s t a s m a n i f e s t a m : p o d e m o s obser var os suj eit os consum idor es com o ‘dr ogados’ que não pr ocur am soluções, por isso os t or nam os cu lpados. Ain da assim , t am bém é possív el v ê- los com o doent es, difíceis de curar.

Est es m odelos caract erizam o com port am ent o

d e v íci o d e t a i s su b st â n ci a s co m o u m t r a n st o r n o

p r o g r essi v o e i n cu r á v el , cu j a o r i g em é g en ét i co

-biológica. Além disso, quando associado a dificuldades

d e d e s e n v o l v i m e n t o i n d i v i d u a l , e s t e s p r o v o c a m

suscet ibilidade e dependência( 10- 11)

O g r u p o q u e t r a b a l h a f a z u m a b r e v e

r ef er ên cia ao m od elo cu lt u r al. Est es en f at izar am a

aut o- est im a e a im port ância do que a fam ília e a escola

en sin am .

Em o u t r a o r d e m d e c o n s i d e r a ç õ e s ,

r e ce n t e m e n t e , co n t e ú d o s so b r e o f e n ô m e n o d a s

d r o g a s t ê m si d o i n co r p o r a d o s a o cu r r ícu l o p r é

-g r a d u a çã o d a s e sco l a s d e e n f e r m a -g e m . Ta l f e i t o

ocor r e p or ser em con sid er ad os im p r escin d ív eis n a

for m ação cr ít ica de en fer m eir os, com o obj et iv o de

of er ecer cu idados apr opr iados à com u n idade.

En t r et an t o, ob ser v a- se n os in t eg r an t es d e

a m b o s o s g r u p o s f o c a i s c e r t a e s c a s s e z d e

conhecim ent o r efer ent e à dependência de dr ogas, j á

que par t e de suas apr eciações r esult am super ficiais

e im p r eg n ad as d e con h ecim en t o in t u it iv o. Disso, é

p o s s ív e l i n f e r i r q u e o s c o n t e ú d o s c u r r i c u l a r e s

m en cion ad os f or am ab or d ad os su p er f icialm en t e ou

os alunos lhe out or gar am r elat iv a im por t ância, sem

r ealizar a ap r en d izag em au t ôn om a, o q u e d if icu lt a

não só a visualização do fenôm eno com o um problem a

social, m as t am bém im possibilit a ser em cr iat iv os na

hor a de r esponder sobr e est r at égias super ant es que

p lan ej ar iam a r esp eit o d a p r om oção, p r ev en ção e

educação par a a saúde.

Um o l h a r cr ít i co so b a r ea l i d a d e d o s est u d a n t es.

Ap r o p r i a ç ã o d e c o n h e c i m e n t o s s i g n i f i c a t i v o s n a

u n iv er sid ad e

A ed u cação sob r e o f en ôm en o d as d r og as

deve incluir - se, coer ent em ent e, a out r os aspect os da

v ida das pessoas. Dest a for m a, est a é int egr ada ao

m arco da prom oção da saúde, não sendo considerada

apenas com o um processo de inform ação, j á que não

conduz a m odificações do com por t am ent o, m as sim ,

dev em - se pr om ov er paut as de condut a que super em

as m ot iv ações da apr ox im ação a elas( 9).

Nest e cont ext o, a universidade é considerada

u m a i n s t i t u i ç ã o s o c i a l , r e s p o n s á v e l p e l o

d esen v o l v i m en t o d e u m al t o n ív el acad êm i co d o s

r ecur sos hum anos. Assim sendo, est a dev e for m ar e

pr epar ar pr of ission ais par a qu e con sigam en f r en t ar

os cr escent es desafios at uais com êx it o, nas esfer as

cient ífica, t écnica e cult ur al( 11).

Com relação a ist o, os int egrant es dos grupos

ex p r essam q u e n a u n iv er sid ad e os alu n os con t am

com gr andes iniciat ivas par a r ealizar int er venções na

abordagem de alguns cont eúdos na prát ica, m as que

post er ior m ent e não podem dar cont inuidade em sua

a p l i ca çã o . Ap esar d os con t eú d os of er ecid os, n ão t em os a pr om oção da saú de in cor por ada f r en t e à d ep en d ên cia d e d r og as, e sim ao t r at am en t o d o consum idor, que depende da postura que os docentes de diferent es cadeiras possuem .

Cabe m encionar, nest e sent ido, a im port ância

q u e a i n t e g r a çã o d o s co n t e ú d o s t e m n o p r o j e t o

curricular, em duas direções. Por um lado, a int egração

con cebida em sen t ido v er t ical com as con ex ões de

cont eúdos de um a m esm a disciplina, e por out r o, a

i n t e g r a ç ã o h o r i z o n t a l , q u e i m p l i c a r e l a ç õ e s

s i g n i f i c a t i v a s e n t r e c o n t e ú d o s c u r r i c u l a r e s d e

(6)

Os i n t e g r a n t e s d o g r u p o q u e p o s s u i

e x p e r i ê n c i a t r a b a l h i s t a n a á r e a c o n s i d e r a m a

im port ância de aprender e t rabalhar na prom oção da

s a ú d e , e n a d e p e n d ê n c i a d e d r o g a s d e f o r m a

int erdisciplinar, j á que sust ent am que a enferm agem ,

apenas com o disciplina, pode r ealizar um t r at am ent o

par cial da pr oblem át ica.

A com p lex id ad e d o f en ôm en o d o ab u so d e

d r og as ev id en cia u m a m u lt i- cau salid ad e d e f at or es

q u e o b r i g a m a r e n u n ci a r à i l u sã o d e u m a v i sã o

com plet a do m esm o. Con seqü en t em en t e, ger a- se a

n e ce ssi d a d e d e e f e t u a r a b o r d a g e n s d e d i v e r sa s

d i sci p l i n as q u e t en t am , assi m co m o en f er m ag em ,

com p r een d er o h om em , p ar a f or m ar u m m ar co d e

t r abalho int er disciplinar e int er set or ial.

En t r e t a n t o , à m e d i d a q u e a

int erdisciplinaridade avança, aparecem cada vez m ais

nov os desafios. As ár eas das ciências se com unicam

p o u co e, m u i t as v ezes, r esi st em a co m u n i car - se,

conseguindo assim , apenas pr ej udicar a inov ação( 13).

Reunir infor m ação a r espeit o da const r ução

d o co n h e ci m e n t o é a ch a v e p a r a co m p r e e n d e r o

p r o c e s s o r e a l i z a d o . I s t o s e e x p l i c a , p o i s o s

c o n h e c i m e n t o s q u e o s e s t u d a n t e s p o s s u e m s ã o

indicadores das art iculações ent re pensam ent o e ação.

Na at ualidade, pr iv ilegia- se o const r ut iv ism o

s ó c i o - h i s t ó r i c o e c u l t u r a l c o m o p e r s p e c t i v a

p e d a g ó g i c a , n o q u a l s e d e s t a c a a r e l a ç ã o

i n t e r s u b j e t i v a c o m o b a s e f u n d a m e n t a l d a

a p r e n d i z a g e m . A p a r t i r d a i n t e r a ç ã o , d o

r econ h ecim en t o de saber es e ex per iên cias de v ida,

r eapar ece a t eor ia cr ít ica de super ação, a pedagogia

da con scien t ização.

D o m e s m o m o d o , o b s e r v a - s e q u e o s

est u d an t es sab em d e f or m a su p er f icial o q u e est á

acont ecendo na at ualidade. Est es não possuem m uit os

dados da r ealidade que os cir cunda, sem pr eocupar

-se em ob t er con h ecim en t o a r esp eit o d a t em át ica

a b o r d a d a , a t r a v é s d a a p r e n d i za g e m a u t ô n o m a e

independent e, e, confor m e o que Paulo Fr eir e disse:

n ã o co n se g u e m p a ssa r d a cu r i o si d a d e i n g ê n u a à

cu r iosidade epist em ológica.

A for m ação pr ofissional é consider ada com o

u m p r o ce sso n o q u a l se t r a n si t a p o r d i f e r e n t e s

ex p er iên cias e se in t er ag e com d iv er sos cor p os d e

co n h e ci m e n t o s e e n f o q u e s, a b r a n g e n d o t a n t o o

per íodo de pr epar ação for m al e sist em át ica, com o a

p r á t i c a p r o f i s s i o n a l( 1 4 ). Co n t a m o s co m a l g u n s

conhecim ent os, m as nos falt a a prát ica - sust ent am

am bos os gr upos focais.

Com r elação ao v ín cu lo t eor ia- pr át ica, est e

est udo at ent ou- se aos pr im eir os anos de ex per iência

p r át i ca e ao v al o r f o r m at i v o q u e i st o o f er ece. Ao

m esm o t em po em que incor por a esquem as de ação,

in t r od u z o alu n o n a cu lt u r a d a in st it u ição on d e se

r ealiza. Nest e sent ido, im põe- se a idéia de r eflex ão

sob r e a p r át ica, n a at u alid ad e, con seg u in d o q u e a

m esm a sej a conscient e e aut ônom a, onde exist a um a

e st r e i t a r e l a çã o e n t r e i n t e n çõ e s, r e a l i d a d e e a s

relações ent re t eorias de base e t eorias para a ação.

N a a p r e s e n t a ç ã o d a p r á t i c a , d e u m a

per spect iv a int er pr et at iv a e cr ít ica, t ent a- se super ar

l i m i t a çõ es i n co r p o r a n d o n o çõ es d e co m p r een sã o ,

i n t er p r et ação , si g n i f i cad o e ação . D est a f o r m a, a

t eor ia se const r ói em ar t iculação com a pr át ica( 15).

Os est u d an t es ex p õem in cer t ezas sob r e o

esp aço q u e p od em e d ev em ocu p ar com o f u t u r os

p r om ot or es d e saú d e, qu an do e com o par t icip ar, o

que pot encializa est a pr oblem át ica pela insegur ança

q u e su a f al t a d e ex p er i ên ci a l h es p r o v o ca. Assi m

sendo, é necessário que se realize um a t ransform ação

pedagógica, onde se m odifiquem as relações, funções

e papéis dos edu cador es e edu can dos, in t r odu zin do

um a m et odologia part icipat iva, criando condições que

per m it am desenv olv er a cr iat iv idade e a capacidade

de pesqu isa.

As n ecessid ad es m u t áv eis, a n at u r eza e o

g r a u d e a b u so d e su b st â n ci a s r e q u e r e m q u e a s

enfer m eir as est ej am pr epar adas par a t r abalhar com

aquelas pessoas cuj os pr oblem as est ão r elacionados

ao ab u so d e ál co o l e d r o g as. O d esem p en h o d as

en fer m eir as é u m r ecu r so essen cial n o cu idado dos

indiv íduos, fam ílias e com unidades. Além disso, par a

poder em r ealizar su as at iv idades, est as dev em ser

capacit adas em su as h abilidades clín icas, cogn it iv as

e r elacionais( 16).

Vale se dest acar que, no m om ent o de sínt ese

d a s r e u n i õ e s g r u p a i s r e a l i z a d a s , o s e s t u d a n t e s

co n se g u i r a m r e a l i za r a v a l i a çõ e s d o co n t e x t o , d a

realidade e, dos próprios recursos que dispõem , para

cont r ibuir com est r at égias de abor dagem e solução,

t en t an d o r ecu p er ar ap r en d izag en s n a r econ st r u ção

do con h ecim en t o pr ofission al.

A sociedade e a cult ura exigem reflexão sobre

os pr oblem as de saúde, com o at os que fazem par t e

(7)

e prevenção da saúde perm it em visualizar o processo

vit al do suj eit o na própria dinâm ica de cot idianidade,

indicando o t r abalho de t r ansfor m ação de for m as de

v id a, d e r ef lex ão sob r e os p r óp r ios j u lg am en t os e

m edos, ser á possív el abor dar as difer ent es sit uações

que se pr essent em com o conflit ant es.

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

Em a l g u m a s l i n h a s g e r a i s , o a c e s s o à s

co n cep çõ es d o s est u d a n t es so b r e a p r o m o çã o d a

s a ú d e , e m s e u c o n t e x t o s ó c i o - c u l t u r a l , c o m

car act er íst icas pr ópr ias na const r ução do m undo que

o s c i r c u n d a , d e t e r m i n o u o s i g n i f i c a d o q u e e l e s

ou t or gam ao u so de su bst ân cias psicoat iv as, assim

c o m o a s p o s s i b i l i d a d e s d e p ô r e m p r á t i c a o s

con h ecim en t os, em su a f u t u r a p r át ica p r of ission al.

Nest as r ef lex ões, deu - se lu gar a qu est ões r elat iv as

ao papel qu e a ar t icu lação t eor ia- pr át ica possu i n o

desen v olv im en t o das ex per iên cias dos est u dan t es.

A p r á t i c a p r o f i s s i o n a l a p a r e c e c o m o u m

el em en t o d ef i n i d o r n a i n co r p o r ação d e p r o b l em as

significat ivos que afet am o exercício profissional. Esse

t ipo de represent ação, com relação à prát ica, im plica

reconhecer a vigência de cert os t raços ident ificadores

da pr of issão, em oldu r ados n as con dições h ist ór icas

e m q u e s e m a n i f e s t a m e m u m a d e t e r m i n a d a

socied ad e.

A for m a com que se incluem essas pr át icas,

su a o cu l t a çã o o u ex p l i ci t a çã o , a a l o ca çã o q u e a s

d i sci p l i n a s e a s a p r e n d i z a g e n s p r o m o v i d a s l h e s

con f er em , são q u est ões qu e f azem à apr esen t ação

do cont eúdo e delim it am um cam po int eressant e para

a r eflex ão sobr e a est r ut ur a cur r icular da car r eir a.

A im port ância que out orgam à int erdisciplina

par a a abor dagem dest es t em as é f act ív el, sem pr e

que há um a visão do m undo com pont os em com um ,

cer t a afinidade de int enções, v alor es com par t ilhados,

perspect iva de superação das burocracias e est rut uras

acadêm icas r ígidas, assim com o a conv icção de que

a t arefa com part ilhada é m uit o m ais rica que o andar

solit ár io.

A con t r ib u ição d est e est u d o f ocou em u m

m a r c o p r o b l e m a t i z a d o r, o n d e o s e s t u d a n t e s

con segu ir am ar t icu lar a t em át ica abor dada em seu

discur so. I st o se deu por m eio de ar gum ent ações e

reflexões, evidenciando seus processos de const rução

d o con h ecim en t o e, in clu in d o- se n o cen ár io, com o

f u t u r o s p r o m o t o r e s d a sa ú d e , a o d e sco b r i r q u e

p o s s u ía m c o n h e c i m e n t o s p r é v i o s , p o s s ív e i s d e

r ecu p er ar.

Os p r of i ssi on ai s d a saú d e são cap azes d e

g e r a r co m p e t ê n ci a s co g n i t i v a s e m e t a co g n i t i v a s,

a p r o p r i a r - s e d e s a b e r e s s o c i a l m e n t e v á l i d o s e

r ep r o d u zi - l o s, n o co n t ex t o o n d e l h es co r r esp o n d a

at uar em sua pr át ica pr ofissional.

Segundo Paulo Fr eir e, é necessár io poder se

q u est ion ar : Por q u e n ão d iscu t ir com os alu n os a

r ealidade concr et a a que se dev e associar a m at ér ia

cu j o con t eú d o se en sin a? Por q u e n ão est ab elecer

u m elo en t r e os sab er es cu r r icu lar es f u n d am en t ais

aos alunos e a ex per iência social, que eles possuem

com o indiv íduos?( 17)

AGRADECI MENTOS

Ag r a d e ce m o s a Co m i ssã o I n t e r a m e r i ca n a

p a r a o Co n t r o l e d o Ab u s o d e D r o g a s / CI CAD d a

Su b se cr e t a r i a d e Se g u r a n ça Mu l t i d i m e n si o n a l d a

Or g a n i z a ç ã o d o s Es t a d o s A m e r i c a n o s / OEA , a

Secr et ar ia Nacional Ant idr ogas/ SENAD, aos docent es

d a Esco l a d e En f e r m a g e m d e Ri b e i r ã o Pr e t o d a

Un iv er sid ad e d e São Pau lo, Cen t r o Colab or ad or d a

OM S p a r a o d e s e n v o l v i m e n t o d a p e s q u i s a e m

enfer m agem , a população da am ost r a dos est udos e

aos r epr esent ant es dos oit o países Lat inoam er icanos

que part iciparam do I e I I Program a de Especialização

On - l i n e d e Ca p a c i t a ç ã o e I n v e s t i g a ç ã o s o b r e o

Fen ô m en o d a s D r o g a s - PREI NVEST o f er eci d o n o

b i ên i o 2 0 0 5 / 2 0 0 6 p el a Esco l a d e En f er m ag em d e

Ri b ei r ão Pr et o, d a Un i v er si d ad e d e São Pau l o, n a

m odalidade de ensino a dist ância.

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Referências

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1 Mestranda em Enferm agem pela Escola de Enferm agem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, Docent e da Escola Técnica da Universidade.. Federal do Paraná, e- m ail:

da Universidade Federal do Ceará; 2 Enferm eira, Mestre em Saúde Pública, Doutoranda em Enferm agem em Saúde Com unitária, Professor da Faculdade de.. Medicina da

1 Trabalho ext raído da dissert ação de m estrado; 2 Enferm eira, Mest re em Enferm agem , Dout oranda da Escola de Enferm agem de Ribeirão Pret o da.. Universidade de São