• Nenhum resultado encontrado

A epilepsia na neurocisticercose.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "A epilepsia na neurocisticercose."

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

A EPILEPSIA NA NEUROCISTICERCOSE

LUÍS MARQUES-ASSIS*; L U I Z ORTIZ F . * *

D e n t r e o s processos i n f l a m a t o r i o s do s i s t e m a nervoso c e n t r a l que c o s -t u m a m a s s u m i r f o r m a crônica r e s s a l -t a , p e l a f r e q ü ê n c i a c o m q u e incide e m n o s s o m e i o , a n e u r o c i s t i c e r c o s e . E n t r e o s quadros clínicos que e s t a a f e c ç ã o pode determinar, d e v e m s e r d e s t a c a d a s a s s í n d r o m e s epilépticas, a s s o c i a d a s ou n ã o a o u t r a s m a n i f e s t a ç õ e s . N o p r e s e n t e t r a b a l h o propomo-nos a e s t u d a r , do ponto de v i s t a c l í n i c o - e l e t r e n c e f a l o g r á f i c o , 131 c a s o s de epilepsia c o m e t i o l o g í a c i s t i c e r c ó t i c a comprovada,

M A T E R I A L E MÉTODOS

F o r a m e s t u d a d o s p a c i e n t e s i n t e r n a d o s o u r e g i s t r a d o s no A m b u l a t ó r i o d a Clínica N e u r o l ó g i c a do D e p a r t a m e n t o de N e u r o p s i q u i a t r i a do H o s p i t a l d a s Clínicas d a F a c u l d a d e de Medicina d a U n i v e r s i d a d e de S ã o P a u l o . O d i a g n ó s t i c o de n e u r o c i s t i -c e r -c o s e foi f i r m a d o m e d i a n t e a p o s i t i v i d a d e d a r e a ç ã o de W e i n b e r g n o líquido c e f a l o r r a q u e a n o ( 1 2 8 c a s o s ) o u m e d i a n t e n e c r o p s i a (3 c a s o s ) ; e m 8 casos, a l é m d a p o s i t i v i d a d e d a q u e l a r e a ç ã o , o d i a g n ó s t i c o foi c o n f i r m a d o p e l a necropsia.

A idade v a r i o u de 2 a 68 a n o s ; 75 p a c i e n t e s e r a m d o s e x o m a s c u l i n o e 5 6 d o s e x o f e m i n i n o ; 117 e r a m brancos, 1 0 e r a m pardos, 3 e r a m p r e t o s e, u m , a m a r e l o . A idade de início d a d o e n ç a p r e d o m i n o u n a p r i m e i r a d é c a d a (Quadro 1 ) .

T r a b a l h o r e a l i z a d o n a C l í n i c a N e u r o l ó g i c a (Prof. H . M. C a n e l a s ) d o D e p a r t a m e n t o d e N e u r o p s i q u i a t r i a d a F a c . M e d . U n i v . S ã o P a u l o e a p r e s e n t a d o n o V C o n -g r e s s o B r a s i l e i r o d e N e u r o l o -g i a e III C o n -g r e s s o B r a s i l e i r o d e E l e t r e n c e f a l o -g r a f i a e N e u r o f i s i o l o g i a C l í n i c a , S ã o P a u l o , 1 2 - 1 5 d e j u l h o d e 1 9 7 2 : * M é d i c o a s s i s t e n t e ;

(2)

O e s t u d o foi feito e m r e l a ç ã o a o tipo de epilepsia, à idade do inicio, a o t e m p o decorrido após a p r i m e i r a crise e à f r e q ü ê n c i a d a s crises r e l a t i v a m e n t e à s e p i l e p s i a s e m geral. I n v e s t g a ç ã o foi f e i t a t a m b é m q u a n t o à s c a r a c t e r í s t i c a s d a c e f a l é i a , q u a n d o presenta, e q u a n t o a o s a c h a d o s n e u r o l ó g i c o s , liquóricos, e l e t r e n c e f a l o g r á -flcos, r a d i o l ó g i c o s s i m p l e s e c o n t r a s t a d o s e a n á t o m o - p a t o l ó g l c o s . P a r a m a i o r e s d e t a l h e s sobre os m é t o d o s utilizados, verificar e m p u b l i c a ç õ e s a n t e r i o r e s » ,1 0

.

R E S U L T A D O S

Os r e s u l t a d o s r e f e r e n t e s à idade de início, a o tipo das m a n i f e s t a ç õ e s epilépticas, à d u r a ç ã o da e p i l e p s i a e à f r e q ü ê n c i a d a s crises, r e l a t i v a m e n t e à s e p i l e p s i a s e m geral, p o d e m ser o b s e r v a d o s n o s q u a d r o s 1, 2, 3 e 4. A c e f a l é i a e s t a v a p r e s e n t e e m 81 c a s o s ( 6 2 % ) ; e m 70 a s s u m i u c a r á t e r p a r o x í s t i c o , e m 8 c a r á t e r c o n t í n u o , t e n d o h a v i d o c o n c o m i t â n c i a de a m b o s e m três c a s o s . D o s 70 p a c i e n t e s c o m c e f a l é i a p a r o -x í s t i c a , e m 47 n ã o h a v i a s i n a i s de h i p e r t e n s ã o i n t r a c r a n i a n a ; dos 8 c a s o s c o m c e f a l é i a c o n t í n u a , e m a p e n a s um, e s s e s s i n a i s n ã o e s t a v a m p r e s e n t e s . O e x a m e n e u r o l ó g i c o foi n o r m a l e m 7 3 c a s o s ( 5 4 % ) e a n o r m a l e m 58: s i n a i s de h i p e r t e n s ã o i n t r a c r a n i a n a (HIC) foram c o n s t a t a d o s e m 36 casos, a m a u r o s e e m 9 e s i n a i s focais e m 13 c a s o s .

O e x a m e do líquido c e f a l o r r a q u e a n o (LCR) foi feito e m 130 casos. A pressão liquórica, m e d i d a e m 116 casos, m o s t r o u s e e l e v a d a e m 26, sendo os n í v e i s e n c o n -trados n o r m a i s e m 90 c a s o s . C o n t a g e m de c é l u l a s foi f e i t a e m 129 casos, sendo c o n s t a t a d a pleiocitose e m 105, c o m e o s i n o f i l o r r a q u i a e m 63 c a s o s . A s p r o t e í n a s liquóricas f o r a m d o s a d a s e m 126 c a s o s ; e m 55 h a v i a hiperproteinorraquia. A r e a ç ã o de Weinberg, e s p e c í f i c a p a r a a cisticercose, f e i t a no liquor e m t o d o s o s casos, foi p o s i t i v a e m 128.

O r e g i s t r o e l e t r e n c e f a l o g r á f i c o foi obtido e m 110 casos, tendo sido n o r m a l e m 37. D o s 73 c a s o s e m que f o r a m c o n s t a t a d a s a n o r m a l i d a d e s , e s t a s se r e v e l a r a m de tipo p a r o x í s t i c o focai e m 47, c o n t í n u o focai e m 10, p a r o x í s t i c o difuso e m 6 e c o n t í n u o difuso e m 10 c a s o s ; e m dois c a s o s h a v i a c o n c o m i t â n c i a de m a i s de u m tipo de a n o r m a l i d a d e .

O e x a m e r a d i o l ó g i c o simples, r e a l i z a d o e m 75 p a c i e n t e s , foi n o r m a l e m 40, r e v e l a n d o s i n a i s de h i p e r t e n s ã o i n t r a c r a n i a n a e m 26 e p r e s e n ç a de c a l c i f i c a ç õ e s e m 9 casos. A c a r o t i d o a n g i o g r a f i a , f e i t a e m 25 casos, m o s t r o u s i n a i s indiretos de d i l a t a ç ã o v e n t r i c u l a r e m 15, d e s v i o s v a s c u l a r e s e m 5 e o c l u s õ e s a r t e r i a i s e m três, sendo n o r m a l e m dois casos. O p n e u m e n c e f a l o g r a m a , feito e m 6 casos, m o s t r o u si-n a i s de atrofia e m dois, de processo e x p a si-n s i v o e m um, de h i d r o c e f a l i a e m dois e de processo q u i a s m á t i c o e m u m caso. E x a m e i o d o v e n t r i c u l o g r á f i c o , feito e m 6 casos, m o s t r o u bloqueio p a r c i a l o u t o t a l a o n í v e l do a q u e d u t o e q u a r t o v e n t r í c u l o e m 4 c a s o s e d i l a t a ç ã o v e n t r i c u l a r e m u m c a s o ; e m u m caso o e x a m e foi i n c o n c l u s i v o . O e x a m e necroscópico, feito e m 11 casos, c o n f i r m o u a e t i o l o g í a c i s t i c e r c ó t i c a d a d o e n ç a e m dois c a s o s c o m r e a ç ã o de W e i n b e r g n e g a t i v a no liquor e e m u m c a s o que n ã o foi s u b m e t i d o a p u n ç ã o liquórica. E m 8 c a s o s m o s t r o u a p r e s e n ç a de cisticercos cerebrais o u i n t r a d u r a i s .

C O M E N T Á R I O S

(3)

r a r a1 1

a cisticercose tern sido valorizada como sendo epileptogênica por di-versas autores \ 2

> 5

. 6

>7

.1 3

>1 4

.

C a n e l a s2

(1962) fez e x t e n s a revisão sobre a neurocisticercose e m nosso meio, encontrando epilepsia e m grande parte dos casos (46,6%), e m propor-ção maior que os sinais de H I C (35,9%) e que as alterações neurológicas focais ou difusas (24,5%). N o que s e refere ao tipo das manifestações epilépticas, no grupo e m que a s crises ocorreram s e m sinais neurológicos concomitantes, predominaram a s formas convulsivas, sendo encontradas e m proporção m e n o r a s crises de tipo psicomotor; 65% dos casos apresentaram t a m b é m sinais de hipertensão intracraniana. Brotto 1

, e m 1947, já havia cha-mado a a t e n ç ã o para o fato de s e r e m as formas epilépticas a s m a i s freqüen-t e m e n freqüen-t e enconfreqüen-tradas na neurocisfreqüen-ticercose.

D e n t r e a s formas raras de epilepsia na neurocisticercose foram descri-tas as psicomotoras ( T r e l l e s1 5

) . T a m b é m a presença de epilepsia t e m sido referida nas formas hemiplégicas da d o e n ç a3

e, embora e m m e n o r grau, nas formas do ângulo p o n t o c e r e b e l a r4

.

E m nossos casos, no que diz respeito à idade de início da doença, quando comparado o grupo de neurocisticercose c o m o das epilepsias e m geral (quadro 1 ) , verifica-se maior incidência na primeira década da vida e a partir da quarta década no primeiro grupo e m relação à s epilepsias e m geral; n e s t a s a doença se inicia p r e d o m i n a n t e m e n t e n a segunda década (47% dos c a s o s ) .

Quanto ao tipo da epilepsia, e m nosso material predominaram nitida-m e n t e as fornitida-mas convulsivas da epilepsia, sendo as nitida-mais raras as de tipo bravais-jacksoniana s e m generalização (referidas e m apenas dois c a s o s ) ; e m 8% dos casos foram descritas crises psicomotoras; porém, e m apenas 5 casos as crises de a u t o m a t i s m o ocorreram isoladamente. R e l a t i v a m e n t e às epilepsias e m geral (quadro 2) verifica-se incidência m e n o r das convul-sões generalizadas na neurocisticercose.

(4)

A severidade da doença, traduzida pela freqüência das crises, relati-v a m e n t e à s epilepsias e m geral (quadro 4) torna-se de interpretação difícil levando e m conta a alta p o r c e n t a g e m de casos nos quais esse dado é ignorado no primeiro grupo. N o entanto, o estudo percentual comparativo, sendo desprezados os 45 casos e m que a freqüência das crises é ignorada, p e r m i t e c o n s t a t a r maior benignidade no grupo da neurocisticercose, com m e n o r n ú m e r o de casos c o m freqüência m e n s a l ou c o m mais de u m a crise por m ê s , r e l a t i v a m e n t e às epilepsias e m geral. E m virtude da própria na-tureza da doença nota-se t a m b é m maior n ú m e r o das formas iniciais das epilepsias no grupo da cisticercose (casos que procuram atendimento médico i m e d i a t a m e n t e após as primeiras c r i s e s ) .

A cefaléia e s t á entre os sintomas c o m u m e n t e referidos na neurocisti-cercose e, n ã o raramente, faz parte das queixas dos pacientes epilép-ticos de m o d o geral. N o grupo estudado, esse sintoma estava presente na maior parte dos casos ( 6 8 % ) , assumindo caráter paroxístico (78%) ou contínuo ( 1 6 % ) . Cumpre n o t a r que e m 47 casos c o m cefaléia paroxística

(5)

que a presença de crises de cefaléias e m paciente c o m neurocisticercose não implica e m a u m e n t o da pressão intracraniana, sendo diversa s u a etiopatogenia.

Canelas 2

e Pupo 1 4

colocam as formas hipertensivas da neurocisticercose como a s m a i s freqüentes depois das formas convulsivas. E m nosso material, e m que foram estudados casos c o m a l g u m a forma de epilepsia, a hipertensão intracraniana foi constatada e m 36 casos ( 2 6 % ) ; e m 8 casos havia amaurose, e m 5 dos quais n ã o havia H I C atual, o que faz supor de s u a e x i s t ê n c i a prévia. P o r outro lado, sinais neurológicos focais foram encontrados e m apenas 13 casos ( 1 0 % ) . Portanto, os casos que a p r e s e n t a r a m apenas m a n i f e s t a ç õ e s epi-lépticas, s e m sinais neurológicos ou de H I C , constituíram a m a i o r parte (62%) e d e v e m corresponder ao contingente ambulatorial do m a t e r i a l e s t u -dado.

N o que diz respeito ao traçado eletrencefalográfico, Longo e c o l .8

, estudando as cisticercoses encefálicas e m geral, encontraram raramente tra-çados normais, chamando a a t e n ç ã o para o valor das disritmias paroxísticas como indicativas da presença de convulsões no quadro. Lombardo e Mateos 7

r e s s a l t a r a m a prevalência das disritmias difusas e m relação à s focais. Ca-n e d a s2

, analisando a neurocisticercose e m geral, encontrou 3 0 % dos casos c o m E E G normal e predomínio das anormalidades localizadas e m relação à difusas; quando analisadas apenas a s formas epilépticas da doença, o índice de normalidade foi maior ( 4 4 % ) , sendo o comportamento s e m e l h a n t e no grupo c o m E E G anormal. E m nossos casos os resultados f o r a m s e m e l h a n t e s : estudo comparativo c o m as epilepsias e m geral (quadro 5 ) , excluídos os casos c o m disritmia contínua, m o s t r a que na neurocisticercose os traçados normais foram encontrados e m maiores índices percentuais.

Os achados do presente trabalho no que se refere ao tempo de doença, à severidade da epilepsia e a o eletrencefalograma corroboram os referidos por Marques-Assis e Morais J r .1 2

que e s t u d a r a m as epilepsias e m pacientes c o m líquido cefalorraqueano alterado, inclusive c o m meningencefalites espe-cíficas (cisticercóticas e l u é t i c a s ) .

(6)

D o s 11 casos que f o r a m submetidos à autopsia, e m dois a reação de Weinberg havia sido negativa, m a s havia pleiocitose e eosinofilorraquia. E s s e achado a s s u m e importancia e nunca é demais repetir que, para a fei-tura do diagnóstico de neurocisticercose n ã o é indispensável a positividade daquela reação, ficando t a m b é m demonstrado o valor que deve ser atribuído à presença da eosinofilorraquia nessas condições.

RESUMO

F o r a m e s t u d a d o s 131 casos d e epilepsia c o m e t i o l o g i a c i s t i c e r c ó t i c a c o m -p r o v a d a . A i d a d e v a r i o u de 2 a 68 a n o s ; 75 -p a c i e n t e s e r a m de s e x o m a s c u l i n o e 56 de sexo f e m i n i n o ; 117 e r a m b r a n c o s , 10 p a r d o s , t r ê s p r e t o s e u m a m a -r e l o . A idade d e início d a d o e n ç a p -r e d o m i n o u n a p -r i m e i -r a d é c a d a .

O e s t u d o foi feito e m r e l a ç ã o a o t i p o d e epilepsia, a o t e m p o d e c o r r i d o a p ó s a p r i m e i r a crise, à f r e q ü ê n c i a d a s c r i s e s e a o e l e t r e n c e f a l o g r a m a r e l a t i -v a m e n t e à s e p i l e p s i a s e m g e r a l . I n -v e s t i g a ç ã o foi f e i t a t a m b é m e m r e l a ç ã o à cefaléia, a o s a c h a d o s n e u r o l ó g i c o s , liquóricos, radiológicos s i m p l e s e con-t r a s con-t a d o s e a n á con-t o m o - p a con-t o l ó g i c o s .

A a n á l i s e dos r e s u l t a d o s p e r m i t i u a o s a u t o r e s a s s e g u i n t e s c o n c l u s õ e s : 1) N o g r u p o de n e u r o c i s t i c e r c o s e o início d a d o e n ç a p r e d o m i n o u n a p r i m e i r a e a p a r t i r d a q u a r t a d é c a d a e m r e l a ç ã o à s epilepsias e m g e r a l . 2) D e n t r e a s m a n i f e s t a ç õ e s clínicas p r e d o m i n a r a m a s f o r m a s c o n v u l s i v a s d a d o e n ç a ( 6 1 % ) , s e n d o a s c r i s e s b r a v a s - j a c k s o n i a n a s a s m e n o s f r e q ü e n t e s ( 4 % ) ; q u a n d o c o m p a r a d a s c o m a s epilepsias e m g e r a l , v e r i f i c a - s e i n c i d ê n c i a m e n o r d a s c o n v u l s õ e s g e n e r a l i z a d a s n a n e u r o c i s t i c e r c o s e . 3) Q u a n t o a o t e m p o de d o e n ç a , v e r i f i c a - s e p r e d o m í n i o d a s f o r m a s de d u r a ç ã o m a i s c u r t a ( u m a n o ou m e n o s ) n a n e u r o c i s t i c e r c o s e . 4) A s e v e r i d a d e d a epilepsia, t r a d u z i d a p e l a f r e q ü ê n c i a d a s crises, foi m e n o r n o g r u p o c o m n e u r o c i s t i c e r c o s e . 5) E x c l u í d o s os c a s o s c o m a n o r m a l i d a d e s e l e t r e n c e f a l o g r á f i c a s c o n t í n u a s , f o r a m e n c o n t r a d o s m a i o r e s índices p e r c e n t u a i s de E E G n o r m a l n a n e u r o c i s t i c e r -cose q u e n a s e p i l e p s i a s e m g e r a l . 6) A cefaléia e s t a v a p r e s e n t e e m 6 8 % dos casos, a s s u m i n d o c a r á t e r p a r o x í s t i c o n a m a i o r p a r t e ( 7 8 % ) ; e m 6 7 % dos c a s o s c o m cefaléia p a r o x í s t i c a n ã o h a v i a c o n c o m i t a n t e m e n t e s i n a i s d e h i p e r t e n s ã o i n t r a c r a n i a n a ; nos c a s o s c o m cefaléia c o n t í n u a , e m a p e n a s dois ( 1 3 % ) e s s e s s i n a i s n ã o e s t a v a m p r e s e n t e s . 7) N a m a i o r p a r t e dos c a s o s ( 6 2 % ) a s m a n i f e s t a ç õ e s e p i l é p t i c a s s e a p r e s e n t a r a m i s o l a d a m e n t e , s e m s i -n a i s -n e u r o l ó g i c o s focais o u s i -n a i s d e h i p e r t e -n s ã o i -n t r a c r a -n i a -n a .

S U M M A R Y

The epilepsy in neurocysticercosis

(7)

d o n e c o n c e r n i n g t h e h e a d a c h e , t h e n e u r o l o g i c a l f i n d i n g s , t h e c e r e b r o s p i n a l fluid, p l a i n a n d c o n t r a s t e d r a d i o l o g i c e x a m i n a t i o n a n d h i s t o p a t h o l o g y .

T h e a u t h o r d r a w t h e f o l l o w i n g c o n c l u s i o n s : 1) I n t h e n e u r o c y s t i c e r c o s i s g r o u p t h e o n s e t of d i s e a s e p r e d o m i n a t e in t h e f i r s t d e c a d a a n d f r o m t h e f o u r t h d e c a d a . 2) C o n c e r n i n g t h e t y p e of s e i z u r e s , t h e c o n v u l s i o n s p r e d o m i n a t e ; t h e J a c k s o n i a n fits w e r e t h e less f r e q u e n t . 3) C o n c e r n i n g t h e d u r a t i o n of d i s e a s e t h e e p i l e p s y w i t h s h o r t d u r a t i o n ( o n e y e a r o r l e s s ) p r e d o m i -n a t e i-n t h e -n e u r o c y s t i c e r c o s i s g r o u p . 4) T h e s e v e r i t y of e p i l e p s y ( f r e q u e -n c y of s e i z u r e s ) w a s s m a l l e r in t h e n e u r o c y s t i c e r c o s i s g r o u p . 5) E x c l u d i n g t h e c a s e s w i t h c o n t i n u o u s E E G a b n o r m a l i t i e s , t h e r e w e r e m o r e n o r m a l E E G in n e u r o c y s t i c e r c o s i s g r o u p t h a n in e p i l e p s i e s in g e n e r a l . 6) T h e h e a d a c h e w a s p r e s e n t in 6 8 % of c a s e s , w i t h p a r o x y s m a l p a t t e r n in t h e g r e a t e r n u m b e r

( 7 8 % ) ; in 6 7 % of c a s e s w i t h p a r o x y s m a l h e a d a c h e t h e i n t r a c r a n i a l h y p e r -t e n s i o n s i g n s w e r e a b s e n -t ; in -t h e c a s e s w i -t h c o n -t i n u o u s h e a d a c h e -t h e s e s i g n s w e r e n o t p r e s e n t in o n l y t w o c a s e s ( 1 3 % ) . 7) I n t h e g r e a t e r n u m b e r

( 6 2 % ) t h 3 p a t i e n t s h a v e p r e s e n t e d o n l y e p i l e p t i c m a n i f e s t a t i o n s w i t h o u t focal n e u r o l o g i c a l s i g n s o r i n t r a c r a n i a l h y p e r t e n s i o n .

R E F E R Ê N C I A S

1 . B R O T T O , W . — A s p e c t o s n e u r o l ó g i c o s d a c i s t i c e r c o s e . A r q . N e u r o - P s i q u i a t . ( S ã o P a u l o ) 5:258, 1947.

2 . C A N E L A S , H. M. — N e u r o c l s t i c e r c o s e : i n c i d ê n c i a , d i a g n ó s t i c o e f o r m a s clí-n i c a s . A r q . N e u r o - P s i q u i a t . ( S ã o P a u l o ) 2 0 : 1 , 1962.

3 . C A N E L A S . H . M. & CRTIZ, O. R. — N e u r o c l s t i c e r c o s e : f o r m a s c l í n i c a s p o u c o f r e q ü e n t e s . I — F o r m a s h e m i p l é g i c a s . A r q . N e u r o - P s i q u i a t . ( S ã o P a u l o ) 2 0 : 89, 1962.

4 . C A N E L A S , H . M.; CRUZ, O. R. & T E N U T O , R. — N e u r o c l s t i c e r c o s e : f o r m a s c l í n i c a s p o u c o f r e q ü e n t e s . I I — F o r m a s d o â n g u l o p o n t o - c e r e b e l a r . A r q . N e u r o - P s i q u i a t . ( S ã o P a u l o ) 20:102, 1 9 6 2 .

5 . F U Y A - K O . — C l i n i c a l a n a l y s i s of 416 c a s e s of e p i l e p s y . Clin. J . N e u r o l . P s y c h i a t . 2 : 1 7 3 , 1956. R e s u m o e m E p i l e p s y A b s t r , 1ª P a r t e , n.° 1605, 1947/1967. 6 . H E I N Z , H. J . & K L I N T W O R T H , G. K. — C y s t i c e r c o s i s in t h e a e t i o l o g y of e p i -lepsy. S. Afr. J . m e d . Sci. 3 0 : 3 2 , 1 9 5 6 . R e s u m o e m E p i l e p s y A b s t r . , 1 .a

P a r t e , n.° 2306, 1 9 4 7 / 1 9 6 7 .

7 . L O M B A R D O , L. & M A T E O S , J . H . — C e r e b r a l c y s t i c e r c o s i s in M e x i c o . N e u r o -logy ( M i n n e a p o l i s ) 11:824, 1 9 6 1 .

8 . L O N G O , P . W . ; P U P O , P . P . ; Z U K E R M A N , E.; L O N G O , R. H . ; M O R E I R A , M. H. F . R.; J O R D Y , C ; L I M A , J . G. C. & Z O R L I N I , G . — A s p e c t o s e l e t r e n -c e f a l o g r á f i -c o s d a -c i s t i -c e r -c o s e e n -c e f á l i -c a . A r q N e u r o - P s i q u i a t . ( S ã o P a u l o ) 1 7 : 357, 1 9 5 9 .

9 . M A R Q U E S A S S I S , L. — T r a t a m e n t o m e d i c a m e n t o s o d e 1217 p a c i e n t e s e p i l é p -t i c o s : e s -t u d o e m r e l a ç ã o a o -t i p o d e e p i l e p s i a e a o e l e -t r e n c e l o g r a m a . A r q . N e u r o - P s i q u i a t . ( S ã o P a u l o ) 2 7 : 3 1 2 , 1989.

1 0 . M A R Q U E S A S S I S , L . — T r a t a m e n t o m e d i c a m e n t o s o d e 1217 p a c i e n t e s e p i l é p t i c o s : e s t u d o e m r e l a ç ã o à i d a d e d e início, a o t e m p o d e d o e n ç a e à f r e -q ü ê n c i a d a s c r i s e s . A r -q . N e u r o - P s i -q u i a t . ( S ã o P a u l o ) 2 8 : 4 4 , 1970.

1 1 . M A R Q U E S A S S I S , L . & A B D A L L A , H . — O l í q u i d o c e f a l o r r a q u e a n o n a s e p i -l e p s i a s . A r q . N e u r o - P s i q u i a t . ( S ã o P a u -l o ) 21:279, 1963.

(8)

1 3 . P A W E L L , S. J . ; P R O C T O R , E . M.; W I L M O T , A. J . & M A C L E O D , I . N . — C y s t i c e r c o s i s a n d e p i l e p s y in A f r i c a n s : a c l i n i c a l a n d s e r o l o g i c s t u d y . A n n . t r o p . M e d . P a r a s i t . 6 0 : 1 5 2 , 1966. R e s u m o e m E p i l e p s y A b s t r . , 1ª P a r t e , n.° 2382, 1 9 4 7 / 1 9 6 7 .

1 4 . P U P O , P . P . — C y s t i c e r c o s i s of t h e n e r v o u s s y s t e m . R e v . N e u r o - P s i q u i a t . ( L i m a ) 2 7 : 7 0 , 1 9 6 4 .

1 5 . T R E L L E S , J . O. & R O E D E N B E R G , S. D . — E s t u d i o s s o b r e n e u r o c i s t i c e r c o s i s . III — F o r m a s c l í n i c a s p o c o f r e c u e n t e s d e c i s t i c e r c o s i s . R e v . N e u r o - P s i q u i a t .

( L i m a ) 1 7 : 1 5 , 1954.

Referências

Documentos relacionados

Clínica Neurológica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. — Caixa Postal 3461 — São Paulo, SP

Clínica Neurológica — Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo — Caixa Postal 3461 — São Paulo, SP

Clínica Neurológica — Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo — Caixa Postal 3461 — São Paulo, SP

Clínica Neurológica — Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. — Caixa Postal 3461 — São Paulo, SP

Clínica Neurológica — Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo — Caixa Postal 3461 — São Paulo, SP

Clínica Neurológica — Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Uni- versidade de São Paulo — Caixa Postal 3461 — São

Clínica Neurológica — Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Uni- versidade de São Paulo — Caixa Postal 3461 — São

Clínica Neurológica — Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Uni- versidade de São Paulo — Caixa Postal 3461 — São