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Conhecimento dos anestesiologistas da cidade do Recife com relação aos riscos potenciais no centro cirúrgico - estudo transversal.

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REVISTA

BRASILEIRA

DE

ANESTESIOLOGIA

OfficialPublicationoftheBrazilianSocietyofAnesthesiology www.sba.com.br

ARTIGO

CIENTÍFICO

Conhecimento

dos

anestesiologistas

da

cidade

do

Recife

com

relac

¸ão

aos

riscos

potenciais

no

centro

cirúrgico

---

estudo

transversal

Rafaela

de

Melo

Simões

Lima

a

,

Giselle

Lauritzen

Duarte

b

,

Tânia

Cursino

de

Menezes

Couceiro

a,∗

,

Marcela

Kelly

Silva

do

Nascimento

a

e

Luciana

Cavalcanti

Lima

a,b

aInstitutodeMedicinaIntegralProf.FernandoFigueira(Imip),Recife,PE,Brasil

bFaculdadePernambucanadeSaúde(FPS),Recife,PE,Brasil

Recebidoem10dejunhode2013;aceitoem25dejunhode2013 DisponívelnaInternetem12demarçode2014

PALAVRAS-CHAVE

Anestesiologista; Conhecimento; Riscoprofissional; Centrocirúrgico

Resumo

Objetivos: ocuidadocomasaúdedeveserumatoseguroelivredeeventosadversos.Todavia, napráticadiáriaseobservaexposic¸ãoexcessivaafatoresquepõememriscoasaúdedo pro-fissional.Ocentrocirúrgicosobressaicomoumdoslocaisemqueoprofissionalenvolvidoestá maisvulnerável.Oanestesiologistafazdesseambienteoseulocaldetrabalhoeconvivecom seusagravantespotenciais.Esteestudoobjetivouavaliaroconhecimentodosanestesiologistas dacidadedoRecifeacercadasdiversassituac¸õesderiscodoseuambientedetrabalho.

Método: estudotipocorte transversal, noqual foram aplicadosquestionários estruturados, preenchidospelopróprioanestesiologistadeformavoluntáriaeanônima,paraavaliaro conhe-cimento acercadosriscos potenciaisnocentro cirúrgico. Osdadosforamanalisados como programasoftwareEpiInfoversão7.

Resultados: responderamaoquestionário162anestesiologistas,38,02%doscadastradosna Coo-perativade AnestesiologistasdePernambuco.Desses,3,7%leramo manualdaComissão de ControledeInfecc¸ãoHospitalar(CCIH)dasuainstituic¸ãodetrabalhoe40,74%optaram acerta-damentepelaopc¸ãodiretortécnicocomooresponsávelporassegurarcondic¸õesadequadasde trabalho.Dototal,5,56%afirmaramexistirmonitorac¸ãodoíndicedepoluic¸ãoanestésicanos centroscirúrgicos.Apenas1,85%daamostrafoisubmetidoàtriagemperiódicapara tubercu-lose.Aoanalisarasituac¸ãohipotéticadecontaminac¸ãocompacienteportadordehepatiteC, apenas43,83%sabiamnãohaverprofilaxiaefetivaapósexposic¸ão.

Conclusão:campanhaseducativasdevemserfeitasparamelhoraroconhecimentodos profis-sionaisdesaúdeeesclarecerdireitosedeveresdasinstituic¸õesedosprofissionais.

©2014SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.

Autorparacorrespondência.

E-mail:taniacouceiro@yahoo.com.br(T.C.M.Couceiro).

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Introduc

¸ão

Ocuidado comasaúdedeveserumatoseguroe livrede eventosadversos.Todavia,oqueseobservanapráticadiária éumaexposic¸ãoexcessiva afatoresquepõemem risco a integridadefísicaementaldoprofissionaldesaúde.

Dentre osdiversoscenários deprestac¸ão deservic¸os a que o médico está exposto, o centro cirúrgico sobressai como umdos principaisnos quais o profissionalestá mais vulnerávela riscos potenciais. Esse cenário é único entre os locais detrabalho, com exposic¸ão contínua a poluic¸ão sonora,vaporesquímicos,radiac¸ãoionizante,agentes infec-ciososeníveisaumentadosdeestressepsicológico.1

O anestesiologista faz desse ambiente o seu local de trabalho,conviveintimamentecomseusagravantes poten-ciais e passa nele a maior parte de seus dias.1 Diante

dessarealidade,é deessencial importânciaque os profis-sionaisenvolvidosnessaatividadeconhec¸amtodososseus riscosetodasassuasconsequências,bemcomoodeverda instituic¸ãohospitalardefornecercondic¸õesdignaseseguras deexercíciodaprofissão.

Após revisão na literatura, foram encontrados estudos quedelineiamoperfildomédicoanestesiologistaeavaliam a sua qualidade de vida,2,3 além de pesquisas que

inves-tigamasconsequênciasfísicas epsicológicasdaexposic¸ão emlongoprazoaoambienteinsalubredocentrocirúrgico.1

No entanto, há uma carência de estudos que pesquisem o conhecimento do anestesiologista sobre os riscos que rodeiam o exercício da profissão, apesar da existência de extensa bibliografia que descreve esses agravantes. O objetivodesteestudofoiavaliaroconhecimentodos aneste-siologistasdacidadedoRecifeacercadasdiversassituac¸ões deriscoemseuambientedetrabalho.

Método

Apósaprovac¸ãopeloComitêdeÉticaemPesquisaemSeres Humanos doInstituto deMedicinaIntegral Prof. Fernando Figueira (CEP/Imip), foi feito entre outubro de 2011 e maio de2012umestudo descritivotransversal que envol-veuanestesiologistasdacidadedoRecife(PE)credenciados naCooperativadeMédicosAnestesiologistasdePernambuco (Coopanest/PE).

Foramselecionadosparaparticipac¸ãonapesquisa anes-tesiologistasematividadenoshospitaisdacidadedoRecife queassinaramotermodeconsentimentolivreeesclarecido. Oscritériosdeexclusãoforamquestionáriospreenchidosde maneiraincompletaeanestesiologistasquenãoparticipam rotineiramentedocuidadoclínicocomosprocedimentosno centrocirúrgico.

Ametodologiaconsistiunaelaborac¸ãodeum questioná-rioqueabrangeuosriscospotenciasnasaladeoperac¸ões, comitenssobreriscosfísicos,deinfecc¸ãoedeincêndioeuso deeletrocautério.Informava-seao médicoafinalidadeda pesquisaesolicitava-sesuacolaborac¸ão.Oquestionárioera entãoentregueaosparticipantes em seuslocais de traba-lho.Orientava-secomoresponderasquestões,explicava-se que somente uma assertiva era correta e colocava-se à disposic¸ão para eventuais esclarecimentos sobre o ins-trumento. A identidade dos participantes foi preservada. Apesquisaobedeceuaosprincípioséticospreconizadospela

Tabela1 Característicasgeraisdaamostra

Variável n %

TSA 20 12,3

Mestrado 09 5,5

Doutorado 03 1,8

Anosdepráticadeanestesiologia

0-5 46 28,4

5-10 11 6,7

10-15 29 17,9

>15 76 46,9

Resoluc¸ão196/96doConselhoNacionaldeSaúde(CNS)efoi aprovadapeloCEP/Imipsobonúmero2459.

Asvariáveispesquisadasforamriscosfísicos(gases anes-tésicos, radiac¸ão,reac¸ões alérgicas, poluic¸ão sonora), de infecc¸ão (vírus respiratórios, vírus de herpes, hepatites, vírus da imunodeficiência aguda, tuberculose, vírus em névoadelaser)edeincêndioeusodoeletrocautério (espe-cialidades cirúrgicas envolvidas, agentes comburentes na saladecirurgia).

ParaanálisedosdadosfoiusadooprogramasoftwareEpi Infoversão7. Osresultados foramapresentadosna forma dedistribuic¸ãodefrequências.

Resultados

Dentre os 426 anestesiologistas credenciados e que se encontravamem atividadena rede hospitalar,162 aceita-ramparticipardapesquisa,oquecorrespondeu a38%dos cadastradosnaCooperativa.Dosentrevistados,46,9% prati-camaespecialidadehámaisde15anos,12,3%têmotítulo superiordeanestesiologiae5,5%,mestrado(tabela1).

Aoquestionamentosobreoresponsávelporasseguraras condic¸õesadequadase dignas detrabalhoao anestesiolo-gista, apenas 40,7% optaram pela opc¸ão correta, diretor técnico(tabela2).

No tocante à monitorac¸ão doíndice depoluic¸ão anes-tésicado centro cirúrgico,apenas 5,5% dos entrevistados

Tabela 2 Conhecimento doanestesiologistacomrelac¸ão aosriscosfísicos

Questionamento Acertos

n %

Responsávelporassegurarcondic¸ões adequadasdetrabalho(Diretortécnico)

66 40,7

Trabalhameminstituic¸õesquemonitoram índicedepoluic¸ãoanestésica

09 5,5

Setordemaiorconcentrac¸ãodegases anestésicos(SaladeRecuperac¸ão Pós-Anestésica)

89 54,9

Consequênciascausadasporruídos excessivos

155 95,6

Formadeapresentac¸ãomaiscomum dasensibilidadeaolátex(Dermatite decontatoporirritac¸ão)

(3)

Tabela 3 Conhecimento do anestesiologista quanto ao riscodeinfecc¸ão

Questionamento Acertos

n %

Teveacessoao/leuomanualdaCCIH 06 40,7 Classificac¸ãodocentrocirúrgico(área

crítica)

94 58

Setorresponsávelpeloacompanhamentodo profissionalapósexposic¸ãopercutânea (comissãodeinfecc¸ãolocal)

146 90,1

Perfildepacientecommaiorprevalênciade doenc¸asinfectocontagiosas(pacientes atendidosemhospitaisdetrauma)

117 72,2

Triagemperiódicaquantoàinfecc¸ão peloM.tuberculosis

03 1,8

Testousoroprevalênciaaoanti-HBs 95 58,6 Anestesiologistapreviamentevacinadoe

responsivo,apósexposic¸ãoapaciente portadordehepatiteB(nãoénecessária profilaxia)

103 63,9

Profissionalnãoresponsivoaesquema vacinalcompletocontrahepatiteB (repetiresquemacompleto)

101 62,3

Exposic¸ãoapacienteportadordehepatite C(nãoexisteprofilaxiadisponível)

71 43,8

Líquidosbiológicosisentosderisco detransmissãodoHIV

130 80,2

CirurgiaeletivaempacienteportadordeTB 72 44,4

afirmaram que existe essa mensurac¸ão na sua instituic¸ão de trabalho. Do total, 54,9% apontaram corretamente a sala de recuperac¸ão pós-anestésica como setor de maior concentrac¸ãodeanestésicosinalatórios(tabela2).

No que serefere àsconsequênciascausadas pelos ruí-dos excessivos, 95,6% responderam satisfatoriamente e identificaram como eventos possíveisperda de atenc¸ão e irritabilidade,aumentodosníveistensionaiseliberac¸ãode catecolaminas.Dermatitedecontatoporirritac¸ãofoi apon-tadaacertadamentepor62,3%como aformamaiscomum deapresentac¸ãodesensibilidadeaolátex(tabela2).

Em relac¸ão aos riscos de infecc¸ão, somente 3,7% dos anestesiologistas têm acesso/leram o manual de controle deinfecc¸ãohospitalardasuainstituic¸ão detrabalho,58% classificaramcorretamenteocentrocirúrgicocomoárea crí-ticae90,1%procurariamacomissãodeinfecc¸ãolocalapós exposic¸ão percutânea. Ao se tratar do perfil de paciente queapresentamaiorprevalênciadedoenc¸as infectoconta-giosas,72,2% acertaramao optar porpacientes atendidos emhospitaisdetrauma(tabela3).

Apenas 1,8% dos anestesiologistas incluídos já foi sub-metido à triagem periódica quanto à infecc¸ão pelo M. tuberculosise58,6%testaramasoroprevalênciaaoanti-HBs apóscompletaroesquemavacinaldahepatiteB(tabela3). Acercadacondutacorretaapósumanestesiologista pre-viamente vacinado e responsivo entrar em contato com pacienteAgHBspositivo,63,9%optaramacertadamentepela nãonecessidadedeprofilaxiapós-exposic¸ão.Emcasodenão responsividadeaoesquemavacinalcompletocontra hepa-titeB,62,3%acertaram emindicar repetic¸ão doesquema

Tabela 4 Uso do eletrocautério, prevenc¸ão e riscos de incêndio

Questionamento Acertos

n %

Orientac¸õessobreincêndionasala decirurgia

08 4,9

Medidamaisimportanteparaevitar queimadurasporeletrocautério (aplicac¸ãocorretadaplacaderetorno)

154 95

Especialidadecirúrgicacommaiorrisco paracombustão(cabec¸aepescoc¸o)

90 55,5

completodetrêsdoses.Aoanalisarasituac¸ãohipotéticade contaminac¸ãocompacienteportadordehepatiteC,apenas 43,8%sabiam quenãosedispõedeprofilaxia efetiva após exposic¸ão(tabela3).

Sobreatransmissãoocupacionalpelovírusda imunodefi-ciênciahumana,80,2%dosanestesiologistasreconheceram oslíquidosbiológicosisentosderiscosdeinfecc¸ão.À abor-dagem da conduta correta ao fazer cirurgia eletiva em paciente com tuberculose, menos da metadeda amostra (44,4%)optouacertadamenteporadiaroprocessoatéque opacientenãofossemaisinfeccioso(tabela3).

A respeito das orientac¸ões sobre incêndio na sala de cirurgia, apenas 4,9% afirmaram ter recebido algum tipo deesclarecimentonasinstituic¸õesemqueprestamservic¸o (tabela4). No tocante à prevenc¸ão de queimaduras cau-sadas por eletrocautério, a maioria dos entrevistados (95%)reconheceu aaplicac¸ãocorretadaplaca deretorno como conduta maisrelevante. Quando abordadossobre a especialidadecirúrgicacommaiorprobabilidadedereac¸ões combustivas, 55,5% optaram acertadamente pela opc¸ão cabec¸aepescoc¸o(tabela4).

Discussão

Oestudosobreosriscospotenciaisnocentrocirúrgicofaz partedaformac¸ãoprofissionaldoanestesiologista.O conhe-cimentoeaprevenc¸ãosãoospilaresbásicosparadiminuira exposic¸ãoesuaseventuaisconsequências.Dessemodo,toda instituic¸ão deve ter programas educacionais sobre riscos profissionais, bem como desenvolver técnicasapropriadas paraprevenirexposic¸ãoocupacional,jáqueonão cumpri-mentodasnormasdeprotec¸ãoouasubmissãoacondic¸ões nãosegurasdetrabalhopodeacarretarconsequências drás-ticasàsaúdeeàqualidadedevida.

Oprincipalresponsávelporassegurarcondic¸ões adequa-dasdetrabalhoeosmeiosimprescindíveisaumaboaprática médica,aosupervisionarecoordenartodososservic¸os téc-nicosdoestabelecimentodesaúde,éo diretortécnicoda instituic¸ão.4 Foi observado na nossa pesquisa que menos

dametadedos anestesiologistasabordados(40,7%) conhe-cia o responsável por essa func¸ão, fator esse que pode dificultar a resoluc¸ão das insalubridades no ambiente de trabalho.

(4)

de relac¸ão. Mesmoem salascom ventilac¸ão apropriada e limpeza de máquinas,altas concentrac¸õesde gases anes-tésicos foramdetectadas.1 Apenas5,5% dos entrevistados

afirmaramqueexistemonitorac¸ãodograudepoluic¸ãopor gasesanestésicos nocentrocirúrgicoem quetrabalhame 54,9% especificaram corretamente a sala de recuperac¸ão pós-anestésicacomosetordemaiorpoluic¸ão.

A incerteza em relac¸ão aos verdadeiros riscos dessa exposic¸ãocontínua deixa muitasvezes oprofissional inse-guro, principalmente anestesiologistas do sexo feminino e em período reprodutivo, já que não existem estudos que estabelec¸am definitivamente relac¸ões diretas dessa exposic¸ão com abortamento espontâneo e anormalidades congênitas.1Medidasdevemsertomadasparaminimizara

exposic¸ão ocupacionala agentes químicos com conhecido ouprovável potencial tóxico. A reivindicac¸ão por centros cirúrgicosmaisbemequipados,comsistemasdeventilac¸ão eexaustãoadequados,bemcomosuamanutenc¸ão,deveser seguida.

Osníveisderuídosdasaladeoperac¸õestambémpodem ter influênciaadversa sobre a capacidade do anestesiolo-gista de efetuar suas tarefas. A poluic¸ão sonoradeve ser quantificada e sua intensidade e seu númerode horas de exposic¸ão devem ser determinados.1 As complexas

ativi-dadespsicomotorasassociadascomaanestesiologia,como monitorac¸ão evigilância,sãoparticularmentesensíveisàs influências adversasdapoluic¸ão sonora. Noque serefere às consequênciascausadas pelos ruídosexcessivos, 95,6% responderam satisfatoriamente e identificaram perda de atenc¸ão e irritabilidade, aumento dos níveis tensionais e liberac¸ãodecatecolaminascomoeventospossíveis.

ACCIHsurgiucomapreocupac¸ãodeconhecerosíndices deinfecc¸õesnoshospitaisetemcomoprincipal responsa-bilidade a implantac¸ão de ac¸ões de biosseguranc¸a.5 Toda

instituic¸ãodesaúdeofereceummanualparaesclarecimento dosprofissionaisquenelaprestamservic¸o.Somente3,7%dos anestesiologistasentrevistadostiveramacessoaomanualda CCIHda sua instituic¸ão de trabalhoou o leram.Como os anestesiologistasconvivemintimamentecomosagravantes potenciaisdocentrocirúrgico,fazem-senecessários proje-toseducacionaisquefacilitemoacessoaesseinstrumento deprevenc¸ão.

Oconceitodeáreacrítica,noqualocentrocirúrgicoé englobado,refere-seao setornoqual existerisco aumen-tado para desenvolvimento de infecc¸ões relacionadas à assistência,sejapelaexecuc¸ãodeprocessosqueenvolvam artigoscríticos oumaterial biológico,pelafeitura de pro-cedimentos invasivos ou pela presenc¸a de pacientes com suscetibilidadeaumentadaaosagentesinfecciososou por-tadoresdemicrorganismosdeimportânciaepidemiológica.6

Classificaramcorretamenteocentrocirúrgicocomoárea crí-tica 58% dos especialistas entrevistados. Acerca do perfil de paciente que apresenta maiorprevalência de doenc¸as infectocontagiosas,72,2%acertaramaooptarporpacientes atendidosemhospitaisdetrauma.Medidasdevemser imple-mentadasafimdequetodososanestesiologistasconhec¸am aclassificac¸ãodasuaáreadetrabalho.

Aexposic¸ãoamateriaisbiológicospotencialmente conta-minadoséumimportanteriscoparaoprofissionaldesaúde. Estudosdesenvolvidosnessaáreamostramqueosacidentes queenvolvemsangueeoutrosfluidosorgânicos correspon-demàsexposic¸õesmaisfrequentementerelatadas.7

Osferimentoscomagulhase materialperfurocortante, emgeral,sãoconsideradosextremamenteperigososporser potencialmentecapazes detransmitirmaisde20tiposde patógenos diferentes. Os agentes infecciosos mais comu-menteenvolvidos sãoovírus daimunodeficiência humana (HIV),odahepatiteBeodahepatiteC.7Naamostra

ava-liadapeloestudo,apenas43,8%sabiamquenãosedispõe deprofilaxiaefetivaapósexposic¸ãoaovírusdahepatiteC. Ac¸õeseducativasdevemserincentivadaspelosgestores hos-pitalarescomvistasaoconhecimentoplenodosriscospelos profissionaisenvolvidos.

A vacina para hepatite B é altamente efetiva. Dessa forma,todososprofissionaisdesaúdedevemteracessoao método.Outro ponto primordialé testar a soroconversão paraprecisaraefetividadedométodo.Nanossapesquisa, somente58,6%dosentrevistadostestaramasoroconversão. Combasenesseresultado,enfatiza-sequecampanhassejam intensificadasafimdequeoesquemavacinalsejarepetido nosprofissionaisquenãoresponderamsatisfatoriamenteao método.

Sãorelatadaselevadas prevalências deinfecc¸ão tuber-culosaeincidênciasdadoenc¸a em profissionaisde saúde, bemcomo maioresprevalências e incidênciasem profissi-onaisqueexercematividades que oscolocamem contato compacientescomsuspeitaoudiagnósticodetuberculose noambientedetrabalho.8OMinistériodaSaúderecomenda

vacinarosprofissionaisdeservic¸osdesaúdeenovos profissi-onaisadmitidosnessesservic¸os,desdequesejamnegativos àtuberculina.9 Emnossapesquisa,apenas1,8%dos

entre-vistadosfoisubmetidoàtriagemquantoàinfecc¸ãopeloM. tuberculosis.ComooBrasil éumpaísendêmico paraessa patologia,orastreamentodatuberculosedeveserestendido atodososprofissionaisdesaúde.

O anestesiologista desempenha papel fundamental na prevenc¸ãodeincêndiona saladecirurgia,reconhece pos-síveis fontes deignic¸ão e administra de forma racional o oxigênio,principalmentecomsistemasabertos.Oprimeiro passoparaaprevenc¸ãodeveseralembranc¸aconstanteda possibilidade de incêndio, que, apesar de ser um evento raro,setratadeumacomplicac¸ãopotencialmentegrave.10

Somenteumapequenaparceladaamostraavaliada(4,9%) afirmouterrecebidoorientac¸õessobreotemae55,5% iden-tificaramcorretamente a especialidade cabec¸a e pescoc¸o comoademaiorriscoparaessacomplicac¸ão.

Diante dasgraves consequênciasprovocadas pela com-bustão na sala de cirurgia, oficinas devem ser montadas paraesclarecer prevenc¸ão, especialidades cirúrgicas mais envolvidasequais ospassosaseremseguidosem casode ocorrência.

Conclusão

(5)

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Agradecimentos

Nossos sinceros agradecimentos aos anestesiologistas da CooperativadeMédicosAnestesiologistasdePernambucoe daSociedadedeAnestesiologiadoEstadodePernambuco.

Referências

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ed.EditoraManole.SãoPaulo:Manole; 2004.p.63---87.

2.PilauMM,BagatiniA,BondanLG,etal.Oanestesiologistano RioGrandedoSul.RevBrasdeAnestesiol.2000;50(4):309---16.

3.CalumbiRA,AmorimJA,MacielCMC,etal.Avaliac¸ãoda qua-lidadedevidadosanestesiologistasdacidadedoRecife.Rev BrasAnestesiol.2010;60(1):42---51.

4.http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ cremerj37manualdiretortecnico.pdf.

5.http://www.portaleducacao.com.br/arquivos/arquivossala/ media/objetodeaprendizagemfuncaodacomissaocontrole hospitalar.pdf.

6.http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/CP/CP[3631---1---0]. PDF.

7.http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocoloexpos matbiologicos.pdf.

8.http://www.cienciasdasaude.famerp.br/racs ol/Vol-11-4/10%20-%20id%2044.pdf.

9.http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual tuberculose.pdf.

Referências

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