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Atividades desenvolvidas pelos enfermeiros nas unidades de internação de um hospital-escola.

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Academic year: 2017

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ATI VI DADES DESENVOLVI DAS PELOS ENFERMEI ROS NAS UNI DADES

DE I NTERNAÇÃO DE UM HOSPI TAL-ESCOLA

1

Rit a de Alm eida Cost a2 Helena Er i Shim izu3

Costa RA, Shim izu HE. Atividades desenvolvidas pelos enferm eiros nas unidades de int ernação de um hospit al-escola. Rev Lat ino- am Enfernagem 2005 set em bro- out ubro; 13( 5) : 654- 62.

Est e est u d o t ev e p o r o b j et i v o s i d en t i f i car e an al i sar as at i v i d ad es r eal i zad as p el o s en f er m ei r o s assist enciais nas unidades de int ernação de um hospit al geral, de grande port e e de ensino do Dist rit o Federal. Tr at a- se de est udo quant it at iv o, do t ipo ex plor at ór io e descr it iv o. For am r ealizadas 612 hor as de obser v ação d as at iv id ad es d esen v olv id as p or 1 8 en f er m eir os d as u n id ad es d e Clín ica Méd ica, Cir ú r g ica, Ped iát r ica e Mat er n idade. As at iv idades obser v adas f or am classif icadas em : adm in ist r at iv as, assist en ciais, edu cat iv as e r elat iv as ao sist em a d e in f or m ação. Ver if icou - se q u e os en f er m eir os d ed icam g r an d e p ar t e d o t em p o às at iv idades adm in ist r at iv as, segu idas das at iv idades assist en ciais e r elacion adas ao sist em a de in for m ação e qu ase n ão desen v olv em at iv idades edu cat iv as.

DESCRI TORES: enfer m eir os; papel do pr ofissional de enfer m agem ; cuidados de enfer m agem

TASKS PERFORMED BY NURSES AT I NPATI ENT UNI TS I N A TRAI NI NG HOSPI TAL

The purpose of t his st udy was t o ident ify and analyze t asks perform ed by nurses at inpat ient unit s in a lar ge gener al hospit al in Br asilia, Feder al Dist r ict , w hich also funct ions as a t r aining hospit al. A quant it at iv e, ex plor at or y , descr ipt iv e st udy w as car r ied out and inv olv ed a t ot al of 612 hour s of dir ect obser v at ion of t he act iv it ies per for m ed by 18 nur ses at t he Gener al Medicine, Sur gical, Pediat r ic and Mat er nit y unit s. The t ask s observed were classified as: adm inist rat ion, nursing care delivery, educat ion and relat ed t o inform at ion syst em . Nur ses dedicat e a lar ge par t of t heir t im e t o adm inist r at iv e t ask s, follow ed by t ask s r elat ed t o nur sing car e deliv er y and infor m at ion sy st em , per for m ing alm ost no educat iv e t ask s.

DESCRI PTORS: nur ses; nur se’s r ole; nur sing car e

TAREAS DESEMPEÑADAS POR ENFERMEROS EN LAS UNI DADES

DE HOSPI TALI ZACI ÓN DE UN HOSPI TAL ESCUELA

El ob j et iv o d e est e est u d io f u e id en t if icar y an alizar las t ar eas d esem p eñ ad as p or los en f er m er os asist en ciales en las u n id ad es d e h osp it alización d e u n h osp it al g en er al, d e g r an t am añ o, q u e t am b ién es hospit al escuela. Se t r at a de un est udio cuant it at ivo, de t ipo ex plor at or io y descr ipt ivo. Fuer on r ealizadas 612 h or as d e ob ser v ación d e las t ar eas d esem p eñ ad as p or 1 8 en f er m er os d e las u n id ad es d e Clín ica Méd ica, Quirúrgica, Pediát rica y Mat ernidad. Las t areas observadas fueron clasificadas en adm inist rat ivas, asist enciales, educat ivas y relat ivas al sist em a de inform ación. Se verificó que los enferm eros dedican una part e considerable de su t iem po a t ar eas adm inist r at iv as, seguidas por las t ar eas asist enciales y las r elacionadas al sist em a de infor m ación, y que casi no desem peñan t ar eas educat iv as.

DESCRI PTORES: enfer m er os, r ol del pr ofesional de enfer m er ía, at ención de enfer m er ía

1 Trabalho ext raído de Pesquisa de I niciação Cient ífica ( PI BI C) financiada pelo CNPq; 2 Enferm eira da UTI Cardio Pediátrica do I nCor Brasília, e- m ail:

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I NTRODUÇÃO

O

s enferm eiros, durante todo o seu processo de form ação, são introduzidos a um papel profissional id ealizad o, on d e ap r en d em a v alor izar o cu id ad o i n d i v i d u a l i za d o a o s p a ci e n t e s, co m b a se e m co n h eci m en t o s ci en t íf i co s, co m o a su a p r i n ci p al at iv idade pr ofissional. No ent ant o, ao se inser ir em no âm ago de um a or ganização, depar am - se com a necessidade de assum ir diver sas t ar efas e funções, além das assist en ciais, pr in cipalm en t e aqu elas de car át er adm inist r at iv o.

En t r e t a n t o , o f a t o d e o s e n f e r m e i r o s r e a l i za r e m d e m a si a d a m e n t e a t i v i d a d e s adm inistrativas no seu trabalho tem causado polêm ica na pr ofissão, sobr et udo devido ao seu afast am ent o do cuidado dir et o aos pacient es( 1- 3). O pr ocesso de trabalho da enferm agem , no m odelo clínico individual, abarca o processo de trabalho do cuidar e o processo d e t r a b a l h o a d m i n i st r a r. O p r i m e i r o t e m si d o d esen v olv id o, em g r an d e p ar t e, p elas cat eg or ias subor dinadas ao enfer m eir o e o segundo se r efer e às at ividades m ais desenvolvidas pelos enfer m eir os com a finalidade de organizar o processo de trabalho d o cu i d a r e a i n f r a - est r u t u r a n ecessá r i a p a r a a r ealização desse pr ocesso.

Os est udos r ealizados ent r e as décadas de 60 e 90 dem onst r ar am que os enfer m eir os t êm se dedicado pr incipalm ent e às t ar efas de or ganização do serviço de enferm agem e de sua sint onia com os dem ais ser v iços hospit alar es. Obser v ou- se t am bém q u e esses p r of ission ais t êm assu m id o p ost u r a d e obediência e passividade aos crit érios est abelecidos pelas inst it uições, conseqüent em ent e, seguindo, sem m u i t o s q u e st i o n a m e n t o s, a s n o r m a s, r o t i n a s e regulam entos im postos( 1- 5). É necessário destacar que esses est udos m ost r am , sobr et udo, que o t r abalho dos enferm eiros pouco se alterou nesse período, pois cont inuam realizando predom inant em ent e at ividades adm inist r at iv as de car át er bur ocr át ico, sendo m ais desenvolvidas aquelas que at endem às expect at ivas m édicas, seguidas das ex pect at iv as da or ganização h ospit alar e, por f im , as qu e em an am do pr ópr io se r v i ço d e e n f e r m a g e m( 1 - 5 ). Ne sse co n t e x t o , o s profissionais realizam um a adm inist ração do serviço e sse n ci a l m e n t e v o l t a d a p a r a a t e cn o b u r o cr a ci a hospit alar( 4).

Na r e a l i d a d e , t e m - se v e r i f i ca d o q u e o enferm eiro t om a a posição de gerent e do serviço de en f er m ag em e, at é cer t o p o n t o , d a o r g an i zação

inst it ucional, segundo a lógica do cont role t écnico e social( 4). É isso que a inst it uição espera dele, porque precisa de alguém que conheça a essência do trabalho de enfer m agem e não par a ex ecut á- lo, pois, dessa form a, haveria a necessidade de m uit os enferm eiros, o q u e n ão con v ém , v i st o q u e se t or n a on er oso, am eaçan d o o lu cr o( 6 ). Com o con seq ü ên cia d essa sit uação, o processo de t rabalho do cuidar t em sido d e l e g a d o a o s a u x i l i a r e s e a o s t é cn i co s d e e n f e r m a g e m , so b a su p e r v i sã o e o co n t r o l e d o en f er m eir o( 7 ). Cab e lem b r ar q u e, n o Br asil, essa div isão de t r abalho na enfer m agem se for t alece a p a r t i r d a e x p a n sã o t é cn i ca e b u r o cr á t i ca d a s in st it u ições h osp it alar es e com a leg it im ação d o pessoal aux iliar com a Lei nº 7 9 5 / 1 9 4 9 , que cr ia, oficialm ent e, os cursos de auxiliares de enferm agem encarregados do cuidado diret o ao pacient e( 6).

A e x i st ê n ci a d e v á r i a s ca t e g o r i a s d e e n f e r m a g e m t e m d i f i cu l t a d o , n a p r á t i ca , a determ inação do lim ite das funções para cada agente, o que t em ger ado conflit os ent r e os elem ent os da equ ipe. Nas ú lt im as décadas, os en f er m eir os t êm lutado pela definição e diferenciação de seu espaço e lid er an ça d o p essoal au x iliar, q u e t em d ef en d id o d i r e i t o s a e sp a ço s d e f i n i d o s n a p r e st a çã o d a assist ência de enferm agem( 8).

D e ssa f o r m a , o r e co n h e ci m e n t o d a s a t i v i d a d e s d e se n v o l v i d a s p e l o s e n f e r m e i r o s n o co t i d i a n o d a s i n st i t u i çõ e s é d e f u n d a m e n t a l im p or t ân cia, v ist o q u e p ossib ilit a v isu alizar m ais claram ent e as lacunas exist ent es no seu t rabalho e, conseqüent em ent e, aux iliar na delim it ação de suas f u n ções. Além d isso, p od e t r azer elem en t os q u e possam con t r ibu ir par a u m desem pen h o ger en cial m ais cr iat ivo, inovador, par t icipat ivo, m ais pr óx im o d o cl i e n t e e d o t r a b a l h a d o r e q u e f a v o r e ça o conhecim ento das reais necessidades da equipe e dos pacient es.

Não há dúvidas de que os estudos realizados sobre essa tem ática, com o os que foram apresentados an t er ior m en t e, aj u dam a esclar ecer as at iv idades desem penhadas pelos enfer m eir os, cont udo, essas at ividades precisam ser const ant em ent e invest igadas, pois a realidade é dinâm ica, as crenças e valores da p r o f i ssão so f r em m u d an ças ao l o n g o d o t em p o , ex igindo o r edim ensionam ent o das com pet ências e r esponsabilidades pr ofissionais.

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hospit al- escola, a fim de pr opor cionar infor m ações sobr e o papel desem penhado por esse pr ofissional que possam contribuir para a m elhoria da organização dos ser viços de enfer m agem .

METODOLOGI A

Trata- se de um estudo do tipo exploratório e descritivo, realizado em um hospital geral, de grande porte e de ensino do Distrito Federal. Foram escolhidas as u n id ad es d e Clín ica Méd ica, Clín ica Cir ú r g ica, Cl ín i ca Pe d i á t r i ca e Ma t e r n i d a d e , p o r se r e m co n si d e r a d a s b á si ca s d e u m h o sp i t a l g e r a l . Est a b e l e ce u - se , co m o cr i t é r i o d e i n cl u sã o , o s en f er m ei r os q u e t i v essem d ed i cação ex cl u si v a à a ssi st ê n ci a . Nã o p a r t i ci p a r a m d o e st u d o o s e n f e r m e i r o s- ch e f e d a s u n i d a d e s, v i st o q u e d esen v o l v em , al ém d as at i v i d ad es assi st en ci ai s, g r a n d e n ú m e r o d e a t i v i d a d e s a d m i n i st r a t i v a s e b u r ocr át icas. Esses p r of ission ais est ão p r esen t es apenas durant e o período diurno, assum indo a m aior part e das at ividades adm inist rat ivas da unidade.

Dos 26 enferm eiros assist enciais lot ados nas quat r o unidades de int er nação, par t icipar am dest e est udo 18 enferm eiros ( 69,23% ) , sendo 5 da Clínica Médica, 4 da Clínica Cirúrgica, 4 da Clínica Pediátrica e 5 da Maternidade, de um total de, respectivam ente, 6, 8, 6 e 6 enferm eiros. Com relação ao núm ero de leit os nas unidades de int er nação, há 64 leit os na Clínica Médica, 54 na Clínica Cirúrgica, 26 na Clínica Pediátrica e 40 na Maternidade. A m édia de ocupação nas unidades de int er nação é de apr ox im adam ent e 85% .

I n i ci al m en t e, so l i ci t o u - se au t o r i zação ao Com it ê de Ét ica e Pesquisa em Ser es Hum anos da inst it uição para a r ealização da pesquisa. O Ter m o de Consent im ent o Liv r e e Esclar ecido ser v iu com o sin al de aceit e par a o in gr esso n a pesqu isa e f oi assinado por todas as profissionais que se propuseram a part icipar do est udo.

A t écnica ut ilizada par a a colet a de dados const it uiu- se na obser v ação dir et a e sist em at izada das at iv idades desenv olv idas pelos enfer m eir os. Os d ad o s p r o v en i en t es d a o b ser v ação d i r et a f o r am regist rados em um form ulário.

A coleta de dados foi realizada no período de ou t u b r o d e 2 0 0 1 a m aio d e 2 0 0 2 . O p er íod o d e trabalho do plantão diurno é de 6 ( seis) horas, sendo realizado das 7h às 13h e das 13h às 19h, e do plantão

not ur no é de 12 ( doze) hor as, sendo r ealizado das 19h às 7h.

Em ca d a u n i d a d e , f o r a m o b se r v a d a s a s at ividades dos enferm eiros em 15 ( quinze) plant ões diu r n os ( 9 0 h or as) e em 7 plan t ões n ot u r n os ( 8 4 h or as) , ex cet o n a Clín ica Cir ú r g ica, p ois a ú n ica en f er m eir a qu e at u av a n esse per íodo n ão aceit ou p ar t icip ar d a p esq u isa. Por t an t o, ob ser v ou - se 6 0 plant ões diurnos ( 360 horas) e 21 plant ões not urnos ( 252 horas) .

Log o, est a p esq u isa t ev e com o b ase 6 1 2 hor as ( 8 1 plant ões) de obser v ação, r ealizados em dias e t urnos alt ernados, perfazendo 174 horas em cada unidade, excet o na Clínica Cirúrgica que foi de 90 hor as. Com o cr it ér io de delim it ação do núm er o de horas de observação, teve- se a saturação, ou sej a, a r epet ição dos dados, que per m it ir am dem onst r ar com m aior fidedignidade o cont eúdo das at ividades desenvolvidas pelos enferm eiros da inst it uição.

As f u n çõ e s r e g i st r a d a s f o r a m , p o st e r i o r m e n t e , cl a ssi f i ca d a s e m a t i v i d a d e s adm inist rat ivas, assist enciais, relat ivas ao sist em a de i n f o r m ação e at i v i d ad es ed u cat i v as. Par a t an t o , u t i l i zo u - se u m i n st r u m e n t o b a se a d o e m o u t r o s est u d os( 2 , 9 ) e ad ap t ad o p elas p esq u isad or as ap ós t r ein am en t o par a a colet a de dados n o cam po de est udo dur ant e duas sem anas. Nesse inst r um ent o, as funções foram classificadas por categoria, segundo su a s ca r a ct e r íst i ca s, n a s q u a i s: a t i v i d a d e s a d m i n i s t r a t i v a s sã o a q u e l a s r e f e r e n t e s a o

planej am ent o, or ganização, com ando, coor denação e co n t r o l e d e a t i v i d a d e s d e se n v o l v i d a s n a s unidades( 2,9);

at iv idades assist en ciais const it uem as

funções desem penhadas diret am ent e com ou para o pacient e, ou sej a, os cuidados diret os prest ados pelo en f er m eir o ao clien t e, com o t am bém os cu idados i n d i r et o s( 2 , 9 );

a t i v i d a d e s r e l a t i v a s a o si st e m a d e inform ação são atividades que dizem respeito à form a com o é p r ocessad a a com u n icação d a eq u ip e d e enferm agem t ant o no seu âm bit o int erno quant o na int er ação com os dem ais int egr ant es da equipe de sa ú d e( 2 , 9 );

a t i v i d a d e s e d u c a t i v a s sã o a q u e l a s relacionadas com a aquisição de novos conhecim entos por parte do enferm eiro e do pessoal de enferm agem . Assim , essas ações seriam as at ividades de pesquisa em trabalho realizadas pelo enferm eiro e a prom oção e co l a b o r a çã o a o e n si n o d e f u n ci o n á r i o s d e enferm agem pela educação cont inuada( 9).

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d i m en são e car act er íst i ca d as açõ es. Qu an t o ao t rat am ent o est at íst ico, no processam ent o dos dados, u t i l i zo u - se o p r o g r a m a M i c r o s o f t Ex c e l 2 0 0 3 , per m it indo r ealizar a análise est at íst ica ( análise de variância ANOVA) das variáveis do estudo: atividades adm inist rat ivas e at ividades assist enciais. O nível de significância foi de 0,05.

s e d a d i v it

A Maternidade CílnicaMédica CílnicaPediátirca CílnicaCirúrgica Total q

e r

F (%) Freq (%) Freq (%) Freq (%) Freq (%) s a v it a r t s i n i m d

A 364 (36,8) 368 (32,8) 467 (38,5) 246 (36,1) 1445 (36,1) s i a i c n e t s i s s

A 301 (30,4) 370 (33,0) 416 (34,3) 215 (31,5) 1302 (32,5) o ã ç a m r o f n I e d a m e t s i

S 279 (28,2) 344 (30,7) 275 (22,7) 196 (28,7) 1094 (27,3) s a v it a c u d

E 46 (4,6) 40 (3,6) 54 (4,5) 25 (3,7) 165 (4,1) l

a t o

T 990 (100,0) 1122 (100,0) 1212 (100,0) 682 (100,0) 4006 (100,0)

A P R ES EN T A ÇÃ O E A N Á LI S E D O S

RESULTADOS

Na Tabela 1 apresent a- se a dist ribuição das at iv idades desem pen h adas pelos en fer m eir os, n as 612 hor as de obser v ação, segundo as unidades de int er nação.

Tabela 1 – Freqüência das atividades desem penhadas pelos enferm eiros assistenciais nas unidades de internação de um hospit al- escola do Dist rit o Federal, no período de out / 2001 a m ai/ 2002

Pode ser observado na Tabela 1 que, do total de 4006 atividades observadas, 36,1% correspondem às at iv idades adm inist r at iv as; 32,5% às at iv idades assist enciais; 27, 3% às at iv idades r elacionadas ao si st e m a d e i n f o r m a çã o e 4 , 1 % à s a t i v i d a d e s e d u ca t i v a s. Re su l t a d o s se m e l h a n t e s f o r a m en con t r ados em ou t r os est u dos desen v olv idos em o u t r a s r e a l i d a d e s( 2 - 3 , 6 , 9 ), d e m o n st r a n d o q u e o s e n f e r m e i r o s t ê m p r i o r i za d o a s a t i v i d a d e s adm inist r at ivas, pr incipalm ent e as bur ocr át icas, em detrim ento das atividades voltadas para a assistência aos pacient es. Esses est udos dem onst r am t am bém q u e o e l e m e n t o d a e q u i p e d e e n f e r m a g e m q u e dispensa m enos tem po j unto ao cliente é o enferm eiro, por est ar volt ado para as at ividades adm inist rat ivas que poderiam ser delegadas ao pessoal auxiliar.

Tabela 2 – Análise de var iância ent r e as at ividades adm inistrativas e as atividades assistenciais, out/ 2001 a m ai/ 2002

e d e t n o F o ã ç a ir a V e d s u a r G e d a d r e b i L e d a m o S s o d a r d a u Q o d a r d a u Q o i d é

M FC

e r t n

E 1 42.316,97 42.316,97 4,261 o

r t n e

D 25 248.260,28 9.930,41 l

a t o

T 26 290.577,25 52.247,38 Nota: F obs = 4,242

Ap esar d e as f r eq ü ên ci as d as at i v i d ad es adm in ist r at iv as e assist en ciais ser em pr óx im as, a análise de variância ent re essas variáveis ( Tabela 2)

com provou que a m édia das atividades não são iguais est at ist icam ent e. O t est e de com paração das m édias forneceu o valor Fc = 4,261, que deve ser com parado com o v alor cr ít ico ob t id o d a d ist r ib u ição Fish er -Sn e d e co r co m 1 e 2 5 g r a u s d e l i b e r d a d e . Considerando α = 5% , obt eve- se Fobs = 4,242. Tendo em vista que Fobs > Fc, conclui- se que existe diferença nas m édias das atividades adm inistrativas e atividades assist enciais, confirm ando as observações descrit ivas feit as ant er ior m ent e.

Ve r i f i ca - se t a m b é m q u e o s e n f e r m e i r o s dedicam t em po consider áv el às at iv idades r elat iv as ao sist em a de inform ação que são relevant es para a sist em at ização da assist ên cia e f u n cion am en t o do se r v i ço , b e m co m o p a r a a i n t e g r a çã o d o s pr ofissionais.

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Tabela 3 – Freqüência das at ividades adm inist rat ivas desem penhadas pelos enfer m eir os assist enciais de um hospit al- escola do Dist rit o Federal, no período de out / 2001 a m ai/ 2002

s e d a d i v it

A Maternidade a c i n íl C a c ir t á i d e P a c i n íl C a c i g r ú r i C a c i n íl C a c i d é

M Total q

e r

F (%) Freq (%) Freq (%) Freq (%) Freq (%) T

P

O 80 (22,0) 38 (8,1) 29 (11,8) 36 (9,8) 183 (12,7) M

R

P 29 (8,0) 122 (26,1) 7 (2,8) 21 (5,7) 179 (12,4) A

E

S 34 (9,3) 71 (15,2) 21 (8,5) 45 (12,2) 171(11,8) P

C

S 24 (6,6) 73 (15,6) 27 (11,0) 28 (7,6) 152 (10,5) T

A

A 38 (10,4) 21 (4,5) 41 (16,7) 32 (8,7) 132 (9,1) E

E

P 34 (9,3) 35 (7,5) 19 (7,7) 37 (10,1) 125 (8,7) C

S

E 17 (4,7) 23 (4,9) 15 (6,1) 37 (10,1) 92 (6,4) I

P

C 23 (6,3) 6 (1,3) 24 (9,8) 30 (8,2) 83 (5,7) S

E

D 20 (5,5) 12 (2,6) 13 (5,3) 17 (4,6) 62 (4,3) S

S

S 9 (2,5) 14 (3,0) 9 (3,7) 12 (3,3) 44 (3,0) R

R

P 14 (3,8) 13 (2,8) 2 (0,8) 14 (3,8) 43 (3,0) P

A

S 8 (2,2) 4 (0,9) 14 (5,7) 13 (3,5) 39 (2,7) E

M

R 6 (1,6) 16 (3,4) 5 (2,0) 12 (3,3) 39 (2,7) S

U

P 1 (0,3) 2 (0,4) 12 (4,9) 10 (2,7) 25 (1,7) O

M

A 13 (3,6) 4 (0,9) 3 (1,2) 3 (0,8) 23 (1,6) D

O

P 5 (1,4) 1 (0,2) 2 (0,8) 10 (2,7) 18 (1,2) A

R

N 4 (1,1) 4 (0,9) 3 (1,2) 5 (1,4) 16 (1,1) U

F

C 5 (1,4) 5 (1,1) 0 (0,0) 5 (1,4) 15 (1,0) E

R

P 0 (0,0) 3 (0,6) 0 (0,0) 1 (0,3) 4 (0,3) l

a t o

T 364 (100) 467 (100) 246 (100) 368 (100)1445(100) Nota: OPT - organizar, preencher e tram itar papéis; PRM - prever, requisitar e prover m edicação; SEA - solicit ar a execução de cuidado/ t écnica ao auxiliar de enferm agem ; SCP supervisionar os cuidados prestados; AAT -r ealiza-r at iv idades bu-r oc-r át icas -r elat iv as à adm issão, alt a, licença e transferência; PEE - verificar prontuário, exam es e escalas de cirurgias; ESC - elaborar, m anter e coordenar escala de funcionários; CPI - coordenar e controlar os pacientes int ernados; DES discutir sobre escala; SSS -solicitar serviços de outros setores; PRR - prever, requisitar e prover roupas e m ateriais; SAP - solicitar e autorizar acom panhante para paciente; RME-testar, instalar e/ ou providenciar reparo e m anutenção de equipam entos e aparelhos; PUS - t rocar inform ações sobre problem as da unidade com superiores; AMO - auxiliar m édico na organização e preenchim ent o de papéis; POD - solicit ar providências e responder a questões norm at ivas de out ros depart am ent os; NRA - orient ar e avaliar funcionários sobre norm as, rot inas, at ribuições; CFU - cont rolar ausências, pont ualidade e uniform e dos funcionários; PRE - participar de reunião de enferm agem

Na Tabela 3 pode- se obser var a fr eqüência das at iv idades cat egor izadas com o adm inist r at iv as, realizadas nas quat ro unidades de int ernação. Foram observadas 1445 atividades adm inistrativas. Pode ser verificado que organizar, preencher e t ram it ar papéis ( OPT) foram as m ais realizadas, representando 12,7% do t ot al das adm inist r at iv as. Esses dados m ost r am que os enferm eiros despendem boa part e do t em po realizando atividades adm inistrativas burocráticas que poder iam ser delegadas ao pessoal au x iliar, com o secret ária ou escrit urária( 2,9- 10).

A segunda at iv idade obser v ada com m aior con st ân cia é a pr ev isão, r equ isição e pr ov isão de m e d i ca çã o ( PRM) , r e p r e se n t a n d o 1 2 , 4 % . Essa s a t i v i d a d e s r e a l i za d a s p e l o s e n f e r m e i r o s com preenderam desde a verificação das m edicações d o s cl i en t es en cam i n h ad as p el a Far m áci a, co m o t a m b é m o co n t r o l e d e v a ci n a s, p si co t r ó p i co s e

m edicações do car r inho de par ada at é a busca de m edicação na Farm ácia do Hospit al.

Solicit ar a ex ecução de t écnica ou cuidado de enfer m agem a aux iliar es de enfer m agem ( SEA) f o i a t e r ce i r a a t i v i d a d e a d m i n i st r a t i v a m a i s desenvolvida pelos enferm eiros ( 11,8% ) . Por possuir um núm ero elevado de leit os e apenas um ou dois e n f e r m e i r o s p o r p l a n t ã o , t o r n a - se n e ce ssá r i a a d eleg ação d e at iv id ad es assist en ciais ao p essoal aux iliar.

Su p er v ision ar os cu id ad os p r est ad os aos pacientes ( SCP) foi observada em 10,5% do total das at ividades adm inist rat ivas. Geralm ent e, a supervisão realizada pelo enferm eiro diz respeit o ao cont role da e x e cu çã o d a s a t i v i d a d e s q u e sã o d e l e g a d a s a o pessoal auxiliar.

At i v i d a d e s co m o o r i e n t a r e a v a l i a r funcionários sobre norm as, rot inas, at ribuições ( NRA) e cont r olar ausências, pont ualidade e unifor m e dos funcionár ios ( CFU) , que est ão ligadas à av aliação, controle e orientação de funcionários, foram atividades adm inist r at iv as m enos r ealizadas pelos enfer m eir os nas unidades de int ernação.

Esse s d a d o s d e m o n st r a m q u e o s e n f e r m e i r o s, n o g e r e n ci a m e n t o d o p e sso a l d e e n f e r m a g e m , e n f a t i za m o co n t r o l e d a p r á t i ca desenvolvida por out ros agent es.

Part icipar de reunião de enferm agem ( PRE) foi a at ividade adm inist rat iva m enos realizada pelos en fer m eir os, t ot alizan do apen as 0 , 3 % do t ot al de at iv idades adm in ist r at iv as obser v adas. Esse dado m ost r a que os enfer m eir os não ut ilizam a r eunião com o est r at égia par a a pr om oção do t r abalh o em equipe. A ausência de reunião suprim e um m om ent o i m p o r t a n t e d a e q u i p e , q u a n d o p o d e r i a m se r ar t icu lad as p r op ost as d e ações con j u n t as p ar a a clientela( 11- 12).

(6)

verificar pront uário, exam es e escalas de cirurgias; solicitar serviços de outros setores; testar, instalar e/ o u p r o v i d e n ci a r r e p a r o e m a n u t e n çã o d e e q u i p a m e n t o s e a p a r e l h o s; a u x i l i a r m é d i co n a organização e preenchim ento de papéis ( 37,8% ) , que podem ser delegadas ao pessoal aux iliar. Ver ificou-se t am bém que o núm ero reduzido de enferm eiros e a sua at uação lim it ada im pedem um posicionam ent o m ais efet ivo, com o líder e agent e r esponsável pela p r om oção d a p r óp r ia eq u ip e e d a assist ên cia d e enfer m agem( 13).

Em sínt ese, os dados obt idos, r elat iv os ao d esen v o l v i m en t o d as at i v i d ad es ad m i n i st r at i v as, dem on st r am qu e os en f er m eir os pau t am - se pelos p r i n cíp i o s d e a d m i n i st r a çã o ci e n t íf i ca p a r a o desen v olv im en t o do ger en ciam en t o do ser v iço de enferm agem . Esses dados evidenciam a necessidade de t ransform ação da prát ica gerencial que deve t er com o cent ro o t rabalho em equipe e o pacient e.

Fo r a m o b se r v a d a s 1 3 0 2 a t i v i d a d e s assi st en ci ai s d esem p en h ad as p el o s en f er m ei r o s, dem onst radas na Tabela 4.

Tabela 4 – Dist ribuição de freqüência das at ividades a ssi st e n ci a i s d e se m p e n h a d a s p e l o s e n f e r m e i r o s assistenciais de um hospital- escola do Distrito Federal, no período de out / 2001 a m ai/ 2002

s e d a d i v it

A Maternidade a c i n íl C a c ir t á i d e P a c i n íl C a c i g r ú r i C a c i n íl C a c i d é

M Total q

e r

F (%) Freq (%) Freq (%) Freq (%) Freq (%) E

T

E 85 (28,2) 170 (40,9) 66 (30,7) 129 (34,9) 450 (34,6) E

A

C 99 (32,9) 95 (22,8) 70 (32,6) 89 (24,1) 353 (27,1) F

A

C 53 (17,6) 50 (12,0) 26 (12,1) 59 (15,9) 188 (14,4) N

E

V 19 (6,3) 37 (8,9) 39 (18,1) 36 (9,7) 131(10,1) O

L

M 15 (5,0) 36 (8,7) 6 (2,8) 37 (10,0) 94 (7,2) M

O

I 9 (3,0) 16 (3,8) 6 (2,8) 6 (1,6) 37 (2,8) M

P

A 16 (5,3) 8 (1,9) 2 (0,9) 6 (1,6) 32 (2,5) P

M

A 5 (1,7) 4 (1,0) 0 (0,0) 8 (2,2) 17 (1,3) l

a t o

T 301 (100) 416 (100) 215 (100) 370 (100)1302(100) Nota: ETE - executar técnicas de enferm agem ; CAE - realizar cuidados diret os relacionados à área em ocional do pacient e e fam iliares; CAF realizar cuidados diret os relacionados à área física do pacient e; VEN -realizar visita de enferm agem ; MLO - -realizar a m anutenção da lim peza e organização do am bient e hospitalar; I OM - im plem entar ordens m édicas; APM - aprazar prescrição m édica; AMP = auxiliar m édico na execução de procedim ent os específicos ao pacient e

A execução de técnicas de enferm agem ( ETE) foi a atividade assistencial m ais desenvolvida, 34,6% . Dent re as t écnicas de enferm agem observadas est ão a realização de curativos de pequeno a grande porte, exam e físico, adm inistração de m edicação, sondagem v esical e nasogást r ica, dent r e out r as. Os cuidados diret os relacionados à área em ocional do pacient e e f am iliar es ( CAE) som ar am 2 7 , 1 % d as at iv id ad es assist en ciais. Os cu id ad os com a ár ea em ocion al

co m p r e e n d e r a m a co n v e r sa , a p o i o p si co l ó g i co , orientações e esclarecim ento de dúvidas dos pacientes e acom panhant es.

Os cuidados diretos relacionados à área física do pacient e ( CAF) t ot alizaram 14,4% das at ividades assist en ciais. Essas at iv id ad es v isam p r om ov er o confort o físico do pacient e, com o: auxilio no banho, pr ov isão de r ou pas e m at er ial de u so pessoal ao p a ci e n t e e m u d a n ça d e d e cú b i t o , e n t r e o u t r o s cuidados.

Realizar v isit a de enfer m agem r epr esent ou 1 0 , 1 % do t ot al das at iv idades assist en ciais. Essa atividade é relevante, visto que é parte integrante do p r o cesso d e p l a n ej a m en t o , p er m i t e a u m en t a r o v ín cu l o co m o s p a ci e n t e s, d e t e ct a r e p r e v e n i r problem as at ravés de um exam e físico direcionado e co l e t a r d a d o s i n d i v i d u a l i za d o s, o f e r e ce n d o pr incipalm ent e subsídios par a av aliar a assist ência prest ada ao client e.

A r ealização da m an u t en ção da lim peza e organização do am biente ( MLO) correspondeu a 7,2% d a s a t i v i d a d e s a ssi st e n ci a i s. O d e se m p e n h o d e at ividades que subut ilizam o preparo do enferm eiro com o, por exem plo, lavar m at erial, organizar post o d e e n f e r m a g e m , l e v a r m a t e r i a l a o e x p u r g o , p r e e n ch e r p e d i d o s d e e x a m e s f o r a m a t i v i d a d e s observadas e que deveriam ser at ividades delegadas ao pessoal auxiliar.

Tabela 5 – Fr eqü ên cia das at iv idades r elat iv as ao si st e m a d e i n f o r m a çã o d e se m p e n h a d a s p e l o s enfer m eir os assist enciais de um hospit al- escola do Dist rit o Federal, no período de out / 2001 a m ai/ 2002

s e d a d i v it

A Maternidade a c i n íl C a c ir t á i d e P a c i n íl C a c i g r ú r i C a c i n íl C a c i d é

M Total q

e r

F (%) Freq (%) Freq (%) Freq (%) Freq (%) E

E

I 146 (52,3) 180 (65,5) 102 (52,0) 207 (60,2) 635 (58,0) P

R

A 71 (25,4) 66 (24,0) 47 (24,0) 86 (25,0) 270 (24,7) P

R

L 42 (15,1) 21 (7,6) 30 (15,3) 41 (11,9) 134 (12,2) P

R

P 15 (5,4) 7 (2,5) 15 (7,7) 7 (2,0) 44 (4,0) M

V

A 5 (1,8) 1 (0,4) 2 (1,0) 3 (0,9) 11 (1,0) l

a t o

T 279 (100) 275 (100) 196 (100) 344 (100) 1094(100) Not a: I EE - r ealizar com unicação de infor m ações par a a equipe de enferm agem e/ ou de saúde; ARP - anotar no relatório de enferm agem e/ ou prontuário do paciente; LRP - ler relatório de enferm agem e/ ou prontuário e/ ou livro de escala; PRP - realizar passagem e/ ou receber plantão; AVM-acom panhar visit a m édica

(7)

saúde ( I EE) foi a predom inant e ( 58% ) em t odas as u n id ad es ob ser v ad as. For am con sid er ad os n essa at ividade: o pedido, o recebim ent o e a t ransm issão d e i n f o r m a çõ e s p a r a o s m e m b r o s d a e q u i p e , relacionados à assist ência ao pacient e.

O en f er m eir o é o m em b r o d a eq u ip e q u e ab ar ca o m ai o r n ú m er o d e i n f o r m açõ es so b r e o paciente e seu tratam ento, por assum ir a coordenação do pessoal de cuidado e do pr ocesso de cur a, que a b r a n g e u m a g r e g a d o d e o r d e n s e d i r e t i v a s isoladas( 2). Sua m esa é o local onde o cuidado e a cura se encontram e onde as ordens m édicas som am -se a um a cor r ent e de t ar efas que são dist r ibuídas ent re a equipe( 2).

Den t r e as at iv i d ad es d e com u n i cação d o e n f e r m e i r o e st ã o a a n o t a çã o n o r e l a t ó r i o d e enferm agem e/ ou pront uário do pacient e ( 24,7% ) e a leit ura do relat ório de enferm agem , pront uário e/ ou livro de escala ( 12,2% ) . Com o não há passagens de plantão sistem atizadas nas unidades de internação ( 4 , 0 % ) , t od os os elem en t os p r ecisam d esp en d er grande parte do seu tem po recorrendo a esse tipo de infor m ação par a se int eir ar acer ca da assist ência a se r p r e st a d a a o p a ci e n t e o u p a r a i n f o r m a r o s m em bros da equipe de outros turnos. Sabe- se que a passagem de plan t ão n a u n idade de in t er n ação é im p r escin d ív el p ar a d ar con t in u id ad e às ações e garantir a segurança ao paciente, devendo contar com a par t icipação de t odo o pessoal de en fer m agem , t ant o daquele que deix a a unidade quant o do que est á ch egan do para t r abalh ar. O en f er m eir o dev e coordenar essa atividade, aproveitando esse m om ento p a r a e scl a r e ci m e n t o s d e d ú v i d a s e e n g a n o s det ect ados no decorrer do t urno de serviço, visando a orient ação e aprim oram ent o t écnico do pessoal de en f er m agem .

Aco m p a n h a r a v i si t a m é d i ca ( AVM) co r r e sp o n d e u so m e n t e a 1 % d a s a t i v i d a d e s d e inform ação, o que dem onstra a necessidade de m aior en t r o sa m en t o en t r e a eq u i p e d e en f er m a g em e m édica. As anot ações do r elat ór io de enfer m agem poucas vezes são lidas pelos m édicos e as evoluções m édicas t am bém raram ent e são lidas pela equipe de en f er m ag em . As v isit as aos p acien t es, r ealizad as conj unt am ent e pelas duas equipes, de enferm agem e m édica, facilitariam a com unicação e interação entre os profissionais, bem com o beneficiaria a assist ência p r est ad a ao p aci en t e, co m o d em o n st r am al g u n s est udos( 11- 12).

Na Tabela 6 dem onst ra- se a dist ribuição da

freqüência das at ividades educat ivas realizadas pelos enferm eiros nas unidades de int ernação observadas.

Tab ela 6 – Fr eq ü ên cia d as at iv id ad es ed u cat iv as desem penhadas pelos enfer m eir os assist enciais de um hospit al- escola do Dist rit o Federal, no período de out / 2001 a m ai/ 2002

s e d a d i v it

A Maternidade a c i n íl C

a c ir t á i d e P

a c i n íl C

a c i g r ú r i C

a c i n íl C

a c i d é

M Total q

e r

F (%) Freq (%) Freq (%) Freq (%) Freq (%) F

E

O 46 (100) 49 (90,7) 25 (100) 40 (100) 160 (97,0) S

E

R 0 (0,0) 5 (9,3) 0 (0,0) 0 (0,0) 5 (3,0) l

a t o

T 46 (100) 54 (100) 25 (100) 40 (100) 165 (100) Nota: OEF orientar e/ ou esclarecer de dúvidas de funcionários; RES -realizar estudos em serviço

A or ien t ação e esclar ecim en t o de dú v idas ( OEF) p er f izer am o t ot al d e 9 7 % d as at iv id ad es educat iv as desem penhadas e o est udo em ser v iço ( RES) , 3% . Cham a a atenção o fato de o enferm eiro d esem p en h ar p ap el t ão lim it ad o n a ed u cação d a equipe de enfer m agem , v ist o que, com pet e a ele, com o líder, atualizar- se e levar a equipe à atualização constante( 13). É im inente a necessidade do enferm eiro atualizar- se, para assum ir sua função, liderar a equipe de enfer m agem e t er condições de im por - se com o profissional, int ervindo nas decisões que se referem à assist ência de enferm agem( 13).

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

Fo i p o ssív e l a p r e e n d e r, p o r m e i o d a s o b se r v a çõ e s si st e m a t i za d a s d a s a t i v i d a d e s desenv olv idas nas unidades de int er nação, que os enfer m eir os t êm - se ocupado m ais fr eqüent em ent e com as at iv idades adm inist r at iv as, 36,1% , do t ot al d as at iv id ad es. Ver if icou - se q u e essas at iv id ad es visam cont em plar predom inant em ent e a organização do serviço de enferm agem , o que corrobora para que o en f er m ei r o t en d a a n eg l i g en ci ar as at i v i d ad es v o l t a d a s p a r a o g e r e n ci a m e n t o d a a ssi st ê n ci a , o r i e n t a d a , p r i n ci p a l m e n t e , p a r a a t e n d e r a s necessidades globais dos pacient es.

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enfer m eir o v olt ar - se m ais par a o desenv olv im ent o de at ividades adm inist rat ivas burocrát icas j á vem se repetindo por longo tem po, conform e apontam vários e st u d o s( 1 - 3 , 6 , 9 , 1 4 ). O t i p o d e t r a b a l h o pr edom inant em ent e desenv olv ido pela m aior ia dos enferm eiros, aliado ao am plo em prego de rotinas e a d eleg ação p u r a e sim p les d e f u n ções, t ais com o so l i ci t a r a e x e cu çã o d e t é cn i ca o u cu i d a d o d e en f er m ag em a au x iliar es d e en f er m ag em , sem o devido acom panham ent o, const it ui- se em alguns dos p r i n ci p a i s i m p e d i t i v o s a o p r o f i ssi o n a l i sm o n a e n f e r m a g e m , f a v o r e ce n d o a o co r r ê n ci a d e deform ações nas percepções da im agem profissional de enfer m eir o( 14). I sso se deve ao m odelo ut ilizado p o r e l e s p a r a a d m i n i st r a r a a ssi st ê n ci a d e enferm agem , em basado na Adm inist ração Cient ífica. Esse m o d e l o u t i l i za o s m é t o d o s t a y l o r i st a s n a or ganização do t r abalho que, apesar de apr esent ar a u m e n t o d e p r o d u t i v i d a d e i n d i v i d u a l d e ca d a t r a b a l h a d o r m e d i a n t e a b u sca d o co n t ín u o disciplinam ento ao tem po e ao trabalho quantitativo( 15), t o r n a- se f r ag m en t ad o , p ad r o n i zad o , al i en an t e e bloqueador da iniciativa e da criatividade, por ser um m odelo essencialm ent e prescrit ivo e norm at ivo.

Qu a n t o à s a t i v i d a d e s a ssi st e n ci a i s, q u e r e p r e se n t o u 3 2 , 5 % d o t o t a l d a s a t i v i d a d e s ob ser v ad as, v er if icou - se q u e os en f er m eir os, p or t erem pouco t em po para execut ar essas at ividades, priorizam a execução de procedim ent os t écnicos de m aior com plexidade e cuidados físicos aos pacient es m a i s g r a v e s. Co m o co n se q ü ê n ci a , a p e sa r d e o enferm eiro ser o profissional qualificado e capacit ado legalm ent e para desenvolver um a assist ência int egral aos pacientes, observa- se que presta assistência sem sist em at ização e de form a fragm ent ada.

As a t i v i d a d e s r e f e r e n t e s a o si st e m a d e in f or m ação cor r esp on d er am a 2 7 , 3 % d o t ot al d e

at ividades observadas. A com unicação da equipe de enferm agem , t ant o no seu âm bit o int erno quant o na int er ação com os dem ais int egr ant es da equipe de sa ú d e, p er m i t e m el h o r a ssi st ên ci a a o p a ci en t e. Ent ret ant o, os result ados dest e est udo dem onst ram que im portantes m eios de com unicação entre a equipe de enferm agem quase inexistem , com o as passagens de plant ão, que foram subst it uídas, em part e, pelas a n o t a çõ e s d a s i n t e r co r r ê n ci a s e m r e l a t ó r i o d e en f er m agem .

Tam bém foi obser v ado que os enfer m eir os d e se m p e n h a r a m p a p e l l i m i t a d o n a e d u ca çã o , r e p r e se n t a n d o u m a p a r ce l a i n si g n i f i ca n t e d a s at iv id ad es r ealizad as ( 4 , 1 % ) . O en f er m eir o d ev e ent ender que a educação cont inuada é um processo de m udança im prescindível para que ele se at ualize e se ed u q u e co n st a n t em en t e. Al ém d i sso , d ev e e st i m u l a r o s f u n ci o n á r i o s so b su a l i d e r a n ça a part iciparem de program as de educação cont inuada, t r a ze n d o m e l h o r i a d a q u a l i d a d e d a a ssi st ê n ci a , ocasion an d o v an t ag en s p ar a o p acien t e e p ar a a inst it uição.

Os resultados do estudo dem onstram que os enferm eiros devem prender- se à assunção da função adm inist rat iva cent rada na assist ência, que deve t er com o foco o pacient e e envolver o planej am ent o, a dir eção, a super v isão e a av aliação das at iv idades de enferm agem , visando a m elhoria da qualidade de assist ência( 2- 3,14). É evident e t am bém a necessidade dos enferm eiros reverem o m odelo de gerenciam ento adot ado a fim de incorporar no processo de gest ão v a l o r e s m a i s f l e x ív e i s, i n o v a d o r e s e h u m a n o s. Cer t am en t e são n ecessár i o s o u t r o s est u d o s q u e aprofundem a análise dos fatores que têm dificultado aos en f er m eir os m od if icar em o m od o com o v êm d esen v olv en d o o g er en ciam en t o d os ser v iços d e en f er m agem .

REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS

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5 . Fer r az CA. Ger enciam ent o de enfer m agem : do m odelo b u r o cr á t i co à a d m i n i st r a çã o f l e x ív e l . I n : SOBRAGEN -Sociedade Br asileir a de Ger en ciam en t o em En f er m agem . Caderno de at ualização cient ífica.. O dom ínio da t ransição no g er en ciam en t o d e en f er m ag em p ar a o sécu lo XXI . Sér ie Medicina & Saúde. São Paulo ( SP) : Front is Edit orial; 1997. p. 3 - 1 5 .

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