REVISTA
BRASILEIRA
DE
ANESTESIOLOGIA
Publicação Oficial da Sociedade Brasileira de Anestesiologiawww.sba.com.br
ARTIGO
CIENTÍFICO
A
prática
de
visitas
pós-anestésicas
---
estudo
de
um
questionário
Tobias
Fink
a,
Hauke
Rensing
b,
Thomas
Volk
a,
Ragnar
Huhn
ce
Alexander
M.
Mathes
c,∗aSaarlandUniversityHospital,IntensiveCareandPainTherapy,DepartmentofAnesthesiology,Homburg,Alemanha
bLeopoldinaHospital,DepartmentofAnesthesiologyandCriticalCareMedicine,Schweinfurt,Alemanha
cDüsseldorfUniversityHospital,DepartmentofAnesthesiology,Düsseldorf,Alemanha
Recebidoem1demarçode2016;aceitoem28dejulhode2016 DisponívelnaInternetem16demaiode2017
PALAVRAS-CHAVE Visitapós-anestésica; Anestesia;
Complicac¸ão; Questionário
Resumo
Justificativaeobjetivo: As visitas regulares pós-anestesia (VPA) permitem detectar complicac¸ões relacionadas à anestesia e aumentar a satisfac¸ão do paciente. Portanto, a VPA érecomendada apóscertos tiposde anestesia.Porém, não hádados disponíveissobre a prática atual de VPA. Logo, este estudo foi projetado para investigar a quantidade, a organizac¸ão,oconteúdo,asignificânciaeosproblemasdaVPAnaAlemanha.
Método: Para esta pesquisa de natureza fechada e prospectiva, um questionário com 13 perguntasfoicriadoetestadoparaidentificaraobjetividade,confiabilidadeevalidade. Pos-teriormente,3.955anestesiologistasregistradosforamcontatadosviae-mailpararespondera pesquisa.
Resultados: Ataxaderetornofoide31,4%;958questionáriosforamincluídosnoestudo.Apenas umapequenapartedospacientesfoidesignadaparareceberumaVPA(mediana:20%).Em hos-pitaiscomservic¸oespecíficodeVPA,essenúmerofoisignificativamentemaior(mediana:65%,
p<0,001)vs.ausênciadeservic¸odeVPA.AsVPAnormalmentedurarammenosdecincominutos (60%)eforamtipicamenteconduzidasnodiadacirurgia(48%),apósoturnonormaldetrabalho (55%).Dentreosqueresponderamoquestionário,38%relataramdetectarcomplicac¸ões perio-peratóriasdeformaintermitenteduranteasvisitas.Enquanto98%dosentrevistadosacreditam queasVPAmelhoramaqualidadedeseuprópriotrabalho,86%sequeixamdefaltadetempo paraessatarefa.
Conclusões: Nossa pesquisa indica que as condic¸ões atuais de trabalho impedem a feitura rotineirade VPA. Considerandoaaltavalorizac¸ãodas VPAporanestesiologistas, bemcomo a incidênciarelevante decomplicac¸ões nopós-operatório detectadas duranteessasvisitas, parecedesejávelconsiderarmelhoriasorganizacionaisparaaassistênciaapósaanestesia. ©2016SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eum artigo OpenAccess sobumalicenc¸aCCBY-NC-ND( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:alexander.mathes@med.uni-duesseldorf.de(A.M.Mathes).
http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2017.04.009
KEYWORDS Postanesthesiavisit; Anesthesia;
Complication; Questionnaire
Thepracticeofpostanesthesiavisits---aquestionnairestudy
Abstract
Backgroundandobjective: Regular postanesthesia visits allow the detection of anesthesia relatedcomplicationsandincreasepatientsatisfaction.Consequently,theperformanceof pos-tanesthesiavisitshasbeenrecommendedaftercertaintypesofanesthesia.However,nodata isavailableconcerningthecurrentpracticeofpostanesthesiavisits.Therefore,thisstudywas designedtoinvestigatequantity,organization,contents,significanceandproblemsof posta-nesthesiavisitsinGermany.
Methods:Forthisprospectiveclosed-designsurvey,aquestionnaire,consistingof13questions, wasdesignedandtestedforobjectivity,reliabilityandvalidity.Subsequently,3955registered anesthesiologistswerecontactedviaemailtoanswerthissurvey.
Results:Returnratewas31.4%;958questionnaireswereincludedinthestudy.Onlyasmall portionofpatientswasestimatedtoreceiveapostanesthesiavisit(median:20.0%).In hospi-talswithaspecificpostanesthesiavisitservice,thisnumberwassignificantlyhigher(median: 65.0%,p<0.001)vs.nopostanesthesiavisitservice.Postanesthesiavisitsusuallylastedlessthan 5minutes(60.0%),andweretypicallyconductedonthedayofsurgery(48.0%),afterregular workinghours(55.0%).38.0%oftherespondentsreportedtodetectperioperativecomplications intermittentlyduringtheirvisits.While98.0%ofallrespondentsbelievethatpostanesthesia visitsimprovethequalityoftheirownwork,86.0%oftheparticipantscomplainalackoftime forthistask.
Conclusions:Our survey indicates that current working conditions prevent a regular pos-tanesthesia visit routine. Considering the high appreciation of postanesthesia visits by anesthesiologists,aswellastherelevantincidenceofpostoperativecomplicationsdetected duringthesevisits,itseemsdesirabletoconsiderorganizationalimprovementsfor postanesthe-siacare.
©2016SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisan openaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Introduc
¸ão
Aideiaearelevânciadasvisitaspós-anestésicas(VPAs)são relatadasdesde1934,recomendamqueosanestesiologistas devemvisitarseuspacientesregularmentenosdois primei-rosdiasapós acirurgiaparaobterinformac¸õessobresuas condic¸ões.1 No entanto, nos livros didáticos de anestesia
atuais, esseelemento daassistência perioperatória é em grande parte negligenciado.2 Enquanto há uma extensa
literatura sobre as potenciais complicac¸ões e os efeitos colateraisdaanestesiageraleregional,umavisitapessoal para detectar tais complicac¸ões parece ser uma prática esquecida.
Apenas devido à crescente demanda atual por uma assistência médica de qualidade, a importância das VPAs foi,em parte, revivida.3 Umpequeno númerode estudos
demonstra que as VPAs podem melhorar a satisfac¸ão do paciente4---6eoreconhecimentodomédico.7Emumestudo
indiano, os pacientes que receberam uma VPA ficaram significativamentemaissatisfeitosdoqueaquelesquenão receberamumaVPA.8Resultadossemelhantesforamobtidos
emumestudoaustríaco,mostrouqueumaúnicaVPApode aumentardeformasignificativaasatisfac¸ãodopaciente.9
Sugeriu-sequeomomentoperfeitoparaaVPAé12-24horas (h)apósaanestesia.10Váriosquestionáriosforamaplicados
paradeterminarasatisfac¸ãodopacientenopós-operatório (fig.1).11---13Noentanto,‘‘receberinformac¸ões’’e
‘‘sentir--se seguro’’ parecem ser fortes preditivos da satisfac¸ão do paciente.14 Portanto, para o propósito das VPAs, as
consultas presenciais podem ser mais adequadas do que
umquestionárioparadeterminar asatisfac¸ãodopaciente comaanestesia.6Paramelhorarocontroledaqualidadeno
perioperatório,sugeriu-seaimplantac¸ãodeumservic¸ode pós-anestesiainterdisciplinar.5
As diretrizes da Sociedade Alemã de Anestesiologia e MedicinaIntensiva(DGAI)paraaanestesiaregionalem obs-tetrícia,especificamente,exigemumavisitapós-anestésica dentro de 24h.15 Para reconhecer a consciência no
intra-operatório, o questionamento do paciente na VPA foi recomendado.16 Além disso, as diretrizes daDGAI para a
colaborac¸ão entre cirurgiões e anestesiologistas indicam explicitamentequeoanestesiologistaéoresponsávelpela detecc¸ão e pelotratamento dascomplicac¸ões anestésicas relacionadas.17---20 Diretrizessemelhantesforampublicadas
internacionalmente:aSociedadeAmericanade Anestesiolo-gistasdefineexplicitamenteaavaliac¸ãopós-anestésicaea terapiacomoderesponsabilidadedeumanestesiologista.21
O Colégio Real de Anestesistas da Inglaterra publicou recomendac¸ões específicas para visitas pós-anestésicas e definiu os grupos de pacientes que devem ser visitados dentro de 24h.22 Embora tanto os cirurgiões quanto os
anestesiologistassejamobrigadosainformarunsaosoutros sobre as complicac¸ões que podem ser atribuíveis à outra especialidade,17---20pareceprovávelquecertascomplicac¸ões
relacionadas à anestesia, como deficiências sensoriais e motoras após a anestesia regional, passem despercebidas pelosnãoanestesiologistas.
de VPAs por anestesiologistas. Para lanc¸ar luz sobre essa questão, contatamos3.955 anestesiologistas registrados e aplicamosumquestionáriocom13 perguntas,avaliamos a quantidade,aorganizac¸ão,oconteúdo,asignificânciaeos problemasdasvisitaspós-anestésicas.
Métodos
Concepc¸ãodoquestionário
Deacordocomasnormasalemãs,nãohouvenecessidadede aprovac¸ãoéticaparaesteestudo,poisapenasdados anôni-mosforamcoletados(§15MBO-Ä)enãohouveenvolvimento de pacientes (estudo não AMG não MPG). O questionário foi criado com o apoio do Centro de Pesquisas, Opiniões e Análises (Zuma, Mannheim, Alemanha). A figura 2 mos-tra o fluxograma do processo do estudo. Os critérios de objetividadeforamatendidoscomumprojetofechado de múltiplaescolhaparaoquestionário,exclusivea possibili-dadedeerrosdeinterpretac¸ão.Oprocessodevalidac¸ãofoi feitonoDepartamentodeAnestesiologiadoHospital Univer-sitárioSaarland,comummodelopadronizadodepré-teste cognitivo. Foram testados 30 anestesiologistas escolhidos aleatoriamente.Naversãofinaldoquestionário,não obser-vamosdiferenc¸asentreamedidaeoconstructosubjacente. Aconfiabilidade(teste-reteste)foiavaliadaapósavalidac¸ão doquestionário.Quinzecandidatossubmetidosaoprocesso devalidac¸ãoforamescolhidosaleatoriamenteparaconcluir
Questionário traduzido
Por favor, responda às seguintes perguntas sobre sua prática de visitas após a anestesia a pacientes eletivos, não-UTI:
1. Por favor, estime a porcentagem de pacientes anestesiados que foram visitados no pós-operatório por um anestesiologista em seu hospital no último ano.
0 – 10 – 20 – 30 – 40 – 50 – 60 – 70 – 80 – 90 – 100%
Geralmente, não há visitas pós-anestésicas em nosso hospital.
2. Existe um serviço de pós-anestesia em seu hospital que tem o dever de realizar visitas após a anestesia?
Sim Não
3. Quais informações sobre a visita pós-anestésica são registradas no prontuário do paciente?
Tempo Conteúdo
Duração O registro não é feito
4. Por favor, estime a porcentagem de pacientes anestesiados por você no ano passado que receberam uma visita após a anestesia.
0 – 10 – 20 – 30 – 40 – 50 – 60 – 70 – 80 – 90 –100% ...por você
0 – 10 – 20 – 30 – 40 – 50 – 60 – 70 – 80 – 90 – 100% ...por um colega
5. Quando você costuma realizar visitas pós-anestésicas?
Nas horas normais de trabalho Depois das horas normais de trabalho
6. Quantas vezes você já realizou visitas-anestésicas de forma habitual no último ano?
Menos de uma vez por semana A cada 2-3 dias
A cada 4-5 dias Diariamente
Somente quando membro de um serviço de pós-anestesia
7. Quanto tempo dura a sua visita pós-anestésica típica por paciente?
Figura1 Questionário.
< 5 minutos 5-10 minutos >10 minutos
8. Quando você costuma realizar suas visitas pós-anestésicas?
No dia da cirurgia No primeiro dia de pós-operatório
No terceiro dia de pós-operatório ou mais tarde No segundo dia de pós-operatório
9. Qual o conteúdo de sua típica visita pós-anestésica? (múltiplas respostas permitidas)
Perguntas sobre a condição geral no pós-operatório
Perguntas em aberto sobre problemas e complicações no pós-operatório
Perguntas específicas sobre problemas e complicações pós-operatório
Curto exame médico
Avaliação do prontuário do paciente
10. Alguma vez você já detectou complicações relacionadas à anestesia durante suas visitas pós-anestésicas?
Sim, infrequentemente Sim, regularmente
Não, nunca Sim, intermitentemente
11. Você concorda com a opinião de que a realização habitual de visitas pós-anestésicas pode...
...melhorar a qualidade de seu próprio trabalho Sim Não
...reduzir a incidência de complicações Sim Não
12. Qual a importância das visitas pós-anestésicas para você?
Irrelevante Muito importante
Completamente irrelevante Importante
13. Por que nem todos os seus pacientes recebem uma visita pós-anestésica? (múltiplas respostas permitidas)
Falta de tempo
Requer extensa busca pelo paciente
Longas distâncias para visitar o paciente
Os pacientes já receberam alta
Eu não estou interessado em visitas pós-anestésicas
14. Por favor, responda às seguintes perguntas sobre sua pessoa, departamento e posição.
Sexo: Feminino Masculino
Idade: 40 – 49 50 – 59 60 +
500-1000 leitos
> 1000 leitos 250-500 leitos
30 – 39 < 30
Tamanho do hospital:
< 250 leitos
Posição:
Residente (Alemanha: Assistenzarzt)
Especialista/Fellow (Alemanha: Facharzt)
Especialista Sênior (Alemanha: Funktionsoberarzt)
Consultor (Alemanha: Oberarzt)
Chefe de Departamento/Diretor (Alemanha: Chefarzt) Sem hospital (consultório)
Figura1 (Continuac¸ão)
apesquisaumasegundavezapósumperíododeesperade10 dias,semavisoprévio.Asequênciadeperguntaserespostas foiarbitrariamentealterada.Aconfiabilidadedoretestefoi de0,872(correlac¸ãodePearson;p<0,01).
Feituradapesquisa
Oquestionáriofoiconstruídocomumaplataforma
comer-cial online (EquestionnaireTM). Por meio de um provedor
Concepção
Objetividade: projeto fechado de múltipla escolha Validade: estudo-piloto (30 candidatos) Confiabilidade: reteste (15 candidatos)
3.955 anestesiologistas contatados (e-mail)
3.285 contatos bem-sucedidos via e-mail
1.024 questionários devolvidos
958 questionários avaliados
Excluídos: 12 sem ID correto 46 com várias pesquisas
para o mesmo ID 2 erros técnicos 6 inconsistências internas Lembrete após 2 e 4 semanas (e-mail)
670 notificações via e-mail que falharam
Figura2 Fluxogramadoprocessodoestudo.ID,númerode identificac¸ãoparacadaanestesiologista.
Sociedade Alemã de Anestesiologia e Medicina Intensiva (DGAI) foram contatados. O anonimato foi estabelecido, atribuíram-se números de identificac¸ão (ID) para cada e-mail.Apósumtempodeesperadeduase quatro sema-nas, umlembrete foi enviado por e-mail para recrutar o maiornúmeropossíveldeentrevistados.
Qualquer pesquisa concluídasem o ID correto ou com um ID encontrado em mais de uma pesquisa resultou na exclusão de todos os respondentes envolvidos. Qualquer questionário concluído em menos de 120segundos (s) foi testadoquantoà consistênciainterna, comacomparac¸ão das respostas dos diferentes itens que resultariam em constelac¸õesimpossíveis.
Análiseestatística
AanáliseestatísticafoifeitacomoprogramaSigmaPlot9.0 com integrac¸ão SigmaStat (Erkrath, Alemanha). Os dados paramétricos foram comparados com Anova de umfator, após passar pelo teste de normalidade, seguido por uma comparac¸ãomúltiplaposthoc,deacordocomométodode Student-Newman-Keuls. Osdadosnão paramétricos foram comparadoscom o teste Ude Mann-Whitney,seguido por umacomparac¸ãomúltiplaposthoc,deacordocomométodo deDunn.Umvalordep<0,05foiconsideradosignificativo.
Resultados
Taxaderespondenteseexclusões
Dos 3.955 enderec¸os de e-mail fornecidos pela DGAI, 670 contatos resultaram em e-mails desativados; resta-ram 3.285 enderec¸os de e-mail ativados (fig. 2). Desses, 1.024 questionários concluídos foram devolvidos (taxa de retorno=31,2%). Foram excluídos 66 participantes, por-que nãoapresentaram o número deidentificac¸ão correto (n=12),porapresentarmaisdeumquestionáriopreenchido paraomesmoID(n=46),pordificuldadestécnicas(n=2)ou porinconsistênciasnosquestionáriosrespondidos(n=6).A avaliac¸ãofinaldapesquisaincluiu958questionários preen-chidos.Osdadosdemográficossãoapresentadosnatabela1.
Tabela1 Dadosdemográficos
Total
n(%)
Sexo
Feminino 200(21,03%)
Masculino 751(78,97%)
Idade
<30anos 7(0,73%)
30-39anos 359(37,51%)
40-49anos 360(37,62%)
50-59anos 199(20,79%)
>60anos 32(3,34%)
Tamanhodohospital
Nãotrabalhaemhospital(consultório) 7(0,73%)
>250leitos 171(17,85%)
251-500leitos 284(29,65%)
501-1.000leitos 267(27,87%)
>1.000leitos 233(24,32%)
Posic¸ão
Residente 186(19,42%)
Especialista/Fellow 220(22,96%)
EspecialistaSênior 54(5,64%)
Consultor 310(32,36%)
Chefededepartamento/Diretor 188(19,62%)
QuantidadedeVPAs
Osrespondentesestimaramqueapenasumapequenaparte de todos os pacientes que foram anestesiados em sua instituic¸ãorecebeuumaVPAduranteoúltimoano(mediana: 20%;média:31,9%;percentilde25a75:10-42,5%)(fig.3). Enquanto7,8%dosrespondentesafirmamquefazemservic¸o específicodeVPA,16,7%respondemquenãofazemqualquer VPA.Noshospitaiscom servic¸odeVPA,onúmerode paci-entesvisitadosfoisignificativamentemaior(mediana:65%; média:61,4%;percentilde25a75:30-90%),emcomparac¸ão com hospitais sem servic¸o de VPA (mediana: 20%; média: 29,9%;percentilde25a75:10-40%;p<0,001vs.semservic¸o deVPA)(fig.4).Oservic¸odeVPAfoiestabelecidocommais
350
300
250
200
Respondentes (n)
150
100
50
10 0
Porcentagem estimada de pacientes que receberam uma VPA 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0
120 p<0,001
100
80
60
40
Hospitais (%)
20
0
Sem serviço de VPA Com o serviço de VPA
Figura4 Relevânciadeum servic¸o depós-anestesia.Dados expressosemmedianas,percentisde25a75,mínimo/máximo edelineados(círculos).VPA,visitapós-anestésica.
frequênciaem hospitaismenores,masnãoapresentou sig-nificânciaestatística(<250leitos:26%;251-500leitos:35%; 501-1.000leitos:20%;>1.000leitos:19%).
A porcentagem estimada de pacientes anestesiados e visitadospelosrespondentesnoúltimoano(mediana:20%) foisemelhanteàporcentagemprevistadepacientes anes-tesiadospelosrespondentes,masvisitadosporcolegasdos respondentes(mediana:20%).Apenas22%detodosos res-pondentes fizeram VPAs diariamente, enquanto quase a mesmaquantidadedeanestesiologistasvisitouseus pacien-tesmenosdeumavezporsemana.
Momento,durac¸ãoeconteúdodaVPA
Amaioriadospacientesrecebeuvisitanodiadacirurgiae nodiaseguinte.Menosde10%dospacientesforamvisitados nosdiassubsequentes(fig.5).Adurac¸ãodasVPAsé tipica-menteinferioracincominutos(min)eraramenteduramais de10min.AmaioriadasVPAsincluíuconsultaspresenciais comperguntasabertase fechadassobreacondic¸ãogeral, osproblemaseascomplicac¸õesdopaciente.Umterc¸odos respondentesavaliouosprontuáriosdopaciente(não ava-liadosquerempapeloueletrônico)eapenasumaminoria examinouseuspacientes.Umgrandenúmerode anestesio-logistasregistrouaVPAnoprontuário;porém,em28,8%não haviainformac¸ãoalgumaregistrada.Quasetodosos respon-dentesdetectaramcomplicac¸õespós-operatóriasdurantea VPA,41% raramente, 33,7% de formaintermitentee 1,7% regularmente.
SignificânciaeproblemasdaVPA
QuasetodososanestesiologistasacreditamqueaVPA melho-rouaqualidadedeseuprópriotrabalhoe76%concordaram queVPAsregularespodemdiminuirascomplicac¸ões periope-ratórias.Consequentemente,maisde85%dosrespondentes avaliaramasVPAscomomuitoimportantesouimportantes, enquanto13%eramindiferentesemrelac¸ãoaessaquestão.
500
400
300
200
Respondentes (n)
100
48,0% 43,9% 4,5% 3,6%
0
Dia da cirurgia Dia 1 pós-OP Dia 2 pós-OP
Após o dia 2 pós-OP
Figura5 Momentodas visitaspós-anestésicas. Pós-OP, pós--operatório.
ApenasumaminoriaacreditaqueasVPAssãoirrelevantes oucompletamenteirrelevantes.
Quase todososrespondentes queixaram-se dafalta de tempoparafazerasVPAs.Emmaisdeumterc¸odoscasos,os anestesiologistasalegaramqueospacientesjáhaviam rece-bidoaltahospitalar.Curiosamente,25,9%dosrespondentes afirmaramquenemtodosospacientespuderamser visita-dosporcausadaslongasdistânciasqueprecisavampercorrer parachegaraopaciente(fig.6).
Discussão
O presente estudo mostra que apenas uma minoria dos pacientes recebe a visita pós-anestésica após a cirurgia. Em hospitais com servic¸o destinado à VPA, o número de pacientesvisitados é significativamentemaiselevado, em comparac¸ão com instituic¸ões sem esse servic¸o. A maioria dasVPAséfeitanodiadacirurgia,geralmentecomdurac¸ão inferioracincominutos,eé feitaapóso turnoregularde
1.000
800
600
400
Respondentes (e
)
200
95,2%
Falta de temp o
Paciente recebeu altaLongas distânciasExtensa pesquis a
Falta de interesse
40,0% 25,9% 23,4% 2,3%
0
trabalho. A maioria dos anestesiologistas alega detectar complicac¸õespós-operatóriasduranteasvisitas. Emboraa maioriaacreditequeasVPAspodemmelhoraraqualidadede seuprópriotrabalhoequepodemreduzirascomplicac¸ões anestésicasrelacionadas,elesreclamamdafaltadetempo paraessatarefa.
Embora nossos resultados indiquem que o número de pacientes visitados no pós-operatório é bastante baixo, surgeapergunta:qualé apercentagemdepacientesque gostaríamosde atingir com asVPAs? A respostapara essa perguntacomplexadependedopropósitoqueatribuímosàs VPAs.Porumlado,seaqualidadedotratamentoforaúnica razãoparaasVPAs,asavaliac¸õesporamostragempodemser adequadasesuficientes.Poroutrolado,seonossointento for melhorar a satisfac¸ão dopaciente, a feitura atualde VPAspodeserconsideradamuitobaixa.
Asatisfac¸ãodopaciente podeseralcanc¸ada porvários meioseváriosquestionáriosforamdesenvolvidosparamedir a satisfac¸ão após a anestesia geral.11---13 No entanto, a
aplicac¸ão emsi deumquestionárionopós-operatório não aumenta de forma significativa a satisfac¸ão geral com a anestesia.9 Desuma importância, ospacientes expressam
anecessidadede serinformados e desesentirseguros.14
Ambasasnecessidadesnãopodemsersatisfeitasporum pro-fissionalquenãoéanestesiologistaenãoesteveenvolvido noprocedimentoanestésicodopacienteemquestão.
Estudos anteriores demonstraram que a satisfac¸ão do pacientepodesersignificativamentemelhoradapelasVPAs, especialmente em consultas presenciais.6 Capuzzo et al.
demonstraramquemaisdeduasvisitasfeitaspor anestesio-logistasapósacirurgiapodemaumentarsignificativamente asatisfac¸ãodopaciente.4Noentanto,outrosestudos
suge-rem que o aumento do número de VPAs não aumenta necessariamente o contentamento do paciente.7 Porém,
a qualidade das visitas pode ser mais importante do que o número de vezes em que o paciente é visitado.23 O
momentoperfeito para tal visita parece ser 12-24h após oprocedimento.10
Enquanto o tratamento de qualidade e a ‘‘satisfac¸ão docliente’’certamente podemserconsideradosatributos importantesdaanestesiologiamoderna,asrazõesmédicas podemsergatilhosmaisrelevantesparaVPAs.Opropósito dasVPAs,quandointroduzidasem 1934,foiodemelhorar a assistência ao paciente.1 Acreditava-se que o
aneste-siologista deveria examinar o paciente para determinar quaisquer complicac¸ões devido à anestesia. Atualmente, emboraospacientessejamnormalmentetransferidospara uma sala de recuperac¸ão pós-anestesia (SRPA) e depois paraumaenfermariacirúrgica,adetecc¸ãodecomplicac¸ões relacionadasàanestesiapermanececomoespecialidadedo anestesiologista.17,18,19,20
Certamente, confiamos que nossos colegas das espe-cialidades cirúrgicas também percebam as complicac¸ões relacionadasàanestesia, especialmentequando são facil-mente perceptíveis. Acreditamos também que eles nos informarãoimediatamentesobreessascomplicac¸ões,caso requeiramajudaespecializada.Porém,nossoestudoindica queamaioriadosrespondentesdetectoucomplicac¸õesno pós-operatório durante suas VPAs; quase ninguém havia notadoqualquercomplicac¸ão.
Infelizmente, o tipo de complicac¸ão e seu tratamento nãoforamadicionalmentedefinidosemnossoestudoenão
sabemosseessascomplicac¸õesteriampassado despercebi-dassemasVPAs.Apenasumnúmerolimitadode responden-tesrelatouotipodecomplicac¸ãoapósoquestionárioinicial; comoessenãofoiavaliadosistematicamente,opoderdessa análiseé fraco.Ascomplicac¸õestípicasobservadas incluí-ram analgesiainsuficiente, náuseaevômito, paralisia das cordasvocais,reac¸õesalérgicas,retenc¸ãourináriae cons-ciênciaintraoperatória.Oanestesiologistapodenãoapenas ajudar na detecc¸ãodessas complicac¸ões,mastambémno apoio ao seu tratamento, orientar o paciente através do processo que parece ser necessário após o procedimento anestésico. Em um estudo piloto, as visitas sistemáticas feitasporanestesiologistasnoperíodopós-operatório redu-ziramdeformasignificativaanecessidadedeconsultasde medicinainternaempacientescomfraturasdequadril.24
Parecerazoávelsuporque, semasVPAs,uma determi-nadapercentagemdecomplicac¸õesrelacionadasàanestesia teria permanecido despercebida. Isso pode ser especial-mente verdadeiro paraossintomas ambíguose síndromes obscuras,como a síndromeanticolinérgica oudeficiências sensoriaisemotorasapósaanestesiaregional.Alémdisso, acreditamos que as complicac¸ões relatadas poderiam ter contribuído para uma internac¸ão mais longa ou aumento no custo do tratamento, caso não tivessem sido observa-das. Portanto, é razoável supor que as VPAs podem não apenaspermitiro tratamentoprecoceeespecíficodetais complicac¸ões,mastambémreduzirapermanência hospita-lar,amortalidadeeoscustos.10
Combase emnossos achados,afalta detempoparece ser o principal problema que impede a feitura regular de visitas pós-anestésicas. Melhorias organizacionais das condic¸ões de trabalhopodem sernecessárias para permi-tir uma rotina regular de VPA. Nosso estudo mostra que a implantac¸ão de um servic¸o destinado à VPA pode ser um meioútil para aumentar significativamente o número de pacientes visitados no período pós-operatório. Infeliz-mente, não encontramos em nossa pesquisa informac¸ões específicas sobreessesservic¸os. Noentanto,comunicados pessoais indicam que os hospitais com tal servic¸o conce-dema seusanestesiologistasumtempoespecíficoparaas VPAs (p. ex., uma hora no fim do plantão) oucontratam um anestesiologista para fazer todasas VPAs durante um dia.Umquestionárioimpressopoderiaserumaferramenta útilparaaprimorarasconsultasnopós-operatórioe aumen-tarasatisfac¸ãodopaciente.Comomostramnossosdados, osservic¸osdeVPAnãoalcanc¸aram todosospacientese a ausênciadetal servic¸onãosignificaque nenhumpaciente foivisitado.Issoindicaqueaimplantac¸ãodeumservic¸ode VPA em si nãoé suficiente para aprimoraro atendimento apósaanestesia epodenãoseraúnica soluc¸ão paraessa tarefa. Particularmente em relac¸ão ao custo-efetividade, estudosfuturosprecisamavaliarquemodeloésuperiorpara detectar complicac¸ões no cenário pós-anestesia. Tempo suficiente,estruturasorganizacionaisprecisas(p.ex., pro-cedimentosoperacionaishabituais)e,talvez,atéainclusão desseaspectona formac¸ãoderesidentes poderiamserde grandevalorparaestabelecerumarotinasólidadeVPA.
principalmente anestesiologistas do sexo masculino com pelo menos 10 anos de experiência profissional. Mais de 50%dosrespondentesestão naposic¸ãodeconsultoroude chefedeequipe.Emboraopresumidoviésexcluaumgrande númeroderesidentesdeanestesia,colegasdosexofeminino e não membros da DGAI, essa predisposic¸ão, entretanto, permite uma visão interessante sobre a prática atual de visitaspós-anestésicas.Amaioriadosrespondentesdeveria ter,pelaposic¸ão,umaamplapercepc¸ãodoscuidados pós--anestesia.Alémdisso,nossapesquisaresultouemumataxa derespostade31%.Emboralembretestenhamsido envia-doseoplanejamentodesteestudoenvolvaumainstituic¸ão especializada em pesquisas, não conseguimos obter uma taxa de retorno mais elevada. Contudo, ainda estamos dentro dafaixa normal para osestudos com questionário publicadosem revistasacadêmicas,25 33% éamédiageral
paraquestionáriosonline.Assim,acreditamosqueonosso conjunto dedadosforma umabasesuficiente para nossas avaliac¸ões.Por fim,algunsrespondentes podemser mem-bros da mesmainstituic¸ão.Porém, como recebemos mais de180respostasdechefesdeequipe,érazoávelsuporque recebemosinformac¸õessobrepelomenos180 departamen-tos,senãodemuitosmais.Issodevepermitirumaboavisão geralsobreapráticaemumnúmerosuficientedehospitais. Atualmente, apenas um pequeno número de anes-tesiologistas faz visitas pós-anestésicas, principalmente devidoà faltadetempoparaessa tarefa.Considerando a grande apreciac¸ão e significância das VPAs e as potenci-aisconsequênciasmédico-legaisdesuanegligência,parece desejávelimplantar melhoriasorganizacionaisparaos cui-dadospós-anestesia.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Referências
1.HesseF,LendleL,SchoenR,etal.Allgemeinnarkoseund örtli-cheBetäubung.ZusammenfassendeDarstellungfürdiePraxis auf pharmakologischer und klinischer Grundlage. New York: Barth;1934.
2.WitteW.Premedication,preoperative,andpostoperativevisits. Importance as reflected in anaesthesiology textbooks. Ana-esthesist.2007;56:1252---6.
3.DahmenKG,AlbertDM.Anapproachtoqualitymanagementin anaesthesia:afocusonperiopertivecareandoutcome.EurJ AnaesthesiolSuppl.2001;23:4---9.
4.Capuzzo M, Gilli G, Paparella L, et al. Factors predic-tive of patient satisfaction with anesthesia. Anesth Analg. 2007;105:435---42.
5.BothnerU,SchwilkB,SteffenP,etal.Perioperative monito-ringofthecourseofanesthesia,thepostanesthesiavisitand inquiryofpatientsatisfaction.Aprospectivestudyof parame-tersinprocessandoutcomequalityinanesthesia.Anasthesiol IntensivmedNotfallmedSchmerzther.1996;31:608---14.
6.BauerM,BöhrerH,AicheleG,etal.Measuringpatient satis-factionwith anaesthesia: perioperative questionnaire versus standardisedface-to-faceinterview.ActaAnaesthesiolScand. 2001;45:65---72.
7.ZvaraDA, Nelson JM,Brooker RF, et al. The importance of thepostoperativeanestheticvisit:dorepeatedvisitsimprove patient satisfaction or physician recognition? Anesth Analg. 1996;83:793---7.
8.GebremedhnEG,ChekolWB,AmberbirWD,etal.Patient satis-factionwithanaesthesiaservicesandassociatedfactorsatthe Universityof GondarHospital, 2013: a cross-sectional study. BMCResNotes.2015;8:377.
9.SaalD,HeideggerT,NueblingM,etal.Doesapostoperative visitincreasepatientsatisfactionwithanaesthesiacare?BrJ Anaesth.2011;107:703---9.
10.Bajwa SJS, Takrouri MSM. Post-operative anesthesia rounds: needofthehour.AnesthEssaysRes.2013;7:291---3.
11.Schiff JH, Fornaschon AS, Frankenhauser S, et al. The Heidelberg peri-anaesthetic questionnaire-development of a new refined psychometric questionnaire. Anaesthesia. 2008;63:1096---104.
12.Auquier P, Pernoud N, Bruder N, et al. Development and validation ofa perioperative satisfaction questionnaire. Anesthesiology.2005;102:1116---23.
13.CaljouwMA,vanBeuzekomM,BoerF.Patient’ssatisfactionwith perioperativecare:development,validation,andapplicationof aquestionnaire.BrJAnaesth.2008;100:637---44.
14.CapuzzoM,LandiF,BassaniA,etal.Emotionaland interper-sonalfactorsaremostimportantforpatientsatisfactionwith anaesthesia.ActaAnaesthesiolScand.2005;49:735---42.
15.Durchführung von Analgesie- und Anästhesie in der Geburtshilfe.Hisom A, Sorgatz H, editors.Entschließungen -Empfehlungen - Vereinbarungen: Ein Beitrag zur Qualitätssi-cherung in der Anästhesiologie. Ebelsbach, Germany: Aktiv Druck&VerlagGmbH;2011.p.183---90.
16.Schneider G. Intraoperativeawareness. Anästhesiol Intensiv-medNotfallmedSchmerther.2003;38:75---84.
17.VereinbarungüberdieZusammenarbeitbeideroperativen Pati-entenversorgungdesBerufsverbandesDeutscherAnästhesisten und des Berufsverbandes der Deutschen Chirurgen.Hisom A, SorgatzH,editors.EntschließungenEmpfehlungen Vereinbarun-gen:EinBeitragzurQualitätssicherunginderAnästhesiologie. Ebelsbach, Germany: Aktiv Druck & Verlag GmbH; 2011. p. 9---12.
18.VereinbarungüberdieZusammenarbeitinderGynäkologieund Geburtshilfe.HisomA,SorgatzH,editors.Entschließungen Emp-fehlungenVereinbarungen:EinBeitragzurQualitätssicherungin derAnästhesiologie.Ebelsbach,Germany:AktivDruck&Verlag GmbH;2011.p.19---24.
19.Vereinbarung über die Zusammenarbeit bei der operativen Patientenversorgung desBerufsverbandesDeutscher Anästhe-sistenunddesBerufsverbandesderÄrztefürOrthopädie.Hisom A, Sorgatz H, editors. Entschließungen - Empfehlungen -Vereinbarungen: Ein Beitrag zur Qualitätssicherung in der Anästhesiologie. Ebelsbach, Germany: Aktiv Druck & Verlag GmbH;2011.p.31---6.
20.Vereinbarung über die Zusammenarbeit in der HNO--Heilkunde.Hisom A, Sorgatz H, editors. Entschließungen - Empfehlungen - Vereinbarungen: Ein Beitrag zur Qualitäts-sicherung inder Anästhesiologie. Ebelsbach,Germany: Aktiv Druck&VerlagGmbH;2011.p.25---6.
21.American Societyof Anesthesiologists.Guidelines forpatient careinanesthesiology.ASAHouseofDelegates;2011.p.1---4.
22.SimpsonDK,WalburnB.Post-operativecare.In:PhillipsJ, edi-tor.RaisingtheStandard:acompendiumofauditrecipes.New York:RoyalCollegeofAnaesthetists;2012.p.128---9.
23.KlockPA,RoizenMF.Moreorbettereducatingthepatientabout theanaesthesiologist’sroleasperioperativephysician.Anesth Analg.1996;83:793---7.
24.Foss NB, Christensen DS, Krasheninnikoff M, et al. Post--operativeroundsbyanaesthesiologistsafterhipfracture sur-gery:apilotstudy.ActaAnaesthesiolScand.2006;50:437---42.