• Nenhum resultado encontrado

O MENDIGO E OUTROS CONTOS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "O MENDIGO E OUTROS CONTOS"

Copied!
13
0
0

Texto

(1)

Fernando Pessoa

O MENDIGO

E OUTROS CONTOS

edição de

Ana Maria Freitas

(2)
(3)

N o t a I n t r o d u t ó r i a

Esta edição reúne alguns contos de Fernando Pessoa, doze dos muitos que o autor produziu. O leitor vai deparar-se com pequenas narrativas centradas numa ideia ou conceito: questões filosóficas, hipóteses metafísicas, observações sobre a sociedade do seu tempo, temas da tradição esotérica. A prosa ficcional do autor é variada e abarca muitos subgéneros narrativos: contos in-telectuais, antíteses, contos de raciocínio, crónicas anormais, contos de um doido, contos Íbis, contos fantásticos, novelas po-liciárias, contos das experiências amorais, contos filosóficos, fá-bulas para adultos, fáfá-bulas para nações jovens, fáfá-bulas políticas, histórias fantásticas e de aventuras.

Os primeiros textos de ficção que se conhecem, encon-tram-se nos «jornaizinhos» manuscritos da sua adolescência. Em 1902, no n.º 5 de O Palrador, o Dr. Pancrácio, primeira personalidade literária da ficção, apresenta um pequeno conto da sua autoria, intitulado «Desapontamento», com a indicação «Do livro Brancos e Pretos». Noutro número, com data de Ju-lho de 1903, ainda em Durban, anuncia-se o projecto de pu-blicação de «quatro romances interessantíssimos», com indicação dos nomes dos seus autores1.

1Os Rapazes de Barrowby, da autoria de Adolph Moscow, Os Milhões d’um

(4)

A partir deste início, já ambicioso, os títulos continuaram a surgir, assim como as personalidades literárias criadas com a função de assumir a autoria. Vamos encontrando, a partir da-qui, nomes como David e Lucas Merrick, Charles Robert Anon, Horace James Faber, Alexander Search, Vicente Guedes, Pêro Botelho, Bernardo Soares, para além de alguns autores pontuais que Pessoa imaginou para uma ou outra ficção. Nos anos 1903 a 1904, David Merrick aparece como autor de um conjunto de projectos com o título geral de Books to Come, pre-visão de toda uma obra que abarca vários géneros e em que os contos, 20 deles «short and pathetic» e outros mais longos, re-velam já o lugar atribuído à prosa ficcional. Os dois Merrick, David e Lucas, um suposto irmão imaginado, desaparecem e dão lugar a duas personalidades que dividem a obra entre si. Enquanto os Merrick ficam em Durban, Charles Robert Anon e Horace James Faber, que aí nasceram, seguem com Pessoa no seu regresso definitivo a Lisboa, em 1905. Charles Robert Anon seria o autor da poesia e dos ensaios, enquanto que Ho-race James Faber seria a personalidade criada para autor das

Ta-les of a Reasoner, as histórias policiais em inglês.

Anon vai dando lugar a Alexander Search, autor, em 1907, do conto «A Very Original Dinner». Contemporâneo de Search2

e com presença no projecto editorial Íbis, Pantaleão foi

colabora-Sableton Kay (riscou o nome Augusto Largo). Promete-se ainda uma curta série de contos militares. De Os Rapazes de Barrowby ficaram, nesse número do jornal, dois capítulos. Da mesma altura, existe o primeiro capítulo incompleto do romance Os Milhões d’um Doido, de Marvell Kisch.

2As assinaturas de ambos encontram-se no Transformation Book or Book of

(5)

dor de O Fósforo3e autor de ficções que se organizavam em duas

categorias: As Cartas e As Visões, com o título alternativo de

Fábu-las para Adultos. Vicente Guedes, outra personalidade literária que

terá surgido por volta de 1909, foi criado por Pessoa para ser au-tor dos contos Íbis e traduau-tor das obras a publicar pela ediau-tora do mesmo nome. Segundo outro esquema, o título seria Contos de

um Doido, e vemos incluída na lista a tradução de «A Very

Origi-nal Dinner», que pertencera a Alexander Search e que Guedes re-cebe em herança, na versão em português. A existência de Vicente Guedes prolonga-se mais uns anos, assinando alguns poe-mas no início de 1910 e, em 1914, uma sátira a Fialho de Almei-da. Um ano mais tarde, em 1915, é o primeiro autor do Livro do

Desassossego, de que já existiam alguns textos sem atribuição.

Pêro Botelho é outra personalidade literária com presença na prosa ficcional. Surge em 1915 com dois conjuntos de tex-tos, as Cartas de Pêro Botelho e os Contos de Pêro Botelho, onde reconhecemos projectos anteriores que continuaremos a en-contrar após o desaparecimento deste seu criador pontual. Os seus contos agrupam-se sob o título geral de Contos ou de

Con-tos Intelectuais e outros. Em 1920, Bernardo Soares faz a sua

pri-meira aparição como contista, nove anos antes de se estabelecer definitivamente como autor do Livro do Desassossego. Pertence--lhe um conjunto de contos que teria o título de Taquigrafia, projecto provavelmente relacionado com o projecto Olisipo, como se depreende de outros testemunhos que constam do mesmo caderno. A palavra taquigrafia, que escolheu para títu-3Jornal planeado por Pessoa, com artigos de vária ordem, de cariz

(6)

lo, refere-se a uma espécie de estenografia, isto é, uma escrita sintética e veloz, podendo o título escolhido ter a ver com o in-tuito de representar, de forma breve, casos de vida.

As longas listas de títulos de contos que se podem encon-trar no espólio pessoano não apresentam, na sua maior parte, qualquer atribuição e referem-se, nalguns casos, a textos inci-pientes e fragmentados, que poderão interessar aos estudiosos pelo que indicam acerca do processo de escrita do seu autor, noutros casos a textos mais desenvolvidos, que o autor vai es-crevendo ao longo de anos e organiza em diferentes conjuntos, ao sabor dos projectos de publicação. Observando esses docu-mentos, chega-se à conclusão que as ficções seguem um per-curso contínuo, passam do inglês para o português, de uma personalidade literária para outra e de projecto para projecto. Ao contrário das narrativas policiais que possuem, desde o iní-cio, uma organização própria e coerente, o resto da ficção é ob-jecto de diferentes organizações, certamente motivadas por projectos de publicação nunca concretizados.

Em consequência, esta edição não procura reconstituir ne-nhum conjunto, pois a organização dos contos está sempre em mutação, mas sim dar notícia de várias narrativas, muitas delas próximas pela temática e pelo momento de escrita. Os contos aqui reunidos não apresentam, nos documentos que lhes per-tencem, qualquer indicação de personalidade literária a reivin-dicá-los, embora alguns tenham transitado por listas e esquemas onde isso acontece. É o caso de «O Gramofone», título que consta de uma lista num caderno datado de 1914, mas que vol-tamos a encontrar noutro caderno de 1919/1920, integrado no conjunto de contos com o título Taquigrafia e atribuído a

(7)

Ber-nardo Soares. «O Eremita da Serra Negra» integra uma lista de títulos atribuídos a Pêro Botelho. Este conto já vem, no entan-to, de anos anteriores, como comprovam os impressos da Em-presa Íbis (1909-1910) que servem de suporte a alguns dos seus documentos. O título continua a surgir depois do desapareci-mento de Pêro Botelho, sem atribuição de autoria.

Aquilo que Pessoa designa por contos intelectuais, para os quais prevê um ou mais volumes, são histórias baseadas em con-ceitos filosóficos, desenvolvidos em diálogos de mestre para dis-cípulo. É frequente, nas ficções pessoanas, o desenrolar de uma teoria, de um raciocínio, em que o autor dá um tratamento fic-cional a questões filosóficas, metafísicas ou científicas4.

Perten-cem a esta categoria «O Mendigo», «Num Bar de Londres», «O Eremita da Serra Negra» e «O Filatelista», incluídos nesta edi-ção. São contos estáticos, onde todo o movimento é mental e consiste no fluxo de ideias entre dois seres, um que ensina e um que aprende. Encontramos paralelos com o conceito desenvol-vido pelo autor nos seus dramas estáticos. Tal como acontece nestes contos, nos seus dramas não existe conflito, nem senti-mentos capazes de produzir uma acção, mas sim um processo de revelação das almas através das palavras trocadas5.

4Por exemplo, as microciências, como a fisiognomonia, a grafologia, mas

também as ciências da mente e até as novas teorias da física sobre a relatividade do tempo e do espaço.

5Lembramos as palavras de Fernando Pessoa: Chamo teatro estático àquele

cujo enredo dramático não constitui acção — isto é, onde as figuras (postadas) não só não agem, porque nem se deslocam nem dialogam sobre deslocarem-se, mas nem sequer têm sentidos capazes de produzir uma acção; onde não há conflito nem propriamente enredo. (Fernando Pessoa, Obra Essencial, vol. 3. Edição de Richard Zenith, Lisboa, Assírio & Alvim/Círculo dos Leitores, 2006, p. 31).

(8)

O conto «Num Bar de Londres» apresenta, como suporte de escrita de alguns dos seus manuscritos, impressos da firma Lima Mayer & Perfeito de Magalhães, escritório onde Pessoa trabalhou nos anos 1912 e 1913. O mesmo acontece com «O Filatelista», um breve monólogo acerca do conceito de verdade, cujo título faz parte de uma lista num caderno de 1915, juntamente com os três contos desta categoria. Um fragmento de «O Mendigo» encontra-se num caderno (BNP, E3, 144P) datável de 1915. Alguns manuscritos de «O Eremita da Serra Negra» estão escri-tos em impressos da Empreza Íbis. Voltamos a encontrar o tí-tulo na lista de contos de Pêro Botelho, por volta de 1915, e noutros esquemas sem indicação de autoria. Estes dados, como outros do mesmo género, estabelecem uma data aproximada a partir da qual a escrita de um texto poderá ter acontecido. Nos quatro contos, um ser estranho — um mendigo, um eremita, um bêbado, um filatelista — revela-se, apesar da sua aparência paradoxal, um mestre a desvendar «famosos infinitos» ao seu interlocutor, a modificar, pelas palavras, a sua visão do mundo e da humana existência. O mendigo que o narrador encontra pelo caminho não é artista, pintor ou poeta, mas «simplesmen-te um atónito», que não vê as coisas em espaço, mas em alma. O além de cada coisa, afirma o mendigo, não é mais que a sua alma. Para o bêbado que o narrador encontra num bar de Lon-dres, a humanidade é uma doença da natureza e é impossível, ao homem, captar o todo que ela constitui, pois é parte dela. O narrador do conto «O Eremita da Serra Negra» é alguém que abandonou a sua carreira literária e que, em resposta a uma acusação de um poeta numa revista literária, resolve descrever as «horrorosas circunstâncias metafísicas» que o levaram a

(9)

aban-donar a especulação filosófica, a ambição da glória, a perder todo o interesse na vida e no progresso ou regresso da humani-dade. O catalisador deste processo transformativo é um eremi-ta, outra estranha figura encontrada pelo caminho.

O conto «A Perversão do Longe» apresenta, entre os ma-nuscritos que lhe pertencem, dois envelopes com carimbo de 1913, o que sugere uma data próxima para a sua escrita. O títu-lo vem referido numa lista de um caderno com a cota BNP, E3, 144D(2), onde encontramos igualmente um poema datado de 23/2/1914. A escrita deste conto terá sido, portanto, contem-porânea da criação heteronímica e de uma fase de extrema ri-queza na obra pessoana6. O conto começa com um olhar, no

Cais das Colunas, para um lugar que é a Outra Banda, mas também um universo exterior e interior, paralelo ao da «Ode Marítima» e com ligações ao drama estático O Marinheiro, tex-tos da mesma época.

O peregrino, do conto do mesmo nome, abandona casa e família e inicia uma viagem que podemos classificar de percur-so iniciático, provocada por outro encontro com um dos mes-tres destas ficções, um homem de preto, que lhe diz: «Não fites a Estrada. Segue-a até ao fim». De inspiração rosacruciana, e com um início a lembrar Menina e Moça, de Bernardim Ribei-ro, sentimos ecoar nesta narrativa passagens de vários poemas, como «Eros e Psique», «Iniciação», «No túmulo de Christian Rosencreutz», «Monte Abiegno», e muitos outros. De

temáti-6O primeiro poema datado de Alberto Caeiro é de Março de 1914, a «Ode

Triunfal» de Álvaro de Campos de Junho de 1914, as primeiras odes de Ricardo Reis de 12 de Junho de 1914.

(10)

ca filosófico-metafísica, ou mística, este conto é, a dado mo-mento, incluído num conjunto com o título Espectros, onde também se encontram «A Perda do Iate Nada», «Jacob Der-mot», «O Desaparecimento do Prof. Serzedas» e «O Crime do Dr. Cerdeira». Disperso por dois conjuntos de documentos si-tuados em diferentes locais do espólio, este é um texto mais longo e ambicioso, como se adivinha pela estrutura pormeno-rizada deixada pelo autor e que permite minorar, perante o leitor, a sua incompletude. A datação do caderno onde a maior parte do conto se encontra manuscrito é de 1917, o que pode surpreender quem pensa que o interesse de Pessoa por temáti-cas esotéritemáti-cas nasceu em anos mais tardios.

O monólogo «Alegações Finais» que, juntamente com «O Banqueiro Anarquista», «Primeiro Antídoto», «Segundo Antí-doto» e «Perspectiva Psiquiátrica», integrou um conjunto para publicação com o título genérico de Antíteses, descreve o caso do homem que responde em tribunal por vadiagem, justifican-do-a como a verdadeira forma de liberdade. A sua vida está livre do jugo de mulher, filhos e trabalho, que mais não são que pri-sões sociais e formas de escravatura. O mesmo título surge nou-tro esquema, manuscrito no verso de Sobre um manifesto de

estudantes, de Fernando Pessoa, datado de 1923, onde continua

a ter por companhia o «O Banqueiro Anarquista», mas com «A Apologia do Advogado» como terceira narrativa.

Narrativas paradoxais são também, mas de modo diferen-te, os contos «Memórias de um Ladrão», ou a defesa do roubo como uma das belas artes, e «Empresa Fornecedora de Mitos, Lda». Neste último conto, um caixeiro-viajante percorre as ca-sas de possíveis clientes vendendo mitos, isto é, como ele diz,

(11)

ir-realidades, coisas úteis, vivas, que duram e perduram e fazem falta a todas as indústrias e em especial à política.

O pequeno conto «Maridos», todo ele manuscrito no ver-so de envelopes, é um texto surpreendente, pela transposição da voz narrativa para o feminino e pelo tom panfletário do discur-so da mulher em revolta com a sua condição. Narrativa a uma só voz, todo o texto é constituído pelo discurso, em tribunal, de uma mulher que assassinou o marido para ficar de bem com a Igreja e com a sua consciência. À revolta pelo destino de mulher «séria», que aprendeu a ser séria como aprendeu a tocar piano e deseja enfiar a costura na pia, alia-se o nojo ao corpo do outro e a localização da sexualidade feminina no baixo-ventre, con-ceito que também surge em «Conselhos às Mal Casadas», texto incluído no Livro do Desassossego. Este conto estabelece um in-teressante contraste com a história do homem que matou a mulher, do conto «Uma Carta da Argentina», publicado em

Correspondência Inédita7. Ambas as «análises de alma» têm

como origem o assassinato, mas utilizam tons diferentes no seu discurso, escrito o do homem e falado o da mulher, o primeiro uma análise de alma e o segundo um grito de revolta.

O conto «O Gramofone», que teria Bernardo Soares como autor proposto no projecto de publicação Taquigrafia, conta a triste história de uma criança doente que contempla a vida à dis-tância. Num outro esquema (cota E3, 48I-3, BNP), sob o título geral de «Um livro de contos», encontramos os títulos «O Sonho de Maria José», «O Eunuco», «O Gramofone», «O Rei Impossí-7Fernando Pessoa, Correspondência Inédita, org. de Manuela Parreira da

(12)

vel», «A Descida» e «O Órfão Absoluto». Coloca-se a hipótese de a Maria José do primeiro título corresponder à Maria José da «Carta da Corcunda ao Serralheiro», embora não o possamos afirmar com certeza. Como a corcunda Maria José, esta criança vive presa em casa pela doença e é como espectadora que assiste, da janela, à vida dos outros. Os pequenos prazeres que lhe ale-gram os dias são as gravuras de um livro e a música do ale- gramofo-ne dos vizinhos que consegue ouvir através das paredes. A indiferença e desumanidade do filho destes rouba-lhe, no fim da vida, o pouco que lhe resta de bom. Um estado de doença lenta e consumidora, de um lento definhamento a caminho da morte é atributo de várias figuras saídas da imaginação pessoana. Neste caso, a compaixão transparece das palavras de Pessoa que conclui: «A morte de uma criança entrevada é tão pouco entre as coisas que é quase caso para vergonha o tê-la descrito». Teria certamen-te influenciado esta compaixão a doença e morcertamen-te de crianças do seu meio familiar, experiência que deu origem a um poema ortó-nimo de 1934, que diz, na primeira estrofe, o seguinte:

Quando os anjos são gente são crianças. Crianças pequeninas que não crescem Porque, como aqui são

Visitas, só, das nossas esperanças, Sorriem para o nosso coração

Só um ano ou dois; depois desaparecem.

Esta edição termina com o conto «O Papagaio», uma cur-ta fábula que se destinaria, decerto, ao conjunto Fábulas para

(13)

Esta edição pretende divulgar, perante o público leitor, tex-tos representativos da faceta de contista de Fernando Pessoa. Por não se tratar de uma edição crítica, foram simplificadas as anotações que costumam acompanhar a fixação dos seus ma-nuscritos, sem que, no entanto, tenha sido esquecido o rigor ne-cessário. O carácter fragmentário que marca estes textos, como marca o resto da obra, implicou, nalguns casos, um trabalho de organização da narrativa. Foram intercalados separadores onde se encontraram lacunas. A ortografia foi actualizada. As palavras em falta, por lapso do autor, foram inseridas e os erros óbvios corrigidos. Nas notas finais, estão indicadas cotas e variantes, as-sim como a notícia de anteriores edições.

Foram utilizados os seguintes sinais convencionais: ◻ — espaço em branco deixado pelo autor.

[.] — palavra ilegível (cada ponto corresponde a uma palavra).

var. — variante.

subp. — (variante) subposta. sobrep. — (variante) sobreposta. v. — verso (da folha)

Referências

Documentos relacionados

R-VIA identificando a fragilidade humana por conta da existência atualizou seus sistemas para que por mais que os seres humanos quisessem fazer tudo conforme sua

Quando eu já era ―molecão‖, e jogava minhas peladas nas várzeas sorocabanas, me recordo, que, durante as férias dos profissionais do São Bento, apareceram no campo

E EU, que não era EU estava deitada na MINHA CAMA, lendo o MEU LIVRO PREDILETO!!! .

Minhas roupas esfarrapadas e sujas atestavam para alguma desventura, mas pouco revelava para compor a solução do enigma que pudesse responder onde estava ou como

Porque se eu disser será ainda pior, pensou, se é que tenho algo a dizer, completou, tanta gente me disse tanto nesta vida, mas nunca ouvi àquelas três doces palavras,

Lá fomos Vareen e eu rumo a cidade em busca de mais informações a respeito não só do local, mas também de todos esses acontecimentos quando de repente o povo começou a nos observar

Depois de aguentar as reclamações e as piadinhas sarcásticas de Caleb e Vareen enquanto preparava nosso acampamento junto com Nikolai, o capitão William e o tenente Badhir, que

Sinhá Domitila dessa vez não moveu uma palha para defender a negra, no fundo estava gostando do castigo, pois Joaquina tinha despertado desejo em seu marido e foi morta