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Rev Lat ino- am Enferm agem 2008 set em bro- out ubro; 16( 5) : 799- 800w w w .eer p.usp.br / r lae Edit orial
DESAFI OS NO DESENVOLVI MENTO DE COMPETÊNCI AS DE ENFERMEI ROS
Em ilia Cam pos de Car v alho1
A
s t r ansfor m ações t ecnológicas t êm pr opor cionado m udanças nas sociedades, em seus m ais div er sos cont ex t os, em especial no cam po da saúde, ex igindo de seus pr ofissionais nov as com pet ências, pensam ent ocr ít ico e habilidades par a t om ada de decisões.
As at iv idades de enfer m agem t am bém sofr er am t ais im pact os em div er sos cont ex t os; por ex em plo, a
avaliação clínica do pacient e, at e há poucas décadas, at ribuição exclusiva do m édico, é at ualm ent e desenvolvida
p ela en f er m ag em , em b or a com p r op ósit o d ist in t o. I g u alm en t e, ex ig e- se d e seu s p r of ission ais p r ecisão n as
at r ibuições diagnóst ica e t er apêut ica.
Nest e cam inhar, as est rat égias de ensino e apr endizagem foram diver sificando, cont r ibuindo na busca
de t ais pr opósit os. Algu m as delas t am bém são or iu n das desse desen v olv im en t o t ecn ológico, associadas ou
não a m odelos de ensino e apr endizagem . Adquir ir conhecim ent o por m eio dessas est r at égias e fam iliar idade
com o seu em pr ego t or nou- se necessár io aos pr ofissionais de enfer m agem( 1 ).
Dent re t ais avanços dest aca- se a sim ulação, um m ét odo int erat ivo de aprendizagem de t eorias, m odelos
de avaliações, t ecnologias, habilidades e raciocínio clinico. A sim ulação vem sendo em pregada com o est rat égia
de ensino j á há alguns anos; os pr im eir os m odelos er am est át icos ( m anequins com plet os ou par t es) usados
par a a aquisição de conhecim ent os ou habilidades de pr ocedim ent os específicos( 2).
At ualm ent e, com r ecur sos par a aquisição de habilidades m ais com plex as com o as t écnicas inv asiv as
d esen v o l v i d as p o r en f er m ei r o s em u n i d ad es cr ít i cas, co n t am co m r ecen t es t ecn o l o g i as, a ex em p l o d o s
sim ulador es com pr ogr am as acoplados, que r epor t am sit uações clínicas sensív eis às r espost as dos apr endizes,
lev ando- os a ident ificar em dados, fazer em j ulgam ent os, int er v ir em e obser v ar em os r esult ados, se adequados
ou não( 3). Acr esce- se ainda, em r elação à sim ulação assist ida por com put ador, t rat ar- se de opor t unidade para apr ender a cuidar em enfer m agem sem ocasionar r iscos à pessoa( 4).
Ca b e l em b r a r q u e a a v a l i a çã o d o s a l u n o s a o em p r eg o d e t a i s est r a t ég i a s t em si d o f a v o r á v el ,
considerando- as m ais realist as, reduzindo o t em po de execução do procedim ent o em sit uação real e os receios
de fazê- lo dir et am ent e nos pacient es. Dest aca- se ainda, a opor t unidade de pr at icar em em am bient e segur o
ant es da int er v enção em sit uação clínica( 5).
Assim com o o en sin o a d ist ân cia, com n ov as t ecn olog ias d e in f or m ação com o v íd eo con f er ên cia,
ensino on lin e, uso de CD- ROM, est im ulado, pela Lei de Dir et r izes e Bases, desde 1 9 9 6 , o uso das dem ais
est rat égias no cenário brasileiro ainda é incipient e. Não se observa uniform idade no em prego dessas t ecnologias
n os difer en t es cen t r os for m ador es de en fer m agem .
Há ex p ect at iv as d e av an ços t ecn ológ icos m ais sof ist icad os. Dessa f or m a, a en f er m ag em sof r er á
m udanças, em decorrência do im pact o de t ais t ecnologias no processo ensino aprendizagem . Cabe aos docent es
e às I nst it uições de Ensino pr epar ar em - se par a os nov os desafios, j á pr esent es, na condução do pr ocesso de
for m ação de pr ofissionais na ár ea de enfer m agem . As escolas dev em pr ev er inv est im ent os em infr a- est r ut ur a
e capacit ação t ecnológica( 6 ).
Pesqu isas qu e en v olv am an álise dessas n ov as t ecn ologias e de su a con t r ibu ição n a con st r u ção das
com pet ências necessár ias aos pr ofissionais de saúde são necessár ias e bem v indas.
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Rev Lat ino- am Enferm agem 2008 set em bro- out ubro; 16( 5) : 799- 800w w w .eer p.usp.br / r lae
REFERÊNCI AS
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4 2 ( 2 ) : 2 9 8 - 3 0 4 .
Desafios no desenvolvim ento de com petências…