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Aspectos epidemiológicos atuais da tuberculose e o impacto da estratégia DOTS no controle da doença.

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Academic year: 2017

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Art igo de At ualização

Rev Latino- am Enferm agem 2007 j aneiro- fevereiro; 15( 1) www.eerp.usp.br/ rlae

1 Doutoranda em Enferm agem em Saúde Pública, Docente da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, e- m ail: silviave@eerp.usp.br; 2 Professor

Associado, e- m ail: t it e@eerp.usp.br. Escola de Enferm agem de Ribeirão Pret o, da Universidade de São Paulo, Cent ro Colaborador da OMS para o desenvolvim ento da pesquisa em enferm agem ; 3 Docent e da Faculdade de Medicina de São José do Rio Pret o, e- m ail: claudiagazet t a@yahoo.com .br

ASPECTOS EPI DEMI OLÓGI COS ATUAI S DA TUBERCULOSE E

O I MPACTO DA ESTRATÉGI A DOTS NO CONTROLE DA DOENÇA

Silv ia Helena Figueir edo Vendr am ini1

Ter eza Cr ist ina Scat ena Villa2

Mar ia de Lour des S. Ger aldes Sant os1

Cláudia Eli Gazet t a3

O ar t igo t em por obj et ivo apr esent ar a sit uação at ual da t uber culose e o im pact o da est r at égia DOTS

( Dir ect ly Obser v ed Tr eat m ent Shor t Cour se) nos Pr ogr am as Nacionais de Cont r ole da doença no m undo, na

Am ér ica Lat ina e no Br asil. Os dados ev idenciam t endência de declínio lent o da doença no m undo ( 1% ) , em

2003. No Br asil, os dados indicam t endência descendent e const ant e na incidência, com queda apr ox im ada de

3% ao ano. A est rat égia DOTS t em sido recom endada a t odos os países. O Brasil necessit a m elhorar a vigilância

da doença, pr incipalm ent e em r elação à confir m ação da conv er são da baciloscopia ao t ér m ino do t r at am ent o.

DESCRI TORES: t u ber cu lose, epidem iologia; en f er m agem

CURRENT EPI DEMI OLOGI CAL ASPECTS OF TUBERCULOSI S AND

THE I MPACT OF THE DOTS STRATEGY I N DI SEASE CONTROL

This art icle aim s t o present t he current sit uat ion of t uberculosis and how t he DOTS ( Direct ly Observed

Tr eat m en t Sh or t Cou r se) st r at egy h as im pact ed n at ion al t u ber cu losis con t r ol pr ogr am s w or ldw ide, in Lat in

Am er ica and in Br azil. Dat a r eveal a t endency t ow ar ds a slow decline in disease r at es ( 1% ) ar ound t he w or ld

in 2003. I n Brazil, dat a indicat e a const ant downward t endency of approxim at ely 3% a year in incidence levels.

The DOTS st rat egy has been recom m ended t o all count ries. Brazil needs t o im prove it s t uberculosis surveillance

effor t s, par t icular ly in t er m s of confir m ing negat iv e sput um sm ear r esult s at t he end of t r eat m ent .

DESCRI PTORS: t u ber cu losis, epidem iology ; n u r sin g

ASPECTOS EPI DEMI OLÓGI COS ACTUALES DE LA TUBERCULOSI S Y

EL I MPACTO DE LA ESTRATEGI A DOTS EN EL CONTROL DE LA ENFERMEDAD

La finalidad de est e art ículo es dibuj ar la sit uación act ual de la t uberculosis y el im pact o de la est rat egia

DOTS ( Dir ect ly Obser v ed Tr eat m ent Shor t Cour se) en los Pr ogr am as Nacionales de Cont r ol de la enfer m edad

en el m undo, en Am érica Lat ina y en Brasil. Los dat os evidencian una t endencia a la caída lent a de la enferm edad

en el m undo ( 1% ) en 2003. En Brasil, los dat os indican una t endencia descendent e const ant e en la incidencia,

con caída aproxim ada de unos 3% al año. La est rat egia DOTS ha sida recom endada a t odos los países. El Brasil

necesit a m ej orar la vigilancia de la enferm edad, principalm ent e con relación a la confirm ación de la conversión

de la baciloscopia al t ér m ino del t r at am ient o.

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I NTRODUÇÃO

A

t u b e r cu l o se ( TB) p e r si st e co m o p r eo cu p ação san i t ár i a i n t er n aci o n al( 1 - 2 ). Per si st e principalm ent e devido ao descuido no cont role pelos g ov er n os, aos p r og r am as d e con t r ole ( PCT) m al a d m i n i st r a d o s, à p o b r e za , a o cr e sci m e n t o d a população e m igração e ao aum ent o significat ivo dos casos em r egiões com alt a pr ev alência do v ír us da im unodeficiência hum ana ( HI V)( 2- 3). Para a m elhoria d as con d ições r elacion ad as ao con t r ole d a TB, a quadr agésim a quar t a Assem bléia Mundial da Saúde ( 1991)( 4) int roduziu e recom endou a t odos os países a est r at ég ia DOTS ( Dir ect ly Ob ser v ed Tr eat m en t Sh o r t Co u r se ) , p a u t a d a e m ci n co p i l a r e s, considerados essenciais para o cont role da doença: co m p r o m i sso p o l ít i co , d e t e cçã o d e ca so s p o r baciloscopia, esquem as de t rat am ent o padronizados e t r a t a m e n t o d i r e t a m e n t e su p e r v i si o n a d o ( TS) , suprim ent o regular e inint errupt o dos m edicam ent os padronizados e sist em a de regist ro e not ificação de casos( 2,5). Diante da am eaça que a TB representa para as sociedades cont em porâneas, em âm bit o m undial, p e n so u - se se r i m p o r t a n t e b u sca r e d i v u l g a r i n f o r m a çõ e s a t u a l i za d a s so b r e su a si t u a çã o epidem iológica no m undo, na Am ér ica Lat ina e no Brasil, assim com o o im pact o da est rat égia DOTS no seu cont role.

A SI TUAÇÃO ATUAL DA TUBERCULOSE

A OMS, t om an d o com o b ase os d ad os d e v igilân cia e os f or m u lár ios en v iados pelos países, per m it iu calcu lar qu e em 2 0 0 3 dev er iam t er sido not ificados 8,8 m ilhões de casos nov os de TB ( 40/ 1 0 0 . 0 0 0 h abit an t es) , dos qu ais, 3 , 9 m ilh ões ( 6 2 / 1 0 0 . 0 0 0 ) ser iam casos bacilíf er os e 6 7 4 . 0 0 0 ( 1 1 / 100.000) infect ados com o HI V. A est im at iva era que 1,7 m ilhões de pessoas ( 28/ 100.000) m orreriam de TB em 2003, incluídos os casos de co- infecção por HI V( 6). No ent ant o, dos 199 países que enviaram seus relat órios para a OMS, foram not ificados 4,4 m ilhões de t odos os casos de TB, com 1.900.000 ( 44% ) de bacilíferos, indicando, provavelm ent e, subnot ificação em t orno de 50% dos casos. Para os 22 países com PACT no m undo, o núm ero de casos not ificados em 2003 foi de 3.382.474 casos novos. Nesse grupo, a Í ndia ocupa a 1ª posição com 1.073.065, o Brasil, a 15ª com 80.204, e o Cam boj a, a últ im a, com 28.216

casos. Se classificados pelo coeficient e de incidência, o Zim babué que est á em 19º em núm eros absolut os, assum e a liderança com 418/ 100.000 habit ant es, e o B r a s i l p a s s a p a r a o 2 2 º c o m 4 4 / 1 0 0 . 0 0 0 habit ant es( 6- 7).

A Região das Am ér icas é r espon sáv el por 4 % d a s n o t i f i c a ç õ e s d e TB e m n ív e l g l o b a l , not ificando, em 2003, 227.551 casos de TB por t odas as form as, com t axa de 26/ 100.000 habit ant es( 6). O m esm o docum ent o apont a que, no Brasil, em 2003, f o r a m n o t i f i c a d o s 8 3 . 5 7 5 c a s o s n o v o s , correspondendo ao coeficient e de incidência de 47,3/ 1 0 0 . 0 0 0 h abit an t es, v ar ian do de 1 8 , 7 / 1 0 0 . 0 0 0 n o Tocant ins a 79,6/ 100.000 no Rio de Janeiro( 6). Ainda, n o Br asil, o n ú m er o de óbit os por t u ber cu lose n o ano 2003 foi de 5.159, e o coeficient e de m ort alidade foi de 3/ 100.000 habit ant es( 6,8- 9).

T EN D EN CI AS EP I D EM I O LÓ GI CAS D A

TUBERCULOSE

O Nono I nform e da OMS( 6) apont a que a t axa de incidência da TB, em 2003, est ava dim inuindo, ou era est ável, em cinco das seis regiões da OMS, porém , aum ent ando em t odo o m undo à r azão de 1 % ao an o, com ex ceção do con t in en t e Af r ican o, on de a in cidên cia t em au m en t ado r apidam en t e dev ido às m aior es t ax as de pr ev alência de infecção por HI V. Na Am érica Lat ina, a t endência de casos e t axas de TB apresent ou relat ivo decréscim o ent re 1999 e 2002. Na at u alid ad e, ex ist em som en t e t r ês p aíses com t axas superiores a 85 por 100.000 habit ant es( 8). No Brasil, os dados dos anos recent es indicam t endência descendent e const ant e na incidência de TB. A t ax a da queda é de aproxim adam ent e 3% ao ano para os casos bacilíferos posit ivos e para t odos os casos de TB(10).

O I MPACTO DA ESTRATÉGI A DOTS N OS

RESULTADOS DOS PROGRAMAS

A est r at égia DOTS foi aplicada em oit ent a e dois países em 2003. Ao final de 2003, 77% da população m undial v iv ia em países que dispunham d e cob er t u r a d a est r at ég ia DOTS. Os p r og r am as q u e u t ilizam o DOTS n ot if icar am 3 , 7 m ilh ões d e t odos os casos de TB, dos quais 1,8 m ilhões er am

Rev Latino- am Enferm agem 2007 j aneiro- fevereiro; 15( 1) www.eerp.usp.br/ rlae Aspect os epidem iológicos at uais...

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ca so s n o v o s b a ci l íf e r o s, r e p r e se n t a n d o t a x a d e det ecção de 45%( 6- 8).

N a Re g i ã o d a s A m é r i c a s , 7 8 % d a popu lação est á cober t a pela est r at égia DOTS com 1 4 2 . 4 0 9 n o v o s c a s o s d e t u b e r c u l o s e , o q u e r e p r e s e n t a u m c o e f i c i e n t e d e 1 6 / 1 0 0 . 0 0 0 habit ant es( 7 - 9 ).

No Br a si l , a e st r a t é g i a D OTS e st a v a disponível em 2002 som ente para 35% da população. No entanto, a cobertura aum entou 34% em 2003 e a t ax a de det ecção de caso em 18% , r esult ando em t ax a d a d et ecção d e 5 5 % d en t r o d as ár eas com cober t ur a DOTS. A t ax a do sucesso do t r at am ent o com a utilização do DOTS em 2002 era de 75% , com 18% dos pacient es em abandono ou t r ansfer ência. Gr ande pr opor ção dos pacient es ( 29% ) t er m inou o t r a t a m e n t o se m e v i d ê n ci a d a co n v e r sã o d a baciloscopia( 6- 9).

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

Diant e do expost o, observa- se que, em bora os núm eros da tuberculose no Brasil e no m undo sejam preocupantes, existem esforços no sentido de m elhorar a situação, sendo a estratégia DOTS alternativa viável e eficaz par a alcançar as m et as pr econizadas pela

OMS( 11). O Brasil t em realizado esforço concent rado

para incluir a estratégia DOTS nos trezentos e quinze m u n icíp ios con sid er ad os p r ior it ár ios. No en t an t o, esf or ços d ev em ser em p r een d id os n o sist em a d e v i g i l â n ci a r o t i n e i r a d a d o e n ça n o Br a si l co m o inst r um ent o pr incipal par a m onit or ar t endências de casos e de m or t es de TB e par a av aliar o im pact o fut ur o de m edidas de cont r ole( 12), pr incipalm ent e a confirm ação da conversão da baciloscopia ao t érm ino do tratam ento, ação de vital im portância para se evitar a m ult idrogarresist ência( 6,9).

REFERENCI AS BI BLI OGRÁFI CAS

1. Vendram ini SHF, Villa TCS, Cardozo Gonzales RI , Monroe AA. Tuberculose no idoso: análise do conceit o. Rev Lat ino-am Enfer m agem 2003 j aneir o- fev er eir o; 11( 1) : 96- 103. 2. Wor ld Healt h Or ganizat ion. The global Plan t o St op TB 2 0 0 6 - 2 0 0 5 . Gen ev e: WHO; 2 0 0 6 .

3. Organización Panam ericana de la Salud. Oficina Regional de la Or ganización Mundial de la Salud. I nfor m e de la I I ª Re u n i o n Re g i o n a l so b r e a ct i v i d a d e s d e co l a b o r a ci ó n I nt er pr ogr am át icas TB/ VHI . Mex ico: OPS; 2 0 0 5 .

4. Asam blea Mundial de la Salud, 44. Cuadragésim a cuart a Asam blea Mundial de la Salud. Geneva: WHO; 1991. 5. World Healt h Organizat ion. Un m arco am pliado de DOTS para el cont rol eficaz de la t uberculosis: alt o a la t uberculosis enfer m edades t r ansm isibles. Geneva: WHO; 2002. 6. Wor ld Healt h Or ganizat ion. Global t uber culosis cont r ol: surveillance, planning, financing: WHO Report 2005. Geneva: WHO; 2 0 0 5 .

7 . Or gan ización Pan am er ican a de la Salu d. Or gan ización Mundial de la Salud. 46ª Sesion del Com it é Dir ect ivo. 57ª Sesion d el Com it é Reg ion al. Est r at ég ia Reg ion al p ar a el cont role de la t uberculosis para 2005- 2015. Wasghint on DC: OPS/ OMS; 2 0 0 5 .

8. Or ganización Panam er icana de la Salud. Av ances en el cont rol de la t uberculosis en la Región de las Am éricas: 1995-2003. Tuber culosis 2004 m ar zo; 7( 1) : 1- 3.

9 . Or gan ización Pan am er ican a de la Salu d. Of icin a de la Organización Mundial de la Salude. I nform e de la Vª Reunion de Jefes de Program as Nacionales de Tuberculosis ( PNT) de las Am er icas. Mex ico: OPS; 2004.

10. Minist ér io da Saúde [ hom epage na I nt er net ] . Br asília: Minist ér io da Saúde; [ Acesso em 2005 Jan 22] . Dat asus: I n f or m ações em saú de; [ 1 Tela] . Dispon ív el em : h t t p: / / t abnet .dat asus.gov.br/ t abnet / t abnet .ht m .

1 1 . Hin o P, San t os CB, Villa TCS, Mu n iz JN, Mon r oe AA. D o e n t e s d e t u b e r cu l o se su b m e t i d o s a o t r a t a m e n t o supervisionado. Ribeirão Pret o - São Paulo - Brasil. 1998 e 1999. Rev Lat ino- am Enfer m agem 2005 j aneir o- fev er eir o; 1 3 ( 1 ) : 2 7 - 3 1 .

12. Vendram ini SHF. Pr ogram a de Cont r ole da Tuber culose em São José do Rio Pr et o, de 1980 a 2004: do cont ex t o epidem iológico a dim ensão social. [ t ese] . Ribeirão Pret o ( SP) : Escola de Enferm agem de Ribeirão Pret o/ USP; 2005.

Recebido em : 31.10.2005 Aprovado em : 20.4.2006

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