www.jped.com.br
ARTIGO
ORIGINAL
Prevalence
and
factors
associated
with
smoking
among
adolescents
夽
,
夽夽
Marilyn
Urrutia-Pereira
a,b,
Vinicius
J.
Oliano
c,
Carolina
S.
Aranda
d,
Javier
Mallol
ee
Dirceu
Solé
d,∗aUniversidadeFederaldoPampa(Unipampa),Uruguaiana,RS,Brasil
bPontifíciaUniversidadeCatólicadoRioGrandedoSul(PUC-RS),PortoAlegre,RS,Brasil cUniversidadedaRegiãodaCampanha(Urcamp),Alegrete,RS,Brasil
dUniversidadeFederaldeSãoPaulo(Unifesp),EscolaPaulistadeMedicina(EPM),DepartamentodePediatria,SãoPaulo,
SP,Brasil
eUniversidaddeSantiagodeChile(Usach),HospitalCRSElPino,DepartamentodeMedicinaRespiratoriaPediátrica,
Santiago,Chile
Recebidoem12deabrilde2016;aceitoem13dejulhode2016
KEYWORDS Tobacco; Adolescent; Riskfactors; Cigarette
Abstract
Objective: Despite anti-smoking prevention programs, many adolescents start smoking at schoolage.Themainobjectivesofthisstudyweretodeterminetheprevalenceandriskfactors associatedwithsmokinginadolescentslivinginUruguaiana,RS,Brazil.
Methods: Aprospectivestudywasconductedinadolescents(12---19years),enrolledin munici-palschools,whoansweredaself-administeredquestionnaireonsmoking.
Results: 798adolescentswereenrolledinthestudy,withequaldistributionbetweengenders. Thetobaccoexperimentation frequency(evertriedacigarette, evenoneortwo puffs)was 29.3%;14.5%startedsmokingbefore12yearsofageand13.0%reportedsmokingatleastone cigarette/daylastmonth.Havingasmokingfriend(OR:5.67,95%CI:2.06---7.09),having cigaret-tesofferedbyfriends(OR:4.21,95%CI:2.46---5.76)andhavingeasyaccesstocigarettes(OR: 3.82,95% CI:1.22---5.41)was identifiedasfactorsassociated withsmoking.Havingparental guidanceonsmoking(OR:0.67,95%CI:0.45---0.77),havingnocontactwithcigarettesathome inthelastweek(OR: 0.51,95%CI:0.11---0.79)andknowingaboutthedangersofelectronic cigarettes(OR:0.88,95%CI:0.21---0.92)wereidentifiedasprotectionfactors.
DOIserefereaoartigo:
http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2016.07.003
夽 Comocitaresteartigo:Urrutia-PereiraM,OlianoVJ,ArandaCS,MallolJ,SoléD.Prevalenceandfactorsassociatedwithsmokingamong
adolescents.JPediatr(RioJ).2017;93:230---7.
夽夽EstudovinculadoàEscolaPaulistadeMedicina(EPM),UniversidadeFederaldeSãoPaulo(Unifesp),SãoPaulo,SP,Brasil.
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:dirceu.sole@unifesp.br(D.Solé).
2255-5536/©2016SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCC
Conclusion: TheprevalenceofsmokingamongadolescentsinUruguaianaishigh.The imple-mentationofmeasurestoreduce/stoptobaccouseanditsnewformsofconsumption,suchas electroniccigarettesandhookah,areurgentandimperativeinschools.
©2016SociedadeBrasileiradePediatria.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisanopen accessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/ 4.0/).
PALAVRAS-CHAVE Tabaco;
Adolescente; Fatoresderisco; Cigarro
Prevalênciaefatoresassociadosaotabagismoentreadolescentes
Resumo
Objetivo: Apesardosprogramasdeprevenc¸ãoantitabagista,muitosadolescentescomec¸ama fumarnaidadeescolar.Foramobjetivosdoestudodeterminaraprevalênciaeosfatoresde riscoassociadosaoconsumodetabacoemadolescentesmoradoresdomunicípiodeUruguaiana, RS,Brasil.
Métodos: Estudotransversal,feitocomadolescentesde12a19anos,matriculadosemescolas domunicípio,queresponderamquestionárioautoaplicávelsobretabagismo.
Resultados: Participaram798adolescentescomigualdistribuic¸ãoentreosgêneros.A frequên-ciadeexperimentac¸ãodetabaco(Algumaveztentoufumarumcigarro,mesmoqueumaou duastragadas)foide29,3%,14,5%comec¸aramafumarantesdos12anose13%delesafirmaram terfumadopelomenosumcigarro/dianoúltimomês.Foramidentificadoscomoassociadosao tabagismo:teramigotabagista(OR:5,67,IC95%:2,06-7,09),terofertadecigarropeloamigo (OR:4,21, IC95%:2,46-5,76)efacilidadedeconseguircigarros(OR: 3,82,IC95%:1,22-5,41). Terorientac¸õesdospaissobretabagismo(OR: 0,67,IC95%:0,45-0,77),nãotercontatocom cigarroemcasanaúltimasemana(OR:0,51,IC95%:0,11-0,79)esaberosmalefíciosdocigarro eletrônico(OR:0,88,IC95%:0,21-0,92)foramidentificadoscomodeprotec¸ão.
Conclusões: A prevalência de tabagismo entre os adolescentes de Uruguaiana é alta. A implantac¸ãode medidasnasescolaspara reduzirouacabaroconsumo detabacoedesuas novasmodalidades,comooscigarroseletrônicoseonarguilé,éurgenteeimperiosa.
©2016SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigo OpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4. 0/).
Introduc
¸ão
O uso de tabaco é a principal causa evitável de morte e doenc¸asnomundoeestima-sequenoséculo21umbilhão depessoasmorrerãoporcausadotabagismo.1
Aproximada-mente80%dosfumantesemtodoomundovivemempaíses com renda baixa e/ou média, onde a carga das doenc¸as relacionadasaotabacotemgrandeimpacto.2
São atribuídas ao consumo de tabaco 11% das mortes por doenc¸a isquêmica cardíaca e 70% das por câncer de pulmão,brônquiose traqueia.Acredita-sequeo aumento da prevalência de tabagismo observado nos países em desenvolvimentoao longodos anos será responsável pelo dobrodesobrecargacomoscuidadosdesaúdepordoenc¸as não transmissíveis.3 Assim, torna-se necessário um
meca-nismodevigilânciaeficiente esistemáticoparamonitorar astendênciasdeconsumodetabacoeseusderivados.4
Estudo colaborativo internacional em escolares de 131paísesdocumentouseraadolescênciaogrupodemaior riscoparaoiníciodotabagismo,umavezqueaprevalência global deescolarestabagistas ativos foi8,9%, naAmérica (17,5%) e na Europa (17,9%) e inferior a 10% nas demais regiõesavaliadas.5
No Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE)documentouque30%dosjovensentre13e15anos
comec¸aramafumarantesdos12.6Édescritoqueos
hábi-tosadquiridosnessafasedavidacostumamsermantidosna idadeadulta e sãodifíceis de modificar7 e que apesarde
osadolescentes terem conhecimentos sobreosriscos que supõeoconsumodecigarroeseusderivados,seushábitos parecemser contrários.8 Énos anosde transic¸ão,entreo
ensinomédioeosuperior,quehámaioriniciac¸ãodeusuários dotabaco,assimcomomaiorestabilizac¸ãodoseu compor-tamentodefumar.9
Por esse motivo, ao longo das últimas décadas, o ambiente escolar tem sido foco de esforc¸os particulares para influenciar o comportamento dos adolescentes com intervenc¸õescompetentesqueosajudemaevitarousode tabaconessaetapatãoprecocedesuasvidas.10,11
Assim, considerando o consumo de cigarro pelos ado-lescentes umcomportamento de risco à sua saúde e que embora estudo brasileiro recente12 demostre reduc¸ão da
prevalênciadetabagismo entreosjovens,em especialos emsituac¸ãodevulnerabilidadesocioeconômica,nacidade deUruguaianaotabagismoentreadolescentesaindaéum grandedesafio.
Métodos
Desenhodoestudo
Estudoprospectivo feitoentre marc¸o e junhode 2015 na cidade de Uruguaiana, RS, cuja populac¸ão geral é esti-madaem 125.435habitantes, dos quais6% estão na faixa etáriadeestudo,ouseja,12a19anos.13
Das66escolasdacidade(31municipais,32estaduaise trêsprivadas)foramexcluídas51(31municipaise20 estadu-ais)pornãoatenderemescolaresdafaixaetáriaestudada. Das15escolasrestantes,foramsorteadasoitoque participa-ramdapesquisa.Numasegundaetapaforamselecionadas, aleatoriamente,emcadaescola,asclassesquecontinham alunosnafaixaetáriaemestudoeelesforamconvidadosa participardoestudo.
Cálculoamostral
Ocálculoamostral tevecomoparâmetros:prevalênciade 10%parao consumo dotabacocomnível deconfianc¸ade 95% e erro alfa de 5%. Chegou-se a 750 estudantes, que acrescidosdeeventuaisperdas(20%)nosfizeramconsiderar 900estudantes.
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospi-talSanta CasadeCaridadedeUruguaianaefoi outorgada autorizac¸ão para a pesquisa pela Secretariade Educac¸¯ao do estado e pelas respectivas escolas particulares de Uruguaiana.
Todososadolescentesassinaramotermodeassentimento e osmenores de18 anos tambémapresentarama assina-turadotermodeconsentimentolivreeesclarecidoporseus responsáveis.
Coletadedados
Osadolescentesautorizadosaparticipardoestudo respon-deram,emsaladeaula,aoquestionárioautoaplicávelepor questõesdesigiloessefoiidentificadoapenasporidadee gênero.Osquestionáriosforampreenchidossobsupervisão deinvestigadortreinado(VJO,professordeeducac¸ãofísica) presentenasaladeaulanessemomento.
O questionário autoaplicável empregado foi o Cali-fornia Tobacco Survey,14 traduzido para o português e
adaptadoparaaculturabrasileirasegundorecomendac¸ões internacionais.15 Oquestionáriofoitraduzidoparao
portu-guêspordoismédicosbrasileirosespecializadosemalergia (forward translation) e de modo independente. As duas traduc¸ões foram comparadas por outros dois médicos, as divergênciaseliminadasapósconsensoeoprodutofoi ver-tido para o inglês por tradutor nativo de língua inglesa (backward translation) e comparado com o questionário original. Nãohouve diferenc¸asrelevantes entreambos. A versãofinalobtidaemportuguêsfoiadministradaaumgrupo deadolescentesparaverificaroseuentendimentoeas difi-culdadesderespondê-lo.Foramfeitaspequenasadaptac¸ões delinguística (testagemdepacientes).Poucasadaptac¸ões foramfeitas eaversãofinal doquestionáriofoi concluída (tabelas1e2).
Oquestionárioéconstituídoporperguntasrelacionadas aofumoeaoatodefumar,bemcomosobrepensamentose conhecimentossobreotabaco(tabela1)esobreaexposic¸ão aofumodeoutraspessoas(tabela2),ostatusdemembros dafamíliaeamigoseoconhecimentodehábitosperigosos defumo.
Foiconsideradoexperimentadordofumooadolescente quefumoucigarroemalgummomentodavida(Algumavez tentoufumarumcigarro,mesmoque umaouduas traga-das).Osadolescentesquefumaramcigarrosem‘‘umoumais diasnosúltimos trintadias’’foramconsideradosfumantes atuais conformepreconizadopelo Centerfor Disease Pre-vention andControl (CDC) e pelaOrganizac¸ãoMundialda Saúde(OMS).15
Análiseestatística
Apósarevisãodosquestionáriosdevolvidos,foram descar-tados102porerros depreenchimentoe restaram798.Os dadosobtidosforamtransferidosàplanilhaExcelpara pos-terior análise estatística. Tomando-se o tabagismo como variáveldependente,osresultadosforamapresentadosem relac¸ão à exposic¸ão ou não ao fumo e empregou-se o testedoqui-quadradoouexatodeFisher.Asvariáveis iden-tificadas como significantes (p<0,05) foram lanc¸adas em modeloderegressãologística(stepwisebackward)eas sig-nificantesforamidentificadas.
Resultados
Forampreenchidos deformaadequada 798 questionários, comigualdistribuic¸ãosegundoogênero,umavezqueforam distribuídos em númeroigual para ambos os gêneros,em cadasaladeaula.
DeacordocomarespostaafirmativaàperguntaAlguma vez você tentou fumar um cigarro, mesmo que uma ou duastragadas?,osadolescentesforamcaracterizadoscomo ‘‘tentaramfumar’’(n=234)eoscomrespostanãoemnunca fumaram(n=564).
A tabela 1 reúne as respostas dos adolescentes com relac¸ãoaoatodefumar.Referiramtertentadofumar29,3% (234/798)deles,21,4%(50/234)referiramnuncaterfumado um cigarro inteiro, 14,5% comec¸aram a fumar antes dos 12anose64,1%apósos13.
Inquiridossobrehaviaquantotempofumaramumcigarro inteiro,11,5%referiramtersidonoúltimomês(tabela1). Emboranomêsanterior6,8%(16/234)adolescentes referi-ramterfumadoamaioria/outodososdias,13,2%(31/234) consumiram pelo menosumcigarro todososdias e 32,1% (75/234)consumirampelomenoscincocigarrosnosúltimos 30dias(tabela1).Alémdisso,32,1%(75/234)referiramter tentadoparardefumarnoúltimoanoe32,9%(77/234) acre-ditamqueconseguemdeixardefumarseassimodesejarem (tabela1).
Tabela1 Respostasobtidasdosadolescentesreferentesaousoepensamentosobreotabaco
Questão Tentoufumar
Sim(n=234) Não(n=564)
Idadeaotentarfumar
Nuncafumeiumcigarro 50(21,4)
---≤12anos 34(14,5)
---≥13anos 150(64,1)
---Háquantotempovocêfumouumcigarrointeiro?
Há30dias 27(11,5)
---Quantosdiasvocêfumounoúltimoano?
Amaioria/todososdias 16(6,8)
---Vocêfumoupelomenosumcigarrotodososdias,durante30dias?
Sim 31(13,2)
---Noúltimomêsquantosdiasvocêfumoucigarros?
Até9dias 62(26,5)
---Maisde10dias 25(10,6)
---Quantoscigarros/diavocêfumounoúltimomês?
Até5 75(32,1)
---Maisde5 17(7,3)
---Éfácilconseguircigarrosquandodesejafumar?
Muito/poucofácil 188(80,3)a 369(65,4)
Vocêtentoudeixardefumarcigarrosnoúltimoano?
Sim 75(32,1)
---Vocêquerparardefumarcigarros?
Sim 49(20,9) 1(0,1)
Vocêacreditaqueconseguedeixardefumar,sequiser?
Sim 77(32,9)a 0(0,0)
Vocêacreditaquevaifumarumcigarroalgumavezduranteopróximoano?
Definitiva/provavelmenteSim 89(38,0)a 129(22,9)
Fumarcigarrosfazcomqueosjovensteolhemdeumaforma‘‘melhor’’ousesintampartedogrupo?
Definitiva/provavelmentesim 83(35,5) 169(30,0)
Vocêacreditaqueosjovensquefumamtêmmaisamigos?
Definitiva/provavelmenteSim 107(45,7) 227(40,2)
Osjovenscorremriscodeseprejudicarsefumamde1-5cigarros/dia?
Definitiva/provavelmenteSim 140(59,8) 354(62,8)
Ésegurofumarsomenteduranteumoudoisanos,sevocêdeixardefumardepoisdessetempo?
Definitiva/provavelmenteSim 83(35,5) 182(32,3)
Sesaíssealgumnovotipodecigarrocomsustânciasquecausemmenosdanos,vocêousaria?
Definitiva/provavelmenteSim 89(38,0)a 139(24,6)
Vocêconhececigarroeletrônico?
Jáusou? 28(12,0)a 17(3,0)
Fazmalàsaúde? 140(59,8) 404(71,6)a
Vocêconhecenarguilé?
Jáusou? 69(29,5)a 30(5,3)
Fazmalasaúde? 148(63,2) 438(77,7)a
Qui-quadrado/Fisher.
a Significantementemaiordoqueooutrogrupo.
Comrelac¸ãoaospensamentossobreotabaco(tabela1) entre os que tentaram fumar, houve relato significativa-mente maiordeadolescentesque acreditamque fumarão nopróximoano.Entretanto,ambososgruposacreditamque
Tabela2 Respostasobtidasdosadolescentesreferentesàexposic¸ãoaofumodeoutraspessoas
Questão Tentoufumar
Sim(N=234) Não(N=564)
Nosúltimossetedias,quantosdiasvocêestevenomesmoquartocomalguémqueestavafumandocigarros?
Nenhumdia 126(53,8) 435(77,1)a
Nosúltimossetedias,quantosdiasvocêesteveemalgumquartodaSUACASA,comalguémquefumavacigarros?
Nenhumdia 151(64,5) 467(82,8)a
Nosúltimossetedias,quantosdiasvocêviajouemumcarrocomalguémquefumavacigarro?
Nenhumdia 197(84,2) 515(91,3)a
Acreditaqueofumodocigarrodeoutraspessoaslhefazmal?
Definitiva/provavelmenteSim 132(56,4) 320(56,7)
Alguémquemorecomvocêfuma?
Sim 109(46,6)a 139(24,6)
Quantosdeseusquatromelhoresamigosfumamcigarros?
Nenhum 98(41,9) 473(83,9)a
Sealgumdosteusmelhoresamigoslheoferecerumcigarro,vocêofumaria?
Definitiva/provavelmenteSim 98(41,9)a 132(23,4)
Quantoseriadifícilparavocêrecusaroudizer‘‘não’’aumamigoquelheoferec¸aumcigarroparafumar?
Muitodifícil/difícil 99(42,3) 210(37,2)
Quepercentagemdeestudantesnoseucursotemfumadocigarropelomenosumavezaomês?
Nenhum 88(37,6) 344(61,0)a
Até20%(poucos) 65(27,8) 124(22,0)
21a60%(alguns/metade) 60(25,6)a 74(13,1)
>61%(maioria/quasetodos) 21(9,0)a 22(3,9)
Quefrasedescrevemelhorasregrasounormasrelacionadascomofumodentrodasuacasa?
Nãoépermitidofumardentrodecasa. 80(34,2) 267(47,3)a
Épermitidofumaremalgunslugares/algumasvezes 36(15,4)a 39(6,9)
Nãoépermitidofumaremnenhumlugarnaminhacasa 44(18,8) 120(21,2)
Nãoháregrasrelacionadascomofumonaminhacasa 74(31,6)a 138(24,5)
Algumdeseuspais(oucuidadores)lhefalouparanãofumarcigarro?
Somenteminhamãe(oucuidadora) 47(20,1)a 70(12,4)
Somentemeupai(oucuidador) 42(17,9)a 39(6,9)
Osdois 140(59,8) 425(75,4)a
Nenhum 5(2,1) 30(5,3)
Qui-quadrado/Fisher.
ap<0,05-significantementemaiordoqueooutrogrupo.
fumarporumadoisanosseriaseguroseparassemapósesse período(tabela1).
Inquiridos sobreo uso deumtipo novo decigarro que contivessesubstânciasquecausassemmenosdanos,38%dos quetentaramfumare24,6%dosquenãofumaram afirma-ramque osusariam(tabela 1).Entre osadolescentesque tentaramfumar houve relato significativamente maiorde conhecimento de cigarros eletrônicos e sobre o narguilé quando comparados com os que nunca fumaram, é tam-bémmaiorousodessespelos quetentaramfumar(tabela 1).Em contrapartida,entreosque nuncafumaramhouve maiorrelatodeambos(cigarroeletrônicoenarguilé)serem prejudiciaisàsaúde(tabela1).
Com relac¸ão à exposic¸ão ao fumo de outras pessoas, verificamos que os que tentaram fumar estiveram signifi-cativamentemaisexpostos à fumac¸ade tabacode outras pessoasemcasa,noquartoounocarro(tabela2).Apesar
disso,nãohouvediferenc¸asignificanteentreosdoisgrupos comrelac¸ãoao pensamentoqueofumodeoutraspessoas causemal:56,4%paraosquetentaramfumare56,7%para osquenuncafumaram(tabela2).
Os indivíduos que tentaram fumar foram significante-mente mais expostos ao fumo por morar e conviver com fumantes,o quefacilitariaaceitara ofertadeumcigarro porumamigo(41,9%paraosque tentaramfumare 23,4% paraosquenuncafumaram)(tabela2).Alémdisso,osque tentaramfumaracusampercentagemelevadadeamigosde escolaquefumam,lhesépermitidofumaremcasaounão háregrassobrerestric¸ãodefumoem47%deles(tabela2). Jáentreosquenuncafumaram47,3%afirmamserproibido fumardentrodecasa.Emambososgruposessecontroleé feitopelamãee/oupai(tabela2).
Tabela3 Fatoresidentificadoscomorelacionadosaotabagismonaadolescênciaapósanálisederegressãologística
Variáveis OR IC95% p
Tabagismoentreosmelhoresamigos 5,67 (2,06-7,09) <0,001
Ofertadecigarropelomelhoramigo 4,21 (2,46-5,76) <0,001
Facilidadeparaconseguircigarros 3,82 (1,22-5,41) <0,001
Nãoépermitidofumardentrodecasa 0,89 (0,17-1,11) 0,075
Malefíciosdocigarroeletrônico 0,88 (0,21-0,92) <0,001
Malefíciosdonarguilé 0,78 (0,32-1,48) 0,127
Orientac¸õesdospaissobreotabagismo 0,67 (0,45-0,77) <0,001
Semtabagismodomicílionosúltimossetedias 0,51 (0,11-0,79) <0,001
OR,oddsratio;IC95%,intervalodeconfianc¸ade95%.
apresentadasnatabela3.Foramidentificadoscomofatores de risco para o tabagismo: ter amigos fumantes, receber oferta de cigarro deles, além da facilidade de conseguir cigarros (tabela 3). Ter orientac¸ões dos pais sobre taba-gismo,nãoserexpostoaotabagismonodomicílionaúltima semanaeconhecerosmalefíciosdocigarroeletrônicoforam identificadoscomofatoresdeprotec¸ão(tabela3).Jáofato denãoserpermitidofumar nointerior dodomicílio apre-sentouvalorlimítrofeparasignificância.
Discussão
Aadolescênciaé umafasemarcantena vida,naqual,em decorrência das descobertas, das inquietac¸ões, da neces-sidade de explorar o desconhecido e de se aventurar sempreocupac¸ões com asconsequências, osadolescentes adotam comportamentos de risco, entre eles o con-sumo de cigarro.8 Todavia, nem todos os adolescentes
que experimentam cigarros se tornam fumantes, mas a experimentac¸ãoéoprimeiropassoparaumafuturaadesão aoconsumoregulardosprodutosdetabaco.7
Nadefinic¸ãodefumanteempregamosapreconizadapela OMS15 e verificamos ser 37,2% a prevalência de fumantes
entreosadolescentesavaliadoseque13,2%oconsumiram todososdias,valorsuperioraospreviamenteobservadosem outraslocalidades.5Essastaxasforaminferioresàs
observa-das entre populac¸ãogeral de várias localidades doBrasil (22,3%a 29,3%).16 Entretanto,forammuitosuperioresaos
observadosemPortoAlegre:7,4%entrehomense9,1%entre mulheres.11
É interessantedestacarqueentreosadolescentesaqui avaliados14,5% iniciaramo consumo decigarroantesdos 12 anos e 64,1% o fizeram após os 13, à semelhanc¸a do previamente observado entre alunos da rede pública de ensinode10capitaisbrasileirasaodocumentarque11,6% dosalunos jáhaviamexperimentadoocigarroentreos10 e 12 anos,17 assim como noEstudo dos Riscos
Cardiovas-culares em Adolescentesbrasileiros (Erica),11 noqual30%
dosjovensexperimentaramfumarantesdos12anosemais precocementedoqueoobservadoporoutrosautores.18
Ainiciac¸ãoprecocenoconsumodetabacoéimportante fatordeprognósticoparaoadoecimentoedeveserevitada. Oatrasodealgunsanosnoiníciodoconsumopodereduzir, emquaseodobro,osriscosdedanosprovocadospelotabaco àsaúde.6Poroutrolado,demonstra-sequecomoavanc¸ar
da idade o adolescente que experimenta tabaco, e não
interrompeohábito,passaaconfigurar-secomoconsumidor detabaco,consolidaconsequentementeohábitodefumar.7
Osprincipaisfatoresassociadosaofumodecigarropelos adolescentesaquiavaliadosforam:teramigosquefumam, receberofertadecigarrosdeles,alémdeterfacilidadede conseguircigarros(tabela3).Apesarde,noBrasil,haverleis quedificultemoacesoeoconsumodecigarroporcrianc¸as e adolescentes,como o Estatuto daCrianc¸a e do Adoles-centequeproíbeavenda,ofornecimentoouaentregade cigarrosàcrianc¸aouaoadolescente,19 confirmamos pelos
nossosdadosquetalpráticanãotemsidorespeitadaefoi identificada como fator de risco para o tabagismo, uma vez que80,3% dos adolescentes fumantes afirmaram con-seguircigarro‘‘avulso’’quandotiveramvontadedefumar (tabela1).
Entretanto,nãosepodeonerarexclusivamenteo comér-ciolegaldoproduto,háquelembraraobtenc¸ãodocigarro deformaclandestina,comoocorrecomosquesãofrutodo contrabandoemesmonaobtenc¸ãodeamigose/ouparentes tabagistas.Além disso, fica claro o papel das redes soci-ais na influênciae no reforc¸odos hábitos defumar, cada vezmaisestudado,edemonstraqueteramigosquefumam aumentaatolerânciaaesseshábitos,assimcomoa possi-bilidadedeadotá-los,20 identificadacomooprincipalfator
derisco paratabagismo entre osadolescentesaqui avali-ados (tabela 3). Essesdados são corroboradospor estudo americanoaoobservarqueadolescentesnãofumantesque têmamigosfumantestêmmaiorprobabilidadedecomec¸ar afumarnofuturodoqueossemamigosfumantes.21
É interessante notar que apesarde o hábito defumar pelospaissermaisfrequenteentreosadolescentes fuman-tes(tabela2),nãofoiidentificadocomofatorderiscopara otabagismoatual.Issosecontrapõeàobservac¸ãodeoutros estudos que apontam influência crítica dos pais sobre o comportamentodefumar doadolescente. Sabe-se que as crianc¸assãomaispropensasareproduziros comportamen-tos e as atitudes de seus pais, que são considerados por elescomomodelos.Alémdisso,ospaisquefumamsãomais propensosapermitirofumodentrodecasa.22
Poroutrolado,terorientac¸õesdospaissobretabagismo, nãoserexpostoaotabagismonodomicílionaúltimasemana econhecerosmalefíciosdocigarroeletrônicoforam identi-ficadoscomofatoresdeprotec¸ão(tabela3).Decertomodo todosessesfatoressãoderivadosdeeducac¸ãosobreos male-fíciosdocigarro.
adolescentes.23 Isso sugere que as intervenc¸ões sobre o
controledotabagismodevemsermaisabrangentese dire-cionadasaoutrasinfluências,taiscomoamigos,20 escola,9
mídiavisual,24ousobreaaquisic¸ãodenovoshábitoscomoo
usodenarguilé25oudecigarroseletrônicos,26essesúltimos
comoimportantes agentesiniciadores dotabagismo, e ao aumentodataxadeimpostos.2
Assim, na confrontac¸ão dos resultados observados pelos estudos Erica11 e PeNSE-2012,27 a prevalência de
experimentac¸ão foi de 18,5% versus 19,6%, respectiva-mente, inferioresànossade 29,3%,e de tabagismoatual 5,7% versus 5,1%, contra 13% entre os nossos adolescen-tes.Apesardisso,nãopodemosdescartarapossibilidadede subnotificac¸ão porparte dos próprios adolescentes, apon-tada como comumem estudossobre tabagismo. As taxas baixasobservadasporessesestudosnacionais,11,27
possivel-mente, sãoo reflexo dopioneirismo do paísna conduc¸ão depolíticasabrangentes e degrande impactona reduc¸ão doconsumodetabacoentrejovens,comoalegislac¸ãoque instituiuaproibic¸ãodefumaremambientespúblicos fecha-dos,aproibic¸ãodapropagandaemtodasasmídias,exceto empontosdevenda,eaproibic¸ãodedescritoresenganosos lightouultra-lightnosmac¸osdecigarros.28
NacidadedeUruguaiana(RegiãoSul)osresultadosforam diferentes.Possivelmenteoencontrodeprevalênciasmais elevadasnaregiãosuldopaíspodeserdecorrentedeessa regiãoconcentrarocultivoeproduc¸ãodefumoetambém ter maior influência de migrac¸ão europeia, que tradicio-nalmente apresenta prevalências elevadas de hábitos de fumoque podemsertransferidosatravésdegerac¸ões.11 A
tudo issodeve seracrescentada a facilidadede obtenc¸ão docigarro deforma clandestinacomo ocorre com osque sãofruto do contrabando, como recentemente declarado acontecernacidadedeUruguaiana.29
É importante que os programas educacionais antitaba-gismosejam incentivados dentrodasescolas, paraque os alunosrecebamorientac¸ãoeajudaprofissional,sobretudo para os que querem deixar de fumar.9,30 A procura por
servic¸osde saúde especializados, fora do ambiente esco-lar,podeacarretar emaumentodoabsenteísmo escolare aindadificultaro acesso e a adesãodos adolescentes aos programas.
Os resultados aqui apresentados reforc¸am a neces-sidade do fortalecimento, quer em nível municipal ou estadual,depolíticaspúblicasvoltadasparaareduc¸ão ou eliminac¸ãodocontatodascrianc¸ase/ouadolescentescom ocigarro. O cumprimentodas leisderestric¸ões devenda econsumodecigarro,oaumentodamaioridadelegalpara suaobtenc¸ão,apromoc¸ão deestilossaudáveisde vida,o envolvimento da família em programas de prevenc¸ão dos hábitosdefumo,amajorac¸ãodoprec¸o,aimplantac¸ãode programasantifumodentrodasescolas,bemcomoa garan-tiadetratamentoadequadoparaosfumantes,sãoalgumas dasmedidasquepoderiamsertomadas.
O pediatra, por ser o primeiro profissional a assistir a crianc¸a,conhecesuaexposic¸ãoambiental,acompanhaseu desenvolvimento, tem papel primordialcomo educador e promotordehábitossaudáveis.
Embora asconsequênciasdotabagismo sejam observa-dasna vida adulta, deve-se destacar que a reduc¸ão oua restric¸ão do consumo na adolescência terá impacto edu-cativopara a saúde e poderá diminuir a possibilidade de
contatocomoutrasrestric¸õesoudrogasilícitas,porissoé fundamentalqueomédicoestejaatento,beminformadoe participe daelaborac¸ãodenovasabordagens parao com-bateaofumo,deformaintegradaeinterdisciplinar.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Referências
1.JhaP,PetoR. Globaleffects ofsmoking,ofquitting,and of takingtobacco.NEnglJMed.2014;370:60---8.
2.WorldHealthOrganizationWHOReportontheglobaltobacco epidemic. Geneva, Switzerland: WHO; 2015. Available from:http://www.who.int/tobacco/global report/2015/en/ [cited31.01.16].
3.Boutayeb A, Boutayeb S. The burden of non communica-ble diseases in developing countries. Int J Equity Health. 2005;4:2.
4.VigitelVigilânciadefatoresderiscoeprotec¸ãoparadoenc¸as
crônicas por inquérito telefônico: percentual de
fuman-tes no Brasil. Available from: http://www2.inca.gov.br/
wps/wcm/connect/agencianoticias/site/home/noticias/2014/
percentualfumantes brasil cai mais uma vez vigitel [cited
26.01.16].
5.WarrenCW,JonesNR,EriksenMP,AsmaS,GlobalTobacco Sur-veillanceSystem(GTSS)collaborativegroup.Patternsofglobal tobaccouseinyoungpeopleandimplicationsforchronicdisease burdeninadults.Lancet.2006;367:749---53.
6.Barreto SM, Giatti L, Oliveira-Campos M, Andreazzi MA, Malta DC. Experimentation and use of cigarette and other tobacco products among adolescents in the Brazi-lianstatecapitals(PeNSE2012).RevBrasEpidemiol.2014;17: S62---76.
7.BorraciRA,MulassiAH. Tobaccouseduringadolescencemay predictsmokingduringadulthood:simulation-basedresearch. ArchArgentPediatr.2015;113:106---12.
8.SmalleySE,WittlerRR,OliversonRH.Adolescentassessmentof cardiovascularheartdiseasesriskfactorattitudesandhabits.J AdolescHealth.2004;35:374---9.
9.ThomasRE,McLellanJ,PereraR.Effectivenessofschool-based smoking preventioncurricular: systematic review and meta--analysis.BMJOpen.2015;5:e006976.
10.Vigescola---Vigilânciadetabagismoemescolares.Dadosefatos de12capitaisbrasileiras.RiodeJaneiro:INCA;2004.Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigescola vol1.pdf[cited20.06.15].
11.FigueredoVC,SzkloAS,CostaLC,KuschnirMC,SilvaTL,Bloch KV,etal.ERICA:smokingprevalenceinBrazilianadolescentes. RevSaúdePúbl.2016;50:12.
12.IBGE-CIDADES. Available from: http://www.cidades.ibge.
gov.br/xtras/home.php[cited16.08.16].
13.CaliforniaStudentTobaccoSurvey,2011- 2012.[cited16Aug
2015]. Available from: https://www.cdph.ca.gov/programs/
tobacco/Documents/CDPH%20CTCP%20Refresh/Research% 20and%20Evaluation/Survey%20Instrument/2011-12% 20California%20Student%20Tobacco%20Survey%20(CSTS)% 20Questionnaire–CTCP.pdf
15.JohnsonNB,HayesLD,BrownK,HooEC,EitherKA,Centerfor DiseaseControl,Prevention(CDC).CDCNationalHealthReport: leadingcausesofmorbidityandmortalityandassociated beha-vioralriskandprotectivefactors---UnitedStates,2005---2013. MMWRSuppl.2014;31:3---27.
16.INCA. A situac¸ão do tabagismo no Brasil: dados dos inqué-ritosdo Sistema Internacional de Vigilância,da Organizac¸¯ao MundialdaSaúde,realizadosnoBrasil,ente2002e2009.Rio deJaneiro:InstitutoNacionaldeCâncerJoséAlencar Gomes daSilva(INCA);2011.Availablefrom:http://bvsms.saude.gov. br/bvs/publicacoes/inca/PDF final situacao tabagismo.pdf [cited20.06.15].
17.CentroBrasileiro deInformac¸õessobreDrogasPsicotro´ıpicas. V levantamento nacional sobre o consumo de drogas entre estudantes do ensino fundamental e médio da rede pu´ıblicadeensinonas27capitaisbrasileiras;2004.Available from: http://www.cebrid.epm.br/levantamentobrasil2/000-Iniciais.pdf[cited20.06.15].
18.Demir M, Karadeniz G, Demir F, Karadeniz C, Kaya H, YenibertizD, et al. The impact of anti-smoking laws on high school students in Ankara, Turkey. J Bras Pneumol. 2015;41:523---9.
19.Brasil, Presidência da República. Lei Federal n◦. 8.069 de
13de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Crianc¸a e doAdolescenteedáoutras providências.Brasília:Diário Ofi-cial(da)RepúblicaFederativadoBrasil;1990.Availablefrom: http://www.planalto.gov.br/ccivil03/LEIS/L8069.htmSec.1:1. [cited20.06.15].
20.SchaeferDR,HaasSA,BishopNJ.AdynamicmodelofUS ado-lescents’smokingandfriendshipnetworks.AmJPublicHealth. 2012;102:e12---8.
21.BrickerJB,PetersonAVJr,AndersenMR,RajanKB,LerouxBG, Sarason IG. Childhood friends who smoke: do they influ-enceadolescentstomakesmokingtransitions?Addict Behav. 2006;31:889---900.
22.ScraggR,LaugesenM,RobinsonE.Parentalsmokingandrelated behaviorsinfluenceadolescenttobaccosmoking:resultsfrom the2001NewZealandnationalsurveyof4thformstudents.N ZMedJ.2003;116:U707.
23.INCA.NúmerodefumantesnoBrasilcai20,5%emcincoanos.
Available from:http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/
agencianoticias/site/home/noticias/2014/numerodefumantes
nobrasilcai20porcentoemcincoanos[cited20.06.15].
24.MorgensternM,SargentJD, EngelsRC,Scholte RH,FlorekE, HuntK,etal.Smokinginmoviesandadolescentsmoking initi-ation:longitudinalstudyinsixEuropeancountries.AmJPrev Med.2013;44:339---44.
25.WardKD.Thewaterpipe:anemergingglobalepidemicinneed ofaction.TobControl.2015;24:i1---2.
26.LeventhalAM,StrongDR,KirkpatrickMG,UngerJB,SussmanS, Riggs NR,et al. Association ofelectronic cigaretteuse with initiationofcombustibletobaccoproductsmokinginearly ado-lescence.JAmMedAssoc.2015;314:700---7.
27.Instituto Brasileiro deGeografia eEstatística.Pesquisa Naci-onal de Saúde do Escolar (PeNSE): 2012. Rio de Janeiro: InstitutoBrasileirodeGeografiaeEstatística;2013.Available from:http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/ pense/2012/[cited30.06.15].
28.LevyD,deAlmeidaLM,SzkloA.TheBrazilSimSmokepolicy simulationmodel: the effectofstrong tobacco control poli-ciesonsmokingprevalenceandsmoking-attributabledeathsin middleincomenation.PLoSMed.2012;9:e1001336.
29.Garcia P. Caminhos do contrabando. Argentina, o novo corredor para o RS. Diário da Fronteira. 2015. Available from:www.facebook.com/diariodafronteira[cited21.06.15].