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Transformar as vivências no desemprego : uma perspectiva da orientação profissional na educação e formação de adultos

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Academic year: 2021

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U n i v e r s i d a d e d e L i s b o a

F a c u l d a d e d e P s i c o l o g i a e d e C i ê n c i a s d e E d u c a ç ã o

7Vansformar as vivências no desemprego: uma perspectiva da

orientação profissional na educação e formação de adultos

A n a P a u l a P a u l i n o V i a n a

M e s t r a d o e m C i ê n c i a s d e E d u c a ç ã o

Á r e a d e E s p e c i a l i z a ç ã o e m F o r m a ç ã o d e A d u l t o s

(2)

T U - C € V'vfe \J© \

U n i v e r s i d a d e d e L i s b o a

F a c u l d a d e d e P s i c o l o g i a e d e C i ê n c i a s d e E d u c a ç ã o

F aculdade de-Psicologia ( e C iên de ? da Educação 1 UriivefÇfdade cie Lisooa ! BIBLIOTECA i

T r a n s f o r m a r

as vivências no desemprego: uma perspectiva da

orientação profissional na educação e formação de adultos

. A n a P a u l a P a u l i n o V i a n a

M e s t r a d o e m C i ê n c i a s d e E d u c a ç ã o

Á r e a d e E s p e c i a l i z a ç ã o e m F o r m a ç ã o d e A d u l t o s

D i s s e r t a ç ã o o r i e n t a d a p e la P r o f . A n a L u í s a d e O l i v e i r a P i r e s

(3)

A G RA D ECIM EN TO S

A teoria apresentada nesta tese deve muito aos trabalhados dos diferentes autores referenciados na bibliografia.

À incansável Prof. A na Luísa de Oliveira Pires, m inha orientadora de tese, deixo a minha profunda gratidão.

Mas existem outros a quem quero mostrar o meu ap reço...

De meu pai, M anuel V iana, que me ensinou a conduzir um carro quando eu era uma adolescente, herdei o em penham ento e a perseverança.

Recorda a sua m em ória com saudade, tendo-o sem pre presente nos m om entos difíceis.

Agradeço à m inha mãe, M aria Rosa Paulino, que com o seu afecto e dedicação m e am parou nesta etapa, fazendo-m e sorrir quando me sentia cansada.

Ao m eu filho Pedro, cuja capacidade de lidar com a adversidade que é ter um a m ãe “superocupada” , fica o m eu grande respeito pelo H omem que reconheço nele.

À m inha fam ília, um a profunda gratidão pela paciência e am or dem onstrado neste dois anos em que parei para estudar!

Aos am igos do peito, eles sabem quem são, deixo a m inha eterna gratidão.

Por últim o, aos utentes que colaboraram neste estudo tendo aproveitado para crescer como pessoas, fica todo o meu apreço.

(4)

Resumo

P a la v ra s-c h a v e : Form ação de adultos, experiência, aprendizagem , desem prego e balanço de com petências.

A ssistim os nos últim os trinta anos a grandes alterações na estrutura e na organização do m ercado de em prego, com repercussões sociais, conhecidas pelas “crises do em prego” .

N um a óp tica da orientação profissional, o acom panham ento técnico ajustado às características dos cidadãos desem pregados pode contribuir para a reconstrução do projecto de vida d e cada um , com vista à reinserção profissional, pois a fronteira entre a form ação e orientação é cada vez menor.

O presente estudo incide na perspectiva de com preender qual é o contributo do balanço de com petências pessoais e profissionais (BC), enquanto instrum ento potenciador da reorganização pessoal e profissional dos desem pregados, no âm bito das práticas da orientação profissional utilizadas num Centro de Em prego do 1EFP.

D este m odo, o dispositivo m etodológico utilizado assenta num a abordagem qualitativa, conduzido num a linha de investigação-form ação, ancorado pelos processos de consciencialização dos participantes. Estes processos foram sendo desenvolvidos através da reflexão em grupo sobre experiências e aprendizagens anteriores de cada um dos sujeitos envolvidos.

• - r A lgum as das conclusões deste estudo evidenciam que o Balanço de C om petências é visto e sentido pelos participantes como um processo formativo, vivenciado com o um a actividade criativa, o qual fomenta a auto-estim a, a capacidade de valorizar o seu percurso pessoal e profissional, a capacidade de iniciativa e relacional, verificando-se um a m udança de atitudes perante si próprio e, consequentem ente, uma nova perspectiva em relação ao mercado de trabalho. Estas m udanças parecem potenciar no sujeito atitudes pró-activas com vista à reorganização do seu projecto de vida.

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Résumé

M ots clé: Form ation d ' adultes, expériences, apprentissage, chôm age et bilan de com pétences.

D epuis une trentaine d'années, dans un contexte de restructuration de l'appareil de production et de transform ation rapide du contenu des em plois et des qualifications, les problèm es sociaux se sont développés, généralem ent connues com m e des “crises de

l'em p lo i” .

Ainsi, l'o rien tatio n professionnelle s'in scrit com m e une technique de accom pagnem ent ajusté aux caractéristiques des personnes en situation de chômage. Elle peut contribuer à la reconstruction du projet de vie de chacun, en vue de la réinsertion professionnelle, donc la frontière entre la form ation el l'orientation professionnelle est chaque fois plus étroite.

Dans ce contexte, et dans le présent étude, on pense sur une question, sur ce qui se passe dans le processus du bilan des com pétences avec les chôm eurs. Quel est le rôle du bilan, quand il est utilisé dans les pratiques de 1 orientation professionnelle, dans un Centre d'E m p lo i, de 1' IEFP?

Le d isp o sitif m éthodologique utilisé est le m éthode qualitative, conduit dans une ligne d 'in v estig atio n -fo rm atio n . Les expériences et apprentissage du passé ont été très utiles pour le processus form atif de chaque participant.

Il y a des conclusions dans 1' étude qui permis de dire que le bilan des com pétences est vu par les participants com m e um processus formatif, vécu intensém ent com m e une activité créative, de développem ent de 1' estime de soi, et de la connaissance de soi.

La prise de conscience de leurs aptitudes et de leurs désires, peuvent jo u e r un rôle essentiel dans la déterm ination d 'u n itinéraire individuelle et professionnel, donc il y a une transform ation des aptitudes de soi même.

La participation des chôm eurs au bilan pourrait fonctionner com m e un élém ent déclencheur de la m otivation de la réintégration dans le m arché de travail.

Ces changem ents sem blent exploiter dans le sujet des aptitudes plus actives en vue de la réorganisation de leur projet de vie.

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SIGLAS U TILIZAD AS

IEFP - Instituto do Em prego e Formação Profissional

CE - Centro de Em prego

EEE - Estratégia Europeia para o Emprego

U.E. - U nião Europeia

BC - Balanço de C om petências

CO P - C onselheiro de O rientação Profissional

A N EFA - A gencia N acional de Educação e Formação de A dultos

CR V C C - C entro de Reconhecim ento, Validação e Certificação de C om petências

DLD - D esem pregado de Longa Duração

CED EFO P - Centro Europeu para o D esenvolvim ento da Form ação Profissional

PIB - Produto Interno Bruto

PIPS - Plano de Integração para a Península de Setúbal

SNE - Serviço N acional de Emprego

O CD E - O rganização de C ooperação e D esenvolvim ento Económ ico

CNA - Com issão N acional de Aprendizagem

O IT - O rganização Internacional do Trabalho

CEE - C om unidade Económ ica Europeia

IN OFO R - Instituto para a Inovação da Formação

IQF - Instituto da Q ualidade da Formação

CA T - Centros de A tendim ento de Toxicodependentes

DPE/D SE - D epartam ento de Planeamento Estratégico - D irecção de Serviços de Estudos

DEM - D epartam ento de Em prego do IEFP

SIC - Sessão Inform ativa Colectiva

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EUA - Estados U nidos da A m érica

PNL - Program ação N eurolinguística

PPE - Plano Pessoal de Em prego

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í n d i c e

índice de Q uadros índice de G ráficos

Introdução Geral - Da pertinência do tema ás questões de pesquisa e aos objectivos de investigação

Capítulo I - O m ercado de em prego em Portugal

^ Introdução

1. C aracterísticas do m ercado de emprego 2. Políticas de em prego e formação 3. Os Serviços Públicos de Emprego

4. A intervenção do Centro de Emprego do Barreiro 5 D esem prego e exclusão

Capitulo II - Educação e Formação de Adultos

Introdução

1 As m udanças na educação e formação de adultos 2. A experiência e a aprendizagem de adultos

3. As dim ensões pessoais nos processos da aprendizagem

o!

Capitulo III - A orientação profissional e balanço de com petências

Introdução

1. As práticas da orientação profissional (

2. Evolução do conceito da orientação profissional: da orientação profissional ao desenvolvim ento da carreira

3. Ciclos de vida e o desenvolvim ento pessoal e vocacional do adulto 4. O balanço de com petências pessoais e profissionais

5. O balanço de com petências no contexto da orientação profissional 6. O papel dos conselheiros de orientação profissional no BC

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C apítulo IV - As opções e abordagens metodológicas

Introdução

1. Fundam entos epistem ológicos - a investigação qualitativa 2 Contributos das abordagens biográficas e da

investigação-form ação para as opções metodológicas

C apítulo V - Técnicas e procedim entos de investigação

Introdução

1 Procedim entos na constituição do grupo 2 Recolha de dados

3.Tratam ento de Dados

C apítulo VI - Leitura dos dados

1. O contributo do BC para a reorganização do projecto pessoal e profissional dos sujeitos

f. CO N CLU SÕ ES

O (/«) esperado percurso dos sujeitos no Balanço de C om petências A lgum as m udanças na form a de encarar as práticas da orientação

profissional

M ercado de trabalho e as políticas de emprego

A im portância dos BC no reconhecim ento de com petências C ontinuidade do trabalho para futuro

1 13 117 130 140 150 164 191 195 198 199

200

BIBLIOGRAFIA A nexos 204 (volum e II da tese)

(10)

índice de G ráficos

G ráfico 1 - Evolução do desem prego em Portugal de 2001 a 2005 28

G ráfico 2 - Situação face ao em prego no ano 2004 29

G ráfico 3 - Situação face ao em prego no ano 2006 29

G ráfico 4 - Tem po de inscrição no ano 2004 30

G ráfico 5 - Tem po de inscrição no ano 2006 30

G ráfico 6 - G rupo etário no ano 2004 32

G ráfico 7 - G rupo etário no ano 2006 32

G ráfico 8 - G énero dos desem pregados no ano 2004 33

G ráfico 9 - G énero dos desem pregados no ano 2006 33

G ráfico 10 - N íveis de escolaridade no ano de 2004 34

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índice d e Quadros

Q uadro 1 : C aracterísticas gerais dos participantes 140

Q uadro 2: P rogram a do BC 143

Q uadro 3: C orrespondência entre as temáticas aplicadas no BC

e as categorias definidas 161

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Volum e II

índice dos Anexos:

A nexo 1 - Plano de Sessões do Balanço de C om petências

A nexo 2 - Descrição dos Exercício e apresentação de grelha dos resultados

A nexo 3 - G uião de Entrevista de grupo

A nexo 4 - Transcrição da Entrevista de Grupo

A nexo 5 - G relha de análise da entrevista de grupo

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Introdução Geral

A pertinência do tem a

Na actual conjuntura sócio-económ ica tom a-se cada vez m ais difícil, para um núm ero crescente de indivíduos, aceder a um emprego. As experiências de desem prego envolvem m udanças im portantes nas condições de vida dos indivíduos e podem ter efeitos m ais ou m enos duráveis. Com efeito, constata-se um a descrim inação para algum as pessoas (desem pregados de longa duração, m ulheres e para alguns grupos que se situam nas franjas da sociedade) quanto às oportunidades de acesso ao emprego, conduzindo ao aum ento da exclusão. De facto, a igualdade de oportunidades, entre hom ens e m ulheres na integração profissional e na qualidade d e em prego, continua a persistir, apesar dos progressos que entretanto se vão registando. Encontram -se assim, aqueles que têm um em prego relativam ente estável, os que têm um trabalho precário e os que estão com pletam ente excluídos. O sistem a de relações industriais e diálogo entre parceiros sociais está aquém das necessidades c as assim etrias regionais são,

igualm ente, relevantes.

n j n s t i t n t n do_E m prego-e-da_ Formação Profissional (IE F P ), com o organism o público e com intervenção directa nas questões de desem prego e form ação profissional, d e s e n v o lv e uma estratégia no âm bito do Plano Nacional de Em prego 1 (PNE). Deste m odo, preconiza um a série p rogramas e m edidas cqm__Q---objectivo_pr.evenir desem pregados de longa duração (D LD). Nos Centros de Em prego, os Conselheiros de O rientação Profissional, à luz deste m odelo, desenvolvem .a c ç õ e s ,d e ^ ç o m panham ento individual e colectivo. Estas acções são dirigidas aos candidatos à procura do prim eiro e novo em prego, a fim de proporcionar uma reflexão sobre as necessidades de formação e em prego e dar a conhecer os Serviços, através das sessões de inform ação colectiva. A partir deste m om ento, definem -se itinerários individuais dos candidatos. Estes podem receber apoio na elaboração de um projecto pessoal/profissional m ediante um programa de orientação profissional: o Balanço de Com petências Pessoais e Profissionais.

De acordo com Super (1957), a orientaçào profissional é um processo que visa ajudar a pessoa a desenvolver e a aceitar uma descrição integrada e adequada de si_ própria e do seu papel no m undo do trabalho. O sujeito irá, assim , testar este conceito perante a sua realidade e convertê-lo num prisma de satisfação para a pessoa e,

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sim ultaneam ente, para benefício da sociedade. N esta lógica, urge pensar uma_orientação- com .intervenção educativa e, não apenas com um papel de ajustam ento aos processos de m udança de um a sociedade.

Todas as sem anas no decorrer das sessões colectivas de acom panham ento aos candidatos desem pregados, no âm bito do Plano Nacional de Em prego surgem os seguintes com entários por parte dos candidatos “Somos velhos (as) para trabalhar e novos (as) para a reform a” . Esta frase revela as dificuldades no acesso ao m ercado de trabalho. A situação de desem prego, efectivam ente, não pode ser considerada com o uma catástrofe e m uito m enos um a fatalidade. Porém, em determinadas situações poderá ser sentido com o algo penoso ou destrutivo. Contudo; não poderá ser generalizado para todos os casos, pois as respostas às situações de vulnerabilidade ou de stress são diferentes de sujeito para sujeito e dependem , em parte, de factores perceptivo- cognitivos dos mesmos.

O im pacto da vivência face à situação em que se encontram depende, efectivam ente, das suas capacidades de lidarem com as respectivas situações.2

O trabalho do conselheiro de orientação profissional (C O P) é, pois, de suporte perante as várias situações, sendo por isso im portante ouvir a “realidade” de cada um. C onform e preconizado por Françoise D igneffe (1997) é necessário deixar que cada um relate com o vive, na sua especificidade, o problem a e como o exprim e. N este contexto, a função do COP é de com preender qual é o sentido atribuído aos vários tipos de inferências e, a partir delas aprofundar, acom panhar os candidatos no sentido de incutir um espírito de intervenção/m udança e não um a sim ples aceitação do sistem a.

Para uma m elhor reflexão, os candidatos poderão participar no program a de orientação profissional, como é o caso do Balanço de Com petências, cujo objectivo é reconhecer e identificar o potencial individual e valorizar as experiências vividas de cada adulto. No fundo, pretende-se transform ar um momento sentido com o “dram ático” ou “catastrófico” , num a oportunidade de reestruturação profissional.

Desta forma, o presente trabalho de investigação, desenvolve-se no dom ínio da educação e form ação de adultos e, sim ultaneam ente, .nas práticas da orientação profissional inseridas no contexto do desem prego de longa duração.

2 A noçào de stress. neste contexto está relacionada co m o o conceito de resiliência, apresentado no capítu lo III.

(15)

De acordo com Canário (2000, p. 119) “ a actividade investigativa e reflexiva, visa como objectivo prim eiro (com base num a teoria e num m étodo), a produção de um a descrição não arbitrária de uma realidade, perm itindo produzir com preensão e atribuição de sentido, onde, antes, apenas existia a desordem ” .

N esta linha de pensam ento, o presente estudo não pretenderá encontrar um a lei ou generalizar os factos, m as apreender, sobretudo, o que se passa ao longo do processo de orientação profissional, num a perspectiva holística, a partir de valores reais e bastante ricos em term os de vivências e trajectórias de vida.

[ A m otivação para a realização deste trabalho /d e investigação partiu da

exneriências do investigador, enquanto conselheiro de orientação profissional, e da sua necessidade de com preender com o podem os sujeitos em situação de desem prego, inscritos num centro de em prego reorganizar a sua vida pessoal e profissional.

(Ã ^probÍem atização~~desta investigação? inscreve-se num quadro conceptual construído a partir de fundam entos teóricos, designadam ente, os processos de aprendizagem e _a educação e form açãq_dçL,adultQ,_ancorados num a abordagem hum anista, onde as práticas de orientação profissional se intercruzam . Pretende-se com preender.em -que-m edida-as-práticas-da_Q IL.potenciam no adulto, no m om ento do desem prego, a criação de um a nova etapa na vertente pessoal e profissional.

N a opinião de Tedesco (2001, in por Pires, 2002, p. 95), “ a perspectiva hum anista valoriza a capacidade que o hom em tem para superar problem as, para construir novas oportunidades” .

N este contexto, pretende-se, assim , trabalhar com o sujeito (adulto), sob o desígnio das práticas dá ■ orientação profissional na vida adulta, num paradigm a hum anista e.-por-xonseguinte,~com preensi-vo-e-educativo. A perspectiva da orientação educativa apresenta, pois, uma intenção de inform ar o sujeito sobre aquilo que ele, talvez, não saiba (ou julga não saber), na construção do sentido das suas escolhas e acções (Carré, P., 2001).

Deste modo, enfatizando o potencial do sujeito, valorizando o seu

desenvolvim ento pessoal, numa perspectiva de autoconstrução, desenhou-se, assim, um trabalho em pírico de natureza qualitativa, que consiste em tentar com preender como foi vivido o m om ento de desem prego de um conjunto de sujeitos, sim ultaneam ente, participantes activos num processo de Balanço de Competências (BC).

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De acordo com esta realidade com plexa, entende-se o conceito de realidade com o uma instância dependente de um determ inado tempo e contexto específico, tal com o refere M ertens, (1998, citado por Azevedo, 2004, p. 243); “o trabalho de pesquisa desenvolvido procurou com preender o sujeito a partir do seu quadro de referência, das suas perspectivas e papéis desem penhados ao longo das suas trajectórias pessoais e profissionais” .

A questão de pesquisa

A nalisar e com preender foi a essência da construção da estratégia da investigação, subjacente à q u e stã o de p a rtid a : em q u e m e d id a, o B a la n ç o de C o m p etên cias, n o co n texto d a o rie n ta ç ã o p ro fission al é u m in s tr u m e nto p o te n c ia d o r n a re o rg a n iz a ç ã o d a vida pessoal e p rofissional dos d e s e m p re g a d o s?

À m edida que se ia pensando na estratégia geral da investigação, a descoberta e a dúvida estiveram presentes. Desta forma, a partir da questão inicial em ergiram outras questões orientadoras que nortearam trabalho de acordo com o que se apresenta em seguida:

a) R elacionadas com o Balanço de Com petências (BC):

Ia- Qual é o papel do BC? Como é que o BC proporciona aos indivíduos em situação de desem prego novas oportunidades para a reconstrução do projecto pessoal e profissional?

2a- Qual o sentido do Balanço de Com petências (B C ) para os sujeitos desem pregados?

3a- De que form a foi vivido o processo do BC, nas várias com ponentes? Como foram construídas e vivenciadas por cada um?

4a- Qual é a concepção do projecto pessoal e profissional depois do BC?

5a- Q ue influências tem o BC face aos índices de auto-estim a e valorização pessoal?

b) R elacionadas com a situação de desemprego:

Ia- Q uais são as alternativas encontradas pelos sujeitos com o alternativa ao emprego?

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2a- Q ual é a aprendizagem resultante do tem po de desem prego?

3a-Com o é vivido o m om ento sem trabalho enquanto utente de um Centro de Emprego?

4a- Qual o sentido q u e os desem pregados atribuem às suas experiências e saberes adquiridos (aprendizagens)?

O s objectivos da investigação

Procurám os com preender a partir da perspectiva do sujeito, qual o papel do balanço de com petências_pessoais e profissionais durante o m om ento do desem prego.

Procurám os, igualm ente, contribuir para o reconhecim ento_ d o .s_ p ro ce sso s subjacentes às práticas.de_orientaçâo profissional, ju nto dos desem pregados de longa duração, num a perspectiva educativa.

Tam bém , pretendem os fom entar com este estudo, a reflexão sobre o papel da orientação profissional no contexto dos serviços de em prego, actualm ente em Portugal.

D este m odo, as questões fundam entais são o com o e não o_ p a ra quê.

A im portância deste trabalho para os técnicos da orientação situa-se, tam bém , nas questões da sua própria actuação, enquanto técnicos de acom panham ento.

O ■B.C—é _ u m instrum ento que prom ove o desenvolvim ento pessoal e, consequentem ente, um a valorização da auto-im agem . Esta, por sua vez, levará à construção de um projecto coerente com as experiências e aprendizagens apresentadas e reflectidas até ao m om ento.

O acom panham ento, por parte do conselheiro de orientação profissional, durante o processo, é de facilitador no reconhecim ento dos saberes e conhecim entos adquiridos.

No fundo, questiona-se até que ponto as práticas da orientação .profissional potenciaram , junto do adulto no m om ento do balanço da sua vida, a criação de um a no.va.etapa na vertente pessoal e profissional.

' A estratégia subjacente ao BC assenta numa perspectiva descritiva, explicativa e com preensiva, com vista „ao -reconhecim ento das aprendizagens, bem com o na

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valorização^a_auto=estima,_potenciando a dim ensão form ativa inerente ao processo da orientação profissional nos candidatos em situação de desem prego.

Organização da tese

Este trabalho de investigação encontra-se organizado em seis capítulos. Três dos quais fazem parte do corpo teórico da investigação e os outros três incidem , sobretudo, no trabalho em pírico. O ptou-se por conceber um segundo volum e, contendo apenas os anexos referidos ao longo do trabalho em pírico, para facilitar a leitura dos m esm os.

No capítulo I, procurám os caracterizar as m udanças circunscritas ao m ercado de trabalho, em Portugal. São focados os novos m odelos de actuação ao nível das m edidas de em prego, educação e form ação ao longo da vida, uma vez que o estudo é realizado no contexto dos serviços de em prego, o IEFP com o organism o público responsável pela im plem entação de program as e medidas no que concem e à m atéria de em prego e qualificação profissional Com a im plem entação do Plano N acional de Em prego em ergem diferentes desafios no cam po da educação e formação de adultos. O capítulo encontra-se organizado por cinco pontos, nom eadam ente, 1. C aracterísticas do mercado de em prego, 2. Políticas de em prego e formação, 3. Os Serviços Públicos de Emprego, 4. A intervenção do Centro de Emprego do Barreiro e 5 D esem prego e exclusão.

No capítulo II construím os o referencial teórico para a com preensão dos processos de aprendizagem dos adultos, no seio das transform ações sociais, políticas, geográficas, entre outras.

A experiência, a reflexão, as aprendizagens e form ação experiencial são conceitos basilares nesta investigação. São desenvolvidos ao longo deste capítulo, dem arcado por três pontos. 1. As mudanças na educação e form ação de adultos, 2. A experiência e a aprendizagem de adultos e 3. As dim ensões pessoais nos processos de aprendizagem .

O capítulo III tam bém apresenta alguns contributos para o enquadram ento teórico, sendo dedicado aos processos e práticas da orientação profissional. Encontra-se dividido por seis pontos. 1. As práticas da orientação profissional, 2. Evolução do

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conceito da orientação profissional: da orientação profissional ao desenvolvim ento da carreira, 3. Ciclos de vida e o desenvolvim ento pessoal e vocacional do adulto, 4 O balanço de com petências pessoais e profissionais, 5. O balanço de com petências no contexto da orientação profissional, e 6. O papel dos conselheiros de orientação profissional no BC.

No capítulo IV encontram os os fundam entos epistem ológicos, caracterizando-se a investigação qualitativa, b em como, os contributos das abordagens biográficas e da investigação-form ação para as opções m etodológicas do presente estudo.

O capítulo V expõe as técnicas e procedim entos da investigação, sendo, dividido por três pontos: 1. Os procedim entos na constituição do grupo, 2. R ecolha dos dados e 3. Tratam ento de dados.

O VI e, último capítulo, expõe a leitura e interpretação dos dados, a partir da análise do corpus docum ental.

As conclusões apresentadas pretendem responder às questões inerentes à problem ática da investigação, pelo que se destacam os seguintes aspectos:

- O (m) esperado percurso dos sujeitos no Balanço de C om petências, designadam ente a capacidade de reorganização da percepção acerca dos próprios e a reapropriação de um conjunto de saberes e capacidades;

- A lgum as m udanças na form a de encarar as práticas da orientação profissional; - M ercado de trabalho e as políticas de emprego;

- A im portância dos BC no reconhecim ento de com petências; - C ontinuidade do trabalho para futuro.

A apresentação descrim inada da bibliografia reúne os contributos de trabalhos dos vários autores referenciados ao longo do estudo.

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CA PÍTU LO I - O M E R C A D O D E EM PREG O EM PO R TU G A L

Introdução

O em prego em Portugal tem apresentado um a evolução que acom panha, em bora com algum desfasam ento, o ciclo da actividade económ ica d a U nião Europeia (U.E.).

As novas filosofias e novos paradigmas da educação e form ação, bem com o do em prego activo, encontram -se articulados com a evolução económ ica e transform ação social e política, m otivo pelo qual se irá fazer uma breve caracterização, neste prim eiro capítulo, sobre o m ercado de trabalho em Portugal. C olocando-se a ênfase na em ergência dos novos m odelos de actuação ao nível das m edidas d e em prego, educação e formação ao longo da vida, concretam ente em Portugal, através d a im plem entação do Plano Nacional de Em prego, que resultam das directrizes da Estratégia E uropeia para o Em prego (EEE). Um segundo m otivo para ilustrar o assunto referido encontra-se relacionado pelo facto do Instituto do Emprego e da Form ação Profissional (IEFP) ser o organism o público responsável pela im plem entação de program as e m edidas, no que concerne à m atéria de em prego e qualificação profissional.

1. Características do m ercado de emprego

Segundo a análise feita em 2005, pelo Centro Europeu para o D esenvolvim ento da Formação Profissional (CEDEFOP), tem-se verificado nos últim os anos uma “'alteração da estrutura profissional resultante da evolução tecnológica e do aparecim ento de novos perfis profissionais em ergentes da reconversão de alguns sectores, bem como a em ergência de novos dom ínios de actividade relacionados com as telecom unicações, electrónica e industria autom óvel. Salienta, contudo, que esta evolução só se traduzirá num novo m odelo de desenvolvim ento, em que a com petitividade deixa de se basear na m ão-de-obra barata, se a par do aumento das habilitações e qualificações da m esm a se investir em processos de reconversão e m odernização das actividades económ icas.

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O m esm o docum ento refere alguns indicadores económ icos e do m ercado de trabalho, designadam ente, o aum ento do produto interno bruto (PIB ) no ano 2003, que foi de -1 ,2 % , reflectindo um abrandam ento na taxa de crescim ento da econom ia portuguesa, iniciado em 2001 (crescim ento de 1,8%).

V eriftcou-se um acréscim o do nível de qualificação da população activa (quadros m édios e superiores), bem como dos profissionais altam ente qualificados enquanto os trabalhadores sem iqualificados viram dim inuir (4% ) a sua im portância relativa, de acordo com os dados do Plano N acional de Em prego (PN E) de 2004. C onclui-se que a conjuntura económ ica desfavorável que tem afectado Portugal, nos últim os anos incidiu, principalm ente, nos em pregos que exigiam m ais ...baixas qualificações. Todavia, o desem prego na população com qualificações superiores aum entou a partir do Io sem estre de 2005, o que aponta para desajustam entos entre a oferta e a procura, já que a actividade económ ica passou a não conseguir absorver os sujeitos que apresentam qualificações mais elevadas que vão chegando ao m ercado de trabalho.

A pesar do sistem a de em prego português ter registado algum as m elhorias nas últimas décadas, continua, no entanto, a verificar-se a existência de debilidades

estruturais.

O plano de actividades do IEFP para 2004-2006, enum era algum as das características estruturais do em prego em Portugal que contribuem p ara o aum ento da taxa de desem prego e, consequentem ente, o avolum ar de pedidos de em prego registados pelos centros de em prego espalhados pelo país, ainda que em algum as regiões estes

problem as atinjam proporções m ais preocupantes: ^

■ Baixo nível de habilitação escolar e de qualificação da população activa, assim como a baixa participação na formação;

■ D esajustam ento entre com petências oferecidas e com petências procuradas, contribuindo para o aum ento do desem prego entre os trabalhadores mais qualificados;

■ Predom inância de m icro e pequenas em presas, cujos trabalhadores são

norm alm ente pouco qualificados e os em pregadores têm baixos níveis de educação e form ação pelo que, norm alm ente, não estão m uito dispostos a investir nesta área, nem a disponibilizar os trabalhadores que procuram obter mais formação. Pouco adeptas da inovação, estas em presas têm graves

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dificuldades de adaptação num a econom ia cada vez m ais aberta ao exterior e com petitiva;

■ Predom inância de em prego precário, sem vínculo perm anente, dependente da conjuntura económ ica;

■ O sector agrícola tem ainda um grande peso na estrutura de em prego. A proporção do em prego agrícola é um das m ais elevadas da U .E., enquanto o sector dos serviços m antém uma proporção de em pregos m ais baixa;

■ As m ulheres, os jovens, os trabalhadores m ais idosos e os grupos socialm ente desfavorecidos continuam a apresentar graves dificuldades de inserção no m ercado de trabalho;

■ O desem prego de longa duração em bora tenha evoluído positivam ente continua a afectar um núm ero elevado de trabalhadores, sobretudo m ulheres, mas também os indivíduos que se encontram nos escalões etários interm édios e são pouco qualificados;

■ M anutenção de significativas assimetrias regionais.

N o caso concreto da Península de Setúbal3 e de acordo com o Plano de Integração para a Península de Setúbal (PIPS), esta região apresenta características específicas, que não favorecem a sua estrutura de em prego, nom eadam ente, o envelhecim ento acentuado da população, com grande disparidade por concelho; um a estrutura em presarial com forte dicotom ia entre a dim ensão das unidades produtivas e os seus reflexos no em prego; e a taxa de desem prego mais elevada do país, atingindo elevada proporção de trabalhadores com formação de nível m édio e superior.

Estas características fragilizam os trabalhadores e tom a-os pouco com petitivos,, o que levanta problem as acrescidos quando os países elim inam fronteiras, perm itindo a livre circulação dos trabalhadores, a qual com preende o direito de:

- Responder a ofertas de emprego efectivam ente feitas;

- D eslocar-se livrem ente, para o efeito, no território dos estados-m em bros.

Na sequência do anteriorm ente exposto, tom a-se pertinente fazer uma breve evolução histórica da estrutura sectorial e da produção desenvolvida, no que diz respeito às m atérias de emprego.

•’ Foi nosso interesse referir a península de Setúbal, porque o trabalho em q u estão incide sobre o concelho do Barreiro.

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Breve evolução da estrutura sectorial da produção e do emprego

Portugal foi, até à década de sessenta, um país essencialm ente agrícola, verificando-se a partir desta altura o enfraquecim ento do peso relativo desta actividade, ainda que continuasse a concentrar um núm ero elevado de trabalhadores.

A evolução do sector prim ário, onde se inclui a agricultura e a pesca, desde o início da década de sessenta, caracterizou-se po r um a expansão da produção, m ais lenta do que a das outras actividades produtivas, im plicando a dim inuição da m ão-de-obra nela ocupada. Segundo José da Silva Lopes (1999), de 1960 a 1990 o em prego terá dim inuído um terço do seu valor inicial, e em 1989 as m ulheres representavam pouco m ais de m etade da m ão-de-obra na agricultura.

R elativam ente ao sector secundário, a indústria emergiu de form a sustentada na década de cinquenta do século X X e em 1960 outras actividades do sector secundário, nom eadam ente, a electricidade e a construção registaram igualm ente um crescim ento acelerado. A indústria transform adora apresentava já um peso significativo na econom ia nacional, ocupando um quinto da população activa, em bora laborasse em sectores tradicionais com pouca tecnologia e baixa produtividade. A par do desenvolvim ento industrial, as m anufacturas artesanais continuavam a concentrar grande parte dos activos.

De acordo com o m esm o autor, após 1973, o cenário alterou-se, a actividade industrial continuou a crescer, m as de forma m ais lenta e regular, devido à desfavorável conjuntura internacional, que im plicou a queda das exportações e, tam bém , devido à concorrência m ais agressiva dos países em desenvolvim ento, que dispunham de mão- de-obra barata, a par de um a m aior capacidade tecnológica. No entanto, verificou-se que o em prego na indústria continuou a aum entar a um ritmo sem elhante ao que se havia verificado na década anterior.

O sector terciário ou dos serviços seguiu a trajectória própria das econom ias em desenvolvim ento, ou seja, a econom ia portuguesa tom ou-se m ais terciarizada, e o aum ento do em prego neste sector, sobretudo nos serviços da adm inistração pública, superou os restantes.

N um a perspectiva de evolução social, de salientar (de acordo com os dados apresentados pelo M inistério do Trabalho e da Solidariedade, em 2002), que foi sobretudo entre os anos de 1995 e 2000, que a repartição da população em pregada pelos grandes sectores da econom ia registou alterações progressivas. Os sectores prim ários e

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secundário perderam peso face ao sector terciário. O sector prim ário passou de 13,4% em 1998 p a r a '12,5% em 2000 e o secundário de 36,1% para 35,3% , enquanto que o sector terciário passou de 50,5% para 52,2% da população em pregada, igualm ente neste período.

Dentro do sector secundário, por sua vez, verificou-se que a indústria transform adora, que outrora desem penhou um papel fundamental para o crescim ento económ ico e do em prego, tem vindo a sofrer decréscimos sucessivos na criação de em prego suplantada principalm ente pelo sector da construção. Segundo a análise feita no Plano N acional de Em prego de 2003, o sector da construção e os serviços foram o principal m otor do crescim ento do em prego até 2002.

D e acordo com os dados do IEFP, em 2004, no segundo trim estre de 2003 assistiu-se à dim inuição do em prego na indústria transform adora, à sem elhança do que tem vindo a acontecer nos últim as anos, m as também na construção civil e obras públicas, que tinha sido responsável em 2002 por um grande volum e de em prego, como já referido anteriorm ente.

Relativam ente ao sector dos serviços apresentaram, igualm ente, um a redução, com excepção das actividades ligadas à área da saúde e de serviço social, onde o

em prego aum entou.

A agricultura, contrariando a tendência dos últimos anos, viu aum entar o seu núm ero de efectivos.

2. Políticas d e emprego e formação

N as últim as três décadas distinguiram -se três fases no que diz respeito às políticas de em prego e formação em Portugal, respectivam ente, no início dos anos sessenta até m eados dos anos setenta; a segunda até meados de oitenta e a terceira, a actual, caracterizada pela im plem entação do Plano Nacional de Em prego. Segundo Acácio Catarino (1999), poder-se-á adm itir a m aturação de uma quarta.

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- Da década de 1960 a m eados da década de 1970

Surge, então, o Fundo de D esenvolvim ento da M ão-de-O bra com objectivos na “protecção do desem prego, incluindo o desem prego resultante dos num erosos processos em curso da actividade económ ica” . (João M oura, in Acácio C ararino, 1995, p. 33) Hm 1979, vai dar origem ao Instituto de Em prego e Form ação Profissional.

N este período identificam -se algum as acções, tais como:

- a incidência na oferta de form ação através do Serviço de Form ação Profissional. Integra sim ultaneam ente, as funções do Centro N acional de Form ação de M onitores, com o intuito de realizar o ajustam ento entre a oferta e a procura ao nível da formação profissional.

Por outro lado, surge tam bém o Serviço Nacional de Em prego (SN E), com a m issão de ajustam ento entre a procura e as ofertas de emprego.

Com este modelo fragm entado, separou-se o acto de trabalhar a form ação, não se valorizando a form ação inform al. V crificou-sc um a m aior aproxim ação do modelo escolar e um a acentuada intervenção estatal. A função e o papel representativo, cada vez m aior, da tecnicidade bem com o a form ação pessoal, tam bém se fazem sentir.

Surge neste contexto, o pagam ento de rem unerações ou subsídios aos form andos. Existe, assim, um a filosofia que se foi arrastando até aos dias de hoje, em que fazer formação, nos m oldes descritos anteriorm ente, será igualável a ter um em prego, pois dispõem de um vencim ento.

É de referir a os prim eiros centros protocolares para a form ação profissional, em ergiram a partir do C onselho C onsultivo do Fundo de D esenvolvim ento da M ão-de-

Obra.

- De m eado s d a d éca d a de 1970 aos fm ais d a d é c a d a de 1980

N a segunda fase existem algum as alterações, m arcadas pelas transform ações ocorridas em 1974. No que concem e ao Emprego, passou a existir um a m aior actuação sobre a oferta de em prego, m ediante a atribuição de apoios financeiros para a criação de postos de trabalho, financiados pelo antigo Fundo de D esem prego, inscritos nos objectivos do Fundo de D esenvolvim ento da M ão-de-Obra. Estas iniciativas foram preconizadas a partir da O rganização de Cooperação e D esenvolvim ento Económico (OCDE).

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A ssim , verificou-se um ajustam ento por parte da procura e oferta de em prego, com um a actuação diferente, increm entando actividades com o o caso da inform ação e orientação profissional, m edicina do trabalho e apoio social com o lançam ento do subsídio de desemprego.

No que diz respeito ao cam po da formação profissional, em ergem três m om entos distintos:

Um prim eiro, com o alargam ento da rede de centros de form ação sustentado pelos apoios da U nião Europeia (pré-adesão).

A formação contínua com eça a ser pensada e desenhada p ara o m ercado e não para as necessidades. D esta forma, a formação assume-se com o sendo a solução para todos os problem as nas organizações, é um a espécie d e receita rápida e eficaz, atenuando sintom as, m as descurando muitas vezes as causas da “doença” .

Um segundo, em erge com o sistem a de Aprendizagem em 1984, na sequência de acções experim entais anteriores. É institucionalizada a form ação em regim e de alternância4. Esta m odalidade de formação com porta três com ponentes: a vertente sócio-cultural, a form ação científico-tecnológica e a form ação prática. Esta m edida form ativa está ancorada nas reform as veiculadas no m om ento ao nível das políticas de educação e form ação, pelo que apresenta dois objectivos: dotar os jo vens de uma qualificação profissional e, sim ultaneam ente, uma equivalência escolar. N este sentido, pretende contribuir para a prom oção da qualificação de base daqueles que ficam excluídos precocem ente do sistem a escolar. A cresce dizer que este m odelo tem sido reform ulado ao longo dos anos de acordo com as orientações da C om issão N acional de Aprendizagem (CNA).

Favorecer, igualm ente, o desenvolvim ento pessoal e social dos jovens, contribuindo para a em ancipação dos formandos, é uma das principiais m issões do sistem a de formação “A prendizagem ”. Contudo, o seu desígnio assenta num a acção organizada produtiva de serviços de valor acrescentado, de com petências técnicas e capital humano para consum o de mercado (Lim a João, 2003).

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Segundo A cácio C atarino (1995), “nã o adm ira que p o u c o ten h a sid o assum ida e teorizada a rea lid a d e m ercado (ou p ro to -m erca d o ) d e fo rm a ç ã o e que, no fu n d o tenham subsistido, com desconhecim ento m útuo e à se m e lh a n ç a d o perío d o anterior, d u a s rea lid a d es fo rm a tiv a s: a inerente ao p ró p rio trabalho, considerada in fo r m a l e inferior; e a fo rm a liza d a em a cç õ es o u cursos, revelando um a

certa p ro p en sã o - natural, aliás - p a r a se aproxim ar d o m odelo escolar " (p. 15).

A utilização da expressão “proto-m ercado” por parte do autor sublinha que a formação constitui um m ercado especial (ou uma actividade m ista) e que os respectivos problem as não se resolvem , nem exclusivam ente nem fundam entalm ente, através do mercado.

1 Üm terceiro m om ento, através da adesão do nosso país à U nião Europeia (1986), da qual resultaram diversas orientações com unitárias, integradas na legislação portuguesa e com o acesso a financiam entos vultosos para a dinâm ica de projectos de formação profissional.

Surge a publicação d a Lei de Bases do Sistem a Educativo5, com plem entada por m ais alguns dom ínios referentes à form ação profissional. E então, criada a D irecção Geral do Em prego e da Form ação Profissional.

Q uanto ao em prego, reforçaram -se as actividades pelo lado d a oferta com a em ergência de várias m edidas e programas, juntam ente com percursos de formação profissional, com eçando, desta forma, a cativar novos candidatos a em prego. O público- alvo passa a ser o candidato ajustado a um a m odalidade form ativa, sob a forma de program as de acordo com o seu nível de escolaridade, contexto social, cultural e económ ico. N este contexto, a form ação profissional é concebida cada vez mais, de um a forma “ortopédica” para os sujeitos com m aiores dificuldades de inserção no mercado de trabalho (Canário, 1999).

Deste m odo, cresceu, potencialm ente, a intervenção do Estado em vez do mercado de form ação, institui-se, desta forma, o sistem a da subsidiação com todas as desvantagens inerentes ao peso burocrático e dependência; desencadeando mudanças sistem áticas por parte dos técnicos e actividades sucessivam ente interrom pidas. E sobre esta fragilidade que se desenvolvem muitos projectos, sem que haja um a intervenção efectiva e contínua dos cidadãos.

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N o que diz respeito à relação formação e m undo de trabalho, é im portante frisar, que pelo facto de um sujeito possuir qualificação superior, nos dias de hoje, não é sinónim o de um a “protecção segura contra o que vulgarm ente se designa po r exclusão social” (Canário, 1999b, p. 2). Efectivam ente, é testem unhado hoje, pelos candidatos desem pregados, um a “crescente desvalorização dos diplom as” (op. cit., p. 1) obtidos por via do ensino superior, ao m esm o tempo que assistim os a um a “crescente raridade de em pregos” (op.cit., p .l) . Constatam os, por isso, a “passagem de um a relação de

previsibilidade entre a form ação profissional e o m undo do trabalho para outro do tipo

de relação, m arcada pela incerteza” (p.3).

^ N este sentido, é referido pelo m esm o autor, o com prom etim ento de dois m odelos na actualidade: m odelo de adequação e de adaptação funcional. A m bos apresentam com o intuito a adaptação de um a form ação cujos conhecim entos serão acum ulados e, p or outro lado, adequar condutas de acordo com as exigências para a realização de cada tarefa. A liado às rápidas e constantes transform ações no m undo do trabalho, é necessário “ desenvolver um reflexo de aprendizagem perm anente, de aprender a identificar o que é preciso saber e aprender a aprender com a experiência” (op.cit.p.3).

Com eça-se por verificar que o tempo de vida das em presas, actualm ente, é m uito m enor e desta forma, são os sujeitos que passam po r várias em presas (já não existe a ideia do em prego para toda a vida) Deste modo, a relação form ação-trabalho assenta sob três m odelos (C anário, 1999b):

Io - A intensificação da m obilidade profissional. C om efeito, haverá cada vez m ais m u d anças"'d e natureza profissional. Os sujeitos com um a form ação de base desem penham funções em áreas com pletam ente diferentes da sua qualificação inicial. Desta forma, não existe um a profissão para toda a vida, mas sim um a vida com várias profissões.6.

2o - A rápida obsolescência da informação. Os sistem as form ativos devem ser desenvolvidos, não num a lógica de acum ulação de saberes, m as na produção dos mesm os. Deve dar-se lugar à investigação neste cam po, de acordo com uma pesquisa de intervenção m ultidisciplinar.

6 C om o exem plo de um novo m odelo de form ação destinado a licenciados com ex p eriência profissional pouco significativa, apresenta-se a Form ação Prática Q ualificante (experiência iniciada em S etem bro de 2004) prom ovido pela A cadem ia de Form ação da A uto-E uropa (A TEC ).

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3o - As m utações verificadas ao nível das organizações do trabalho. A s alterações nos m odos de fazer e pensar o trabalho levam à valorização de outras com petências, não apenas nas capacidades de natureza técnica, mas sobretudo de natureza analítico- sim bólica. N esta óptica, R ui Canário (1999b) apresenta cinco itens fundam entais de análise sobre a problem ática da form ação profissional contínua: a relação entre a form ação e a especialização; a relação entre a formação e a socialização; a relação entre form ação e pesquisa; a relação entre form ação e experiência e a relação entre a form ação e a identidade profissional.

- V isão europeia - E stratégia E uropeia de Emprego

O s objectivos estratégicos da segunda fase da Estratégia Europeia para o Em prego passam pela m elhoria da qualidade e da produtividade do trabalho; o reforço da coesão social e a inclusão social com intuito de prom over o saber. N este contexto, o PN E, para o ano de 2003, apresentou com o intuito alargar as form as de aprendizagem , contribuindo assim para o aum ento das qualificações, a m odernização do tecido em presarial, a prom oção da inovação e o aum ento da com petitividade. D este m odo, e de acordo com as prioridades políticas surge um a estratégia que engloba reform as ao nível económ ico e estruturais da A dm inistração Pública, para responder à situação sócio- económ ica desfavorável vivida no país, através do Programa de Em prego e Protecção Social 7(PEPS), destinado a um período tem poral de 2003 a 2006.

É tam bém , apresentada na m esm a lógica, o Relatório da U.E. “B angem an” (M aio de 1994), o livro branco “E nsinar e aprender. Rumo à sociedade C ognitiva” cuja razão da sua existência aponta para três obrigações: inserção social, o desenvolvim ento de aptidões para o em prego e a realização pessoal do sujeito, na realização do seu desem penho profissional. R efere ainda que:

“No m undo inteiro, as tecnologias da inform ação e das telecom unicações geram um a nova revolução industrial” . (...); é certo que a tecnologias da inform ação transform aram a natureza do trabalho e organização da produção e que as tecnologias da inform ação operam uma aproxim ação entre modos de aprender e os m odos de produzir” , (p.45).

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- O Plano N acional de E m prego (1998 a 2002 e de 2003 a 2006)

O problem a do desem prego na Europa, em 1997, com cerca de 25 a 30 m ilhões desem pregados (dados com unicados pelo Eurostat), leva à realização da prim eira Cim eira Europeia sobre o desem prego. São lançados nesta sequência planos de acção nacionais em Junho de 1998. Cada país, por sua vez, (dos quinze da U nião Europeia) apresentou um a m etodologia de com bate ao desem prego, sobretudo para os jo v en s com m enos de vinte e cinco anos e para os desem pregados de longa duração.

O PNE m aterializa o com prom isso assumido pelo Estado Português, na Cim eira

Extraordinária-sobre o E m prego do Luxem burgo, em N ovem bro de 1997, no âm bito da

Estratégia Europeia p ara o Em prego (EEE), consubstanciada num conjunto de directrizes decididas à escala europeia e im plem entadas à escala de cada um dos Estados M embros, tendo em conta as respectivas especificidades.

Foram nessa m esm a data apresentados dados estatísticos da E urostat, evidenciando que Portugal era o país da União Europeia, com um a m aior percentagem de população em pregada, com o o mais baixo nível de educação e as m enores percentagens com o nível m édio e superior, em relação aos restantes países. De acordo com o Estudo da P opulação A ctiva de 2003, 78% da população portuguesa entre os 25 e os 59 anos possuía qualificações inferiores ao ensino secundário e apenas 12% possuía m ais do que este nível de qualificação. Saliente-se que a população portuguesa apresenta uma das m enores participações em actividades de educação e form ação. C ontinuam os apenas com 11% de licenciados, segundo dados apresentados no novo program a do G overno no âm bito do Plano Tecnológico (Novas O portunidades), que com para esta percentagem com os 21,8% na União Europeia, ainda com os quinze países.

O PNE obedece, assim , à lógica plurianual da EEE, com uma prim eira fase instruída por um período de cinco anos (1998 a 2002). Tendo sido avaliado este período em 2002, deu lugar a um a segunda (fase) geração de directrizes para execução tem poral entre 2003 e 2006.

De acordo com a R esolução do Conselho de M inistros n° 185/2003, o presente PNE procura dar respostas às linhas directrizes para em prego aprovadas pela decisão do Conselho Europeu de Junho de 2003, bem como às recom endações que foram dirigidas

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a Portugal, em 2002, em m atérias de políticas de emprego, procurando ainda garantir a coordenação entre as políticas de em prego e as políticas m acroeconôm icas e sectoriais.

D este m odo, o PNE assenta em quatro pilares: I — M elhorar a em pregabilidade

■ Facilitar a transição entre a escola e o m undo do trabalho ■ M elhorar a qualificação de base e profissional

■ P revenir e com bater o desem prego de jo v en s e adultos

■ T rabalhar em parceria

II - D esenvolver o espírito em presarial ■ Incentivar o espírito em presarial

■ A poiar a criação de novos em pregos e empresas

III - Incentivar a capacidade de adaptação

■ M odernizar a organização do trabalho

■ A poiar a capacidade de adaptação das empresas

IV - R eforçar as políticas de igualdade de oportunidades ■ C om bater a discrim inação entre hom ens e mulheres

■ P rom over a igualdade de oportunidades para as m inorias étnicas ■ C onciliar a vida profissional e fam iliar

■ Facilitar a inserção de pessoas com deficiência

R elativam ente aos quatro pilares apresentados centrar-nos-em os na presente investigação no pilar um , ou seja nos aspectos inerentes à prevenção e ao com bate do desem prego em adultos. A preocupação do presente estudo centra-se na questão de partida na tentativa de com preender com o o desem pregado pode transform ar o m om ento de desem prego na construção de um projecto coerente, com o auxílio de um program a de orientação profissional. No fundo, pretende-se que o sujeito possa dar um sentido ao que vive e ao que tem vivido ao longo da sua vida. A partir daqui poderá resultar uma transform ação de um m om ento difícil, do ponto de vista pessoal, psicológico e social, para a criação de um a nova oportunidade. Porventura, poder-se-á perguntar: com o conseguem criar novas trajectórias de vida a partir dos seus saberes adquiridos?

N este contexto, podemos pensar na função dos COP, enquanto técnicos de acom panham ento aos adultos desem pregados nos Centros de Emprego. Existe pois,

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um a dupla tarefa, po r um lado, com o representante d e uma Instituição Política e por outro, com o um especialista do acom panham ento. D e salientar a sua dupla função destes técnicos conform e refere Josso (2004, in Canário & Cabrito, 2005), afirm ando que o técnico de acom panham ento, no seio destas “pressões” deverá adoptar uma atitude equilibrada m ovida pelo seu bom senso, porque no fundo os técnicos, são “duplos agentes” , (p. 118). R epresentam como tal um papel com o técnico que executa as políticas do governo (e são portanto representantes do govem o), por um lado, no que concerne às estratégias no âm bito do Plano N acional de Em prego (PNE), por outro, a sua actuação é sim ultaneam ente de apoiar o sujeito na situação de desem prego. A postura crítica (de form a construtiva) em relação às normas e regras definidas pelos órgãos políticos é essencial, daí resultou por parte do investigador a necessidade de realização deste trabalho de investigação.

U m a vez apresentado o Plano N acional de Em prego com o um a m etodologia aplicada nos Centros de Em prego, este poderá contribuir para a reflexão e revisão de conceitos e quadros de actuação, para prom over novas formas de encarar o m om ento do desem prego, sendo, sim ultaneam ente, a oportunidade para definir linhas de orientação a fim de se encontrarem estratégias adequadas à população portuguesa (A m brósio, 1998).

Q uanto a um a definição m ais precisa sobre as políticas de em prego, de referir o capítulo I do D ecreto-Lei 132/99 de 21 de Abril, designando a política de em prego da seguinte forma:

A p o lític a de em prego é um in stru m en to d e g a ra n tia do d ireito ao tra b a lh o e tem p o r objectivo a p re v e n ç ã o e resolução d o s p ro b le m a s d e em prego, incluindo a m elhoria da q u a lid a d e d o em prego, a p ro m o çã o do p le n o em prego e o c o m b a te ao desem prego no quadro do d esenvolvim ento socio-

económ ico, no sentido d e m elh o ra r o s níveis de bem -estar da população.

Esta citação, datada de 1999 define a política de em prego num a perspectiva pouco real para o m ercado de trabalho actual. O em prego com eça a ser um “bem escasso” e o pleno em prego passa a ser um mito. Constata-se que já não é possível escolher o trabalho pretendido e a com petição pelos em pregos disponíveis será cada vez maior. O vínculo laborai é cada vez mais precário. N este sentido surgem novas formas de organização e de prestação do trabalho.

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É im portante frisar q u e o aum ento da produtividade não é sinónim o de aum ento de postos de trabalho, dado q u e não se pode evocar este conceito sem ser integrado num contexto económ ico e social.

Do m esm o m odo, são utilizados um conjunto de palavras term inadas em «bilidade», com o é o caso do conceito empregabilidade, flexib ilid a d e e adaptabilidade, no sentido de se esbaterem as dificuldades no acesso ao em prego. C ontudo e, segundo a opinião de Im aginário, C oim bra, Parada (2001), baseados nos estudos de D ugué & M ailleboulis, (1994), o aparecim ento do term o com petência aliado à ideia de

flexibilidade ou de adaptabilidade, constitui um marco fundam ental no actual processo

de transform ações dos percursos escolares e profissionais. Este facto é.; justificado através das alterações nos novos modos de organização do trabalho em que a com petência assum e um a nova form a de análise e descrição de funções, enquadrada num a visão dinâm ica do trabalho e da formação profissional.

Segundo os m esm os autores, estas alterações introduzem , assim , o conceito de carreira profissional, em q u e o próprio trabalhador com eça por encarar todas as transform ações sociais, económ icas e laborais. Desta forma, os sujeitos passam a ter a ideia de que já não existem em pregos e/ou profissão para toda a vida, m as sim um conjunto de oportunidades que podem surgir em função das condições geográficas e económ icas de cada região.

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3. Os Serviços Públicos de E mprego

O IEFP é um Instituto Público desconcentrado, dotado de personalidade jurídica de direito público, com autonom ia adm inistrativa e financeira e patrim ónio próprio, que prossegue as políticas de em prego e form ação profissional definidas e aprovadas pelo

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governo.

O s program as de âm bito geral de intervenção dos serviços públicos de em prego com preendem o apoio ao funcionam ento do m ercado de emprego, nos seguintes eixos: - Estím ulo à procura de em prego, estando incluindo m odalidades especificas de intervenção, tais com o a inform ação e orientação profissional, bem com o, a cooperação na protecção social no desem prego.

- Estím ulo à oferta de em prego, que diz respeito à disponibilização de ofertas de em prego locais, a nível nacional e nos países estrangeiros. A possibilidade de criação do próprio em prego e o apoio a micro, pequenas e m édias empresas.

- Estím ulo ao ajustam ento entre a oferta e a procura, que passa pelos serviços prestados ao nível da colocação no m ercado de trabalho.

Os Serviços Públicos de Em prego têm desem penhado um papel fundam ental na execução de um a política integrada de em prego e formação profissional, inicialm ente baseados nas C onvenções e Recom endações da Organização Internacional do Trabalho (OIT), hom ologadas por Portugal, pela organização e D esenvolvim ento Económ ico (O CED ) e, actualm ente tam bém pela Com unidade Europeia.

Com a adesão do nosso País à União Europeia, na época (1986) denom inada por C om unidade Económ ica Europeia (CEE), surgem desde então, novas orientações a -- partir de um conjunto de Cim eiras definidas em conjunto pelos Estados-m em bros. Por conseguinte surgem alterações em m atéria do emprego, educação e formação profissional.

De relem brar a im portância do PNE, com vista a proporcionar a todos os desem pregados antes de com pletarem seis m eses de desem prego no caso dos jo v en s e de doze m eses no caso dos adultos, sob a form a de formação, reconversão, experiência

s S ignificado d o sím b o lo do IEFP: preiende sim b o lizar a convergência dos o b je ctiv o s essen ciais do Instituto - o E M P R E G O e a FO R M A Ç Ã O - com o cunho universalista e hum anista que os ca racteriza . O sím bolo representa de form a estilizada uma figura hum ana, de braços levantados e ab erto s (em saudação). É form ado pelas letras “ E” (em prego) e “ F” (form ação), a prim eira invertida, un id as pelo sin al de conjunção “ U” e en cim ad as por um circulo (o globo).

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profissional, em prego ou qualquer outra m edida que favoreça a integração no m ercado de trabalho; incluindo, de m odo geral, a orientação profissional e aconselham ento individuais.

A m issão dos C entros de E m prego

Os Serviços de Em prego 9 têm como fim últim o o desenvolvim ento de uma política visando o acesso d e todos os cidadãos a um em prego produtivo e livrem ente escolhido, existindo um recurso junto dos serviços de form a totalm ente livre e voluntária. D este m odo, a m issão dos serviços de em prego preconizam a sua actuação no sentido de:

- Facilitar aos trabalhadores encontrar em pregos convenientes e aos em pregadores os trabalhadores de que necessitam .

- D isponibilizar os necessários serviços de O rientação profissional. - D isponibilizar os necessários m eios de formação profissional.

- A poiar o em prego e a inserção profissional dos desem pregados consoante as suas características e necessidades específicas.

No âm bito das políticas definidas pelo governo no que respeita à m atéria do em prego, os Centros de Em prego assum em -se como o instrum ento operativo para a sua execução.

Assim sendo, cum pre que à organização interna dos C entros de Em prego e as

suas articulações com o m eio envolvente desenvolverem uma dinâm ica,

sim ultaneam ente coesa, coerente e interactiva. Coesa e coerente, para um a actuação com patível com a diversidade e exigência de situações que diariam ente se confrontam , nas suas áreas de intervenção.

O papel é interactivo, no que concerne à integração das respectivas estratégias de desem penho, com a articulação estreita com a valência do espaço sócio-envolvente, em que o Centro de Em prego funcionará sim ultaneam ente como elo agregador de sinergias e pólo difusor e transform ador das conjunturas.

O Centro de Em prego é, pois, uma estrutura local vocacionada para a dinam ização e o apoio ao desenvolvim ento socio-económ ico da respectiva área de

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influência em sinergia com outros actores e agentes económ icos. N este estudo abordar- se-á a realidade do C onselho do Barreiro (D istrito de Setúbal), no que diz respeito às problem áticas definidas ao longo da presente investigação

Do ponto de vista das com petências do Centro de Em prego, para atingir os seus objectivos apresenta um conjunto de tarefas genéricas ao seu funcionam ento, tais como:

■ o conhecim ento do m ercado de trabalho; ■ a inform ação e a orientação profissional; ■ a caracterização da procura;

■ a caracterização da oferta de emprego;

■ o ajustam ento da procura a oferta tendo em vista a inserção profissional dos candidatos a em prego,

■ a identificação das necessidades de formação no sentido de colaborar no planeam ento e dinam ização das acções de formação profissional em articulação com as estruturas form ativas existentes (os Centros de Form ação Profissional do IEFP- Instituto de Em prego e Formação Profissional), C entros Protocolares e Entidades externas, acreditados e reconhecidas pelo IN O FO R- (Instituto para a Inovação da Form ação), agora designado por Instituto da Q ualidade da Form ação (IQF);

■ outras form as, ainda, que visam facilitar a inserção do utente, com o é o caso de parcerias estabelecidas entre os Centros de A tendim ento de T oxicodependentes - C A T (M inistério da Saúde), bem como o Instituto de Reinserção Social, cuja população abrangida são os ex-reclusos (M inistério da Justiça). O objectivo é potenciar, com os utentes, a sua reinserção socioprofissional;

■ a prom oção, apoio e acom panham ento da execução de m edidas de em prego e, de inserção e form ação profissional junto das entidades.

O conhecim ento do m eio envolvente é determ inante para o funcionam ento do Centro de Em prego devendo abranger:

■ Á rea geográfica;

Imagem

Gráfico 2:  Situação  Face ao  Emprego - Ano 2004
Gráfico 4: Tempo de  Inscrição - Ano 2004 6000 ;•  n -   V  V.-Í  ; £ .. :i  "s-  • : : ■ - ï
Gráfico 6:  Grupo  Etário - Ano 2004 3500  -I  3000  -  2500  ■  2000   -   1500  -  1000   -   500  -  0   -642 550 < 25 Anos 30072113158014271192 117294125-34 Anos35-54 Anos Grupo Etário
Gráfico 8:  Género dos  Desempregados - Ano 2004 9000  -j  8000  -  7000  -  6000  5000  -I 4000  3000  2000  -\  1000  0 2287.U I 42261988-•1939M548X-II Barreiro □ Mulheres Moita I Homens Total F onte:  1E F P/D PE/D SE -  200401
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Referências

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