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U m a noção abordada na' actualidade por alguns psicólogos, para explicar como reagem as pessoas a situações m ais nefastas decorridas na sua vida, centra-se no conceito de resiliência, ou seja Resiliere (ressaltar), com origem no latim . M ede a capacidade de um indivíduo antecipar as m udanças rápidas e repetidas da carreira e, em sobressair perante as crises.

O conceito de resiliência poderá ser m uito útil pela sua form a de abordar as fases de interrupção no m ercado de trabalho, uma vez que já não se prevêem em pregos para toda a vida. No contexto deste estudo, poderá ser um contributo para a com preensão do que se passa como os sujeitos desem pregados e, sim ultaneam ente, participantes do BC.

No cam po da Psicologia, os contributos de Boris Cyrulnik, em 1996; (in Erick, 2004), têm-se aplicado no contexto do apoio às crianças vítim as de traum atism os e choques, encarados com o situações dram áticas, susceptíveis de d estruir a capacidade de se constituírem como um adulto “norm al” e que, no entanto, o conseguiram (Erick A lbert, 2004).

Esta resiliência dá um sentido de triunfo que só pode existir depois da criança viver um a transform ação. Porém, no acto da agressão, existe um sentim ento m isturado de sofrim ento e de esperança. Q uer isto dizer, que no momento da ferida (sofrim ento), a criança abatida, no fundo tam bém sonha: um d ia ... Q uer dizer, que existe a esperanças de poder ultrapassar o m om ento m ais tenebroso, porque ela sente que, no fundo, possui capacidades interiores, para o ultrapassar. De acordo com esta perspectiva, o autor pretende transm itir a ideia de que existe um “merveilleux m alheur” , associado sem pre a um estado em ocional positivo inconsciente. 25 No adulto, perante as situações de maior desconforto, o conceito de resiliência encontra-se associado à capacidade de resistência

às situações adversas (invulnerabilidade). Será pois uma característica p ró pria de cada sujeito. De uma form a geral, “resiliência é a capacidade universal que perm ite uma pessoa, grupo, ou com unidade previna, m inim ize ou supere efeitos nocivos das adversidades” (G rotberg, 1995, p. 7, citado por Y unes, 2003, p. 78).

O conceito de resiliência, quando m encionada no cam po d a Psicologia (Psicologia Positiva, assente nos estudos qualitativos centrados na pessoa), o seu enfoque passa pela análise da relação estabelecida entre um determ inado sujeito, com as suas características pessoais, no confronto com os acontecimentos do seu quotidiano, no seio fam iliar, laborai, am biental, social, cultural e político, ou seja, no seu habitat.

j. Esta perspectiva pressupõe a existência de processos subjacentes ao próprio sujeito que explicam a superação de situações adversas vivenciadas. No fundo, este conceito é utilizado em processos que explicam a “superação” de crises e adversidades em indivíduos, grupos ou organizações.

De acordo Rutter (1985; 1996, in Anaut, 2005), o sujeito resiliente concilia três características:

1) A consciência da sua auto-estim a e do sentim ento de si; 2) A consciência da sua eficácia;

3) Um reportório de form as de resolução de problem as sociais.

A presenta tam bém um foco, muito especial, no indivíduo. O conceito é, assim, definido com o a capacidade universal que perm ite à pessoa prevenir, m inim izar ou superar os efeitos nocivos das adversidades. (Grotberg, 1995, p. cit in Y unes, 2003).

R esiliência é um conceito controverso, no entanto utilizado pelo m ovim ento intitulado Psicologia Positiva, (tem vindo a ser discutido pela com unidade científica). O m ovim ento‘da Psicologia H um anista 26 em ergiu e destacou-se pela “tentativa de leyar os psicólogos contem porâneos a adoptarem uma visão mais aberta e apreciativa dos potenciais, das m otivações e das capacidades hum anas” (Sheldo & K.ing, 2001, p. 216), citado por Y unes, 2003).

Na verdade, com esta mensagem , adm ite-se um trabalho centrado na valorização e reconhecim ento das capacidades do próprio sujeito, tal com o preconizado por D om inicé (1986). Este autor afirm a que a formação de adultos é um processo que leva o sujeito à afirm ação de si, com vista à sua autonom ização.

A questão essencial passa por saber como é que cada sujeito encara e aprende por cada passagem , pela (s) transição (Ões), pois poderão enfrentar uma transição com sucesso, mas, num a próxim a o resultado pode ser diferente, com o por exem plo, sentir alguma incapacidade perante a situação.

Segundo Schlossberg (op.cit), existem alguns recursos nos sujeitos que determ inam a form a de encarar cada transição. Encontram -se divididos por um sistem a de quatro S, (Situarions, Soi, Soutiens. Stratègies), ou seja, “Situação”, “ Eu”, “A poios” e “ Estratégias” .

A “ S ituação” designa, efectivamente, a situação da pessoa no m om ento da transição.

O “ Eu” refere-se às características pessoais e sociais, como por exem plo a idade, sexo, etnia, estatuto social e aos recursos psicológicos existentes no m om ento da transição, tal com o por exem plo: ser e estar mais ou menos optim ista, resiliente, acreditar nos seus valores, entre outros.

De referir o quanto é importante a forma com o a pessoa m obiliza estas propriedades pessoais, pois são determinantes na m aneira de suportar a situação em que se encontra.

As “ Estratégias” (estas também avaliadas na análise de conteúdo) designam , no fundo, as diferentes formas de enfrentar o problema. Diz respeito ao facto de se tentar controlar a situação, controlar o que significa o m om ento/problem a (vão pensar sobre o que está a acontecer), ou ainda, “gerir” o stress e angústia circunscritos ao m om ento vivido.

Neste contexto, de salientar, a necessidade de se im plem entarem estratégias para ajudar as pessoas a fazer face às transições.

N ancy Schlossberg, citado por Guichard (2005) sugere, assim , para apoiar os indivíduos em fase de transição, o modelo de interacção de aconselham ento de L. Sherilyn e Harold L. H ackney (1993) que com preende cinco etapas: 1. a construção da relação; 2. a avaliação; 3. a definição de objectivos; 4. as intervenções; 5. conclusão e acom panham ento. Este modelo é pois, sem elhante ao desenvolvido pelo Balanço de Com petências, nesta investigação.

4. O B alanço de C om petências pessoais e profissionais

No próxim o ponto serão abordados os assuntos relacionados com as origens, as práticas do Balanço de C om petências pessoais e profissionais (BC) e centra-se no contexto das alterações do m undo do trabalho.