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Rev. Bras. Ciênc. Esporte vol.39 número1

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www.rbceonline.org.br

Revista

Brasileira

de

CIÊNCIAS

DO

ESPORTE

ARTIGO

ORIGINAL

Em

pauta

a

produc

¸ão

do

Grupo

de

Trabalho

Temático

Atividade

Física

e

Saúde

do

Colégio

Brasileiro

de

Ciências

do

Esporte

(1997-2011)

Maria

Isabel

Brandão

de

Souza

Mendes

a

,

Nádia

Souza

Lima

da

Silva

b,∗

,

Marcos

Santos

Ferreira

b

,

Maria

Aparecida

Dias

a

,

Alexandre

Palma

c

,

Giannina

do

Espírito-Santo

d

,

Carlos

Alexandre

Vieira

e

e

Paula

Nunes

Chaves

f

aUniversidadeFederaldoRioGrandedoNorte(UFRN),CentrodeCiênciasdaSaúde,DepartamentodeEducac¸ãoFísica,Natal,

RN,Brasil

bUniversidadedoEstadodoRiodeJaneiro(UERJ),CentrodeEducac¸ãoeHumanidades,InstitutodeEducac¸ãoFísicaeDesportos,

RiodeJaneiro,RJ,Brasil

cUniversidadeFederaldoRiodeJaneiro(UFRJ),EscoladeEducac¸ãoFísicaeDesportos,ProgramadePós-Graduac¸ãoStrictoSensu

emEducac¸ãoFísica,RiodeJaneiro,RJ,Brasil

dCentroUniversitárioAugustoMotta,DepartamentodeEducac¸ãoFísica,RiodeJaneiro,RJ,Brasil eUniversidadeFederaldeGoiás(UFG),FaculdadedeEducac¸ãoFísicaeDanc¸a,Goiás,GO,Brasil

fUniversidadeFederaldoRioGrandedoNorte(UFRN),CentrodeCiênciasdaSaúde,ProgramadePós-Graduac¸ãoemEducac¸ão

Física,Natal,RN,Brasil

Recebidoem19dejulhode2013;aceitoem13deoutubrode2013 DisponívelnaInternetem2demarçode2016

PALAVRAS-CHAVE

Atividadefísica; Saúde;

Conhecimento; ColégioBrasileirode CiênciasdoEsporte

Resumo Estapesquisatemcomoobjetivomapearaproduc¸ãocientíficadoGrupode

Traba-lhoTemático(GTT)AtividadeFísicaeSaúdepublicadanosAnaisdosCongressosBrasileirosde CiênciasdoEsporte(Conbrace)de1997a2011,comvistasarefletirsobreindicadores epis-temológicos.Apartirdaanálisedeconteúdofeitadestaca-seapluralidadedeestudossobre saúdeemdiferentesabordagenscientíficas,deacordocomcadabiênio,tendoumacréscimo dosestudosrelacionadosàshumanidades,principalmenteapartirde2007.Aponta-sea necessi-dadedeumapolíticacientíficaedeproduc¸ãodoconhecimentoemeducac¸ãofísicaquevalorize pesquisassobreoSUS,tantopormeiodoCBCEquantopelasinstituic¸õesdeensinosuperior. ©2016Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´e umartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/ by-nc-nd/4.0/).

Autorparacorrespondência.

E-mail:nadialima@globo.com(N.S.L.Silva).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbce.2016.02.013

0101-3289/©2016Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobuma

(2)

KEYWORDS

Physicalactivity; Health;

Knowledge; BrazilianCollegeof SportScience

TotheagendatheproductionofThematicWorkingGroupPhysicalActivityandHealth oftheBrazilianCollegeofSportScience(1997-2011)

Abstract ThisresearchaimstomapthescientificproductionoftheThematicWorkingGroup

(GTT)Physical Activity andHealthpublishedin theAnnals ofthe Brazilian Sports Sciences (CONBRACE)from 1997to2011,inordertoreflectonepistemological indicators.Fromthe contentanalysisperformedhighlightsthepluralityofhealthstudiesindifferentscientific appro-aches,accordingtoeverytwoyears,withanincreaseofstudiesrelatedtothehumanities, especiallyfrom2007.Pointsuptheneedforapolicyandscientificknowledgeproductionin PhysicalEducationthatvaluesresearchontheSUS,boththroughCBCE,asbyhighereducation institutions.

©2016Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisan openaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

PALABRASCLAVE

Actividadfísica; Salud;

Conocimiento; ColegioBrasile˜node CienciasdelDeporte

La producción del Grupo deTrabajo Temático Actividad Física y Salud del Colegio Brasile˜nodeCienciasdelDeporte(1997-2011)encuestión

Resumen EstainvestigacióntienecomoobjetivoorganizarlaproduccióncientíficadelGrupo

deTrabajoTemático(GTT)Actividad Físicay Saludpublicadoen losAnalesdeCienciasdel DeportedeBrasil(CONBRACE)de1997-2011conelfindereflexionarsobreelindicador episte-mológico.Apartirdelanálisisdecontenidorealizadoseponedemanifiestolapluralidaddelos estudiosdesaludenlosdiferentesenfoquescientíficos,cadadosa˜nos,conunincrementode estudiosrelacionadosconlashumanidades,especialmenteapartirde2007.Se˜nalalanecesidad deunapolíticaylaproduccióndeconocimientocientíficoeneducaciónfísicaquevalorenla investigaciónenelSUS,tantoatravésdelCBCEcomodelasinstitucionesdeeducaciónsuperior. ©2016Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Estees unart´ıculoOpenAccessbajolalicenciaCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/ by-nc-nd/4.0/).

Introduc

¸ão

OColégio BrasileirodeCiênciasdoEsporte(CBCE)foi fun-dado em 1978 e configura-se como a principal entidade científicadoBrasilquecongregapesquisadores,profissionais eestudantesdediferentesáreasdoconhecimento relacio-nadasàeducac¸ãofísica.

OCBCEélideradoporumadirec¸ãonacionalenos esta-dosérepresentadopelassecretariasestaduais.Comoparte integrantedesuacomposic¸ãotambémexistemosgruposde trabalhostemáticos(GTTs),queforamcriadosem1997ese constituemporgruposdepesquisadoresquetêminteresses comunsemtemáticasespecíficas.

Dentreos 12 GTTsexistentes sóhá registros do mape-amento da produc¸ão do conhecimento de seis deles: Comunicac¸ão e Mídia, Corpo e Cultura, Epistemologia, Escola, Memórias da EF e Esporte e Movimentos Sociais (Carvalhoe Linhales,2007).Diantedisso e,sobretudo, da necessidadedeestudosquecontribuamcomreflexõessobre aproduc¸ãodoconhecimentorelacionadaàsaúde,esta pes-quisatemcomo objetivomapear aproduc¸ãocientífica do GrupodeTrabalhoTemático(GTT)AtividadeFísicaeSaúde publicadanosAnaisdos CongressosBrasileiros deCiências doEsporte(Conbrace)de1997a2011,comvistasarefletir sobreindicadoresepistemológicos.

Torna-serelevanteomapeamentoproposto,namedida emquearelac¸ãoentreatividadefísicaesaúde,temadesse GTT,éumtemaantigoetemsidoenfocadodesdeoséculo XIX,comomostra oeditorialdaRevistaBrasileirade Ciên-cias doEsporte (RBCE)de janeirode 2001. Atualmente a produc¸ão ediscussão em torno dessa temáticacresceem volumeeimportância,namedidaemqueasevidências cien-tíficasreforc¸amatesedequeumestilodevidaativoprovoca melhorias na func¸ão e estrutura dos diferentes sistemas orgânicos, faz com que entidades internacionaisde pres-tígionaárea,comooAmericanCollegeofSportsMedicine (ACSM),afirmemquesuapráticaregularfavoreceaspectos importantesparaasaúdeequalidadedavidadosindivíduos detodasasidades(ACSM,2009;ACSM,2011).

(3)

Ferreira,2001).Essesfatosreforc¸amaindamaisa relevân-ciadopresenteestudoparaumamelhorcompreensãodesse fenômenonointeriordoGTTAtividadeFísicaeSaúde/CBCE.

Material

e

métodos

Estapesquisacaracteriza-secomoumestudohermenêutico (RICOEUR, 1976) e foi feitapor pesquisadores do Comitê CientíficodoGTTSaúde.Propiciaumestudoemrede,agrega universidadesdoNordeste,doCentro-OesteedoSudeste, como a Federal do RioGrande do Norte(UFRN), a Fede-ralde Goiás(UFG),a Federal doRiodeJaneiro(UFRJ), a doEstadodoRiodeJaneiro (UERJ)eoCentro Universitá-rioAugustoMotta(Unisuam).Esseestudoemredefavorece ointercâmbioacadêmico-científicoentrecincoinstituic¸ões nacionais.

Primeiramente,paraareconstruc¸ãodamemóriadoGTT AtividadeFísicaeSaúdefoifeitooregistrodolevantamento sobre o biênio de cada gestão, por meio de consulta aos membrosdoGTTeàspesquisadorasdaárea,mais especifi-camenteaYaradeCarvalho1eaSilvanaGoellner.2Yarade Carvalhofoiperguntadasobreasgestõespassadasematerial referenteaoGTTfoisolicitadoaSilvanaGoellner.

Posteriormente, para a análise dos artigos publicados nos Anais dos Conbraces, a pesquisa focou os trabalhos apresentadoscomocomunicac¸õesoraisnoscongressosque ocorreram entre1997 e2011. A análisedesses artigos foi feitapormeiodaanálisedeconteúdo,deacordocomBardin (1979).

Duranteopercursometodológico foifeitaaleiturados artigosea codificac¸ãodos dados,o quecontribuiuparaa análisetemáticaeaconfigurac¸ãodecategorias.

As categorias nas tabelas foram criadas a partir de aproximac¸õesentreoqueestavapresentenosartigos ana-lisados emrelac¸ãoaostemasdefinidose deuprioridade à análisequalitativa.

Na própria leitura dos artigos foram identificadas relac¸õescomoSistemaÚnicodeSaúde(SUS)enãohouve discordância entre os pesquisadores. No que se refere à classificac¸ão daspesquisas, ospesquisadores fizeram uma relac¸ãodoqueeravisualizadonosartigoscomoqueaparece nasreferênciasdelivrosdemetodologiadapesquisa.

Resultados

e

discussão

UmolharsobreasgestõesdoGrupodeTrabalho

Temáticoatividadefísicaesaúde

Dedoisemdoisanos,cadaGTTécoordenadoporum pes-quisador.Atabela1apresentaalistadoscoordenadoresdo GTTAtividadeFísicaeSaúdeaté2011,quandofindamnossas análises.

1PesquisadoradaáreaquefoidiretoracientíficadoCBCEemduas

gestões:2005-2007e2007-2009.

2PesquisadoradaáreaecoordenadoradoCentrodeMemóriado

EsportedaUniversidadeFederaldoRioGrandedoSul(Ceme),

res-ponávelporpreservaredivulgaraspectosrelacionadosàmemória

eàhistóriadoColégioBrasileirodeCiênciasdoEsporte.

Tabela 1 Relac¸ão de coordenadores do GTT Atividade

FísicaeSaúdeaté2011

Biênio Coordenador

1997/1999 OsniJacódaSilva

1999/2001 DartagnanPintoGuedes

2001/2003 MarcosBagrichevsky

2003/2005 PauloFarinatti

2005/2007 AlexandrePalma

2007/2009 NádiaLimadaSilva

2009/2011 MariaIsabelMendes

Trazer à tona o nome dos coordenadores do GTT Ati-vidade Física e Saúde é reconhecer a relevância desses pesquisadores na organizac¸ão e coordenac¸ão das tarefas acadêmicasdesse grupo. Tarefas essas que envolvem não somente a coordenac¸ão do processo avaliativodos traba-lhosquesãosubmetidosparaapresentac¸ãonosConbraces, mas também a participac¸ão ativa no planejamento e na execuc¸ãodeatividades queintegramplanosdetrabalhoa seremdesenvolvidosnoperíododecadagestão.Essas ati-vidadessãoasmaisvariadas,destacam-seasindicac¸õesde nomesparaparticipac¸ãodemesas redondas,conferências e reuniões institucionais, o processo de reflexão sobre a ementadoGTT,aorganizac¸ãodeeventosespecíficosdoGTT edaprogramac¸ãoespecíficadoGTTdurantecadaConbrace, dentreoutras.

Cabe ressaltar também a relevância dos membros do ComitêCientífico em cada gestão,dada aimpossibilidade de os coordenadores trabalharem de forma isolada. Os membrosdoComitê Científico sãopesquisadores quetêm interesse pela temática da saúde nas suas mais diversas opc¸õesepistemológicas,comoapontaaementadoGTT, e sãofundamentaisnoprocessodediscussãodasatividadesa seremdesenvolvidasemcadagestão.

AotratarespecificamentedoGTTComunicac¸ãoeMídia,

Leiroetal.(2007)ressaltamaimportânciadoComitê Cien-tíficoparaofuncionamento dosGTTs, oque muitasvezes passadespercebido. Dessemodo,osautoresdestacam‘‘a participac¸ão relevantee muitasvezes anônimado comitê científicodoGTT,cujasváriascomposic¸õesestiveram inte-gradassempreporcompanheirosimbuídosdomaiselevado espíritoacadêmico,ajudandoaconstruireconsolidaro tra-balhodascoordenac¸ões’’(Leiroetal.,2007,p.163).

Nesse sentido, cabe lembrar que tanto a coordenac¸ão dos GTTs quanto a participac¸ão no comitê científico são trabalhosvoluntários e requerem umaconciliac¸ão com as atividadesdesenvolvidas pelospesquisadores emsuas uni-versidades. Portanto, é de suma importância que esses trabalhossejamvalorizadosereconhecidoscomo esforc¸os nãosomente pessoais, masprincipalmente coletivos,pois colaboramparaaconsolidac¸ãodetemáticasquevêmsendo estudadaspelacomunidadeacadêmicadaeducac¸ãofísica.

Reflexõessobreaproduc¸ãodoGrupodeTrabalho

Temático:1997a2011

(4)

Tabela2 NúmerodetrabalhosaprovadosnoGTTAtividadeFísicaeSaúdede1997a2011

CidadedoConbrace Ano N◦decomunicac¸õesorais Ndepôsteres Totaldetrabalhos

Goiânia 1997 23a - 23

Florianópolis 1999 19 36 55

Caxambu 2001 23 34 57

Caxambu 2003 10 5 15

PortoAlegre 2005 30 5 35

Recife 2007 21 7 28

Salvador PortoAlegre

2009 2011

27 31

8 29

35 60

TOTAL 184 124 308

aNãofoipossívelidentificarseesses23trabalhosforamcomunicac¸õesoraisoupôsteres,motivopeloqualelesforamanalisadosaqui

comocomunicac¸õesorais.

Tabela3 Trabalhosanalisadoserelacionadosaotipodeabordagemcientíficade1997a2011

Abordagemcientífica 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011

Biológica 19 15 10 7 22 10 11 12

Humanidades 0 3 8 1 6 9 12 19

Nãoidentificados 4a 1 5 2 2 2 4 4

Totaldetrabalhos 23 19 23 10 30 21 27 31

aEm1997foramapresentadososresumosdostrabalhos

aumentononúmerodetrabalhosaprovadosde1997a2001, umaquedabruscaem2003earetomadadessesnúmerosa partirde2005(tabela2).

Diante da trajetória do GTT apresentada na tabela 3, identifica-se quea cada Conbrace os trabalhosanalisados carregam elementos que demonstram indicadores episte-mológicosassociadosaosestudosrelacionadosàsaúdeem diferentesabordagens científicas eque contribuemcomo mapeamentodaproduc¸ão.

Emestudoanterior,Gonc¸alvesetal.(1999),aoanalisar osAnaisdoConbrace de 1997,em Goiânia, afirmam que: ‘‘Naquasetotalidade,saúdefoitomadaexclusivamenteem suadimensãobiológicae,quandoavaliadanarelac¸ãocomo exercício,essefoisugeridoparamelhoriadeaptidãofísica ourecuperac¸ãodeconformac¸õesanatômicase/oudesvios posturais’’(Gonc¸alvesetal.,1999,p.129).Peloquepôdeser percebidopelaanálisedosautores,alémdaadoc¸ãodeuma únicaconcepc¸ãodesaúdeexpostanosAnaisde1997,que privilegioua perspectivabiológica,ostrabalhosnão abor-daramoscontextosnosquaisosdiferentesgruposestavam inseridos,minimizaramounegligenciaramainfluênciaea importânciadoscontextosnaanálise.

Percebeu-setambémnosAnaisde1997quenãohá dis-cussõesqueproblematizemaideiadequeaatividadefísica ésaúdeeestá,somente,associadaaoviésbiológico. Entre-tanto,nodecorrerdosanos,essecenárioepistemológicofoi sealterandonoGTTAtividadeFísicaeSaúde,apontode, noúltimoanoanalisado,asproduc¸õesrelacionadasàs ciên-ciashumanaspredominarem,aindaquediscretamente,em relac¸ãoàsdeabordagembiológica.Algoquejávinha ocor-rendoem2007,quandoostrabalhosdeabordagembiológica superaramosdehumanidadesemapenasum(tabela3).

Quandosedebruc¸asobreosaspectosmetodológicosdas pesquisas,identifica-seque,mesmoquenemtodosos tra-balhosanalisadosdigamdiretamenteotipodepesquisaede

métodoadotado,consegue-seidentificarquede1997a2011 asproduc¸õesdoGTTAtividadeFísicaeSaúdevãose diversi-ficandoconformeosanosecontribuemparaexpressaruma pluralidadeepistemológica.

Conformepodeserobservadonatabela4,prioriza-seo usodepesquisasdescritivasedecampoaolongodetodos osanosanalisados.Identificam-setambémoutrostiposde pesquisa,comoaexperimental,aexploratória,adeac¸ão, abibliográfica eadocumental,alémdosensaiosteóricos. Háainda estudostransversais, longitudinaise epidemioló-gicos,bemcomoestudosdecasoeestudossemióticos.No queserefereaosmétodosdepesquisa,destaca-seométodo comparativoaolongodetodososanosanalisados,mas tam-bémapareceométodofenomenológico,aetnometodologia, aetnografia,ométodoindiciárioeatriangulac¸ão metodo-lógica. Identificam-se ainda relatosdeexperiência, o que deveserquestionadopeloComitêCientífico,seesses traba-lhosnãodeveriamserapresentadosemformatodepôsteres, emprioridadeàapresentac¸ãodaspesquisasfeitas.

Apluralidade epistemológicaidentificadacombase nos diferentestipos e métodos depesquisas quecompõem os trabalhosanalisadosreforc¸amaconsistênciadaementado GTTAtividadeFísicaeSaúde,umavezquesetratade estu-dosdediferentespossibilidadesdeanáliseseintervenc¸ões emsaúde---consideradacomoobjetonãoparticulardeum campo de conhecimento --- e que, portanto, assumem a compreensãodofenômeno a elarelacionado por meiode diferentessaberes(dasaúdecoletiva,fisiologia,sociologia, filosofia,entreoutros).3

3AementadoGTTAtividadeFísicaeSaúdeéencontradanosite

doColégioBrasileirodeCiênciasdoEsporte,especificamenteem

(5)

Tabela4 Trabalhosanalisadoserelacionadosaostiposemétodosdepesquisade1997a2011

Tiposdepesquisa 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011

Pesquisadescritiva x x x X x x x x

Pesquisadecampo x x x X x x x x

Pesquisaexperimental x x x x x

Pesquisaexploratória x X x x x x

Pesquisaac¸ão x x x

Pesquisabibliográfica x x x x x

Pesquisadocumental x x x x x

Ensaioteórico x x x x x x

Estudotransversal x x x x

Estudolongitudinal x

Estudoepidemiológico x

Estudodecaso x x x x x

Estudosemiótico x x

Métodocomparativo x x x X x x x x

Métodofenomenológico x

Etnometodologia x

Etnografia x

Métodoindiciário x

Triangulac¸ãometodológica x

Relatodeexperiência x x X x

Nãoidentificado x x

Os diferentes tipos e métodos de pesquisas identifica-doscontribuemcomestudossobreasaúderelacionadosaos aspectosbiológicoseaosaspectossocioculturaise,alémde abarcarconhecimentos das ciências biológicas e médicas, possibilitamtambémconhecimentosdashumanidades.

Além da pluralidade epistemológica do GTT Atividade Física e Saúdevisualizada nestapesquisa, destaca-seque váriosestudosdaáreademonstramapluralidade epistemo-lógicadaeducac¸ãofísica,comoosestudosdeSilva(2007), Fensterseifer (2006), Nóbrega (2005, 2006), Molina Neto etal.(2006),Gamboa(2007),AlmeidaeVaz(2010),dentre outros.

Apluralidade epistemológicadoGTTAtividadeFísicae Saúdeidentificadanestapesquisafoisendoconstruída his-toricamentepelospesquisadoresdaáreaquetiveramseus trabalhosaprovadoscomointuitodedesenvolverpesquisas detemáticasespecíficasrelacionadasàsaúde,como pode-mosobservarnatabela5.

Movimentohumanoeantropometriasãoastemáticasque aparecem desde 1997. Em seguida, temos outras temáti-cas,comoasdaaptidãofísica,forc¸a,postura,conceitosde saúdeequalidadedevida,doenc¸as,motivac¸ão,inatividade física, representac¸õessociais de saúde,corpo e estética, imagem corporal,obesidade,peso corporal,livro didático desaúde,envelhecimento,iniquidadesemsaúde,recreac¸ão hospitalar,brincar,estadonutricionalehábitoalimentar.

É interessante perceber que os estudos sobre o movi-mento humano aparecem em suas diversas vertentes, ou seja,relacionadosaosconceitosqueexpressamsignificados diferenciados,comoéocasodeexercíciofísico,atividade física,práticascorporaisepráticasintegrativas.Essa diver-sidadedeconceitosparaseestudaro movimentohumano materializada nos trabalhos analisados reforc¸a a ideia de queé necessárioquestionaro nomedoGTT, poisotermo ‘‘Atividade Físicae Saúde’’ nãoacompanha asdiscussões

23

19 23

10 30

21 27

31

5 4 2 1 1 0 0 0

1997 1999 2001 2003 2005

Ano do CONBRACE

Quantidade de tr

abalhos

2007 2009 2011

Figura1 Númerode trabalhosapresentadose relacionados aoSUSde1997a2011.

conceituais que têm sido construídas na educac¸ão física em torno do movimento humano. Todavia, essa discussão mereceumaprofundamentonointeriordoGTT,paraqueo debatepossaserfeitocoletivamente.

Outro ponto importante levantado na pesquisa é a relac¸ãodosartigosanalisadoscomestudosrelacionadosao SistemaÚnicodeSaúde(SUS),quesócomec¸amasurgirem 2003,conformepodeservisualizadonafigura1.

Dos 184 artigos analisados de 1997 a 2011, somente 13 estabelecem relac¸ões com o Sistema Únicode Saúde. Essapequenaquantidadedetrabalhostemsidomotivode preocupac¸ãonointeriordoGTTealgumasac¸õestêmsido feitasparaampliarodebaterelacionadoaoSUS.

(6)

Tabela5 Trabalhosanalisadoserelacionadosàstemáticasinvestigadasde1997a2011

Temáticas 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011

Movimento x x x x x x x x

Antropometria x x x x - x x x

Aptidãofísica x - x - x x x X

Forc¸a x - x - x - - X

Postura x x - x - - - x

Pesquisaeinformac¸ãoemciênciasdoesporte x - - - -Doenc¸as - x x - x - - x

Motivac¸ão - x x - x - - -Conceitos(saúde,qualidadedevida,aprendizagemmotora) - - x - - - -

-Inatividadefísica/sedentarismo - - - - x - x x Representac¸õessociaisdasaúde,corpo,atividadefísica,estética - - - - x - x x Corpo,imagemcorporal - - - x x Obesidade/pesocorporal - - - x

Livrodidáticodesaúde - - - x

Envelhecimento - - - x

Iniquidadesemsaúde - - - x

Recreac¸ãohospitalar/brincar - - - x

Estadonutricional/hábitoalimentar - - - x

comaconfigurac¸ãodereflexõeseperspectivasdeanálises eintervenc¸õessobreaeducac¸ãofísicanoSUS.

Vale ressaltar que a preocupac¸ão de aproximar a educac¸ão física do SUS jáestava presente na área desde 2006, como podemos observar na Carta de Porto Alegre, redigidanoSemináriodeEducac¸ãoFísicaeSaúdeColetiva, emjunhode2006 (Fraga eWachs,2007),masadiscussão acadêmica sobre problemáticas relacionadasa essa ques-tãopodeaindaser consideradaínfima nointerior do GTT AtividadeFísicaeSaúde.

Paraaformac¸ãoinicialecontinuadaemeducac¸ãofísica é necessárioconhecer que oSUS foicriado em 1988pela Constituic¸ãobrasileira. SegundoaLeiFederal 8.080/90,o SUS‘‘éoconjuntodeac¸õese servic¸osdesaúdeprestados porórgãoseinstituic¸õespúblicasfederais,estaduaise muni-cipais,daadministrac¸ãodiretaouindiretaedasfundac¸ões, mantidaspelopoderpúblicoecomplementarmentepela ini-ciativaprivada’’.Alémdisso, oSUStemcomoprincípioso atendimentointegral;auniversalidadedosservic¸os;a equi-dadenaassistênciaàsaúde;adescentralizac¸ãodagestãoe aparticipac¸ãodacomunidade.

Dentrodaspossibilidadesdeatuac¸ãonoSUS,o profissi-onaldeeducac¸ãofísicaécontempladopelaPortariaGMn◦ 154,de24dejaneirode2008,republicadaem4demarc¸o de2008,paraatuarjuntocomoutrosprofissionaisdesaúde noNúcleodeApoioàSaúdedaFamília(NASF)ecolaborar comasEstratégiasdeSaúdedaFamília(ESF)esuasequipes. Os eixoscentrais dos NASFs são: interdisciplinaridade; intersetorialidade; educac¸ão popular; território; integra-lidade; controle social; educac¸ão permanente em saúde; promoc¸ãodasaúde;humanizac¸ão.

Comtantoseixosnorteadoresquepretendemsuperaro modelo hospitalocêntrico, é importante, então, levar em considerac¸ão quea atuac¸ão dosprofissionais deeducac¸ão físicanãodevelimitar-seaavaliareprescreverexercícios físicos, masatuar na saúde,respeitando sua demandade escutaintegrale cuidadosadosindivíduose doscoletivos, comoexpostonaCartadePortoAlegre,em 2006(Fragae

Wachs,2007).Nessesentido,acredita-sequeoGTT Ativi-dade Física e Saúde do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte precisaampliaraindamaissuasdiscussões acadê-micasemtornodessetema.

Considerac

¸ões

finais

Apósaanálisedos184artigospublicadosnosAnaisdos Con-bracesrelacionadosaoGTTAtividadeFísicaeSaúdede1997 a2011relacionamosindicadoresepistemológicos,pormeio dascategoriasconstruídasduranteaanálisedeconteúdo.

Esse mapeamento da produc¸ão acadêmica reforc¸a a ementa do GTT Atividade Física e Saúde, pois apresenta a pluralidadede estudossobresaúdeem diferentes abor-dagens científicas, de acordo com cada biênio, tem um acréscimodosestudosrelacionadosàshumanidades, prin-cipalmenteapartirde2007.

Identificou-seaindaque astemáticasestudadas relaci-onadasàsaúdesãovariadaseacadabiêniosurgemnovas temáticas.Poroutrolado,atemáticadomovimentohumano edaantropometriaaparecedesde1997.

Esse mapeamento amplia o debate acadêmico--profissionalnaeducac¸ãofísicarelacionadoàstemáticasda saúdeedomovimentohumano.Alémdisso,essasreflexões contribuem para a formac¸ão profissional, em termos de ensino, pesquisa e extensão, uma vez que produzem indicadoresepistemológicosqueretratamaconstruc¸ãodos saberessobresaúdeeseuspossíveisdiálogos.Estapesquisa colaborapara aconstruc¸ãodamemória doGTTAtividade FísicaeSaúde,apartirdaspublicac¸õesepelapossibilidade degerardiscussão,nosentidodecontribuircom estudan-tes e pesquisadores que se interessam pela temática da saúde.

(7)

e destacamos que membrosdesse GTT tambémpoderiam fomentarodiálogojuntoaessas.

Além disso, esta pesquisa também deixa claro que há necessidadedesecontinuaradespertarostrabalhos relaci-onadosaoSUS,poisessadiscussãoaindacarecedeestudos edeaprofundamentos.Paratanto,aponta-seanecessidade deumapolítica científicae deproduc¸ãodoconhecimento em educac¸ão física que valorize pesquisas sobre o SUS, tantopormeiodoCBCEquantopelasinstituic¸õesdeensino superior.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Referências

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Tabela 1 Relac ¸ão de coordenadores do GTT Atividade Física e Saúde até 2011
Tabela 2 Número de trabalhos aprovados no GTT Atividade Física e Saúde de 1997 a 2011
Figura 1 Número de trabalhos apresentados e relacionados ao SUS de 1997 a 2011.

Referências

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