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Rev. bras. ortop. vol.52 número2

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(1)

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA

w w w . r b o . o r g . b r

Artigo

Original

Lesão

do

bíceps

distal

aguda:

reparo

por

via

única

e

fixac¸ão

por

âncora

de

sutura

Rafael

Almeida

Maciel

,

Priscilla

Silva

Costa,

Eduardo

Antônio

Figueiredo,

Paulo

Santoro

Belangero,

Alberto

de

Castro

Pochini

e

Benno

Ejnisman

UniversidadeFederaldeSãoPaulo,DepartamentodeOrtopediaeTraumatologia,CentrodeTraumatologiadoEsporte,SãoPaulo,SP, Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem27dejaneirode2016 Aceitoem31demaiode2016 On-lineem1deoutubrode2016

Palavras-chave: Cotovelo/cirurgia Cotovelo/lesões Resultadodetratamento

r

e

s

u

m

o

Objetivo:Avaliac¸ãoclínicaefuncionaldotratamentocirúrgicodalesãoagudadainserc¸ão distaldobícepsbraquialpelatécnicacirúrgicaporviadeacessoúnicanoantebrac¸oproximal efixac¸ãocomâncorasdesuturanatuberosidaderadial.

Método:Estudofeitopormeiodarevisãodosprontuáriosdepacientessubmetidosa trata-mentocirúrgicodelesãodainserc¸ãodistaldobícepsbraquialentrejaneirode2008ejulho de2014.Emumseguimentomédiode12meses,22pacientescomlesãocompletaeaguda, diagnosticadosporexamefísicoeexamesdeimagem,foramavaliadosfuncionalmenteno pós-operatóriopormeiodamensurac¸ãodaamplitudedemovimentos(grausde flexoexten-sãoepronossupinac¸ão),pelapresenc¸adedor(EVA)epelasescoresdeAndrews-Carsone MayoElbowPerformanceScore(MEPS).

Resultados:Duranteaavaliac¸ãodospacientesnoseguimentopós-operatório,nenhum paci-ente referiador pela escala EVA etodos estavam satisfeitos coma aparênciaestética dacirurgia.Aamplitudedemovimentoarticularencontrava-seinalteradaem95,4%dos pacientes,coma perdade 8o de supinac¸ãoem um paciente.Os resultados segundoo escoredeAndrews-Carsonforambonsem4,6%eexcelentesem95,4%doscasos;noMEPS, observaram-se100%deresultadosexcelentes.Ataxadecomplicac¸õesfoide27,2%,valor semelhanteaosdadosdaliteratura.

Conclusão:Otratamentocirúrgicodaslesõesagudasdobícepsdistal porvia únicacom fixac¸ãocomousodeduasâncorasdesuturamostrou-seumaopc¸ãoterapêuticasegura eeficaz,permitiumovimentac¸ãoprecoceebonsresultadosclínicosefuncionais.

©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

TrabalhodesenvolvidonaUniversidadeFederaldeSãoPaulo,DepartamentodeOrtopediaeTraumatologia,CentrodeTraumatologia doEsporte,GrupodeOmbroeCotovelo,SãoPaulo,SP,Brasil.

Autorparacorrespondência.

E-mail:rafaelalmeidamaciel@gmail.com(R.A.Maciel).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2016.05.006

(2)

Acute

distal

biceps

ruptures:

single

incision

repair

by

use

of

suture

anchors

Keywords: Elbow/surgery Elbow/injuries Treatmentoutcome

a

b

s

t

r

a

c

t

Objective: Clinicalandfunctionalassessmentofthesurgicaltreatmentforacuteinjuryof thedistalinsertionofthebicepsbrachialperformedwithasurgicaltechniqueusingasingle incisioninproximalforearmandfixationwithsutureanchorsintheradialtuberosity. Methods: This studyreviewedthe medicalrecordsofpatientswhounderwent surgical treatmentofdistalbicepsinjuryduringtheperiodbetweenJanuary2008andJuly2014. In a mean follow-upof 12 months,22 patients with completeand acute injury, diag-nosedthroughphysicalexaminationandimagingstudies,werefunctionallyassessedin thepostoperativeperiodregardingtherangeofmotion(degreesofflexion-extensionand pronation-supination),thepresenceofpain(VAS),theAndrewsCarson-score,andtheMayo ElbowPerformanceScore(MEPS).

Results: Duringthepostoperativefollow-upassessment,nopatientreportedpainbyVAS scale;allweresatisfiedwiththeaestheticappearanceofthesurgery.Therangeofarticular movementremainedunchangedat95.4%ofpatients,withthelossof8oofsupinationin onepatient.Nochangesinmusclestrengthwereobserved.Theresultsofthe Andrews-Carsonscoreweregoodin4.6%andexcellentin95.4%ofcases;theMEPSpresented100% ofexcellentresults.Therateofcomplicationswas27.2%,similartotheliterature. Conclusion: Surgicalrepairofacuteinjuryofthedistalbicepstroughasingleincisionin theproximalforearmandfixationwithtwosutureanchorsintheradialtuberosityisan effectiveandsafetherapeuticoption,allowingearlymotionandgoodfunctionalresults.

©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc¸ão

Alesãodainserc¸ãodistaldobícepsbraquialépoucocomum, comincidênciade1,2acada100.000pacientesporano.1O mecanismodelesão maiscomumécaracterizadoporuma contrac¸ãomuscularexcêntricacomocotovelofletidoem90o eantebrac¸oemsupinac¸ão,ocorrendopredominantementeno membrosuperiordominante de homensemtornode 40 a 50anos.2

Otratamento cirúrgicoproporciona melhoresresultados clínicosefuncionaisdoqueoconservador.Esteemgeralleva adéficitdeforc¸amuscular,alterac¸õesdemobilidade,e defor-midadesestéticas.3,4

Diversastécnicascirúrgicassãousadasparaareinserc¸ão dobícepsdistal,utilizando-seaviadeacessoduplaouúnica, comdiferentesmétodosdefixac¸ão,entreosquaispodemos citarosmaisusados:otúnelósseo,oparafusodeinterferência, oendobottoneaâncoradesutura.5Estudosclínicostem demos-trandovantagensnousodeviadeacessoúnica,com excelen-tesresultadosnoreparopormeiodeâncorasdesutura.6,7

Oobjetivodesteestudoédescreverumatécnicacirúrgica minimamenteinvasivadereparodotendãodobícepsdistal pormeiodeduasâncorasdesuturaduplamentecarregadas, bemcomodescreverseusresultadosclínicosefuncionais.

Material

e

método

Oestudofoifeitopormeiodarevisãodosprontuáriosde paci-entessubmetidosatratamentocirúrgicodelesãodainserc¸ão distaldobícepsbraquialentrejaneirode2008ejulhode2014.

Obtivemosinicialmente39casosdelesãodobícepsdistal. Os critérios de inclusão foram: lesão de bíceps distal, iso-ladaefechada;intervalomenordoqueseissemanasentrea lesãoeotratamentocirúrgico;ousodamesmatécnica cirúr-gica;eumseguimentopós-operatóriomínimodeseismeses. Oscritériosdeexclusãoforam:lesõesparciaisecrônicasdo tendãodobícepsdistal;técnicacirúrgicaporduplavia; mate-rialdefixac¸ãodiferentedeâncorasdesutura;usodeenxerto parafixac¸ãodotendão;seguimentopós-operatóriomenordo queseismeses.Dessaforma,apósrevisãodosprontuários, 22pacientesforamincluídosemnossoestudo(tabela1).

Aslesõesforamdiagnosticadaspormeiodeexamefísico (HookTest)eexamesdeimagem(ressonânciamagnéticaou ultrassonografia) que confirmavam a ruptura completa da inserc¸ãodistaldobícepsbraquial.

Aavaliac¸ãodospacientesfoifeitapormeiodamensurac¸ão

da amplitude de movimentos com um goniômetro que

aferiu os graus de flexoextensão e pronossupinac¸ão; a presenc¸adedorpelaEscalaVisualAnalógica(EVA);ousoda escaladeAndrews-Carson8edaescalaMayoElbowPerformance Score(MEPS).9

TodosospacientesassinaramoTermodeConsentimento LivreeEsclarecido(TCLE) paraparticipac¸ãonesteestudo,o qualfoisubmetidoàavaliac¸ãoeaprovac¸ãodoComitêdeÉtica ePesquisacomSeresHumanos.

Técnicacirúrgica

(3)

Tabela1–Dadosepidemiológicosdospacientescom lesãoagudadainserc¸ãodistaldobícepsbraquial

Idade Sexo Dominância

1 53 M +

2 35 M

3 43 M +

4 31 M +

5 39 M +

6 67 M +

7 65 M +

8 37 M +

9 61 M +

10 42 M +

11 47 M +

12 40 M

13 38 M +

14 64 M +

15 35 M +

16 41 M

17 56 M +

18 55 M +

19 36 M

20 28 M +

21 38 M +

22 43 M +

oprocedimentoporlimitaramobilizac¸ãodotendãodobíceps distal.

Aviadeacessoúnicaéfeitaaproximadamentea2,5cmda prega de flexão cubital, orientada pela radioscopia inicial para localizac¸ão da tuberosidade do rádio em seu bordo ulnar(fig.1).Umaincisãocirúrgicade5cmnaregiãoanterior doterc¸o proximal do antebrac¸o na altura da tuberosidade radial, no plano transverso, com dissecc¸ão cuidadosa de partesmoles,permiteabuscano planosuperficial docoto dotendão dobíceps distal retraído proximalmente (fig. 2). Suturasdetrac¸ãosãopassadasatravésdotendãodobíceps emsuaporc¸ãotendinosaparapossibilitarsuamobilizac¸ãoea reaproximac¸ãoemsuainserc¸ãoanatômica,nobordoulnar dorádiocomoantebrac¸oemcompletasupinac¸ãoeemdez grausdeflexãodocotovelo.(fig.3)Liberac¸ãodepartesmoles edolacertusfibrosuséfeitaparapermitir maiormobilidade

Figura1–Localizac¸ãodatuberosidadedorádio nointraoperatóriocomusoderadioscopia.

Figura2–Viadeacessoúnica.

Figura3–Suturadetrac¸ãonotendãodobícepsdistalroto.

caso seja necessário. A tuberosidade radialé exposta com afastamentodelicadodaspartesmoles,evita-sedessaforma lesão neurológica e vascular. Prosseguimos com debrida-mentodamesmapararemoc¸ãodetecidotendíneoresidual eescarificac¸ãoparapossibilitarosangramentocomobjetivo depotencializaraadesãodareinserc¸ão.

Duasâncorasdesuturade3mm,carregadascomfiosde altaresistência,sãoposicionadasnatuberosidaderadial,em linha,comdistânciaentreelasdecercade1cm,umaproximal eumadistal.Duassuturasindependentessãopassadasno cotodistalregularizado,compontosdeautotravamentopara permitirareaproximac¸ãodotendãoaoosso(fig.4).Afixac¸ão doreparodaâncoradistaléfeitaprimeiramentepara estabe-lecerocomprimentodotendãoeposteriormenteosreparosda âncoraproximalsãofixados,oquepossibilitarecriarofootprint dotendãoemaximizaraáreadecontatotendão-osso.

A estabilidade do reparo éconfirmada sob visualizac¸ão direta,comavaliac¸ãodatensãodotendãodobícepsbraquial. Segue-seofechamentodepelecomaproximac¸ãodotecido subcutâneoecurativoestéril.

Resultados

(4)

Figura4–Pontodeautotravamentoparapermitir areaproximac¸ãodotendãoaoosso.

Todos os pacientes apresentaram como mecanismo de traumaaflexãodocotovelocontraaresistênciacomantebrac¸o supinado,dosquaisapenasdoisocorreramdurante treina-mento esportivo. Todos foram submetidos ao exame físico comoHookTest,oqualencontrava-sepositivoem19 pacien-tes(86,3%).Aavaliac¸ãopormeiodeexamescomplementares ocorreucomasolicitac¸ãoderadiografiasdocotovelo(frentee perfil)emtodososcasos,14ressonânciasmagnéticas(63,6%) docotoveloeoitoultrassonografias(36,3%)paraconfirmac¸ão eavaliac¸ãodalesão.

Otempomédioentrealesãoeoprocedimentocirúrgicofoi deoitodias(1-35).

O tempo médio de seguimento pós-operatório foi de 12meses(6-18).Duranteaavaliac¸ãonenhumpacientereferia dorpelaescalaEVA,todosestavamsatisfeitoscoma aparên-ciaestéticadacirurgia.Aamplitudedemovimentoarticular encontrava-seinalteradaem95,4%dospacientes,comaperda de8odesupinac¸ãoemumpaciente.Osresultadossegundoo scoredeAndrews-Carsonforam4,6%bonse95,4%excelentes enoMEPSobtivemos100%deresultadosexcelentes.

Emnossaamostrativemosumporcentualdecomplicac¸ões de27,2%.Foramrelatadosseiscasos:quatropacientes apre-sentaramneuropraxiadonervocutâneolateraldoantebrac¸o; umcomneuropraxiadoradialeumcomperdaparcialdaADM, porémsemrepercussõesclínicasduranteatividades cotidia-nasecommelhorianoacompanhamentoclínico.

Oretornoàsatividadeseàpráticaesportivaocorreuem trêsmeses,comomesmonívelanterior.

Discussão

Asrupturasdotendãodobícepsdistalrepresentam3%das rupturasbicipitais.10Entretanto,estudorecentedeSafrane Graham1demonstraincidênciaemtornode10%.Acometem preferencialmentehomensnaquintaesextadécadadevida, ocorrememsuamaiorpartenomembrodominante,devido principalmente aummecanismo de traumapor contrac¸ão excêntrica do bíceps com cotovelo flexionado. Em nosso estudoencontramos unicamentepacientesdosexo mascu-lino,commédiade45anos,comacometimentodolado domi-nanteem86%daslesões,análogosaosdadosdaliteratura.3

Aavaliac¸ãodiagnósticadalesãoagudadobícepsdistalé iniciadaatravésdaanamneseedoexamefísico,comtestes específicos,como oHookTest. Apartirdadescric¸ão da his-tóriaclínica,comorelatodoprincipalmecanismodetrauma porcontrac¸ãoexcêntrica,seguidodeevoluc¸ãoclínicacomdor, edemaeequimoseemfossacubital,eHookTestpositivo,é pos-sívelestabelecercomoprincipalhipótesediagnósticalesãode bícepsdistal,naliteraturaessetesteapresentauma sensibi-lidade eespecificidadede100%.11 Entretanto,confirmamos a rupturacompleta,bem como ograu de retrac¸ão docoto tendíneo,eapresenc¸adelesõesassociadaspormeiodos exa-mescomplementares.Aultrassonografiapermiteidentificar otipodelesãoentreparcialoucompleta,comestudosque mostram umgraudesensibilidade 95%eespecificidadede 71%.Épossíveltambémdeterminarograuderetrac¸ãodocoto tendíneo.12Essamodalidadedeexameapresentabaixocusto efácilexecuc¸ãoemnossomeio,porissoausamosem40% denossacasuística.Aressonânciamagnéticaéconsiderada ométodopadrãoouroparaodiagnósticodefinitivo,auxiliao planejamentocirúrgicoedescartalesõesassociadas.13Porisso preferimosousodessemétodo,aplicadoem60%doscasosde nossoestudo(fig.5).

Aescolhadomelhortratamento,conservadoroucirúrgico, para aslesões dobícepsdistalnão émaisquestionadana literatura.14 Otratamentoconservadorresultaemdéficitde forc¸a,apresentandoperdadeforc¸adesupinac¸ãode aproxi-madamente40%edeflexãode30%,alémderestric¸õespara asatividadesdavidadiária.4Dessaforma,concordamoscom aliteraturaemreservaressamodalidadeparapacientessem condic¸ões clínicasparacirurgiaepacientesidososdebaixa demandafuncional.4,14

Acondutadeescolhaéotratamentocirúrgicoomais pre-cocepossível,estabelecendooperíododeatéseissemanas, porpermitirarecuperac¸ãoemobilizac¸ãodotendãodobíceps distalretraídoe,comisso,possibilitarafixac¸ãoanatômicado tendãonatuberosidaderadial.Outrofatorimportanteé evi-taro fechamentodointervaloanteriormenteocupado pelo tendão atéo localde suainserc¸ão, portecido fibrosoe/ou pseudotendão.Esse fechamentolevaaalterac¸õesna anato-mialocal,poraderênciasefibroselocal,dificultaaexposic¸ão seguracomaidentificac¸ãoeprotec¸ãodeestruturasnobres, principalmente o nervocutâneo lateral doantebrac¸o. Esse encontra-se lateralmente ao tendão do bíceps distal, pró-ximoda tuberosidade radial,podendoserafetado tantona ruptura quantona reinserc¸ão cirúrgica,éresponsável pela complicac¸ãomaisfrequentenessetipodeprocedimento.3,15,16 Dessaforma,anossaabordagempermitedissecc¸ãosegurade partesmoles,visualiza-se otúneldotendãodobíceps dis-tal,comexcursãodotendãoatéoseupontodereinserc¸ão; diminuic¸ãodoriscodelesõesneurológicas,oquereduzias taxasdecomplicac¸õesrelacionadascomotempodeintervalo entrealesãoeareparac¸ãocirúrgica;earestaurac¸ãodaforc¸a desupinac¸ãodoantebrac¸oeflexãodocotovelopróximasao nívelpré-lesão.6

(5)

Figura5–RessonânciamagnéticaponderadaemT2,comsupressãodegordura,deantebrac¸oapósalesão,queevidencia rupturacompletadobícepsdistal(setas).A,cortecoronal;B,corteaxial;C,cortesagital.

Em2014, umarevisãosistemática feita porWatsonetal.18 encontroupequenasdiferenc¸as,porémnãoestatisticamente significativas, quando comparou as taxas de complicac¸ões entreessasvias,sendonecessários maisestudos.Optamos pelaviadeacessoúnica,feitaa2,5cmdapregacubital,de5cm decomprimentocomorientac¸ãotransversal,poressa abor-dagemcirúrgicasercapazdeoferecerexcelentevisualizac¸ão datuberosidaderadial,permitiroresgatedocotodotendão rotoretraídoproximalmenteedissecc¸ãolimitada departes moles,reduzir os riscos de complicac¸ões eter um melhor resultadoestético(fig.6).Nossaopc¸ãodeacessoúnicosobre atuberosidaderadial,comimportâncianocorreto posiciona-mentodoantebrac¸oemsupinac¸ãomáximaesemiflexionado, paraareinserc¸ãodotendãodistaldobícepsbraquial,é funda-mentadanoconhecimentoanatômicodescritoporMazzocca etal.19 complementadoporoutrosestudosanatômicos que descrevemofootprintdotendãodistaldobícepsbraquial loca-lizado na região posteroulnar da tuberosidade radial, com 21mmdecomprimentoe7mmdelargura.20,21

Atualmente,devidoàdisponibilidadedediferentes méto-dosdefixac¸ãoparaareinserc¸ãodobícepsdistal,cadaumcom característicaspróprias,vantagensedesvantagens,diversos estudosbiomecânicosquecomparamessesmétodostêmsido feitos,demonstrandoresultadosdivergentes,aumentandoo questionamentosobrequalmétodoépreferencial.Mazzoca et al.5 avaliaram os quatros métodos de tratamento mais

Figura6–Avaliac¸ãoclínicana4asemanade

pós-operatório,comavaliac¸ãodacicatrizcirúrgicaem antebrac¸oproximal(seta).

comum(túnelósseo,endobotton,parafusodeinterferênciae âncoras de sutura) em cotovelos de cadáver submetidos a cargacíclicade50Ndeforc¸ade0a90odeflexãoe concluí-ramqueatécnicaporendobottonapresentamaiorresistênciaà falha.Entretanto,amaioriadosestudosclínicosusaasâncora de suturas como método decomparac¸ão entreas técnicas defixac¸ãodisponíveisedemonstramótimosresultados clí-nicosefuncionais.3,22Poucosestudosclínicoscomousodo endobottonestãodisponíveis,porissoexisteanecessidadede novosestudosparapermitirumamelhorcomparac¸ãodessas duasúltimastécnicas.23Fizemosareinserc¸ãocomduas ânco-rasdesutura,querestabeleceramocomprimentoerecriaram ofootprintdotendão.Emnossapráticahabitualtemosa dispo-nibilidadedessematerial,alémdeobtermosbonsresultados cirúrgicosnoacompanhamentoemcurtoealongoprazocom essatécnica,semperdadafixac¸ão.

Emnossaamostraataxadecomplicac¸ãofoide27,2%, per-centual semelhanteao dosdados relatados pelaliteratura, queéde26,4%.18Associadosaessefator,obtivemos4,6%de bonsresultadose95,4%deexcelentesnosscoresde Andrews--Carson e de 100% na escala de MEPSno seguimentodos pacientes.Confirmamos,dessemodo,osresultados satisfató-riosdessatécnicacirúrgica.Acomplicac¸ãomaiscomumfoi a neuropraxiado nervocutâneolateral doantebrac¸o, tam-bém referida como a principal na maioria dos estudos.18 Arecuperac¸ãodoquadroneurológicoocorreunosprimeiros meses de acompanhamentopós-operatório. A neuropraxia donervoradialocorreunopacientecommaiorintervalode tempoentrealesãoeoprocedimentocirúrgico(35dias).

Todos os pacientesseguiram oprotocolo de reabilitac¸ão

específico de nosso grupo. O reparo feito permitia

movimentac¸ão passiva precoce com uma semana de pós--operatório,manteve-setipoiaporduassemanas,eativacom quatrosemanas,oqueevidenciouaefetividadedessemétodo defixac¸ão.Oretornoàsatividadescomnívelsemelhanteao apresentandoantesdalesão,semqueixasecomótimoíndice desatisfac¸ão,ocorreuemmédiaemtrêsmeses.

Conclusão

(6)

opc¸ãoterapêuticaseguraeeficaz,combonsresultados clíni-cosefuncionais.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

r

e

f

e

r

ê

n

c

i

a

s

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Imagem

Figura 2 – Via de acesso única.
Figura 4 – Ponto de autotravamento para permitir a reaproximac¸ão do tendão ao osso.
Figura 5 – Ressonância magnética ponderada em T2, com supressão de gordura, de antebrac¸o após a lesão, que evidencia ruptura completa do bíceps distal (setas)

Referências

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