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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESCOLA POLITÉCNICA DCCSEGRAC

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ESCOLA POLITÉCNICA

DCC/SEGRAC

INTELIGÊNCIA COMPETITIVA NO

MERCADO BRASILEIRO DE SAÚDE

Sérgio Ricardo de Carvalho Lima

(2)

Sérgio Ricardo de Carvalho Lima

M o n o g r a f i a

a p r e s e n t a d a

n o

C u r s o

d e

P ó s - G r a d u a ç ã o

e m

G e r e n c i a m e n t o d e P r o j e t o s , d a

E s c o l a

P o l i t é c n i c a ,

d a

U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d o R i o d e

J a n e i r o .

Orientadores

Eduardo Linhares Qualharini

Oswaldo Matos

(3)

ii

Sérgio Ricardo de Carvalho Lima

Orientadores

Eduardo Linhares Qualharini

Oswaldo Matos

Monografia submetida ao Curso de Pós-graduação Gerenciamento de Projetos,

da Escola Politécnica, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ,

como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Especialista em

Gerenciamento de Projetos.

Aprovado por:

___________________________________

Prof. Eduardo Linhares Qualharini

Orientador

___________________________________

Prof. Lysio Séllos da Costa Filho

___________________________________

Prof. Alexsandro Amarante da Silva

___________________________________

Prof. Fernanda Veras Costa

(4)

iii

LIMA, Sérgio Ricardo de Carvalho.

Um Estudo sobre Inteligência Competitiva no Mercado de Saúde Brasileiro / LIMA, S. R. de. C. Fortaleza: UFRJ/EP, 2006

v, 44: il.; 29,7cm.

Orientadores: Eduardo Linhares Qualharini, Oswaldo Matos.

Monografia (especialização) – UFRJ/ Escola

Politécnica/ Curso de Especialização em Engenharia, SEGRAC, 2006.

Referência Bibliográfica: f. 40-43.

1.Inteligência Competitiva. 2.Gestão do

(5)

iv

INTELIGÊNCIA COMPETITIVA NO MERCADO BRASILEIRO DE SAÚDE

Sérgio Ricardo de Carvalho Lima

Resumo da Monografia submetida ao corpo docente do curso de

Pós-Graduação em Gerenciamento de Projetos – Universidade Federal do Rio de

Janeiro – UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de

Especialista em Gerencia de Projeto.

O objetivo central deste trabalho é mostrar a importância da prática da

inteligência competitiva pelas multinacionais do ramo de saúde com o intuito da

busca vantagem competitiva através da visão de futuro e práticas inovadoras a

fim de se posicionar no mercado de forma pioneira, buscando otimizar os

lucros.

Palavras-chave: Inteligência Competitiva, Gestão do Conhecimento e Visão

Estratégica.

(6)

v

1. INTRODUÇÃO...1

1.1 OBJETIVO...2

1.2 JUSTIFICATIVA...2

1.3 METODOLOGIA...2

1.4 CONTEÚDO DOS CAPÍTULOS...3

1.5 APRESENTAÇÃO...4

2. MERCADO BRASILEIRO DE SAÚDE SUPLEMENTAR...5

3. OS FUNDAMENTOS DA INTELIGÊNCIA COMPETITIVA...8

4. INTELIGÊNCIA COMPETITIVA ...12

4.1. Fontes de Informação...12

4.1.1. Introdução ...12

4.1.2. Características das Informações para Inteligência Competitiva...14

4.1.3. A Coleta de Informações Publicadas para Inteligência Competitiva...15

4.2. Fontes de Informação para Inteligência Competitiva...16

4.2.1. Internet...16

4.2.2. Serviços de Clipagem...17

4.2.3. Base de Dados On-Line...18

4.2.4. Serviços de Mídia Kit...18

4.2.5. Fontes Governamentais...18

4.2.6. Fontes Financeiras...20

4.2.7. Outras Fontes de Informação para Negócios...21

5. CONVERGÊNCIA DA INTELIGÊNCIA COMPETITIVA COM A CONSTRUÇÃO DE VISÃO DE FUTURO...22

5.1. Visão de Futuro e Monitoramento Ambiental...22

5.2. Sistema de Inteligência Competitiva e Gestão do Conhecimento...25

5.3. Informação Estratégica...27

5.4. Sistema de Informação Estratégica...28

5.4.1. Evolução...30

5.4.2. Proposta Metodológica de Sistema de Inteligência Estratégica ...31

5.4.2.1. Macro Ambiente...32

5.4.2.2. Micro Ambiente...32

5.4.2.3. Ambiente Interno...34

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...39

(7)

A inserção de países na “Sociedade do Conhecimento” requer contínua análise

sobre os fatores de sucesso para o desenvolvimento, combinando estratégias para

aumentar níveis de competitividade e conquista de espaço no mercado global com a

adoção de modelos de gestão, capazes de promover sinergia entre as atividades de

ciência e tecnologia e o desenvolvimento social e econômico.

A gestão da inovação busca reunir mecanismos e instrumentos, bem como

metodologias e formas de organização, que possam incrementar a capacidade de

inovar das organizações e, por conseqüência, sua competitividade a qual não é um

atributo exclusivamente interno às organizações, pois depende, em muito do ambiente

externo. Da mesma forma, a capacidade de "executar" a gestão da inovação, também

depende do ambiente externo, de condições objetivas e subjetivas, ou seja, da

existência de sistemas de inovação.

O diferencial de valor das organizações recai na sua capacidade de antecipar

oportunidades e ameaças, bem como na apropriação do conhecimento tácito dos seus

integrantes. Bens intangíveis passam a ser mais valorados: patentes, know how e

capital intelectual; bem como a promoção das atividades em redes.

CECATTO (2002), ao apresentar o novo modelo de gestão que está sendo

implantado para o sistema de CT&I no Brasil, observavam que para construção de um

sistema nacional de inovação deve-se considerar a empresa como o principal veículo

para introduzir inovação no mercado. E isso, depende, em grande parte, da

capacidade de gerar parcerias, cooperações e alianças, entre o próprio setor privado e

deste com o setor acadêmico. Além de adequação dos modelos de gestão, ou seja,

modernizar e dinamizar a gestão do próprio sistema nacional de inovação passa a ser

a base para que todo o sistema possa evoluir.

Dentre as abordagens facilitadoras da gestão da inovação e formulação de

políticas e estratégias, encontram-se conceitos e técnicas de Inteligência Competitiva

e Gestão Competitivas largamente usadas por estudiosos de inúmeros países para

aplicação em setores os mais diversos. O conceito de rede é central nas duas

abordagens e isso propicia verificar se há formação de parcerias entre academia,

empresa e governo, requisito indispensável para o processo de inovação.

Os desafios, cada vez maiores, enfrentados pelas empresas na busca da

competitividade, em mercados extremamente dinâmicos e voláteis, estão obrigando-as

(8)

adotar novas tecnologias, procedimentos de trabalho e capacidade para converter

conhecimento em ações e produtos lucrativos.

Assim, este trabalho foi buscar na literatura os conceitos que servem de

suporte para um sistema de inteligência e as razões que estão obrigando-as a

voltarem sua atenção para a Inteligência Competitiva. Além de vincular a importância

da Inteligência Competitiva na tomada de decisões e geração de projetos como

demanda de novas oportunidades.

Procurou-se também, abordar de maneira sintética os vários produtos

resultantes de um trabalho de inteligência, bem como o ciclo da sua execução.

1.1 OBJETIVO

Este trabalho tem como objetivo sinalizar a importância da utilização da

inteligência competitiva no contexto de um projeto, auxiliando na tomada de decisões,

para a redução de custos e definição de estratégias mercadológicas, em busca da

vantagem competitiva.

1.2 JUSTIFICATIVA

Há uma carência de estudos sobre a prática da inteligência competitiva pelas

multinacionais do ramo de saúde, faltando ainda uma visão de futuro e práticas

inovadoras a fim de se posicionar no mercado de forma pioneira, buscando otimizar os

lucros.

1.3 METODOLOGIA

Do ponto de vista metodológico, o presente estudo constitui uma revisão da

literatura de pesquisadores do mercado mundial e seus respectivos modelos,

processos ou visão do gerenciamento estratégico como um todo.

Em sua organização, esta monografia inicia relatando as principais referências

mundiais no que tange a vantagem competitiva, inovação, visão de futuro e

inteligência competitiva.

O desenvolvimento está divido em três partes que apresentam o mercado

brasileiro de saúde, inteligência competitiva e convergência de visão de futuro,

inovação e sistemas de gerenciamento. Em todos se enfoca a vantagem competitiva

(9)

Já o aspecto prático, fundamenta-se nas informações divulgadas pelas

empresas aos principais órgãos e a Agência Nacional de Saúde Suplementar.

1.4 CONTEÚDO DOS CAPÍTULOS

Este estudo está dividido em quatro capítulos mais a apresentação do trabalho,

introdução e considerações finais.

A apresentação faz uma sintética abordagem ao cenário brasileiro de implantes

ósseos, a evolução da informação, à gestão do conhecimento e inteligência

competitiva.

A parte introdutória faz uma abordagem à sociedade do conhecimento, a

importância do capital intelectual, a dificuldade de reter Know-how e a disseminação

do mesmo nas organizações, bem como a intrínseca relação entre conhecimento e

inovação.

O capítulo sobre o mercado de saúde suplementar aborda resumidamente o

status atual do mercado nacional de saúde suplementar, com um histórico do

surgimento dos planos de saúde e do Sistema Único de saúde pilares centrais do

sistema de saúde brasileiro, bem como a necessidade de mudar a forma de atuação

das empresas perante o mercado competitivo.

O capítulo “Fundamentos da Inteligência Competitiva” traz a mobilização dos

grandes pensadores mundiais em relação ao tema, abordando trabalhos divulgados

que mostravam a importância da Inteligência Competitiva no contexto de nova visão

estratégica.

O capitulo “Inteligência Competitiva” aborda as principais fontes para se obter

informações, bem como conceitos e características.

O capítulo “Convergência da Inteligência Competitiva com a Construção de

Visão de Futuro” aborda toda a base para se construir um sistema de informação

adequado bem como a gestão desta base buscando a evolução para um modelo de

Gestão do Conhecimento.

As Considerações Finais faz uma abordagem ao tema interligando os capítulos

(10)

1.5 APRESENTAÇÃO

Vive-se um momento de importante transição do ambiente econômico, onde a

gestão pró-ativa do conhecimento adquire um papel central para a competitividade

tanto das empresas, como dos países. Isto, entretanto, nem sempre foi assim, pois, no

passado, vantagens de localização, assim como o acesso à mão-de-obra barata,

recursos naturais e ao capital financeiro tinham papéis muito mais determinantes.

No Brasil, verifica-se que o recurso "conhecimento" vem aumentando

aceleradamente sua importância para o desempenho empresarial e que os desafios

impostos pela relativa e recente abertura econômica tornam a questão da gestão do

conhecimento ainda mais fundamental para as empresas brasileiras.

O mercado nacional de implantes ósseos e biomateriais para neurocirurgias e

cirurgias ortopédicas está em franca expansão. As empresas líderes do setor são

empresas globais que atuam no Brasil por meio de representações comerciais. Este

modelo de gestão serve para atuação em mercados de pequeno porte, diferentemente

do mercado citado acima. Dessa forma as líderes do setor, vêm perdendo

sistematicamente participação de mercado para pequenas empresas locais, por falta

de um conhecimento adequado do mercado. A falta de uso da Inteligência Competitiva

tem levado estas empresas a perderem excelentes oportunidades de negócios.

Pode-se acreditar que sem estratégias empresariais, setoriais e nacionais

muito bem concatenadas e rapidamente implementadas, fica muito difícil imaginar que

as empresas brasileiras conseguirão se tornar competitivas e, mesmo, sobreviver aos

desafios impostos pela competição global.

Buscando corroborar com estas afirmações acima sobre a magnitude do

desafio brasileiro, várias evidências encontradas em diversos estudos e bases de

dados mostram que a recente abertura econômica vem impondo importantes desafios

às empresas brasileiras, aumentando a necessidade da gestão do conhecimento, de

maneira geral.

A Gestão do Conhecimento nas organizações passa, necessariamente, pela

compreensão das características e demandas do ambiente competitivo e, também,

pelo entendimento das necessidades individuais e coletivas associadas aos processos

(11)

2. MERCADO BRASILEIRO DE SAÚDE SUPLEMENTAR

O mercado de planos de saúde começou a se desenvolver, no Brasil, nas

décadas de 40 e 50, quando empresas do setor público reverteram recursos próprios e

de seus empregados para financiar ações de assistência à saúde. Mais tarde, a

assistência médico-hospitalar foi incluída entre os benefícios oferecidos aos

funcionários das recém-criadas empresas estatais. No setor privado, as indústrias do

ramo automobilístico, sobretudo as estrangeiras, foram as primeiras a implementar

sistemas assistenciais.

A partir dos anos 50, começaram a surgir organizações, de assistência à

saúde, destinadas, exclusivamente, aos funcionários estaduais desprotegidos pela

Previdência Social. Mas foi na década de 60, que os denominados convênios médicos

entre empresas empregadoras e empresas médicas (cooperativas médicas e

empresas de medicina de grupo), mediados pela Previdência Social, estimularam,

decisivamente, o processo empresarial da medicina.

O mercado se expandiu e em 1988, através da Constituição Federal,

estabeleceu a atribuição do Estado, de assegurar o direito á saúde dos cidadãos,

criando um sistema nacional de saúde. Garantindo o setor de assistência

médico-hospitalar, permitindo a oferta de serviços de assistência à saúde pela iniciativa

privada, sob o controle do estado.

No entanto, até a promulgação da Lei 9.656/98, que definiu as regras para o

funcionamento do setor de saúde suplementar, o Estado brasileiro não dispunha dos

instrumentos necessários para a regulação do ramo de planos privados de assistência

à saúde, já organizada e funcionando há décadas no país.

A lei, que entrou em vigor em 3 de junho de 1998, instituiu diversas garantias

aos usuários, tais como: tornar obrigatório às operadoras o oferecimento do Plano

Referência; proibir a rescisão unilateral de contratos e submeter à aprovação do

governo os índices de reajuste anuais.

A criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANSS) – pela Medida

Provisória 2.012-2, de 30 de dezembro de 1999, e posteriormente, pela Lei 9.961/00 –

ocorreu de fato em 2000. E o primeiro desafio foi compor o panorama de um setor que

envolvia 30 milhões de usuários, 2.200 operadoras e milhares de profissionais da área

da saúde e movimentava 23 bilhões de reais por ano. Todos os esforços foram

empenhados para a construção do banco de dados que hoje contempla informações a

(12)

consumidores, operadoras, prestadores de serviço de saúde e gestores do Sistema

Único de Saúde (SUS).

Hoje a ANSS conhece as operadoras/seguradoras e seus administradores,

padronizou a contabilidade dessas empresas e sistematizou o recebimento de

informações econômico-financeiras.

Como conseqüência deste histórico, a indústria da saúde é um dos setores

brasileiros que enfrenta o temível paradoxo da estratégia, crescendo sensivelmente

dentro da sociedade de forma geral, mas apresentando perdas consideráveis quanto à

sua lucratividade e, consequentemente, a sua competitividade.

O sistema criado de forma mista, onde os preços dos planos de saúde

individuais são regulados pelo governo federal, através da ANSS, Agência Nacional de

Saúde Suplementar, sendo que os demais custos da cadeia produtiva não estão sob o

controle estatal, provocando, desta forma, uma perda em grande escala para aqueles

que não conseguem exercer pressão e controle sobre os diversos mecanismos da

indústria como um todo.

Normalmente ao serem controladas pelo Estado, as operadoras de planos de

saúde procuram aumentar a sua pressão sobre os demais componentes do sistema,

exercendo o que se pode chamar em estratégia de poder de barganha, principalmente

sobre aqueles que possuem maior grau de dependência.

Como os custos relacionados às atividades da medicina, principalmente as que

exigem sofisticação de equipamentos, aumentam em escala muito maior que a

produção de riquezas pela sociedade, devido a própria evolução tecnológica, o

resultado passa a ser um forte achatamento dentro da indústria de saúde, onde a

equação formada por custos x riquezas, gerada pela sociedade não fecha,

comprometendo a viabilidade de muitos negócios e aumentando a dificuldade de

ganhos financeiros condizentes no setor.

Como agravante para este achatamento, ainda há o aumento da expectativa de

vida da sociedade, onde a população idosa figura como a que mais gasta com a sua

saúde. Todavia, por deixar de ser economicamente ativa e passar a depender do

estado, possui uma capacidade de pagamento menor que as demais faixas etárias. O

desequilíbrio provocado afeta exponencialmente as operadoras de planos de saúde,

que repassam os seus problemas aos hospitais, clínicas, laboratórios, centros de

(13)

Além disso, as 10 maiores empresas de planos de saúde no Brasil detêm cerca

de 25% do mercado, fazendo que o setor seja bastante pulverizado, inviabilizando os

ganhos em escala e aumentando consideravelmente os custos.

Como os planos de saúde são um elo bastante importante dentro da indústria

da saúde no Brasil, gerando cerca de 95% das receitas de empresas de saúde

particulares, cada problema nesse setor afeta toda a indústria da saúde como um

efeito cascata. As margens de lucratividade, no setor, têm se tornado cada vez

menores, chegando a 5% em muitos casos e consideradas apertadíssimas para os

profissionais, pois torna impossíveis os níveis de sobrevivência e investimentos em

tecnologia.

Agravando ainda mais este cenário, a maioria das empresas de saúde tende a

sofrer de miopia administrativa, transformando o melhor médico em seu gestor. Nos

laboratórios clínicos não é diferente. Normalmente quem assume a posição de gestor

do laboratório é um profissional da área de saúde, geralmente o mais experiente ou o

proprietário. Porém, em alguns casos a transformação de um excelente técnico em um

excelente gestor não se traduz em verdade ou na velocidade que se espera. O

resultado é que se pode perder um grande técnico e ganhar um péssimo

administrador.

Um ponto comum em todas as empresas que vêm conseguindo bons

resultados é a direção de três movimentos claros dentro da indústria da saúde: a

profissionalização de suas administrações, o que na área da saúde, somente ganhou

importância recentemente; a especialização das atividades e a consolidação em seus

mercados, reduzindo o grau de dependência das empresas de planos de saúde.

Este último processo, a consolidação em seus mercados, vêm requerendo das

empresas, criação interna projetos pilotos de núcleos estratégicos com a finalidade de

analisar o potencial de consumo, a força dos concorrentes, a distribuição geográfica

dos concorrentes e consumidores, o poder aquisitivo de cada região bem como as

(14)

3. OS FUNDAMENTOS DA INTELIGÊNCIA COMPETITIVA

Este estudo fundamentou o trabalho de análise do cenário competitivo das

telecomunicações brasileiras, baseado nos modelos teóricos de quatro grandes

autores do contexto empresarial: Michael Porter, Kirk W. M. Tyson, Gary Hamel e C.

K. Prahalad.

Nos últimos 20 anos, os trabalhos de Michael Porter, definiram os fundamentos

da competição e da estratégia competitiva. Consultor e professor da Harvard Business

School, é considerado uma das maiores autoridades mundiais em estratégia

competitiva, segundo a revista de negócios com maior tiragem de exemplares no

mundo, a Business Week.

Porter dedicou sua obra a estudar a importância da competitividade nas

organizações. Ele é conselheiro de governantes, de grandes empresas, e parece ter

sempre a resposta certa para os mais variados problemas estratégicos. Foram essas

qualidades que fizeram dele uma das principais autoridades do mundo em estratégia

competitiva e em competitividade empresarial. Ele defende a idéia de que "se as

organizações não tiverem uma visão clara de como se apresentar nitidamente

diferentes e únicas, oferecendo algo diferente de suas rivais a um grupo diferente de

clientes, elas serão devoradas pela forte concorrência".

Assim ser única e buscar um diferencial estratégico são as diretrizes apontadas

por ele para o sucesso. Ele lembra ainda que estratégia exige escolhas e uma

empresa precisa decidir quais valores deseja oferecer e a quem, "não há como ser

tudo para todos e fazer um bom trabalho".

Michael Porter é um grande pesquisador e foi como resultado de uma pesquisa

que nasceu o "modelo das cinco forças", que virou matéria obrigatória para qualquer

pessoa que se interesse por administração. O modelo envolve o relacionamento entre

competidores em uma indústria, competidores potenciais, fornecedores, compradores

e soluções alternativas para solucionar um determinado problema. Através desse

modelo, é possível conhecermos as áreas em que é necessário haver mudança, os

pontos fortes e as ameaças em uma organização, ficando, assim, mais fácil a ação.

As contribuições de Gary Hamel e C. K. Prahalad em que pesem os esforços

direcionados no sentido de implantar empresas que se utilizam estratégias

competitivas, com o intuito de reduzir custos de mão-de-obra, de racionalizar linhas de

produtos a fim de obter economias de escala globais, de instituir Círculos de

(15)

recursos humanos, entretanto, os gerentes de firmas transnacionais sediadas no

ocidente, ainda executam senão por uma pura imitação.

Destarte, muitas empresas, como Bradesco Saúde, Unimed, Medial Saúde,

Intermédica, Sul América, estão gastando energias consideráveis para simplesmente

reproduzir vantagens em termos de custos e qualidade, das quais seus competidores

globais já dispõem. Embora tal imitação possa significar um ato de reconhecimento de

manobras estratégicas eficazes, ela não resultará em revitalização competitiva, pois

estratégias que se baseiam em imitação são transparentes para concorrentes que já

dominam suas formulações e resultados. Além disso, para aqueles executivos e suas

firmas, reganharem competitividade significará repensar muitos conceitos básicos de

estratégia.

De fato, Gary Hamel e C. K. Prahalad acreditam que conceitos tais como ajuste

estratégico entre recursos e oportunidades, estratégias genéricas, baixa de custos

versus diferenciação versus focalização e hierarquia da estratégia (objetivos,

estratégias e táticas), geralmente, tem incitado o processo de declínio competitivo. Os

novos competidores globais abordam a estratégia sob uma perspectiva que é

fundamentalmente distinta daquela que escora o pensamento gerencial ocidental.

Contra tais competidores, ajustamentos marginais em ortodoxias correntes

provavelmente produzem apenas revitalização competitiva no que concerne a

melhorias adicionais em matéria de eficiência. A título de ilustração, Gary Hamel e C.

K. Prahalad apresentam as principais diferenças entre os modos norte-americano e

japonês de visualização da estratégia, das vantagens competitivas e do papel dos

executivos.

Assim, dois modelos contrastantes de estratégia emergem. Um deles, que a

maioria dos gerentes seniors ocidentais adota, é centrado na questão de realizar

ajustes estratégicos. O outro se concentra no problema de alavancagem de recursos.

Tais modelos não são mutuamente exclusivos, mas eles apresentam uma diferença

significante em termos de ênfase - uma ênfase que afeta consideravelmente a forma

com que as batalhas competitivas são travadas ao longo do tempo, sendo que o

segundo modelo privilegia as ações a longo prazo. Ambos os modelos reconhecem o

problema da competição que se efetua num ambiente hostil com recursos limitados.

Mas enquanto a ênfase do primeiro consiste em reprimir ambições para alocar com

eficiência os recursos disponíveis, a ênfase do segundo se concentra em alavancar

(16)

Os dois modelos preconizam que a competitividade relativa determina a

lucratividade relativa. O primeiro enfatiza a procura por vantagens que são

inerentemente sustentáveis, enquanto que o segundo põe ênfase na necessidade de

acelerar a aprendizagem organizacional para ultrapassar competidores na construção

de novas vantagens. Ambos, enfim, destacam a necessidade de desmembram a

organização de tal maneira que permita a alta administração diferenciar as

necessidades de investimento entre as várias unidades de planejamento. No primeiro

modelo, os recursos são alocados nas unidades de produto-mercado cujos

agrupamentos são definidos por produtos, canais de distribuição e consumidores

comuns. Cada unidade estratégica de negócios deve possuir todas as competências

críticas que ela necessita para executar sua estratégia com sucesso. No segundo,

investimentos são feitos em core competências (semicondutores e fibras óticas, por

exemplo), assim como em unidades produto-mercado.

Gary Hamel e C. K. Prahalad argumentam ainda que as empresas que

obtiveram liderança global durante os últimos 20 anos começaram, invariavelmente,

com ambições que eram despropositadas em função de seus recursos e capacidades.

Uma tal visão é denominada "Intenção Estratégica" (ou "propósito estratégico") pelos

autores supracitados. Expressões tais como "bater xerox", cunhada pela Canon, são

exemplos típicos de Inteligência Estratégica.

A aceleração dos avanços científicos e tecnológicos e o ritmo crescente do

desenvolvimento econômico após o final da Segunda Guerra Mundial, tem motivado

pessoas, empresas públicas e privadas, organizações não-governamentais (ONG)

governos, a se preocuparem com o futuro, visando manter-se no mercado

excessivamente concorrencial e globalizado criando e assegurando vantagens

competitivas. Antecipar oportunidades e ameaças, construindo visão prospectiva, é

vital em ambientes de mudanças que exigem respostas rápidas, efetividade,

criatividade e inovação.

PORTER (1989) considera que a estrutura da indústria é moldada por cinco

forças básicas: rivalidade dos concorrentes, a ameaça de entrada, poder de

negociação do cliente, poder de negociação do fornecedor, ameaça dos substitutos. A

interação dessas forças determina a atratividade e a rentabilidade de um setor e, em

conseqüência, são da maior importância para a formulação da estratégia. Os entrantes

em um setor trazem novas capacidades, o desejo de ganhar participação no mercado

e, em geral, recursos substanciais. A ameaça de entrada, por sua vez, está

diretamente relacionada à existência de barreiras à entrada. São exemplos de

(17)

patenteados, a identidade de marca, os custos de mudança, as exigências de capital,

o acesso à distribuição, as vantagens de custo absoluto (curva de aprendizagem,

acesso a insumos necessários, projeto de produtos de baixo custo), a política

governamental e a retaliação esperada.

CASTELLS (1999) defende a tese de que o surgimento da economia da

informação caracteriza-se pelo desenvolvimento de uma nova lógica organizacional

baseada na convergência e na interação entre as tecnologias de informação e

comunicação (TIC), os modelos de gestão e as articulações crescentes de redes de

pessoas e empresas.

Assim, diante das pressões do mercado, as organizações estão deixando de

ser sistemas relativamente fechados para tornarem-se sistemas cada vez mais

abertos, propiciando um ambiente favorável à constituição das chamadas “redes

organizacionais” ou “unidades virtuais de negócio”. Formadas com o objetivo de

reduzir incertezas e riscos individuais, organizam atividades econômicas por meio de

coordenação e cooperação entre empresas oferecendo respostas rápidas às

oportunidades do mercado, utilizando o suporte da tecnologia da informação para este

fim. (ASHKENAS, 1995).

Neste contexto a informação, o conhecimento, a tecnologia e as metodologias

de prospecção tornam-se recursos fundamentais, constituindo-se em poderosas

armas de apoio à tomada de decisão estratégica e tática. Na literatura encontram-se

vários conceitos, orientações e práticas onde se confirma a preocupação com a

competitividade em exercícios futuros, ou seja, marcar presença no mercado e garantir

pontuação positiva junto a concorrência.

(18)

4. INTELIGÊNCIA COMPETITIVA

No presente capítulo, serão apresentadas as fontes de informação para a

prática da inteligência competitiva bem como as respectivas características. Além de

abordar a coleta de informações publicadas para inteligência competitiva.

4.1. Conceitos de Inteligência Competitiva

4.1.1. Introdução

Globalização da economia e dos mercados, mudanças constantes no ambiente

externo às organizações e a necessidade de antecipar-se para manter a

competitividade, são algumas das fortes razões para as empresas investirem num

monitoramento sistemático de informações e conhecimentos para subsidiar a gestão

estratégica. A prática do monitoramento do ambiente, conforme indica SAPIRO (1993),

não é um acontecimento recente, nem desconhecido. O que parece ser

qualitativamente diferente destaca o autor, é o esforço das organizações em

sistematizar e formalizar a citada atividade, criando uma estrutura formal de

inteligência dentro das organizações com vistas a garantir o sucesso de seus

programas estratégicos, tais como: qualidade total e benchmarking.

Na literatura, este tema, monitoramento do ambiente para a atividade de

inteligência, tem aparecido, freqüentemente, como um processo denominado

inteligência competitiva com duas concepções básicas que podem ser identificadas na

literatura corrente. Uma concepção está fundamentada nos competidores, sendo estes

o ponto central de todo o trabalho de investigação, presente na literatura

anglo-americana, denominada competitive intelligence ou business intelligence. A outra

concepção desenvolve o monitoramento do ambiente através de monitoramentos

específicos, como tecnológico, concorrencial, político, dentre outros, denominada, na

literatura francesa como veille stratégique.

Os conceitos de TYSON (1998) e LESCA, FREITAS, CUNHA JÚNIOR (1996)

clareiam o entendimento sobre estas duas concepções. Competitive intelligence,

segundo TYSON (1998) é um processo sistemático que transforma bits e partes de

informações competitivas em conhecimento estratégico para a tomada de decisão.

Este conhecimento esclarece o autor, referente à posição competitiva atual,

desempenho, pontos fortes e fracos, e intenções específicas para o futuro.

Para LESCA, FREITAS, CUNHA JÚNIOR (1996), veille stratégique é o

(19)

dos “sinais fracos” do seu ambiente socioeconômico com o objetivo criativo de

descobrir oportunidades e de reduzir os riscos ligados à incerteza. Interpretando estes

autores, pode-se entender inteligência competitiva como um processo de

monitoramento (coleta e análise) e disseminação de informações do meio ambiente

externo, do qual fazem uso todos os níveis da organização, interagindo

estrategicamente no processo de tomada de decisão, de acordo com suas

necessidades. Pode-se dizer, ainda, que inteligência competitiva é um processo

sistemático que converte informações em conhecimento estratégico para tomada de

decisão.

Alguns dos objetivos da inteligência competitiva são indicados por Attanásio

citado por SAPIRO (1993), LESCA, FREITAS, CUNHA JÚNIOR (1996) e TYSON

(1998), como sendo:

- Informar sobre mudanças no ambiente, servindo como alerta antes que os

obstáculos possam surgir;

- Identificar oportunidades de mercado e ameaças, com vistas a consolidar a

situação da empresa;

- Perceber os movimentos competitivos da concorrência, em tempo para planejar

sua estratégia obtendo vantagem competitiva;

- Melhorar o gerenciamento da organização sob pressão do dia-a-dia, num

contexto de incertezas e num ambiente em constante mutação.

A essência da inteligência competitiva, conforme alerta POZZEBON, FREITAS,

PETRINI (1997) é o manuseio de informações sobre mercados, informações sobre

clientes e concorrentes, informações relativas a tendências externas, políticas e

socioeconômicas, oriundas de comunicações verbais e escritas, como documentos

oficiais e pessoais, entrevistas, relatos de reunião, programas de rádio e TV.

A estratégia, conforme citam os autores, é justamente a de ir juntando “peças”

aparentemente irrelevantes, para como um quebra-cabeça, compor imagens que têm

sentido. Bem lembrado por Porter, citado por POZZEBON, FREITAS E PETRINI

(1997), é a assertiva segundo a qual, somente quando se têm 80% do quebra-cabeça

é que se pode começar a ver coisas que as outras pessoas não vêem. Juntando,

fazendo encaixes, reorganizando informações e conhecimentos fragmentados,

dispersos e aparentemente sem sentido, pode-se chegar a conclusões inéditas,

mesmo que estas informações já estivessem disponíveis, porém não disponibilizadas

(20)

Porter citado por POZZEBON, FREITAS E PETRINI (1997), já enfatizava que

as empresas têm uma enorme necessidade de dados sobre a concorrência e o

ambiente para formulação estratégica. Esses dados, transformados em informações,

constituem-se em matéria-prima básica para formulação de estratégias competitivas.

Através do processo de inteligência competitiva a organização pode contar com

informações e conhecimentos, ordenando-os de forma a fazer sentido,

disponibilizando-os para toda a empresa, proporcionando novos arranjos e outras

conclusões.

Uma das técnicas mais empregadas para desenvolver inteligência competitiva

é a da coleta de informações publicadas, por proporcionar numerosas fontes de bits de

informações, tanto para serem complementadas quanto para consolidar outras

informações oriundas de fontes não publicadas.

4.1.2. Características das informações para inteligência competitiva

No processo de inteligência competitiva faz-se necessário contar, de forma

contínua e sistemática, com informações publicadas relevantes, informações de

empregados de outras empresas, informações de fontes industriais, financeiras e

econômicas, sínteses e análises produzidas por especialistas e analistas, relatórios

gerenciais, a serem disponibilizados internamente para os diversos níveis decisórios

da organização. Informações, estas, sobre o ambiente externo, que necessitam ser

integradas à estrutura formal de inteligência da organização.

TYSON (1998) dá ênfase à coleta de informações publicadas externamente,

porém destaca a importância de outras fontes externas não publicadas, bastante

relevantes para completar a coleção básica de inteligência competitiva. Estas

informações podem ser obtidas através de entrevistas, contatos telefônicos, troca de

correspondências eletrônicas e outros contatos informais. Aspectos formais e

informais, na obtenção de informações para o processo de inteligência competitiva,

são levantados, na literatura, constituindo-se em mais um desafio para a estrutura

formal de inteligência da organização.

LESCA, FREITAS, CUNHA JÚNIOR (1996), caracterizam, ainda, a natureza

das informações que dizem respeito à inteligência, como sendo: antecipativas,

qualitativas, incertas e fragmentadas. Tais características são consideradas, pelos

autores, como indispensáveis para compor o conceito de quebra-cabeça, presente no

processo de inteligência competitiva. Com base na literatura corrente, apresentam-se

no quadro 1, as características das informações para inteligência competitiva, segundo

(21)

QUADRO 1 Características das informações para inteligência competitiva

Tipo Sobre competidores, mercados, ambiente, produtos,

tecnologia, fornecedores e clientes.

Natureza: Antecipativas, qualitativas, incertas e

fragmentadas;

Origem: Formal (impressas, publicadas, disponíveis em

bases de dados, artigos científicos, jornais, patentes, documentos da empresa, etc.) e informal (obtidas em exposições, feiras, congressos, visitas a clientes, correspondências, entrevistas, contatos telefônicos etc);

Formatos Heterogêneos;

Formatados e não-formatados disponíveis em textos, imagens, fotografias, vídeos, fitas, anotações de reuniões e viagens etc.;

Fonte: O autor

Para estruturar o processo de coleta das referidas informações para o processo

de inteligência competitiva é fundamental compreender como são as informações

indispensáveis ao mesmo. Neste sentido, esta tipologia procura orientar a seleção de

fontes de informação para alimentar o processo de inteligência competitiva.

4.1.3. A coleta de informações publicadas para inteligência competitiva

Dependendo da concepção de perfil a ser suportado pela inteligência

competitiva, define-se a etapa de coleta de informações, para formar a coleção básica

da estrutura formal de inteligência. Keiser, citado por MOCKLER (1992), ao se reportar

sobre a coleta de informações para inteligência competitiva, sugere os seguintes

passos:

- Identifique seus competidores;

- Determine o que você precisa saber sobre competidores (dados e

análise que ilustrariam melhor como essas companhias estão trabalhando);

- Identifique as fontes específicas dessas informações;

- Organize os recursos da corporação e elabore uma estratégia para

obtenção das informações de que você necessita e para as quais não tem

acesso regular;

- Junte todas as informações, avalie os dados e a performance potencial

dos seus competidores e compare com as previsões que a sua equipe está

fazendo para a empresa;

- Monitore as ações dos seus competidores e comunique continuamente

essas informações a toda à empresa de maneira que a gestão e a gerência

(22)

Para iniciar o processo de inteligência competitiva, TYSON (1998) recomenda,

antes de tudo, consultar um bibliotecário, por ser este um profissional treinado para

localizar informações, fontes e principalmente por saber indicar quem está fazendo o

que e onde. Esse autor destaca, ainda, que a coleta de informações publicadas visa

atender o sistema de inteligência competitiva, sugerindo os seguintes passos:

- Selecionar previamente qual vai ser o foco da coleção (com base na

definição do perfil do competidor);

- Identificar dois ou três competidores (no máximo cinco);

- Investigar exaustivamente tais competidores.

- Fazer um inventário das informações disponíveis e sintetizar a

inteligência relevante;

- Obter informação adicional consultando outras fontes externas.

Esboços de perfis de competidores, visando a orientar a seleção e coleta de

informações, são apresentados, minuciosamente, por MOCKLER (1992) e TYSON

(1998). Estes perfis incluem desde informações que possibilitem formar uma noção

sobre a empresa competidora monitorada, seus dirigentes, área de atuação,

endividamento, capacidades potenciais, competências até a identificação de quais

recursos a mesma dispõe, seus fatores de sucesso, planos futuros, reações às

mudanças competitivas, dentre outras.

4.2. Fontes de informação para inteligência competitiva

Tomando o perfil do competidor como parâmetro para orientar a atividade de

coleta e compor a coleção de informações para inteligência competitiva, TYSON

(1998) propõe o uso dos seguintes recursos informacionais: Internet, serviços de

clipagem, mídia kit, fontes financeiras, fontes governamentais, consulta a bases de

dados on-line, workshop de informações e a rede interna de relacionamento. Dadas às

peculiaridades da realidade brasileira, são feitas algumas ressalvas e comentários nos

tópicos que seguem:

4.2.1. Internet

O uso da Internet para coleta de informações torna-se relativamente fácil para

quem está familiarizado com as ferramentas de busca e com o uso de bases de

(23)

assunto que se deseja pesquisar, para poder iniciar todo um processo de buscas,

quase sempre demandador de habilidade e tempo.

O uso de diretórios, guias e cadastros de instituições pode ser muito útil para

auxiliar na identificação do nome da empresa a ser pesquisada. Assim como o uso de

diretórios de bases de dados são de grande valia para localizar a maneira mais rápida

para acessá-las.

Os guias de periódicos, nacional e internacional, registram todos os títulos de

periódicos, e podem ser recuperados também pelo assunto, e indicam em que bases

de dados os mesmos estão indexados. Atualmente existem inúmeras bases de dados

que podem ser acessadas pela Internet.

Outras informações para inteligência competitiva podem ser coletadas via

Internet, tais como: homepages de empresas, sites de associações de negócios, sites

acadêmicos, repositórios governamentais, newsgroups e mail lists.

É importante lembrar de registrar no bookmark os sites relevantes, bem como

providenciar links diretos para a intranet, possibilitando que toda a empresa possa

acessar as informações desejadas. TYSON (1998) adverte, no entanto, para não se

dar crédito a tudo que se lê na Internet, pois informações falsas podem ser

disponibilizadas com o intuito de confundir os competidores. Alerta, também, para que

não se deixe impressionar pelas belas homepages, pois feitas com alta tecnologia,

são, muitas vezes, verdadeiras vitrines elaboradas para impressionar os

consumidores, por isso nem sempre representam a realidade das empresas. Embora,

o autor reconheça, também, a redução de custos, como um dos maiores benefícios do

uso deste recurso informacional, no acesso a informações primárias e secundárias.

4.2.2. Serviços de clipagem

Os serviços de clipagem fornecem fluxo regular de informações coletadas em

revistas, jornais, periódicos, e de outras mídias eletrônicas. Esses serviços

possibilitam imprimir mais rapidez e eficiência no fluxo de informações externas,

considerando que as equipes de clipagem monitoram jornais, revistas e mídias locais,

nacionais e internacionais extraindo informações de acordo com o perfil do cliente, ou

seja, de acordo com o perfil do competidor desse cliente. É importante verificar, junto

ao serviço de clipagem quais os periódicos usados no serviço de clipagem a fim de

sejam acrescidos àqueles usados pelo cliente, para que sejam, também, monitorados

e objetos de vigília.

Existem, hoje, serviços de clipagem na rede web, onde já se podem negociar

(24)

O serviço de clipagem na rede faz uma cobertura muito maior do que pessoalmente se

faria. Alguns serviços podem ser obtidos por companhia, produto e/ou assunto.

4.2.3. Bases de dados on-line

Assinaturas de bases de dados on-line, juntamente com a pesquisa na Internet

ajudam a reduzir o tempo gasto em bibliotecas. TYSON (1998) recomenda explorar os

websites dos maiores periódicos na área de negócios, pois alguns deles têm artigos

disponíveis, apenas, por algumas semanas após a publicação.

Outros tipos de informações podem ser coletados através de pesquisa on-line:

abertura e fechamento de empresas, tamanho de empresas, vendas e outras

informações financeiras, anúncios de novos produtos, informações sobre patentes e

marcas registradas, contratos, resultados de pesquisa de mercado, atividades de

pesquisa e desenvolvimento.

4.2.4. Serviços de mídia kit

Serviços de mídia kit são, em geral, realizados por jornalistas através de

contatos das assessorias de imprensa, de publicidade e de relações públicas com

agências de notícias, contendo pacotes de informações valiosas como: press release,

relatórios anuais, produtos de informação, e outras informações que podem auxiliar no

desenvolvimento de um perfil total das companhias monitoradas.

4.2.5. Fontes governamentais

TYSON (1998) faz uma ressalva quanto ao nível de confiabilidade das

informações contidas nos sites governamentais, não os recomendados como única

fonte primária, porém ressalta que, esses sites podem ser úteis ao processo de

inteligência como um todo. No âmbito de fontes governamentais, o autor enfatiza os

relatórios governamentais da Securities and Exchange Comission (SEC), do governo

americano, e onde podem ser obtidos os seguintes tipos de informações: diretórios de

empresas, artigos sobre incorporações, informações financeiras sobre empresas

regularmente registradas, contratos, prospectos, relatórios de impacto ambiental,

informações sobre saúde e segurança do trabalho, licenças, legislação, etc.

No Brasil, segundo MONTALLI & CAMPELLO (1997), esse papel é

desempenhado pelas juntas comerciais, existentes em cada estado da federação, que

catalogam contratos e outras informações sobre as empresas, requeridas quando de

seu registro. Entretanto, conforme citam as autoras, não oferecem os mesmos

serviços de informação sobre as empresas registradas, como o órgão do governo

(25)

TYSON (1998) recomenda buscar em fontes governamentais informações

sobre as empresas monitoradas, principalmente a serem coletadas nos documentos:

relatório sobre pesquisa de mercado, levantamentos socioeconômicos, revistas

técnicas e publicadas pelas empresas, manuais de negócios, jornais e catálogos.

Deve-se coletar, também, segundo o autor, anúncio de novos produtos, informações

sobre patentes e marcas registradas, resultados sobre pesquisa de mercado,

produzidas por outras empresas, curriculum e palestras de executivos importantes

ligados às atividades de pesquisa e desenvolvimento.

Cabe ressaltar, que na realidade brasileira o apoio governamental foi decisivo

para o desenvolvimento dos serviços de informação científica e tecnológica, tendo sido

criadas diversas instituições ligadas ou vinculadas ao governo federal, estadual ou

municipal. Atualmente, um bom número dessas instituições está na Internet

divulgando, em seus websites, suas publicações, agendas de eventos, e em algumas

delas disponibilizando, inclusive, serviços de informação.

No Brasil, os serviços de informação para a indústria com atuação no

fornecimento de soluções às empresas, por meio de produtos e serviços promotores

da competitividade e desenvolvimento do setor produtivo nacional, se intensificaram

com a criação, a partir de 1984, da Rede de Núcleo de Informação Tecnológica,

coordenados pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT).

Via IBICT, outras iniciativas começam a ramificar-se nos países do Mercado

Comum do Sul, como a Rede Antares, um sistema de informação constituído por um

banco de dados de alimentação descentralizada, feita on-line por mais de 200 núcleos

provedores de informação.

Outros órgãos governamentais também têm atuado na área de prestação de

serviços de informação tecnológica, como: Instituto Nacional de Metrologia e

Qualidade Industrial (INMETRO), Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI),

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto Nacional de Tecnologia

(INT), dentre outros. Estas organizações também têm seus websites e seus serviços

de informação podem ser utilizados no processo de obtenção de informações para

inteligência competitiva.

Também as universidades brasileiras, principalmente as da esfera federal, têm

contribuído tanto com projetos de pesquisa, quanto com serviços de extensão

(consultorias, parcerias etc.), principalmente para a melhoria da capacitação

tecnológica das empresas brasileiras, ocorrendo uma grande divulgação de

(26)

informação, gratuitamente. Links interessantes podem ser rastreados através de

websites de universidades.

Informações socioeconômicas, no Brasil, podem ser também obtidas

acessando fontes governamentais federais e estaduais, porém como as fontes

financeiras, as fontes da iniciativa privada, são mais precisas e confiáveis.

4.2.6. Fontes financeiras

Relatórios anuais das companhias, de acordo com BORGES & CAMPELLO

(1997), são documentos fundamentais para se construir o perfil do competidor. Nem

sempre se consegue esse tipo de informação com facilidade diretamente na empresa,

por isso o autor recomenda utilizar como fonte secundária a CVM, no Brasil, uma

espécie de junta comercial brasileira, onde esses relatórios podem ser acessados com

mais facilidade.

No entanto, os relatórios mais confiáveis, são aqueles enviados, pela empresa,

para os especialistas financeiros da Ibovespa, uma vez que esses analistas são quase

sempre intermediadores de investimentos. No Brasil, de acordo com o autor

supracitado constitui-se prática das empresas ligarem para os analistas de cada tipo

de negócio, para avaliar os investimentos e/ou situação financeira daquela empresa. O

analista de investimento é uma fonte respeitável e inesgotável de informações.

No Brasil, segundo BORGES & CAMPELLO (1997), o papel da iniciativa

privada na produção e fornecimento de informação para negócios é significativo,

especialmente no que diz respeito à informação financeira, representada por dados

sobre balanços, crédito, cotações, além de informações sobre companhias, notícias

financeiras e econômicas.

Nesta área tem se destacado a Empresa Jornalística Gazeta Mercantil S.A,

que vem operando, de acordo com PAULINO (1994), sob o conceito de empresa

prestadora de serviço de informação, incidentalmente instalada sob a forma de um

jornal, de uma edição condensada em inglês, inclusive, International Weekly Edition,

de um programa de televisão, Crítica & Autocrítica, da venda do direito de acesso ao

seu centro de informações, de seminários, eventos e publicações especiais (como

relatórios sobre temas específicos) que circulam encartados no jornal e o anuário

Balanço Anual. O jornal Gazeta Mercantil, conforme enfatiza o autor, reproduz

matérias de publicações específicas estrangeiras traduzidas para o português,

evidenciando uma preocupação com grande parte dos usuários que necessita desta

(27)

Na linha de serviços on-line, da Gazeta Mercantil, destaca-se Invest News, um

serviço que fornece, à sua clientela, dados on-line e em tempo real dos indicadores

econômicos do mercado financeiro.

Uma nova indústria de informações de negócios está florescendo, no mercado

brasileiro, vendendo dados e notícias para mercados específicos, conforme relata

LOPES (1997). Cotação de balanço, dados sobre companhias latino-americanas para

investidores interessados em colocar dinheiro no mercado, informações precisas e

atualizadas sobre a capacidade de pagamento das empresas, constituem-se na

matéria-prima deste novo segmento industrial. Pacotes de informações são montados,

segundo as exigências do cliente, com monitoramento de informações adicionais, com

vistas a atender as necessidades de sua clientela.

4.2.7. Outras fontes de informação para negócios

No Brasil, como registram BORGES & CAMPELLO (1997), além das redes de

informação, que ainda apresentam uma forte característica de informação tecnológica,

algumas instituições têm se dedicado a prestar serviços de informações para

negócios. Tais instituições são em geral, federações de indústrias, associações

comerciais, Comissão Nacional de Bolsas de Valores, além de empresas de

consultoria voltadas para o desenvolvimento de pesquisas e análises de mercado,

acompanhamento da trajetória de empresas, informações sobre fornecedores e

produtos em áreas específicas.

Redes de iniciativa privada também vêm atuando na prestação de serviços de

informação para a indústria, tais como: Rede Sebrae, coordenada por uma unidade

central do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas

(Sebrae); Rede SENAI, operando por intermédio das unidades regionais do Serviço

Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), destacando-se o trabalho que vem

sendo desenvolvido pelo Centro Internacional para a Educação, Trabalho e

Transferência de Tecnologia (CIET); Infovia CNI, assim denominada a grande rede

coordenada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), que disponibiliza entre

outros serviços o CNIDATA, que é o conjunto de bases de dados, disponível na rede

de computadores CNI, reunindo informações atualizadas nas áreas de economia,

negociações coletivas, comércio exterior, e outras de interesse do segmento industrial;

e a rede CNI-DAMPI, mantida pela CNI, a qual desenvolve estudos setoriais,

(28)

5. CONVERGÊNCIA DA INTELIGÊNCIA COMPETITIVA COM A CONSTRUÇÃO DE VISÃO DE FUTURO

No presente capítulo, serão apresentadas metodologias e experiências de

visão de futuro, monitoramento ambiental, inteligência competitiva e gestão do

conhecimento como ferramentas de apoio ao processo decisório. Além disso, será

apresentada proposta metodológica de sistema de informação estratégica como

suporte à sinergia das metodologias aqui tratadas, de forma a subsidiar processos de

aprendizagem contínua, maior articulação e integração com os ambientes internos e

externos e geração de conhecimento.

5.1. Visão de futuro e monitoramento ambiental

A ação prospectiva é um exercício de possibilidades futuras que considera os

atores de um dado setor, suas alianças, suas oposições e estratégias, constituindo

uma rede importante à inovação e desenvolvimento. Abrem-se, a partir da prospecção,

um leque de chances para absorção, criação e domínio de tecnologias.

A prospecção não é uma atividade de previsão que busca desenhar os fatos

mais notáveis, é sim uma ação aberta a diferentes contextos, desenha múltiplas

possibilidades e sugere estratégias diversificadas. Segundo HAMEL E PRAHALAD, o

entendimento sobre a previsão do futuro deve seguir o seguinte pensamento:

“A previsão do futuro do setor precisa ser fundamentada

por uma percepção detalhada das tendências nos estilos de vida,

tecnologia, demografia e geopolítica, mas se baseia igualmente na

imaginação e no prognóstico. Para criar o futuro, uma empresa

precisa, primeiro desenvolver uma representação visual e verbal

poderosa das possibilidades desse futuro. Como dizia Walt

Disney, é preciso imaginação e engenharia. Disney imaginou uma

cidade experimental do futuro onde existiam fazendas de criação

de cavalos em ruínas. Esse sonho transformou-se no EPCOT

Center – um dos pontos de destino número um de todos os

turistas do mundo.”

Com as rápidas mudanças observadas nos dias atuais, torna-se cada vez mais

(29)

Conhecer as reais demandas do consumidor final e as necessidades

sócio-econômicas são bases para qualquer trabalho de pesquisa prospectiva, nessa nova

economia.

Pode-se elencar várias metodologias de visão de futuro segundo literatura,

assim cabe ressaltar neste trabalho de pesquisa aquelas consideradas como as mais

praticadas em estudos prospectivos, tendo em vista experiências internacionais

(VALLARIO, 1997). As 6 metodologias em destaque são: opiniões de especialistas

(Delfim) e construção de cenários que enfatizam a participação de pessoas no

processo de prospecção, modelagem e análise morfológica, que enfatizam o uso de

ferramentas analíticas para visualização de tendências, e as de monitoração e

extrapolação de tendências que têm como ênfase ranking de condições de futuro mais

próximas do presente.

A metodologia Delphi permite estruturar opiniões de especialistas, tendo como

resultado um consenso geral do grupo e priorização de temas, a partir de sucessivas

rodadas de questionamentos, explorando sempre a abordagem "como será o futuro?".

Como fraqueza do método, são levantadas as dificuldades para comparação e

aproximação das várias perspectivas levantadas pelos especialistas. MASSOUD

(1997), explica a metodologia Delphi como sendo intuitiva e interativa. Ressalta que a

mesma implica na constituição de grupo de especialistas em determinada área do

conhecimento, que respondem a uma série de questões. Os resultados dessa primeira

fase são analisados, calculando-se a mediana e a amplitude inter-quartílica. A síntese

dos resultados é comunicada aos membros do grupo que, após tomarem

conhecimento, respondem novamente ao mesmo questionário. As interações se

sucedem até que consenso ou quase consenso seja obtido.

Com relação a cenários, entendidos por SCHWARTZ (1996) como futuros

plausíveis que consideram algumas variáveis chaves, podem ser desenvolvidos por

meio de brainstormings apoiando-se nas opiniões e idéias de especialistas ou por uso

de computador parametrizando as variáveis chaves e suas mudanças no tempo.

GODET (1987) concorda com Schwartz e defende que a técnica de cenários insere-se

no campo de estudo de possibilidades plausíveis, sendo também identificada como

técnica de projeção de tendências e possíveis situações futuras. Assim, o propósito

essencial de cenários é apresentar uma imagem significativa, de futuros possíveis, em

horizontes de tempo diversos, e assegurar o posicionamento mais favorável. O

princípio do método inclui simulações e árvores de relevância, sua vantagem reside na

característica multi-dimensional, porém, está sujeito às mesmas idiossincrasias

(30)

Segundo ROSTAING (1998), a modelagem e análise morfológica, envolvem o

uso de técnicas analíticas para o desenvolvimento de quadros futuros. Dessa forma,

qualquer das técnicas que use equações e que relacione variáveis estimando o que

essas podem ser no futuro, são aplicáveis. A vantagem dos métodos de modelagem e

análise morfológica é a facilidade de prover aos especialistas condições de

visualização das relações entre variáveis chaves de forma sistemática, ao longo do

tempo, e sua desvantagem é a incapacidade de refletir toda a complexidade e

contingências do mundo real.

A monitoração ambiental é definida segundo diferentes pontos de vista.

AGUILAR (1967), entende monitoração ambiental como ferramenta de planejamento e

meio pelo qual é possível identificar ameaças e oportunidades, em curto e médio

prazos. Já ANSOFF (1965), define como gerenciamento de questões estratégicas

(issues management), ou seja, processo de identificação e análise de questões do

ambiente institucional, que devam merecer a atenção por parte dos planejadores,

onde essas questões são consideradas como eventos ou tendência percebidas pelos

administradores como capazes de afetar o desempenho de suas organizações. E

segundo PORTER (1995), monitorar é olhar, observar, checar e manter-se atualizado

em relação aos desenvolvimentos de uma área definida.

Assim, o exercício de monitoração, tanto pode auxiliar na identificação de

variáveis para análises de tendências e construção de cenários alternativos, quanto

deve ter seu foco nas mudanças tecnológicas ou mudanças sócio-econômicas.

Resumindo, este método examina dados correntes considerando 4 etapas: coleta,

filtragem, avaliação e mapeamento e tem sido usado como metodologia sistemática

para antecipação. A limitação da monitoração, apontada por VALLARIO (1997), é que

a mesma se baseia exclusivamente em fontes de informação formal, reduzindo a

capacidade de apreender sinais fracos ou mudanças de paradigmas.

Finalizando, o método de extrapolação de tendências se baseia na suposição

de que padrões atuais não serão alterados, ou seja, não prevê mudanças de

paradigmas. Considera coleções de informações passadas e a partir delas faz

algumas extrapolações, qualitativas e/ou quantitativas. Pode ser um subconjunto da

modelagem, inclui sistemas dinâmicos, análise de regressão, curvas S, entre outras.

Duas são as limitações do método, partir do princípio de que os padrões não mudam

ao longo do tempo e não correlacionar as variáveis envolvidas. Ressalta-se que,

(31)

Com base no exposto, verifica-se o quão complexa é a pesquisa prospectiva e

o quanto a gestão da informação impacta a performance das metodologias, desde a

seleção das fontes de informação, passando pela metodologia de coleta, tratamento,

análise, agregação de valor e formas de disseminação dos conteúdos analisados.

Vários são os exemplos nesta direção e pode-se citar algumas iniciativas para

planejamento de médio e longo prazo de C&T, como os estudos prospectivos da

França, Alemanha, Reino Unido, Japão, dentre outros. Gestão estratégica vem sendo

colocado como “palavra-de-ordem”, e portanto, cabe neste estudo apresentar a visão

de sistemas de inteligência competitiva e gestão do conhecimento como potencial de

alavancagem e sinergia para construção de visão de futuro.

5.2. Sistema de inteligência competitiva e gestão do conhecimento

A manutenção de vantagens competitivas principalmente por empresas, mas

também por nações e blocos econômicos, requerem um estreitamento entre

estratégias, necessidades e demandas evolutivas dos mercados, além de operações

em rede. CASTELLS (1999) defende a tese de que o surgimento da economia da

informação caracteriza-se pelo desenvolvimento de uma nova lógica organizacional

baseada na convergência e na interação entre as tecnologias de informação e

comunicação (TIC), os modelos de gestão e as articulações crescentes de redes de

pessoas e empresas. O requisito de adequação às mudanças ambientais e às

capacidades internas são dois pressupostos da área Inteligência Competitiva.

A inteligência competitiva, embora tenha adquirido novos aportes, métodos e

contribuições (FULD, L., 1995; KAHANER, L., 1996; LESCA, H., 1994), vem

proporcionando debates e evoluções nas áreas de Sistemas de Informações, de

Planejamento Estratégico e da Informática. Pode-se resumir que inteligência

competitiva refere-se ao conjunto de atividades de monitoramento e de análise de

dados do ambiente com o objetivo de fornecimento de informações úteis ao processo

decisório e de planejamento estratégico empresarial. (FAHEY & RANDALL,1999).

O sistema de inteligência compreende 6 etapas, quais sejam, planejamento,

coleta, tratamento, análise, disseminação e feedback. A etapa de planejamento,

fundamental ao sucesso do sistema, compreende a identificação dos fatores críticos

de sucesso (FCS) e questões estratégicas (QE), identificação de necessidades de

informação (o que vai ser coletado e para que), identificação de grupo de especialistas

para validação dos FCS, QE e necessidades de informação, entrevista e/ou painel

Referências

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