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A CANÇÃO DA JARDINEIRA

No documento MARIA LUIZA PIGINI SANTIAGO PEREIRA (páginas 104-116)

Hino à Bandeira Nacional

3.7.1 A CANÇÃO DA JARDINEIRA

Consta que, quando o Grupo chegou à base americana de Suffolk, durante a solenidade militar de praxe, formaram, lado a lado, americanos e brasileiros. No deslocamento final, em marcha, o grupamento americano seguiu cantando a Canção da Força Aérea Americana. Chegando a vez do grupamento brasileiro, seu comandante, o Capitão Gibson, deu-se conta de que, ainda sem tradição, os componentes não conseguiriam entoar a “Canção da Aviação” à altura do esforço que faziam para bem se apresentar, pois a maioria a desconhecia. Sua presença de espírito então se manifestou quando, com firme voz de comando , gritou:

- “Ordinário, marche. Pela testa, a canção da jardineira, começar!”

E todo o grupamento deslocou-se, em marcha garbosa e motivada, cantando com entusiasmo, a marcha de carnaval que fazia sucesso na época:

- “Ó jardineira por que estás tão triste? Mas o que foi que te aconteceu? ...”

Lima (1989) descreve como, ao final do desfile das tropas, os brasileiros foram cumprimentados pelos americanos por sua “canção da aviação”, qualificada como “vibrante, melodiosa e guerreira”, de como sentiram que a situação foi salva, ou seja, não fizeram feio diante dos anfitriões.

3.7.2 CARNAVAL EM VENEZA

Os jambocks, entretanto, não ficaram muito tempo sem ter sua “canção oficial”, surgida em combate e, consistentemente, a partir de uma outra marcha de carnaval de sucesso na ocasião. Sua história é a seguinte: No carnaval de 1945, a Esquadrilha Azul saiu para uma missão de bombardeamento a leste de Treviso. Após o bombardeio, como de rotina, buscavam alvos de oportunidade, sob a orientação do líder, quando seu ala viu, atacou e destruiu uma posição de AAAé alemã, em Maestre, na área de Veneza. Receberam uma violenta reação dos alemães, apesar de nenhum dos quatro membros da esquadrilha ter sido atingido.

Retornando da missão, quando entraram no bar do Albergo Nettuno, os músicos italianos no local tocavam o “Funiculi Funiculá”. Imediatamente o Tenente Moreira Lima, um dos componentes da Esquadrilha, lembrou-se da marchinha de carnaval da época, “A Dança do Funiculi”, de Herivelto Martins e Benedito Lacerda. Chamou, então o Capitão Pessoa Ramos e os Tenentes Perdigão, Meira e Rocha que, juntos, compuseram uma paródia a partir dela, descrevendo a missão que a Esquadrilha Azul acabara de realizar. A canção foi recebida com

entusiasmo pelos demais membros e, de Hino do 1º GAvCa na Itália, evoluiu para a Canção da Aviação de Caça da FAB. Eis as letras:

A Dança do Funiculi

Letra e Música de Benedito Lacerda e Herivelto Martins

Passei um Carnaval em Veneza Com muitas saudades daqui

Tentei cantar a Tirolesa, A Jardineira Mas não consegui O povo de lá só cantava

A sua canção popular E eu vendo que nada arranjava Entrei no cordão e comecei a cantar assim:

Iamo, iamo, iamo, iamo iamo Iamo, iamo, iamo, iamo, ia

Funiculi, funiculá Funiculi, funiculá Atacaram a tarantela E não quiseram mais parar

Canção Da Aviação De Caça Da Força Aérea Brasileira

Música: Benedito Lacerda e Erivelton Martins Letra: Capitão Pessoa Ramos e Tenentes Rocha,

Perdigão, Meira e Rui Passei o Carnaval em Veneza Levando umas "bombinhas" daqui

Caprichei bem o meu mergulho Foi do barulho, o alvo eu atingi

(BINGO!!!!) A Turma de lá atirava

Atirava sem cessar E o pobre "Jambock" pulava Pulava e gritava sem desanimar

assim:

FLAK, Flak, este é de quarenta Flak, Flak, tem ponto cinqüenta

Um "Bug" aqui um "Bug" lá Um "Bug" aqui um "Bug lá

Senta a Pua minha gente Que ainda temos que estreifar

A marcha remete aos acontecimentos típicos de uma misão:

Eu fui num carnaval em Veneza Em alusão ao lugar que estavam e ao que perdiam no Brasil

Levando umas bombinhas daqui Tentando minimizar o potencial destruidor que acompanhava suas missões

Caprichei bem meu mergulho, foi do

barulho, o alvo eu atingi O empenho e orgulho de bem cumprir umamissão A turma de lá atirava, atirava sem cessar Respeitosa alusão ao inimigo que combatiam, e

se defendia E o pobre Jambock, pulava, pulava e

gritava Em alusão às manobras de defesa contra aantiaérea Sem desanimar, assim Revelando a motivação para a missão e para o

combate, a despeito do risco

flak, flak, esse é de quarenta Representando os gritos na fonia, alertando os companheiros

flak, flak, tem ponto cinqüenta Revidavam

Um bug, aqui, um bug, lá Em alerta a possíveis inimigos Senta a pua, minha gente, que ainda

temos que estreifar Exortando para a próxima fase da missão

3.7.3 CANÇÃO DO EXPEDICIONÁRIO

A Canção do Expedicionário também acompanhou os combatentes do Grupo de Caça, mesmo que este, em particular, não tenha se integrado ao contingente da FEB.

Sua letra, muito poética, ressalta a diversidade de origens e sub-culturas do combatente brasileiro. Acompanhada de uma melancólica melodia, reitera os diversos valores da terra deixada para trás, explicita os meios e a razão da luta – “a glória do meu Brasil” , assim como o anseio pelo retorno vitorioso.

Canção do Expedicionário Hino da Força Expedicionária Brasileira

Letra: Guilherme de Almeida Música: Spartaco Rossi

Você sabe de onde eu venho? Venho do morro, do Engenho,

Das selvas, dos cafezais, Da boa terra do coco, Da choupana onde um é pouco,

Dois é bom, três é demais, Venho das praias sedosas, Das montanhas alterosas, Dos pampas, dos seringais, Das margens crespas dos rios,

Dos verdes mares bravios Da minha terra natal.

REFRÃO:

Por mais terras que eu percorra, Não permita Deus que eu morra

Sem que volte para lá; Sem que leve por divisa

Esse "V" que simboliza A vitória que virá: Nossa vitória final, Que é a mira do meu fuzil,

A ração do meu bornal, A água do meu cantil, As asas do meu ideal, A glória do meu Brasil.

Eu venho da minha terra, Da casa branca da serra E do luar do meu sertão; Venho da minha Maria

Cujo nome principia Na palma da minha mão, Braços mornos de Moema,

Lábios de mel de Iracema Estendidos para mim. Ó minha terra querida Da Senhora Aparecida E do Senhor do Bonfim!

REFRÃO

Você sabe de onde eu venho ? E de uma Pátria que eu tenho

No bojo do meu violão; Que de viver em meu peito

De um enorme coração. Deixei lá atrás meu terreno,

Meu limão, meu limoeiro, Meu pé de jacarandá, Minha casa pequenina Lá no alto da colina, Onde canta o sabiá.

REFRÃO

Venho do além desse monte Que ainda azula o horizonte,

Onde o nosso amor nasceu; Do rancho que tinha ao lado Um coqueiro que, coitado,

De saudade já morreu. Venho do verde mais belo, Do mais dourado amarelo, Do azul mais cheio de luz, Cheio de estrelas prateadas Que se ajoelham deslumbradas,

Fazendo o sinal da Cruz !

REFRÃO

3.7.4 LILLI MARLENE

Predileta dos soldados alemães, essa canção extrapolou seu âmbito, provavelmente pela beleza e sentimentalismo de sua melodia, ganhando versões, em outros idiomas. Com isso, tornou-se uma triste canção do soldado combatente, amigo ou inimigo.

Essa canção ganhou também sua versão em Português, cantada até hoje pelos veteranos brasileiros. Nesta versão, encontram-se destacados os principais enfrentamentos, saudades e esperança, que marcaram as diversas etapas da campanha:

Lilli Marlene

Quando certo dia, deixei a minha Terra, Para, no além mar, tomar parte na guerra

Contr’ o tedesco combater, Eu te deixei sem te esquecer,

A ti, Lili Marlene (bis). No Panamá, mal pude te encontrar, Pois para a luta, dispus-me a treinar.

Quanta poeira eu encontrei! De sol a sol eu trabalhei, Sem ti, Lili Marlene (bis). Quanta surpresa e quanta alegria,

Tive na Pátria da Democracia. Mas meu labor continuou, E teu amor me acompanhou,

A mim, Lili Mariene (bis).

Vamos, Senta a pua! Eis o grito de guerra! Vamos acabar co’a opressão da Terra!

Deixar-te-ei meu bem O.K., E não ‘tou certo se voltarei, Adeus, Lili Marlene (bis). Quando na Itália, pronto pra lutar, Neve e ração "C" eu tive qu’ enfrentar,

Por toda parte onde eu andei, Tão "poverina" eu encontrei

A ti, Lili Marlene (bis).

Volto à Pátria, com os louros da Vitória, Após ter escrito u’a página na História.

Por ti a Paz eu conquistei, E para o lar eu voltarei, Contigo, Lili Mariene (bis)

3.7.5 PEQUENAS TROVAS

Observa-se, através do cancioneiro, situações em que a música era utilizada para expressar as mensagens do Grupo de Caça, mesmo que em pequenas trovas, como os dois exemplos abaixo:

Samba, reivindicando uma promoção, ao Comandante Nero Moura, composta pelo barbeiro Sena e pelo Cabo Eronides:

Amoleça a promoção seu Coronel Assine logo o papel

Tenho dois anos de Armada E até hoje eu não sou nada Coisa igual no mundo não se deu

Todos dizem que o azar é meu

Paródia sobre a música “Deixa a Lua Sossegada”, de João de Barro, composta para reclamar da comida. Apesar de destinada ao Tenente Intendente Cauby, responsável pelo Rancho (Refeitório) do Grupo, protestava sobre o cardápio americano e as rações, situação que o próprio Tenente ajudou a resolver:

Estou tão magro Tem dó de mim Foi a bóia do Cauby que me deixou assim.

Mais tarde, sofrendo pelo esgotamento decorrente do não recompletamento de pilotos, estes compõem uma canção em cima da melodia da música “Leva meu Samba”, de Ataulpho Alves,

que é cantada na despedida do Tenente Pamplona que, de regresso ao Brasil, recebe do Comandante Nero Moura a incumbência de, antes disso, seguir para os Estados Unidos e apressar o envio à Itália, dos pilotos que estavam completando seu treinamento:

Vai, vai Pamplona, Nossa esperança, Dizer lá pro gringo, Que o Jambock sofre e cansa.

(Lá...Lá...Lá...Rá...) Vai dizer que é preciso

Mais gente chegar Ou o Grupo vai parar!!!”

3.7.6 A ÓPERA DO DANILO

A produção musical mais pungente do Grupo de Caça é, sem dúvida, a “Ópera do Danilo”. Foi composta em homenagem ao retorno do Tenente Danilo Marques Moura que, abatido em combate pela AAAé alemã no dia 04 de fevereiro de 1945, na mesma missão em que foi também abatido o Capitão Joel Miranda, líder da Esquadrilha.

Com seu avião avariado, o Tenente Danilo saltou de pára-quedas, sendo socorrido pelos partisanos, quando então decide retornar à Base de Pisa. Sua fuga extraordinária lhe consumiu 11 quilos, gastos nos trinta dias em que percorreu 450 quilômetros, em direção ao sul, retornando ao Grupo no final da noite do dia 04 de março. Durante seu trajeto, tomou uma série de decisões, algumas das quais, apesar de bem refletidas e conscientes, contrariavam as instruções de fuga recebidas pelos pilotos durante o treinamento.

Foi recebido no Club Senta a Pua, pelos companheiros do Grupo e por seu irmão, o Comandante Nero Moura, os quais, passaram a ouvir, entre perplexos, admirados e impressionados, seu relato de fuga.

O impacto da experiência encontrou o Grupo em pleno clima de ópera, em razão da oportunidade que estavam tendo de acompanhar a temporada da Real Ópera de Roma, no Teatro Municipale de Pisa, então batizado de “Teatro Thunderbolt” em homenagem ao P-47. Atendiam todas as noites à programação, inclusive os que estivessem sob cuidados médicos, que tinham assento privilegiado e autorização para comparecerem de pijamas e robe.

Inspirados por essa “fase musical operística” do Grupo, concluíram, sobre a história da fuga audaciosa do Tenente Danilo Moura: “isso vale uma ópera!”

Debruçaram-se sobre a empreitada o Capitão Pessoa Ramos e os Tenentes Perdigão, Meira, Rui e Rocha, compondo-a em cinco atos, através da adaptação da narrativa a um pout-pourri de melodias, entre músicas clássicas ouvidas na Ópera, canções populares e folclóricas.

Quando pronta, foi encenada, mesmo que sob as condições precárias do Club, com a colaboração empenhada de vários elementos do Grupo, e sob o acompanhamento entusiasmado dos demais.

Até hoje os veteranos, em seus encontros anuais, encenam os cinco atos, cuidando para melhorar seu desempenho a cada apresentação.

A seguir, a Ópera do Danilo, na íntegra, que documenta a missão desde o seu início, além dos momentos mais marcantes da trajetória do fugitivo:

Ópera do Danilo

Ato I

Música: "Therezinha de Jesus" Garçonete:

- Volete Ancora Pitanza? Café Ancora Volete?

Coro:

- Gratia tanta, oh garçonete, Já enchi bem questa panza.

Capitão:

- Minha gente vamo’embora

Coro:

- Num minuto andiamo via

Capitão:

- Já está na nossa hora, Nos espera o Zé Maria

Música: "La Donna é Mobile" Zé Maria:

- Sou o Zé Maria Bom motorista Farei pra pista Viagem macia Coro: - Oh! Zé Maria Que maldição Quanta agonia E trambolhão Zé Maria:

- Não estou sorrindo Para ninguém Quem vai se abrindo

Coro: - É... porta de trem - É... porta de trem - É... porta de trem Coro: - Enfim chegamos Zé Maria: - Enfim chegais Coro: - Vamos, vamos

Para não nos machucarmos mais... - Chega, chega, isto é demais

Capitão E Coro (Falando):

- Olha a bolsa da fuga Checa a carta

Apanha o magazine Quem leva a K-25!

Música: "O Guarany" Capitão:

- Está tudo combinado Nosso Briefing terminado Já sabem pra onde vamos Como é que mergulhamos

Coro:

- Agora "senta a pua" Capricha a decolagem

Zé Maria:

- Desejo para todos, para todos Ótima viagem

Ato II

Música: "Carnaval em Veneza" uma voz:

- Lá vai o Jambock voando Pulando e gritando

Sem desanimar... assim:

Música: "Funiculi Funiculá" Coro:

- Flak, flak este é de quarenta ... Flak, flak, tem ponto cinquenta ... Um avião foi acertado!

Um avião foi acertado!

Danilo:

- E o Danilo, minha gente, e eu já Vou me despejar!

E o Danilo, minha gente, e eu já Vou me despejar!

Música: "Bela Figlia deI Amore" Coro:

- Siete inglese ou americane? (Bis)

Danilo:

- Americane, americane (Bis)

Música: "Toreador" (trecho da ópera Carmem)

Coro:

- Aviatore que fa bombardeamento, Matando gente, trazendo luto... Adesso si há paracaduto... Mal”italiani,

Música: "Rapsódia Húngara Nº 2" Coro:

Cé bom sentimento

- E noi vogliamo salvá-lo questo momento! Cé bom sentimento

E noi vogliamo salvá-lo questo momento

Música: "Sinfony" (foxtrot) Danilo:

- Per piachere voglio una vestimenta Qui io possa usare senza temere Per piachere dove sono io E adove andare

Voglio sapêre

Música: "Barbeiro de Sevilha" Coro:

- Piano, piano, piano, piano Presto andiamo via de quá (Bis) - Prenda questa vestimenta Vista e veja se lhe assenta (Bis) Piano, piano, piano, piano Tropo bela vestimenta (Bis) - il signore Pascoalino

Lhe dirá um bom camino (Bis) Piano, piano, piano, piano Pascoalino veni qui (Bis)

Pascoalino:

-COSA?

Música: "Questo Quella" (Risoleto)" Pascoalino:

- Al primo conte adove andare mio signore Pra il monte ou para il fiume

Que direzione volete andare Presto, presto io non pó aspectare

Coro:

- Presto, presto lui non pó aspectare Para il monte para il fiume (Bis) Para il norte ou para leste

Pascoalino:

- Que direzione ancora volete?

Danilo:

- lo andare é para nordoleste

Coro:

- Lui andare é para nordoleste!

Música: "Tip-Tip-Tip" Danilo:

- Cigarreta? Teniente

Alemão:

- Non c”e e non te dou niente, Fare una acion piu fina: Ajude quela bambina

Danilo:

- Ma ela non quere (ao alemão ) (Bis) lo é que non pó ( bambina )

Ma ela non quere, ma ela non quere lo é que non pó

Música: "Chi-Ri-Bi-Ri-Bi" Alemão:

- Ajude a bambina!

Danilo:

- Ela non quere

Alemão:

- A poverina

Danilo:

- Ela non quere

Alemão:

- Grande vagabundo! Sai de quí...

Ragazzo imundo!

Mal”italiani son sempre cosi

Música: "Mme Butterfly" Danilo na 1ª casa: - Estarei grato Per um bicherino De aqua ou vino... Sono sfolato Per la guerra, Nel bombardeamento De una l”altra terra

1° italiano:

- Mio poverino Prende questo vino

Danilo: - Voleva ancora Dormire qui... Caritá! A carta perdi De mia identitá

Música: "Santa Luzia" Italiano:

- Ma senza cartera Cosa puó fare Só bona sera Andare andare Danilo: - Per piachere Senhor vedere Italiano:

- Senza portare Una cartera Só bona sera.

Música: "Mme Butterfly Danilo na 2ª casa: - Estarei grato Per um bicherino De aqua ou vino Sono sfolato Per Ia guerra Nel bombardeamento de una l”aítra terra

2° italiano:

- Mio poverino Prende questo vino

Danilo: - Voleva ancora Dormire qui... Caritá! A carta perdi De mia identitá

Música: "Danúbio Azul" Dona da Casa: - Ma senza cartera Danilo: - Si, si signore Dona da Casa: - Non é brincadéra Danilo: - Si, si signore Dona da Casa: - Faremos cossi Danilo: - Si, si signore Dona da Casa: - Saírás dequi Danilo: - Si, si signore

Dona da Casa:

- E si una l”altra Non encontrar Poderás ritornar

Danilo:

- Gracie tanta signore Gracie tanta,

Rivederte, riverderte, Bona sera signore Bona sera

Bona sera tanti auguri e prego

Música: "Ride Palhaço"

Danilo:

- Procurar outra Posso não encontrar

Melhor matar o tempo e depois ritornar - Ah! Ah! Ah! Ah!

- Mio signore

Não encontrei lugare

Italiano:

- Bene faça o favore De qui se acomodare

Danilo:

- Ah! Ah! Ah! Ah!

Ato IV

Música: "Maringá" Danilo:

- Já andei, já andei Andei dias sem parar, E agora aqui fiquei Sem o Pó poder cruzar É demais, é demais Já tomei uma bebedeira; No momento sou capaz De fazer qualquer besteira.

Música: "Rancho Fundo" Danilo:

- O meu amigo,

Sei que tu vais me ajudar, E é por isso que contigo Adesso voglio parlar So”uno aviatore Que se há paracaduto, Necessito uno favore Adesso, questo minuto

Partizan (falando):

- Cosa vogle

Música: "Po Po Po" Danilo:

- lo voglio cruzar o Pó

Coro:

- Pó, pó, pó píriri, piriró

Partizan:

- Senza cartêra tu non pó

Danilo:

- Pó, pó, pó, pó, pó Voi siete partisano

Coro:

- Será véro? Da véro será?

Partizan:

- Non é véro paisano

Danilo:

- Si, si, si, si, si

Com il tedesco vá parlare

Coro:

- Ele irá, será que ele irá?

Partizan:

- Questo io non posso fare

Danilo:

- Pó, pó, pó, pó, pó.

Música: "Casinha Pequenina" Partizan:

- lo non se perque te ajudo, Mica po imaginare!

Per salvar-te fare tuto

Com il tedesco adesso iré parlare

Danilo:

- Acho que eu fui feliz E que o golpe vai dar certo; Mas, com o que agora fiz,

Da prísão parece que andei bem perto.

Danilo:

- Se do Pó eu for além, Minha volta é quase certa, Só falta, para andar muito bem, Pedir esta bicicleta

Música: "Rose Marie" Partizan:

- Já te trovei passagem, E adesso voglie questa...

Vá bene te daré I”altra vantagem: Portare via com la bicicleta.

Cauby:

- Olha lá!

Danilo:

- Signore, gratia tanta ... E toca a caminhar...

A minha sorte hoje até me espanta: Agora o próprio Pó eu vou passar

Danilo (falando):

- Heil Hitler! (para o alemão controlador do passo)

Ato V

Música: "Lili Marlene" Partizan: - Cé americano Em questo locale; Andiamo de lontano, Má qui é il finale Música: "Aida"

Partizans (olhando para Danilo):

- Soto l”Apenini

Siamo arrivato deI fiume acá

Danilo:

-Quá...quá...quá...qua...

Partizans:

- Non ché piu tedesqui É una estansa propia aliata Il signor Teniente

Guarda má que bravo regazzo Viva uno brasiliano aviatore Paracaduto”

Música: "Lili Marlene" Danilo:

- Até que,per fim, Siamo arrivato... Olhem para mim: lo sono molto grato Só falta adesso, par aqui, Ver se consigo, ver se consigo Trovare alguno amigo

(BIS - Coro dos Partizans) Música: "Cavalaria Rusticana"

Coro dos Aliados:

- Benvindo, desconhecido! Vens do outro lado: Aviador foragido Nosso aliado Amigo, é um prazer Ter-te novamente! Que alegria por te ver Aqui presente

Música: "Traviata" Oficial de Inteligência:

- Perdão! Com licença durante um bocado Desculpem se tenho que os interromper Sinto tornar-me tão pouco delicado, Mas há um serviço para se fazer.

Oficial de Inteligência:

- Eu sou o oficial de nossa Inteligência E vim até aqui para encontrá-lo. Desejo informes de certa urgência, E então vou passar a interrogá-lo

Oficial de Inteligência: - Seu nome? Danilo: Danilo de Moura Oficial de Inteligência: - Seu posto? Danilo: - É segundo Tenente Oficial de Inteligência: - B O? Danilo: - É três quarenta e cinco. Oficial de Inteligência:

Danilo:

- Desculpe, não conto e nem posso contar!

Oficial de Inteligência:

- Por que? Meu amigo perdeste a memória?

Danilo:

- Não é isso, o Miranda disse para eu não falar.

Essas e outras canções, pelo momento em que surgiram e pela atividade que provocaram nos componentes do Grupo, ressaltam seu papel ora de resposta aos desafios, ora de veículo de expressão da diversidade de emoções suscitadas pelas experiências vividas, ora pela maneira que permitiram, de uma forma organizada, a representação dessas mesmas experiências. Com esse formato, essas representações puderam ser fortemente compartilhadas – e assim sedimentadas – por todos os seus componentes.

3.8

OS MITOS

O MYTHO é o nada, que é tudo. O mesmo sol que abre os céus É um mytho brilhante e mudo – o corpo morto de Deus,

No documento MARIA LUIZA PIGINI SANTIAGO PEREIRA (páginas 104-116)