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A ilusão da liderança e o contexto desfavorável

No documento Download/Open (páginas 31-36)

Antes de minha primeira visita ao assentamento novo, fiz contato telefônico com o Manoel, uma de suas lideranças que me havia sido indicada pelo Ricardo. Manuel tinha 32 anos, era solteiro, proveniente de uma família camponesa de seis irmãos dentre os quais ele era o primogênito. Concluiu o segundo grau Técnico em Administração de Cooperativas em uma escola do Movimento e seu engajamento militante havia começado em 1996 a partir do MPA – Movimento de Pequenos Agricultores. Após eu me apresentar a ele e lhe transmitir minhas referências, ele imprimiu, imediatamente, um tom familiar àquela conversa e, na seqüência, convidou-me para participar de uma reunião da coordenação do assentamento que aconteceria no dia seguinte. Naquela ocasião me concederiam a oportunidade de me apresentar para as demais lideranças do assentamento e a partir dali a minha estadia no assentamento seria organizada. Mesmo explicitando a ele a minha surpresa com relação àquele convite, por saber que os espaços de determinadas reuniões são de acesso bastante restrito, ele me garantiu que não haveria nenhum problema com relação à minha participação. No dia e horário previsto compareci ao assentamento. A reunião havia recém começado e o coordenador repassava a pauta na qual constava o meu caso. Como é de praxe, o primeiro ponto da pauta se referia aos informes gerais. Nessa parte qualquer participante da reunião pode transmitir alguma informação que julgue pertinente. O meu caso foi tratado na seqüência. Pediram-me que me apresentasse e resumisse os meus interesses e os objetivos de minha pesquisa. Então disse que era estudante de doutorado de uma Universidade do Rio de

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Cleyton Gerhardt também enfrentou situação semelhante quando entrevistou pesquisadores que desenvolviam seus trabalhos de pesquisa em ou sobre Unidades de Conservação Ambiental. Em um dos casos a pesquisadora era uma antropóloga e, conforme destaca Gerhardt (2008, p.35) “fez uma pequena “entrevista” comigo antes que começasse a entrevistá-la. Ao me ouvir falar sobre a pesquisa, esta intervinha com freqüência com perguntas como: “mas onde você quer chegar?”; “o que você procura encontrar?”; “essas são perguntas, mas e a sua pergunta?”; “você não falou onde você está!”. Em certos momentos, chegou a desempenhar papel próximo à figura do orientador: “não, desculpa Cleyton, mas você está fazendo uma tese, quero entender até pra responder de acordo. Você tem tema, mas pra onde está dirigindo isso, está muito descritivo””. Também José Carlos Gomes dos Anjos comentou sobre um de seus entrevistados professor universitário que lhe disse: “entrevista tudo bem, mas você não vai reduzir minha fala a estes “xis” neste formulário!” (anotações de aula).

Janeiro e estava ali interessado em pesquisar a trajetória das famílias assentadas, conhecer suas realidades, suas histórias de vida e tinha especial interesse pelas suas experiências religiosas. Disse ainda, que para realizar aquela pesquisa eu gostaria de ficar um período entre eles e, se fosse possível, ser acolhido nas casas de algumas famílias. Então o coordenador da reunião colocou em discussão a permissão ou não da minha presença no assentamento e, caso positivo, qual família iria poder me acolher.

Nesse momento uma senhora, de forma bastante áspera, me perguntou se eu tinha algum documento que comprovasse aquilo que tinha acabado de dizer. Justificou tal demanda dizendo que o MST tem muitos inimigos e era preciso tomar cuidado com aqueles que circulavam entre eles. Seu marido, que também participava da reunião, assentiu com outros comentários a suspeita da esposa. Notei que se gerou um mal-estar geral entre todos ali, mas o desconforto era visivelmente maior no Manoel, aquela liderança que havia, de forma muito simpática, me convidado. Da minha parte eu não sabia exatamente o que significava para ela “um documento” que garantisse as “minhas (boas) intenções”. Sem saber muito bem o que dizer, comecei acentuando que estava ali por indicação de tal e tal pessoa de tal assentamento. Em seguida falei da minha relação de amizade com outras pessoas do MST, reconheci as justificativas relativas às suspeitas de se acolher um desconhecido, que eu mesmo sabia de experiências trágicas relacionadas com tal situação e por fim declarei que se ainda assim todas aquelas referências não fossem suficientes eu ainda poderia apresentar uma documentação que comprovaria minha condição de estudante e de pertença a uma universidade. Enquanto me esforçava para “baixar a guarda” daquela senhora, sentia que nada daquilo que dizia lhe aprazia, ela e seu marido mantinham sobre mim um olhar inquiridor e sinais corporais indicavam a insuficiência de minhas credenciais. Quando sentia o rubor no meu rosto e já não sabia mais o que eu poderia dizer para afastar aquela nuvem de desconfiança que pairava sobre mim, a pessoa que coordenava a reunião juntamente com o Manoel e uma outra liderança que eu também tinha como referência saíram em minha defesa dizendo que já sabiam o suficiente para me acolher sem reservas, sobretudo em consideração aos nomes de outros dirigentes que trazia como indicação. Todos os demais explicitavam com um “meio” sorriso irônico a inconveniência daquele casal. Outros também assentiram com gestos e comentários paralelos evidenciando que bastava toda aquela situação constrangedora. Posteriormente, alguns assentados vieram me dizer da vergonha que sentiram com aquele mal-estar criado na reunião e, visando me tranqüilizar, disseram que aquela mulher era assim mesmo, “desbocada” e “encrenqueira”.

Para romper definitivamente com aquele clima, sugeriram então que ao final da reunião as famílias que pudessem me receber conversariam comigo diretamente. Antes de dar seqüência à reunião o coordenador perguntou aos demais se eu poderia permanecer ali e acompanhar o restante da reunião, ao que o mesmo casal e alguns outros se opuseram de forma contundente. Antes de qualquer outra manifestação que pudesse produzir uma nova polêmica eu rapidamente me adiantei em dizer que me retiraria e aguardaria o término da reunião em outro lugar. Adiantei que aproveitaria para visitar o acampamento que estava ali próximo. Antes de me retirar, no entanto, me disseram que seria feito um almoço coletivo para os participantes daquela reunião e, se eu desejasse, poderia me juntar a eles por volta do meio dia, para almoçar. Aceitei o convite.

Naquele meio tempo (era por volta das 10h00) fui ao acampamento que estava localizado nas imediações, aproveitaria para também negociar o trabalho de campo que desejava realizar ali. Novamente encontro as principais lideranças em uma reunião restrita. Uma pessoa levou-me para o barraco de uma senhora bem idosa e me pediu para esperar ali o fim da reunião que, segundo ele, já estava próximo. Passados mais de uma hora e meia ninguém apareceu para conversar comigo. Eu sabia que seria imprudência de minha parte circular pelo acampamento sem uma conversa prévia com suas lideranças, por isso permaneci

durante todo aquele tempo conversando com aquela senhora. Entretanto, já se passavam uns bons minutos em que notava o incômodo que a minha presença em seu barraco estava lhe causando. Então eu resolvi ir até o local onde estava acontecendo a reunião. Quando chego ao local onde as lideranças deveriam estar reunidas fui informado de que aquela reunião já havia se encerrado fazia tempo. Sai pelo acampamento procurando as pessoas que tinha como referência e encontrei um deles preparando o almoço com sua família. Anunciei brevemente meus interesses e fiquei de voltar naquele mesmo dia para tratar os detalhes da minha pesquisa.

Então regressei rapidamente para a reunião do assentamento para almoçar com eles. Quando cheguei, no horário previsto, todos já haviam almoçado e um pouco constrangido um deles me ofereceu um prato para que me servisse de um risoto de frango preparado em uma grande panela. No entanto, ele não havia se dado conta de que não restava mais comida e naquela panela já haviam descartado os ossos do frango e as sobras de arroz. Diante daquela situação eu tratei, disfarçadamente, de me retirar daquele espaço no qual se reiniciava a reunião e fiquei circulando por ali nas proximidades de maneira que pudesse notar o término da reunião, único momento quando poderia negociar diretamente com os assentados a minha estadia no assentamento.

Ao cabo de certo tempo, quando a reunião foi finalizada, quase todos se dispersaram. Então a pessoa que estava coordenando a reunião, meio sem saber o que fazer comigo, disse que eu poderia vir ao assentamento a partir do dia seguinte e participar daquelas reuniões dos bolsões37 que se realizariam em dias diferentes e, se desejasse, ao final do dia seguinte eu poderia me hospedar em sua casa. Assim se procedeu. A partir daquele momento a cada reunião que participava ia me fazendo conhecer e quebrando aquela resistência inicial, mesmo que algumas suspeitas quase sempre permeavam alguns contatos.

Coincidentemente, a primeira reunião do bolsão para a qual estava convidado a participar era justamente a do bolsão coordenado por aquele casal que demonstrou maior resistência ao meu ingresso no assentamento. Com a intenção de conversar com aquela senhora, que chamarei Claudete, compareci à sua casa38 – que também era onde ocorreria a reunião – com algumas horas de antecedência em relação ao horário previsto para começar a reunião do seu bolsão. Claudete tinha 46 anos e conta que ainda criança migrou do meio rural, onde toda a sua família havia morado, para a cidade. Seus pais foram obrigados a vender a pequena propriedade rural que possuíam para quitar uma dívida que haviam contraído. Ela era a caçula de uma família de 10 irmãos (5 casais) e tinha estudado até a oitava série. Antes de ir acampar ela trabalhou como vendedora autônoma de planos de saúde e de purificador de água e também como auxiliar de cozinha em um restaurante. O ingresso no Movimento se deu por influência da irmã que já havia aceitado o convide de representantes do MST para ir acampar. Após visitar sua irmã, que há tempos não lhe mandava noticias, decidiu, “por curiosidade”, se juntar a ela naquele acampamento. Ali ficou 6 anos até ser contemplada com o lote de terra no qual morava juntamente com o atual marido e mais um filho. Ela tinha mais uma filha casada que morava em outro lote no mesmo assentamento e um filho solteiro que também tinha conquistado um lote ao lodo do dela.

Assim que me viu chegar em sua casa, seu comportamento proclamava, sem reservas, que minha presença ali não era bem vinda. Ofereceu-me um assento e me deixou sozinho por um bom período. Seu marido, que trabalhava em uma construção que ampliaria sua casa, nem mesmo me cumprimentou. Em certo momento eu fui até ele, o cumprimentei e ensaiei um conversa que não teve curso. Por sorte um de seus filhos, o que também possuía um lote

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Bolsão é a designação dos grupos que estão organizados no assentamento. Cada bolsão tem uma dupla de representantes (que recomenda-se seja um homem e uma mulher) na reunião da coordenação.

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contíguo ao dela se apresentou a mim e o acompanhei até o seu barraco. Muito simpático, conversamos por algum tempo. Retornei à casa de Claudete e dessa vez insisti na possibilidade de conversar de forma mais detida com ela. Ao que me disse que tinha muitas coisas por fazer, expondo, ainda com mais força, o inconveniente de minha presença. Mas admitiu que se não demorasse muito, poderíamos conversar um pouco. Mesmo assim, em nenhum momento consegui romper o gelo e nossa conversa não foi muito além da superficialidade telegráfica.

Pude perceber que este casal era realmente pouco sociável no assentamento, como já haviam me adiantado outras pessoas e que se confirmaria ao longo da pesquisa. Mas essa condição explicava apenas parcialmente o fato de haverem me tratado com tamanha aspereza naquela reunião e, ali em sua casa, não disfarçarem a menor simpatia diante da minha presença. Fui me dando conta, naquele mesmo dia, que haviam outras questões em jogo por trás daquele comportamento.

Primeiramente, constatei que Manuel, aquela liderança que tinha me convidado para participar daquela primeira reunião e que eu havia adotado como minha principal referência, estava no centro das desconfianças de algumas pessoas que compunham o bolsão onde Claudete era coordenadora. Pude atestar tal situação quando foi comentado abertamente naquela reunião em que tive a oportunidade de participar, que Manuel havia desviado recursos que deveriam ser destinado a todo assentamento. Além disso, denunciavam que algumas obras de infra-estrutura no assentamento, como a manutenção das estradas, que haviam sido negociadas coletivamente com a prefeitura do município estavam sendo realizadas apenas nas proximidades dos lotes daqueles que eram conhecidos como os “militantes” do MST do qual Manuel era parte. Com relação à Manuel, disseram, sem nenhuma discrição, que pretendiam, inclusive, “lhe dar uma surra”. De todos ali (eram em 6 participantes) aquele casal era o que mais ostensivamente demonstrava indignação e buscava, de todas as formas, fazer os demais notarem a gravidade do que estava se passando na relação com aqueles que estavam na liderança do assentamento. Fiquei com a nítida sensação de que, em certo sentido, os sinais daquela revolta, emitidos especialmente por aquele casal durante aquela reunião, tinham a mim como alvo. Ou seja, era uma forma indireta de me fazer escutar todas aquelas críticas às pessoas que eram as minhas referências.

Portanto, com certo atraso, fui percebendo que tudo que apresentei como sendo o meu mais rico capital social (as lideranças do MST) estava, na verdade, depondo fortemente contra mim, ao menos no caso de algumas pessoas que estavam se enfrentando em disputas acirradas naquele espaço. Várias evidências me levaram a crer, depois de outras conversas39, que

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Em uma dessas conversas, o Isaias, que fazia parte do mesmo Bolsão do Manuel, comentou sobre esse mal entendido: “tem um guri (o Manuel) aqui que ficou encarregado de organizar as estradas, seis meses atrás foi feito um convênio com a prefeitura então veio a pedra, veio o óleo, e os tubos. Ai ‘oh, você vai ajudar a coordenar as máquinas, só que as máquinas vieram lá de vez em quando, e daí qual que foi a definição da equipe? Primeiro vamos fazer a estrada principal, depois vamos fazer os acessos. Só que ele (o Manuel) mora perto da estrada principal. Daí depois diz assim ‘o Manuel ele é culpado, ele fez estrada pra ele e pra nós ele não mandou a máquina’. As pessoas muitas vezes ou não conseguem ou não querem entender. Não é um problema do Manuel, o problema é com o prefeito, o Estado que não viabiliza. Daí ‘oh, nós não temos estrada porque foi o Manuel que não mandou as máquinas, o Manuel é um baita de um bosta, ele arrumou a estrada dele, mas nós aqui estamos no meio do barro’”.

O próprio Manuel comenta essa situação na qual é o principal alvo. Seu comentário assume uma roupagem mais explicitamente político-ideológica: “O fator principal das contradições que existem que nós não podemos negar é a disputa pelo espaço, influência do capitalismo, de quem é contra nós no caso. O poder público influencia e cria contradições entre nós. As grandes empresas, o agronegócio... isso é a disputa que a burguesia da cidade, principalmente, ainda não entendeu, não acreditou que isso aqui foi uma conquista dos sem-terra. (...) Nós estamos entendendo que isso é uma estratégia deles que eles estão conseguindo fazer em algum momento de jogar nós, as famílias, umas contras as outras, por não cumprir aquilo que foi combinado. O fato das estradas é um exemplo. Principalmente o pessoal lá de baixo daquela rua dali onde você esteve ontem. Ali esses dias de

aquelas denúncias não eram procedentes, mas seus efeitos de verdade eram definidores de comportamentos e de fronteiras e, obviamente, eu estava identificado a um daqueles lados. E a forma absolutamente franca com que trataram daqueles temas diante de mim parecia querer me dizer, sem nenhum eufemismo, que eu não estava do “bom lado” e que, portanto, não era bem vindo entre eles.

Outra questão que seguramente depôs contra mim tem relação com a temática de minha pesquisa. Soube, algum tempo depois, que aquela senhora havia sido o único voto contrário à concessão da permissão para que aquele espaço onde realizavam as reuniões da coordenação do assentamento fosse também utilizado para realização de eventos religiosos – havia especificamente um pedido do padre paroquial para a realização da missa que inauguraria o período das Missões Católicas no assentamento. Suponho que ao dizer que me interessaria conhecer a dinâmica religiosa do assentamento ela possa ter me associado a algum agente religioso. Essa suspeita ficou ainda mais evidente quando Claudete, de forma espontânea, me disse que não gostava de padres e nem da Igreja Católica. Ali percebi que, mesmo sem ter a certeza da minha pertença à Igreja Católica, ela estava tratando de me dizer, na forma de ataque, que se eu estava ali como um religioso, eu deveria saber, logo de saída, da radicalidade de suas posições.

No momento em que ela me concedeu a oportunidade de entrevista-la eu busquei, antes de tudo, desfazer aquele suposto mal entendido. Acentuei que eu era apenas um estudante e que não exercia nenhuma vinculação com qualquer denominação religiosa, nem mesmo com a Igreja Católica. Só então conversamos sobre alguns assuntos durante uns 25 minutos. Ela me contou que seus pais eram evangélicos da Igreja Batista Salem, na qual ela participou até os 16 anos, idade em que ela se casou. Depois disso, ela se afastou por 15 anos daquela igreja, tempo durante o qual durou seu casamento. Admitiu que se sentia bem na Igreja Evangélica, mas que não era uma freqüentadora assídua. Contou também que já havia freqüentado o Salão das Testemunhas de Jeová e a Assembléia de Deus do Ministério da Restauração que existe no assentamento. Em certo momento lhe perguntei porque ela não gostava de padre e nem da Igreja Católica, ela sorriu (pela primeira vez) e me narrou o seguinte:

Quando eu tinha uns 12 anos eu ouvia muito falar daquela primeira comunhão, no colégio eu sempre ouvia falar de comunhão, comungar, essas coisas todas e eu tinha muita curiosidade em fazer essa primeira comunhão. Foi onde bateu de frente com meus pais que não permitiram que eu fizesse a primeira comunhão. E eu acabei ficando doente, não sei o que aconteceu, se eu entrei em depressão... não sei. Só sei que eu fiquei muito doente por causa da primeira comunhão que eu queria fazer. Só fui sarar depois de muitos dias, eu fiquei na cama que nem zumbi, quase em estado vegetativo. Eu só fui sarar quando os pais chamaram o pastor onde ele orou por mim e eu fiquei sarada, me curei. Daí depois daquele impasse que eu queria tanto fazer a tal da primeira comunhão, daí então eu não sei porque, se eu fiquei com trauma, com medo, eu não sei, só sei que eu não me simpatizo

chuva nem de carroça e de cavalo não passa. Tendo em vista que têm crianças passando naquelas estradas para ir na escola. Então não fazem, porque é mais difícil, tem interesse de fazer o que é mais fácil e jogar uns contra os outros, então isso é um caso grave. Inclusive na reunião de segunda feira nós discutimos em vários momentos isso onde algumas famílias achavam que os culpados era nós mesmos. Eu sou um dos coordenadores desse termo, porque naquele tempo tinha que ter duas pessoas que assumisse um termo de referência, esse documento, e com isso ajudasse a execução desse recurso, mas alguns não se envolveram e outros se envolveram na medida do possível e hoje o que fica para algumas pessoas é que nós somos o culpado pelo que a prefeitura não faz. Então esse é um exemplo da contradição.”

mais com a Igreja Católica, nada a favor, também nada contra, mas pra mim eu tive uma experiência muito ruim.40

O trabalho de campo nos impõem surpresas desagradáveis que pode nos levar a selecionar, conforme determinadas reações, o público com o qual buscamos interação. No caso da Claudete sua resistência à minha pessoa foi tamanha que, em certo momento, pensei

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