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Seleção e ida para os lotes

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3.1 O Acampamento: “Cidade da Lona Preta, Capital do Bolinho Frito”

3.1.2 Seleção e ida para os lotes

Quando alguma área é desapropriada para assentamento o INCRA faz várias reuniões com os acampados e expõe as características das áreas de forma que se possa estabelecer uma certa hierarquia de preferência e para se saber quantos poderão ser assentados. A partir daí se inicia um intenso processo de discussão para definir e/ou redefinir os critérios para a seleção dos que serão assentados. Boa parte desses critérios é definida no “Fórum da Terra”.

O Fórum da Terra é um evento que ocorre nos dias imediatamente anterior ao período no qual se procede à seleção das famílias que serão assentadas. Nesse espaço de discussão se reúnem representantes dos diversos acampamentos existentes no estado juntamente com alguns técnicos enviados pelo INCRA. Esses técnicos fazem a apresentação detalhada das áreas a serem transformadas em assentamentos. Para o último Fórum, os representantes daquele acampamento que pesquisei foram selecionados entre os que pertenciam à Brigada de Organicidade e à Frente de Massa e, considerando aquele também como um espaço de formação154, foram selecionados outros dois representantes dentre os demais membros da Coordenação do Acampamento. No entanto, como se trata de um espaço no qual os debates são intensos, existe a preocupação de que os selecionados sejam aqueles que apresentam maior desenvoltura no posicionamento frente ao coletivo e maior capacidade de defender os interesses de sua base.

A tal Fórum eram levadas algumas proposições dos acampados discutidas internamente e que deveriam ser defendidas pelos seus representantes. Além disso, era fundamental que estivessem munidos de todos os dados numéricos do acampamento. Era a partir desses dados que seriam divididos, proporcionalmente ao número de acampados, a quantidade de lotes a que cada acampamento teria direito.

O primeiro critério, invariavelmente, é o de tempo de acampamento. Aqueles que estão a mais tempo acampados terão prioridade sobre aqueles que chegaram recentemente. Naquele acampamento se decidiu que a partir de 6 meses de acampamento já se poderia participar do sorteio dos lotes. Havia, nesse caso, uma pequena cota destinada a esse grupo de recém acampados. Tal possibilidade foi pensada com o objetivo de motivar a permanência daqueles que estavam a pouco tempo no acampamento e mesmo para facilitar no processo de convencimento durante a conquista de novos adeptos. O procedimento consistia na estratificação dos acampados em grupos cujo critério único era o tempo de acampamento: de 6 a 12 meses, 12 a 18, 18 a 24, 24 a 30, 30 a 36. O último estrato era daqueles que estavam a mais de 3 anos acampados. Baseado nesses dados se definia o total de lotes para cada acampamento e se decidia a proporção de lotes destinados para cada um daqueles estratos.

154 Em Chaves (2002) é feita uma detalhada discussão a respeito do caráter formativo das várias atividades desenvolvidas no MST, como foi a Marcha Nacional analisada por essa autora.

È recorrente a existência de pessoas que desistem do acampamento após passarem anos acampados. Em muitos casos estes retornarem ao acampamento solicitando o reconhecimento de ao menos parte daquele tempo de outrora. A regra nesse caso é inflexível: uma vez “desistido da luta”, anula-se totalmente o histórico de acampamento do indivíduo. Ele deverá, obrigatoriamente, recomeçar do zero. A Amélia, uma assentada no assentamento novo, sobre a qual votarei mais adiante, comentou sobre um diálogo que teve com o seu pai quando o visitava por ocasião das festas de fim de ano. Este lhe motivou a não desistir para não perder todo aquele tempo de acampamento:

eu fui lá no pai, o pai disse “como que ta filha?” “Ta bravo pai, 4 anos e meio, vai fazer 5 anos quase que nós estamos lá e eu estou com vontade de desistir”. Ai ele falou pra mim, “eu não tenho nada que ver com vocês, eu não posso ajudar vocês, se eu pudesse vocês não estavam mais nisso, mas porque vocês não esperam o final do ano, de repente sai uma terra e vocês não perde esse tempo de acampamento aí”. Eu pensei... “sabe que o senhor tem razão, vou ficar até o final do ano”

No caso de Amélia, a história confirmou a esperança de seu pai, ela foi contemplada com um lote de terra no assentamento novo um mês após este diálogo com seu pai, transcrito acima. Mas de fato pode ocorrer de haver casos de pessoas que passaram mais de 4 anos acampadas e, diante do desgaste acumulado, “abandonarem a luta”. Situações como essas ganham relevo ainda maior frente aos casos atuais, não tão raros, em que pessoas conquistam a terra com apenas seis meses acampadas155. A única possibilidade de manter válido o tempo de acampamento se dava quando o desistente “dissimulava” sua desistência. Ou seja, ele deveria ir até a reunião da coordenação e ali dizer que precisava de um tempo para resolver problemas pessoais ou familiares. Caso se tratasse de um bom militante, esse tempo era concedido e ele manteria sua vinculação com o acampamento e, desde que não ficasse ausente por muito tempo, poderia regressar sem perder o tempo acumulado.

Na medida em que se contempla o critério do tempo, se passa ao critério de participação nas lutas e nas atividades desenvolvidas no e pelo acampamento. Mas esse critério é um tanto amplo e de difícil definição. Anita, uma liderança do acampamento busca defini-lo:

Como que a gente entende essa participação: tem as pessoas que vão pra luta, tem as pessoas que ficam no acampamento, tem algumas Frentes de Trabalho, então a gente entende que se a pessoa está num desses lugares a pessoa está na luta, porque há uma discussão do coletivo de que o acampamento não pode ficar vazio, tem que ficar gente cuidando das criação, dos barracos, tem pessoas que são doentes. A discussão no coletivo é quem é que está na luta no seu lugar, e se não está saboneteando, “ah! não quero ir e não vou”.

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Participei de uma reunião de um Núcleo de Base do acampamento na qual se avaliou dois pedidos de retorno ao acampamento validando o tempo que já estiveram acampados. Os dois casos estavam relacionados com desavenças pessoais. Em um deles a pessoa desistiu do acampamento após ser ameaçado de morte por outro acampado. No outro caso, a pessoa havia ficado 3,5 anos acampada e após uma briga com outro acampado resolveu desistir. Este último solicitava que fosse reconhecido ao menos um ano e meio do seu tempo antigo. Nenhum dos dois casos foi aceito, eles deveriam voltar como acampados novos.

Mas ao final de longos períodos acampados, como se controlar os históricos de participação nas lutas e nas atividades do movimento referentes a cada acampado? Esta mesma liderança explica:

Existe a secretaria do acampamento que tem o cadastro de cada acampado. Via de regra, o histórico do acampado deve ser colocado nesse cadastro: se ficou doente, se ficou afastado do acampamento por muito tempo, coloca ali os motivos, quando ele voltou, se o João sofre alguma avaliação que o acampamento não gostou, tipo assim, alguma coisa que se faz que vai pra lá. Mas também a gente não obriga as pessoas que contribuem no setor (da secretaria) a fazer isso, é uma questão de consciência, ela tem que descobrir que tem que fazer por ela mesma, não é a Anita que vai dizer: faz isso. Lá no grupo se decidiu que tem que fazer isso e isso, eu não vou conferir se fez ou não. O meu papel ali é até ali. Agora quando a gente foi ver todos os nomes, a coordenação pediu todos os cadastros e não tinha nenhuma anotação. É na discussão no acampamento que começa a aparecer coisas, é a memória. Não é a memória escrita. As pessoas contam a história, elas guardam as coisas e na hora de falar dos problemas ela fala: “aconteceu isso e isso e a gente rediscute de novo, será que a pessoa não aprendeu”? Que ela não percebeu que ela agiu errado?. Será que é só dizer que ela esta errada? Não é construir? Faz uma avaliação, mas como é que foi depois disso? Ah, depois ela começou a participar.... então será que ela não pode ir para o assentamento. É nova discussão, até que haja um consenso, que possa ir ou não. Como dizem, a gente não ta aqui pra carregar cachaço nas costas... só na luta que consegue as coisas, quanto mais lutarem mais se consegue as coisas...

É realmente comum alguém, apontando para algum acampado, comentar a respeito do grau de participação nas atividades do acampamento: “aquele cara é estranho, ele não

participa de nada”. Como naquele espaço todos, em alguma medida, se monitoram entre si e

são monitorados pela direção do acampamento, todos estão atentos para atenderem as expectativas de participação.

Vencido esses dois critérios, o do tempo de acampamento e o da participação, agora irá depender do interesse do acampado em ir para tal área. É relativamente comum a ocorrência de acampados que permanecem no acampamento, pois não se interessam em ser assentados nas áreas oferecidas. Há muitos casos em que priorizam a permanecia na região onde estão, mesmo que isso signifique prorrogarem por longos períodos o tempo de acampamento, correndo o risco, inclusive, de nunca surgir uma área na região que desejam. Alguns são definitivos: “se não sair uma área por aqui, eu desisto e volto pra cidade”. Estes casos estão muito relacionados com a vontade de permanecerem próximos dos familiares, sobretudo dos filhos. Outros acampados vão ficando até o limite, até quando já não suportam mais a vida no acampamento e também não vislumbram nenhuma perspectiva de desapropriação de áreas mais próximas, então acabam aceitando qualquer outra área.

Existem aqueles que têm por referência uma situação social tão precária, tanto do ponto de vista material quanto sócio-cultural, que aquela vida alcançada no acampamento já representa um grande salto na sua qualidade de vida. Isto se dá, sobretudo, no que se refere à conquista de uma “comunidade” na qual se sentem integrados e na qual as regras de convivência e de organização estão tão bem definidas que produz um certo aceleramento no

estabelecimento de laços morais entre seus integrantes, o que torna a convivência naquele espaço muito mais fácil e dotada de grande segurança. Na fala dessa senhora de 48 anos, analfabeta, ex-catadora de lixo reciclável, há um ano e sete meses acampada, tal situação é levada ao seu paroxismo:

A vontade que eu tenho é da gente continuar assim, como nós estamos, sempre acampados, sempre viajando, marchando, é a minha vontade, se eu não tivesse arrumado marido eu ia continuar sempre assim, eu disse pra Zilda, “ah, eu gostaria sempre de continuar aqui com vocês, sempre viajando pra um lado e pra outros, ajudando os acampados” ela disse “ah dona Cida que bom!!!”. Eu tenho uma força de vontade de ajudar as pessoas. (....) Eu conheço todo mundo lá do acampamento, só no outro acampamento que eu não conheço muito. Mas eu tenho um enteado que está lá, com 16 anos. Eu vou lá as pessoas ficam me olhando, me cuidando... eu me sinto mal... eu sou estranha pra eles mesmos, eles não sabem que eu lutei, ajudei a trazer o acampamento pra ali, viemos de outra cidade, abrimos o acampamento ali... estou desde o começo ali.

Essa dimensão da convivência, da boa relação estabelecida, de ser conhecida e valorizada, de haver se identificado com as ações do movimento, de se estabelecerem como uma comunidade..., é o que lhe faz desejar manter-se como acampada. Essa dimensão comunitária fica também evidenciada pelo contraste que ela própria explicita ao se referir às visitas que faz ao outro acampamento que está há uns 500 metros daquele onde está acampada156. Ao ser notada como uma estranha por aqueles que não possuem nenhuma referência a seu respeito, que não sabem o quanto ela já lutou, inclusive para a constituição daquele acampamento onde eles estão agora, o mal estar que sente é evidente. No seu acampamento ela está totalmente integrada ao convívio cotidiano, um convívio que apara as principais diferenças, onde as pessoas não se medem umas às outras, onde ela não se sente exposta a um facho de luz que em certa medida a faz se ver a si própria na sua condição de pobre, analfabeta, fisicamente estranha aos olhos dos outros. Pelo fato de todos se conhecerem no seu acampamento de origem, é ali que sua história e suas ações ganham relevo e se ajustam às expectativas explícitas e implícitas vigentes para aquele meio.

Há ainda, um outro grupo que decide permanecer acampado para, simplesmente, continuar a “contribuir com o movimento”. É o grupo dos “militantes”. Entre as lideranças do acampamento é bastante comum casos como esses. São vários aqueles que já possuem um longo período de acampamento e, por isso, já poderiam estar assentados se o desejassem, mas preferem continuar se dedicando às atividades do movimento. Sendo assim, se mantêm na condição de lideranças acampadas e prorrogam ao máximo a ida para os lotes. Em certas situações acabam galgando outros postos na estrutura hierárquica do movimento e a perspectiva de serem assentados vai se tornando cada vez mais remota.

“A Clara tem mais de 4 anos (de acampamento), mas o acampamento da Clara nem existe mais, era o Rosa Luxemburgo. Ela foi abrindo mão, não queria ser assentada no momento e o tempo está passando”157.

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O acampamento onde mora esta senhora é uma extensão do acampamento principal. Parte das famílias constituíra este novo acampamento para pressionar pela desapropriação de uma fazenda ao lado.

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Há também aqueles que desde o início não alimentam grandes expectativas em serem assentados, estão no acampamento por considerarem o espaço adequado para se pensar o “fim do capitalismo”. É ali onde podem viver de forma integral, juntamente com outros companheiros, o sonho da revolução social que transformará a sociedade de uma vez por todas. Mas estes casos são visto com certa desconfiança e são considerados incoerentes. Uma dessas lideranças comentou comigo que quando chegou ao acampamento sua pretensão era ser apenas um acampado, não tinha nenhuma ambição de conquistar um lote de terra. Mas com o passar do tempo foi percebendo que ao renunciar a tal condição ela estava renunciando à parte mais importante do Movimento, aquela referente ao momento da produção. Este é o momento no qual o sonho do MST se realiza em sua concretude. Com ênfase me disse:

“percebi que estaria sendo totalmente incoerente, pois não pensava em participar da parte mais importante do MST que é parte da produção!” Mesmo confessando que necessitaria

aprender a profissão de agricultor e de que apenas aceitaria um lote na região onde estavam acampados, ela estava disposta a cumprir, como numa vocação religiosa que exige do monge a adesão voluntária aos votos de castidade, obediência e pobreza, a integralidade das etapas que faz constituir um “legítimo” sem terra: “ocupar, resistir e produzir”.

Por fim, selecionados os aptos a serem assentados, caso não exista lotes suficientes para atender a todos, situação que é a mais freqüente, passa-se ao sorteio. A participação no sorteio pode se dar de forma individual ou a partir da constituição de grupos de trabalho. O grupo de trabalho forma-se, presumivelmente, entre aqueles que desejam estabelecer no assentamento uma dinâmica de trabalho coletivo ou, então, que desejam, ao menos, partilhar alguns objetivos de produção. A composição dos grupos se dá muito em função das afinidades edificadas durante o tempo de acampamento e também pela pertença familiar.158 Estes grupos se formam entre aqueles do mesmo estrato de tempo. Praticamente não existe quem não se organize em grupo, pois os lotes que são destinados aos individuais são apenas uma parcela muito pequena do total de lotes destinados ao sorteio entre os grupos. Além disso, os grupos que não foram sorteados (no sorteio dos grupos) se desmancham e seus integrantes participam, individualmente, no sorteio dos lotes restantes juntamente com aqueles que desde a origem se apresentaram individualmente. Portanto, aquele que não se ajusta a um grupo, participa apenas de um sorteio, enquanto aqueles organizados em grupo, caso não tenham sido sorteados no primeiro sorteio, ainda podem participar do sorteio individual. Tudo isso é estabelecido por um sistema de sorteio que define a proporcionalidade de lotes em função da quantidade de grupos, do número de seus integrantes e do tempo de acampamento. Portanto é bastante variável. Após sorteados, ainda ocorre um longo período de ajustes. Há os que desistem de serem assentados e se faz necessário novas discussões para substituí-los, há os que decidem trocar de assentamento antes mesmo de deixar o acampamento, trocar de grupo, se tornar individual, etc. Enfim, há toda uma movimentação que segue acontecendo mesmo quando já estão sobre os lotes.

Caso curioso, nesse sentido, foi o fato que algumas pessoas me narraram sobre um personagem apelidado sugestivamente por “Irmão”. Quando estive no acampamento me alojaram no barraco onde ele havia morado durante o período que ali permaneceu. O “Irmão” se transformou numa figura marcante entre os acampados. Conforme a coincidência dos relatos, ele trajava permanentemente – mesmo durante a severidade do verão – um paletó preto, uma camisa de maga comprida com o colarinho fechado até o pescoço, calça e sapatos sociais e andava o tempo todo com uma bíblia sob o braço. A cada pessoa que encontrava a

integra a Direção Estadual do MST e é noiva de um assentado do assentamento novo.

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Uma vez no assentamento esses grupos tendem a se desfazerem e a constituírem outros grupos voltados para uma estrutura organizativa de caráter mais político e administrativo.

saudava com a expressão Deus esteja contigo e referia-se a todos como Irmão. Considerado ao mesmo tempo louco e alcoólatra, ainda assim ele havia sido contemplado com um lote de terra, pois se enquadrava nessas regras, descritas acima, para a destinação dos lotes nas áreas conquistadas. Alguns deixavam entender, de forma subliminar, que casos como o dele, não deveria ser contemplado com um lote de terra, outros explicitavam tal contrariedade de forma bem mais contundente, argumentando que assentar aquele tipo de pessoa comprometia a imagem do MST e de todos os assentados e, alem disso, dificultaria a convivência no futuro assentamento. Mas, no geral, tal decisão foi respeitada, uma vez que não havia nada que o desabonasse relativo aos critérios de seleção. No entanto, quando o “Irmão” decidiu ir visitar a família na sua “base”, para comunicar a “boa nova” e saber se não havia algum de seus familiares interessado em ser assentado em seu lote juntamente com ele, ele foi surpreendido pela decisão de seus familiares de impedir o seu regresso ao acampamento e, consequentemente, de vir a ser assentado. Alegaram que ele não gozava das faculdades mentais para trabalha com a agricultura e, ao mesmo tempo, eles próprios não se interessavam em aproveitar aquela conquista. Diante de tal situação, o lote que lhe pertenceria, foi destinado a outra pessoa. Mesmo assim, um grupo de famílias, que estava sorteado para ser assentado, declarou sua disposição em acolher o “Irmão” em seus lotes caso esse conseguisse se desvencilhar do controle familiar, como já havia acontecido em outras ocasiões159. Este grupo se autodenominou de “Os renascidos das cinzas” em alusão ao fato de ser composto por famílias que estiveram à beira de serem expulsas do acampamento acusadas de envolvimento com roubos e drogas. Duas dessas famílias tiveram um de seus filhos expulsos e alimentavam a esperança de se reagruparem no assentamento (voltarei a esse assunto mais adiante).

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Algumas pessoas que conviveram na “base” do irmão, comentaram que sua família o expulsava de casa constantemente e quando o chamaram para acampar ele estava morando na rua. Na última visita que fiz ao acampamento ele havia se incorporado novamente ao acampamento. A descrição que me fizeram coincidia com a pessoa que conheci pessoalmente. Sentado em uma cadeira no centro do acampamento, trajado da forma descrita acima, ele lia uma pequena bíblia. O interrompi brevemente, trocamos algumas palavras sem muita coerência e logo sai o deixando imerso em sua leitura.

Rodovia 5 3 2 8 4 1 12 6 1 – Salas de Aula 2 – Rádio Resistência 3 – Secretaria 4 – Farmácia 5 – Caixa d’água 6 – Bodega

7 – Brinquedos para crianças 8 – Guarita

9 – Depósito

10 – “Canto dos Crentes” 11 – “Canto da Felicidade” 12 – “Canto dos perdidos” 13 – Córrego

14 – Mastro com a Bandeira

7 1 11 5 10 9 14

Acampamento Jair Antonio da Costa

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