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CAPÍTULO 2: UNIVERSIDADE E TRABALHO: o trabalho e suas relações com

3.3 A UNIVERSIDADE HETERÔNOMA: ou em busca de um conceito de

Sguissardi (2003) defende que a “[...] perspectiva de uma universidade autônoma, produtora de saber desinteressado, formadora de indivíduos teórica e politicamente críticos, cultores da liberdade, foi vista como ameaça à ‘ordem’ e às ‘boas relações’ ‘Universidade- Estado”’. Isso revela que os diversos projetos de “Reforma Universitária” existentes no Brasil almejam a quebra da autonomia da universidade e a subserviência das universidades aos desígnios dos governos.

Assim, citando Schugurensky (2002), Sguissardi (2003) dispõe que o limite da autonomia institucional foi se reduzindo paulatinamente e que o mercado e o Estado têm aumentado sua capacidade para imprimir a sua própria lógica e interesses.

[...] O modelo heterônomo não significaria que a universidade passa a ser subitamente governada por atores extra universitários, mas sua prática cotidiana (suas funções, prioridades e organização interna, suas atividades, estrutura de prêmios e penas, etc.) estariam cada vez mais subsumida pela lógica do mercado e do Estado. (SCHUGURENSKY, 2002, p. 117 apud SGUISSARDI, 2003, p. 14).

Ainda aprofundando a análise sobre Schugurensky (2002), Sguissardi (2003) afirma que:

[...] De acordo com esse autor, enquanto sob o Estado do Bem-Estar e do fordismo, quando do apogeu das teorias do capital humano, a educação superior (universidade) era vista como investimento público de crucial

52 Disponível em:< www.unipop.org.br/pagina.php?cat=145&noticia=296>. Acesso em: 22 abr. 2015. 53 Disponível em:< www.unipop.org.br/pagina.php?cat=145&noticia=296>. Acesso em: 22 abr. 2015.

importância para o desenvolvimento e criação de empregos, no Estado neoliberal e na globalização a educação superior (a universidade) passa a ser vista como parte do problema econômico de cada país, entendido este como falta de competitividade internacional. A universidade somente cumpriria sua função, hoje, se for gerida como uma empresa comercial típica e se se tornar efetivamente competitiva. (SGUISSARDI, 2003, p. 14-15).

Destaca-se, portanto, que as implicações das ações do Estado Brasileiro no perfil institucional da universidade para a formação do trabalhador são resultantes de uma concepção neoliberal de Estado, a concepção de “Estado Mínimo”, que visa construir a ideia de que o problema da universidade deriva do seu caráter público. Ou seja, para essa concepção, o que existe são crises internas proveniente da má gestão de recursos públicos, desperdícios e burocratização. Portanto, essa concepção tenta divulgar a ideia de que essa heteronomia vivida pela universidade não é social, econômica e política, mas sim meramente administrativa.

Cunha (2007b) informa que, anteriormente, diria inclusive atualmente, eram chamados indiscriminadamente de “universitários” todos os alunos e professores do Ensino Superior, ou como ele mesmo diz, “[...] tratavam do Ensino Superior como sendo a universidade”, o que levou o autor a usar o conceito de universidade em dois sentidos diferentes:

[...] Em sentido amplo, denotando o conjunto de instituições de ensino superior; em sentido estreito, as instituições organizadas conforme os requisitos estabelecidos em lei para serem formalmente reconhecidas como universidades, critérios esses que mudaram no decorrer do período estudado. (CUNHA, 2007b, p. 17).

Uma pergunta emerge desse contexto: qual o conceito de universidade sustenta essa reflexão? Uma resposta possível, mas insuficiente, seria afirmar que se trata de um conceito polissêmico. Resposta genérica que “explica” evasivamente muitas das indefinições conceituais nessa crise de referências ou, nesse contexto histórico “pós-moderno”, como alguns identificam, ou mesmo um momento histórico marcado pelo “recuo da teoria” (MORAES, 2007).

Cunha (1989) apresenta um questionamento provocante: “qual universidade?”. Essa parece ser a pergunta fundamental para se adentrar nas discussões que busquem compreender a universidade, ou “universidades”, como leva a refletir a discussão de Cunha (1989), nas suas mais diferentes denominações que podem ser encontradas nas experiências atuais e históricas na construção dessa instituição secular. Segundo o autor, há 03 (três) textos que tratam das problemáticas que envolvem a universidade: Autonomia universitária: desafios conceituais e

políticos (1985-1986); Universidade e Estado no Brasil: passado e presente (1987); e Qual universidade? (1988) que, inclusive, define o título do livro.

[...] Eles tratam de questões que estão no centro mesmo da problemática universitária da atualidade: a autonomia, as relações com o Estado e as propostas práticas para a solução dos problemas existentes. Essas propostas focalizam os objetivos da universidade, sua estrutura e sua avaliação; a divisão do campo do ensino superior em um setor universitário e outro atomizado; as relações entre os cursos profissionais e as licenciaturas, assim como a ideia de cursos superiores não profissionais; a carreira docente; e os processos de escolha dos dirigentes universitários. Em todos eles, a preocupação com o processo de construção da universidade no Brasil fez com que buscasse articular a compreensão da história dessa instituição com as determinações sociológicas do presente, inclusive os projetos dos atores sociais nela envolvidos. (CUNHA, 1989, p. 07).

Essa afirmação de Cunha (1989) ajuda a entender a complexidade conceitual que envolve o debate do tema, assim como os processos históricos. Para ele, faz-se necessário compreender, além da compreensão da história dessas instituições, os projetos históricos dos diferentes atores que construíram a “universidade” no Brasil, como todas as especificidades das instituições que se protegem sob esse “conceito guarda-chuva”.

Para ele, trata-se de uma contribuição para o debate sobre a universidade e uma contribuição para o que ele chama de:

[...] Esforço daqueles que procuram uma alternativa para a universidade brasileira que não se reduza aos caminhos existentes: a privatização, o tecnicismos, o corporativismo, o clientelismo e outros igualmente destruidores do projeto de construção de uma universidade pública, democrática e competente no Brasil. (CUNHA, 1989, p. 08).

Assim, ao debater a questão da autonomia universitária, Cunha (1989) afirma que esta é anterior à própria existência da universidade no Brasil. Em seguida, reforça uma ideia já discutida, de que a universidade no Brasil é recente se comparada aos outros países da Europa ou do próprio continente americano, inclusive da América do Sul.

Cunha (1989) informa que a Lei Orgânica do Ensino Superior e Fundamental da República (1911) declarava as instituições oficiais de ensino Secundário e Superior como corporações autônomas, didática e administrativamente. Porém, a Lei previa que as faculdades federais que possuíssem recursos próprios seriam autônomas. Essa Lei, em vez de produzir o efeito esperado, que era de diminuir a demanda de alunos para essas faculdades, produziu um efeito imprevisto.

[...] Se o número de estudantes que entraram nas faculdades oficiais diminuiu, pois agora teriam de se submeter a um exame de admissão, multiplicaram-se as faculdades privadas dispostas a oferecer todas as

facilidades propiciadas pela autonomia para atraí-los. (CUNHA, 1989, p. 12).

Assim, a ideia de autonomia foi retirada da legislação brasileira, em 1915. Ou seja, um dos mais importantes instrumentos de construção da identidade da universidade, tal qual se conhece atualmente, ‘nasceu’ prejudicado pelo interesse financeiro que perpassa as nossas instituições de Educação Superior até hoje no Brasil. Isso torna o debate sobre o financiamento da universidade um tema central, pois subjaz nesse debate a ideia de um dos seus principais pilares – a sua autonomia, seja em relação ao Estado ou ao capital.

Cunha (1989) informa que, sem autonomia, inclusive com seus dirigentes nomeados pelo Presidente da República, a universidade brasileira precisou de décadas para produzir algum tipo de reforma. Em 1937, próximo ao período do Estado Novo, a Universidade do Rio de Janeiro passou, por meio de um decreto, a ser chamada de Universidade do Brasil.

Vale destacar que toda a legislação, posterior ao período de criação do Ministério da Educação e Saúde Pública, em 1930, tal como o Estatuto das Universidades Brasileiras, passou a estabelecer regras comuns para as instituições federais, estaduais e privadas. Guardadas as devidas proporções, começou-se a criar uma identidade entre essas instituições, que se identificam de universidade (CUNHA, 1989).

Assim, com a radicalização da ditadura do Estado Novo, ocorreu, segundo Cunha (1989, p. 19), “[...] forte apoio governamental à criação de uma universidade católica. Ela seria o resultado da ‘colaboração recíproca’ entre o Estado e a Igreja Católica”. Para Cunha (1989):

[...] A Universidade Católica surgiu justamente na capital da República – junto à sede do aparelho do Estado – com fins de desenvolver o ensino segundo padrões modernos na pedagogia, porém conservadores na ideologia (o que não era o caso da Universidade do Distrito Federal), com estudantes social e culturalmente muito selecionados, que já tivesse, predominantemente, educação secundária católica, inclinados, portanto, a ter uma formação homogênea. E, o que é mais importante, combinado a criação da ciência à direção da sociedade através do governo, no qual atuariam como quadros. Assim, a relativa incapacidade pedagógica do Estado, na Itália como no Brasil (o primeiro modelo do segundo em muitos aspectos na época de Vargas), ficava amparada pelas “muletas da igreja”, imagem de Gramsci. (CUNHA, 1989, p. 20).

Cunha (1989) destaca que aquela pequena autonomia perdida no início do Estado Novo só passa a ser exercida com a deposição de Vargas, em 1945, quando novamente a Universidade passa a gozar de autonomia administrativa, financeira, didática e disciplinar. Os reitores passam, então, a serem escolhidos por meio da lista tríplice, tal qual estabelece o

Estatuto de 1931. Ou seja, essa tão propalada autonomia universitária “[...] poderia ser definida como a capacidade de praticar os atos deixados livres pela legislação, que não eram muitos, nem os mais importantes” (CUNHA, 1989, p. 21), condição essa corroborada na LDB de 1971.

Cunha (1989) relata que a Ditadura de 1964 agudizou ainda mais a ausência de autonomia, de uma maneira muito pior que o período da Era Vargas. Esse processo ocorreu tendo por base dois Decretos-Lei (1966 e 1967), que provocaram profundas mudanças nos estatutos e nas estruturas das universidades, segundo princípios organizacionais tayloristas dos militares, o que culminou em 1968, com a Lei n. 5.540, denominada Lei da Reforma Universitária.

Vale destacar que esse processo de “reforma universitária” não ocorreu sem resistência, apesar do movimento estudantil, nesse momento, ter perdido a força, devido à presença ampla, na universidade, de alunos de perfil de classe média. Por outro lado, o movimento docente ganhou força com a criação da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (ANDES) (CUNHA, 1989).

Cunha (1989), ao se referir ao período de produção de seu texto, no final da década de 1980 – correspondente aos anos de 1985 a 1989, afirma que, nesse período, o termo autonomia define-se como antítese ao que a ditadura militar impôs como controle arbitrário da universidade.

Faz-se necessário destacar que a pesquisa constitui-se como uma das principais atividades da universidade, mas contraditoriamente a autonomia universitária a obriga a buscar recursos para as suas pesquisas em outros órgãos governamentais externos de fomento (CUNHA, 1989).

Por fim, nesse debate sobre autonomia, Cunha (1989) destaca que, mesmo parecendo ousado, ele apresenta algumas características que devem se inerentes a esse controle:

 governamental e participativo;

 orientado pelo mérito profissional e acadêmico;

 dependente das necessidades econômicas, sociais e culturais da sociedade, expressas através das demandas canalizadas pelos partidos políticos (principalmente) e pelos sindicatos e associações voluntárias (secundariamente).

O processo de criação e consolidação da universidade brasileira tem uma de suas raízes centradas na definição da autonomia universitária, ou seja, o conceito de universidade passa necessariamente pelo nível de autonomia que essa instituição possui em relação ao Governo Federal e ao capital. Por isso, pode-se definir, conforme estabelece a legislação atual

e o debate aqui apresentado que, uma universidade, para se constituir enquanto tal, carece de autonomia. O processo heterônomo experimentado, hoje, pelas universidades brasileiras altera o papel da universidade na sociedade brasileira.

[...] O preço pago pela homogeneidade da elite brasileira foi uma educação superior restrita, primeiro em Coimbra, durante a Colônia, depois em algumas poucas faculdades, durante o Império. Ao elemento homogeneizador propiciado pela convivência estudantil, somou-se o das carreiras na burocracia do Estado, sempre com ampla circulação geográfica. O autor54 chamou o diploma de curso superior, especialmente de bacharel

em Direito, de “bilhete de entrada” para o “clube” formado pela elite dirigente imperial (deputados, senadores, presidentes de província, ministros e conselheiros de Estado). (CUNHA, 2007, p. 13).

Para Cunha (1989), essa discussão sobre o que ele chama de política de Ensino Superior, deve partir dos seguintes pontos:

[...] (i) os aspectos problemáticos do modelo de ensino superior embutido na lei da reforma universitária de 1968 (Lei Nº. 5.540); (ii) os equívocos dos remendos nesse modelo que tem sido feitos de 1980; (iii) a urgência de se elaborar um novo modelo de ensino superior, que já deve ter seus marcos principais na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que resultará da constituição de 1988. Esse novo modelo deve levar em conta os problemas conjunturais do Ensino Superior, mas, antes de tudo, a necessidade da construção da universidade no Brasil. (CUNHA, 1989).

Não é difícil perceber que o processo de construção da universidade no Brasil não seguiu esses pontos no seu planejamento no período posterior ao momento histórico em que Cunha (1989) escreve essa reflexão. Não ocorreu esse novo modelo de Ensino Superior. A legislação seguiu a lógica da abertura para o ensino não universitário e privado, com crescimento de vagas nos Cursos Superiores de Tecnologia dos Institutos Federais de Educação Tecnológica.

Segundo Cunha (1989), ainda na década de 1980, os efeitos dessas reformas foram danosos para a universidade.

[...] Os resultados pedagógicos-formativos dessas medidas foram danosos. As salas de aulas dos ciclos básicos e das instituições onde o regime de créditos foi de fato implantado ficaram superpovoadas e de composição heterogênea, dificultando enormemente o processo de ensino-aprendizagem. Os cursos de curta duração, por sua vez, foram rejeitados pelo mercado de trabalho e pelas entidades corporativas, no caso das engenharias e das profissões de saúde. No magistério, a combinação de licenciaturas curtas com a concepção positivista do currículo integrado no ensino de 1º e 2º graus concorreu, ao lado de outros fatores, para a deterioração da qualidade da Educação Básica. (CUNHA, 1989, p. 56).

54 José Murilo de Carvalho (1996)..

Outro aspecto que merece análise na constituição da universidade brasileira refere-se, ainda, ao processo de implementação da reforma universitária de 1968, onde, segundo Cunha (1989), as universidades públicas foram obrigadas a introduzir, em seus colegiados superiores, “representantes da comunidade”, entre os quais representantes da “classe produtora” que, em outros termos, significa “classe possuidora”: legítimos representantes do capital. Essa conjuntura propiciou, inclusive, a criação, no interior das universidades públicas, das fundações de direitos privados que tinham como objetivo “modernizar as universidades”, mas funcionam nos limites das “amarras burocráticas das universidades”.

Um dos conceitos possíveis de se apresentar para as universidades seria: são instituições que têm como função “[...] a produção e disseminação da ciência, da cultura e da tecnologia” (CUNHA, 1989).

Para que sejam feitas as mudanças necessárias na universidade brasileira, Cunha (1989) propõe três objetivos gerais:

 Melhorar o ensino pela qualidade da pesquisa e sua aplicação docente, enquanto metodologia didática e enquanto seu objeto.

 Profissionalizar o corpo docente mediante sua preparação em termos didáticos e de conteúdo, assim como pela avaliação periódica.

 Induzir a melhoria de qualidade das instituições de ensino não universitárias, que matriculam a maior parte dos estudantes, oferecendo-lhes precárias condições de ensino.

Por fim, a partir desse propósito de definir o conceito de universidade, além de explicitar a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, “é preciso hierarquizá-los”, conforme demonstra Cunha (1989):

[...] a universidade tem como objetivo a produção e a disseminação da ciência, da cultura e da tecnologia. E, mais: a disseminação está logicamente dependente da produção acadêmica. Universidade que não produz ciência, cultura e tecnologia (ainda que não seja igualmente fértil em todas as áreas) não é universidade, apesar da tabuleta à entrada do Campus, do papel timbrado, do decreto do Presidente da República ou do orgulho de seus professores. Disseminação tem a mesma raiz de sêmen, de semente, o que sugere o significado de reprodução, fertilização. (CUNHA, 1989, p. 70).

Duas ponderações consideram-se fundamentais: primeiramente, a universidade não é a única instituição a produzir e disseminar ciência, cultura e tecnologia, mas as produz “[...] mediante procedimentos que lhes são próprios, desde a escolha dos temas de estudo até o ensino, forma predominante de disseminação” (CUNHA, 1989); em segundo lugar, no processo de hierarquização aqui defendido, apresenta-se a pesquisa como atividade principal,

seguida do ensino e da extensão, que são as duas formas de disseminação. Mas, “[...] se a produção acadêmica [...] não tiver suficiente prioridade e amplitude [...], podemos até ter ensino superior, como o das faculdades isoladas, mas não universidade”.

As propostas de Cunha (1989) apontam numa perspectiva de democratização e fortalecimento institucional da universidade em um momento histórico específico, ou seja, o final da década de 1980, período marcado pelo processo de democratização da sociedade brasileira e momento crucial para o conturbado processo de criação e fortalecimento da universidade no Brasil, visto que se trata de uma instituição como apenas seis décadas de existência no Brasil e que passou por longos processos de reformas, muitas vezes, profundas.

Poder-se-ia conceber a universidade, fundamentado por Farias (2005 apud SILVA, 2006), como uma instituição que:

[...] Deve produzir conhecimentos científico, tecnológico, artístico e cultural; atuar na preservação e no desenvolvimento do meio ambiente do mesmo modo como tem uma fundamental presença na área de atendimento à saúde; tratar de problemas sociais, de política, da antropologia, da literatura, da filosofia e da pedagogia, do mesmo modo com (sic) tem que responder a formulações das engenharias, das tecnologias, das ciências exatas, agrárias e da terra; interessar-se pelo direito com a mesma intensidade com que o faz pela biologia; atuar na área das ciências sociais aplicadas com o mesmo vigor com que deve interessar-se pela história, pelas letras e pela linguística. (FARIAS, 2005 apud SILVA, 2006, p. 63).

Cunha (1989) diz que suas propostas para a universidade buscam elevar o nível de qualidade da produção universitária, no bojo de um contexto de grandes desigualdades, que tem na sua essência o interesse em levar ciência, cultura e tecnologia para um número maior de pessoas.

[...] São propostas de três tipos, voltadas para a concepção de universidade, para a estruturação interna e para procedimentos específicos. Por isso, algumas teriam lugar numa Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; outras, numa norma que só diga respeito às universidades federais; outras, ainda, aos estatutos e regimentos de cada universidade. (CUNHA, 1989, p. 86).

Conforme destacado anteriormente, para Cunha (2007), a universidade é uma “[...] organização administrativo-pedagógica própria do ensino superior”. Ou seja, trata-se de uma instituição necessária para o desenvolvimento de cada país. Por isso, o esforço em entender as contribuições da universidade frente ao trabalho, por meio das produções acadêmicas da UFPA.

CAPÍTULO 4: A UFPA FRENTE AO TRABALHO: uma análise das pesquisas sobre