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alunos matriculados em turmas de EJA de origem quilombolas Para que se possa ter uma visão geral sobre a política municipal para

educação de jovens e adultos, a partir da inclusão de alunos de origem quilombola, percebe-se o quanto foi necessário entrevistar a Secretária Municipal de Educação do município de Santa Izabel do Pará, pois o objeto de estudo está situado na área de jurisprudência administrativa dessa conceituada secretaria.

A Secretária de Educação quando indagada sobre a política municipal a qual

venha assistir a modalidade EJA, com vista ao atendimento de alunos provenientes de comunidades quilombolas, especificamente, aqueles que já estão matriculados na Escola Agrícola Maurício Machado. Em resposta se percebe o máximo de clareza nas descrições dos fenômenos que tange as especificidades latentes às políticas para educação de adultos, existente no sistema municipal de educação, com ampla variação de palavras-chave que possibilitaram, nessa discussão, o processo de análise críticas, conforme destacado abaixo:

Questões que envolvem a entrevista semielaborada

Pontos chave em decorrência da entrevista.

Há uma política municipal específica de educação para alunos de EJA de origem quilombola Matriculados na Escola Maurício Machado?

De que forma esta proposta política para educação de adultos voltada para alunos quilombolas funciona em termos práticos?

ü Coordenação para Educação

Quilombola.

ü Gestão para ano de 2015.

ü Alunos de comunidades

quilombolas.

ü Escolas do campo.

ü Melhoria das estruturas físicas.

ü Atendimento Específico por meio

de saberes culturais quilombolas.

Quadro 04 – Categoria sobre o primeiro e o segundo questionamento, pontos chave da variação de análise enfocando a dimensão da resposta.

Fonte – Entrevista semielaborada aplicado à Secretária Municipal de Educação do Município de Santa Izabel do Pará.

A entrevista foi norteada para coletar informações sobre as ideias, necessidades, percepções em torno da política específica, no âmbito do município de Santa Izabel do Pará, para educação de jovens e adultos, a partir da inclusão de alunos provenientes de comunidades quilombolas. Ratificando aqui que as informações, coletadas, são provenientes de toda situação exposta a partir do material definido no quadro acima, com destaque no seguinte trecho da entrevista:

187 “[...] está em nosso planejado, com projeto já definido, a criação de uma

coordenação específica para atendimento de alunos quilombolas. Essa coordenação vai entrar em exercício ano que vem e vai atender especificamente alunos de comunidades quilombolas, sejam eles matriculados na educação infantil, no ensino fundamental e no EJA, mas será específica para atender as escolas do campo, e não exclusivamente a Escola Maurício Machado. Teremos tempo suficiente, inclusive para melhora a estrutura física dessas escolas[...]”.

Ao analisar este trecho da entrevista, atenta-se ao problema de investigação, com foco aos pontos latentes às palavras-chave provenientes da resposta ministrada pela própria secretária de educação ao mencionar que o elemento norteador da descrição vinculada ao princípio político determinante na pauta da agenda municipal, procura discutir intensamente com professores e gestores das diversas unidades de ensino, no sentido de envolver ao processo, a necessidade da aprendizagem para o adulto a partir de sua própria visão de mundo.

Mas diante do olhar crítico, numa concepção mais geral, sobre essa proposta definida na agenda política municipal, tem-se que observar, primeiramente, por meio de amostragem, qual a origem dos alunos matriculados nas turmas de EJA, pois se eles são quilombolas, acredita-se que seria necessário desenvolver um planejamento mais estratégico para o processo educacional, no referido sistema de ensino, na intenção de qualificar a aprendizagem desses educandos, pois é de conhecimento de todos que existentes muitas dessas comunidades ao longo do Distrito do Caraparu.

Por outro lado, a SEMED pretende estabelecer esforço conjunto com todas as escolas do sistema municipal, principalmente, aquelas que atende alunos de comunidades quilombolas, pois quando se fala de política para EJA, entende-se que o conceito de aprendizagem exige ampla mobilização, na tentativa de romper com o processo estático, o qual conduz a aprendizagem desse aluno, na sua fase adulta, ao empirismo básico, mobilizado apenas por esforços cognitivos menos complexos diante de uma possível problemática comunitária.

O que se pretende, enquanto política específica, para educação de adultos, voltada para alunos de origem quilombolas, que a própria escola articule a sua proposta educacional, com objetivos bem definidos, para que o discente consiga ser capaz de alcançar as dimensões cognitivas mais complexas em função de

188 resultados positivos para sua comunidade. Assim como já acontece na Escola

Agrícola Maurício Machado.

É notório afirmar, também, que a atual gestão, apresenta preocupação imediata com essas comunidades quilombolas, pois elas são comunidades onde seus cidadãos são assistidos por garantias jurídicas específicas, conforme a legislação nacional.

Por esse motivo que a SEMED vem procurando, incansavelmente, viabilizar um regulamento específico, que ainda está em tramitação, em que na concepção de Barcelos (2012), contemple uma forma de integrar os alunos, provenientes de comunidades quilombolas, em escolas que dê atenção pedagógica específica em função de sua contextualidade cultural.

A própria secretária de educação afirma que o quadro social apresentando, na atualidade, no município coloca esses alunos numa situação fragmentação em que os mesmos estão matriculados, divisivelmente, em várias escolas da rede municipal, sendo que alguns poucos deles em outros sistemas de ensino.

Por outro lado, no presente momento, o sistema municipal de ensino, mantém um currículo específico para educação do campo, pois a secretária mencionou que a SEMED está em processo de planejando para que, a partir do ano de 2015, sua equipe possa indicar uma pessoa com competência técnica, em seu quadro funcional, que possa assumir o “papel” de gerenciar a coordenação específica para educação de adultos que atenda alunos de origem quilombolas.

No diálogo com a secretária, foi afirmado por ela que ainda no primeiro semestre de 2014, em Brasília, aconteceu um encontro para orientação sobre políticas voltadas para educação de alunos quilombolas. Ela afirmou que, neste evento, um dos pontos de maior destaque discutido se voltava para dimensões financeira de investimento aos sistemas municipais de educação, quando este atende, em sua área abrangência administrativa, comunidades de origem quilombolas.

Contudo, o viés desse debate mostrou, segundo Pinto (2010), que o ponto de

interesse que, estabelece o vínculo do aluno com o processo de aprendizagem, volta-se ao princípio de inclusão de esforços deliberados para relacionar os sabres culturais latentes à comunidade de origem com os conhecimentos curriculares que determinam as atividades didáticas articuladas por meio da estrutura cognitiva do educando com vista aos elementos concretos da aprendizagem.

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4.5.2 – Currículo do ensino de EJA versus currículo do ensino

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