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Questões que envolvem a entrevista semielaborada

Pontos chave em decorrência da entrevista.

O desenho curricular voltado para o ensino fundamental regular tem os

componentes de agricultura e

zootecnia, diferente do desenho curricular para EJA na Escola Maurício Machado, desta maneira, por que não há a mesma sistemática contida no desenho curricular do fundamental regular para o de EJA que atende alunos quilombolas na mesma Escola?

ü Currículo escolar.

ü Componentes curriculares:

agricultura e zootecnia.

ü Formação de adultos de origem

quilombola.

ü Escola Agrícola Maurício Machado.

ü Prática de campo na escola.

Quadro 05 – Categoria sobre o primeiro e o segundo questionamento, pontos chave da variação de análise enfocando a dimensão da resposta.

Fonte – Entrevista semielaborada aplicado à Secretária Municipal de Educação do Município de Santa Izabel do Pará.

Como se pode perceber a maioria dos objetivos descritos, em consequência da inquietude, sobre este segundo ponto em destaque, latente ao questionamento, definido acima a partir da entrevista semiestruturada, possibilitou o entendimento sobre os diversos aspectos da política municipal para educação, voltada aos alunos de origem quilombola matriculados em turmas EJA.

Observando, que a ideia subentendida ao processo de ensino e aprendizagem, na perspectiva de transformação do adulto, a partir de estímulos pedagógicos, induzem a capacidade intelectual quando se permite articular uma nova dimensão de valor ao modo em que acontece a aprendizagem. Sendo, portanto, possível a partir dos procedimentos que facilitaram a coleta de informação descrita no roteiro, o qual demonstra a seguinte opinião:

“[...] seria realmente tudo isso apenas falácia desses nossos professores, quando eles mesmos criticam a nossa educação no município e não percebem que a base para transformação social dos alunos está no entendimento que cada um deles pode ter sobre o currículo que sua unidade de ensino tem. Poxa! Não é pra ficar chateada? Pois, presta atenção no que te falo, algumas das nossas escolas do campo tem um currículo específico para formação dos alunos nessa parte de agricultura, mas esses professores não dão atenção a isso, muito menos, também, a própria coordenação pedagógica da escola. Estamos até pensado em capacitar

190 esses nossos profissionais da educação para que eles aprendam trabalhar,

principalmente com alunos quilombolas, que são ‘expert’ na prática de campo. Acredito até que são eles (alunos de EJA) que dão aula de agricultura e zootecnia aos nossos professores, pois essas duas disciplinas tão (estão) lá no currículo, mas muitos não sabem trabalhar. Como exemplo, aquilo que você mesmo disse agora pouco, lá na Maurício Machado (Escola Agrícola Maurício Machado) as coisas funcionam. Lá o próprio professor de práticas de campo em técnicas agrícolas consegue fazer um trabalho integrado entre o currículo do fundamental e o de EJA e sei, também, que mesmo que não tivesse espaço físico pra (para) isso, tenho certeza absoluta que iria acontecer, saber por quê? Porque lá os professores são empenhados e acontece que a própria comunidade dispõe de uma área bem grande onde tem as hortas organizadas e neste espaço os alunos poderão fazer a parte prática [...]”.

No trecho da entrevista, em destaque acima, percebe-se que o posicionamento da secretária municipal de educação, faz entender que a utilização dos sabres culturais, proveniente da contextualidade quilombola, em consonância, com a proposta de Educação para Jovens e Adultos, existente concretamente na dinâmica pedagógica da Escola Agrícola Maurício Machado. Mesmo que o currículo, voltado para esta modalidade de ensino, que não comporte os componentes de agricultura e zootecnia, há nítida percepção que os mecanismos e condições articulados pela instituição garantem a integração com as comunidade quilombolas existentes em seu entorno.

Porém, a falta de sistemática no desenho curricular de EJA em comparação com do ensino fundamental regular, permite entender os motivos da expressiva diferença entre matriz de uma modalidade com outra, sendo significativo afirmar que, uma delas, apresenta os componentes de agricultura e zootecnia, diferentemente da outra, tendo em vista que esses componentes seriam, extremamente, relevantes à formação de alunos quilombolas, matriculados em turmas de EJA.

A secretária de educação expôs, de forma simples, que a manutenção desse currículo para os cursos de EJA, como já mostrado no início do capítulo, seria necessária em função da composição contingencial heterogênea das turmas, em que os alunos matriculados em EJA na Escola Agrícola Maurício Machado, não são

191 todos de origem quilombolas. Segundo ela própria, caso houvesse uma definição

curricular específica, para formação de alunos quilombolas nas turmas de EJA, não seria possível a articulação da aprendizagem, a partir de um modelo curricular específico, que pudesse expor as suas necessidades de aprendizagem, com foco na complexidade dos processos de ensino.

Por esse motivo, a secretária de educação ratificou, que a partir do ano de 2015, a própria SEMED, por meio da futura coordenação específica para atendimento de turmas formadas por alunos quilombolas, articulará uma proposta que possa concentrar os alunos, sejam eles matriculados em turmas de EJA ou fundamental regular, em uma única escola com currículo específico para necessidade que eles apresentam em termos de educação formal.

Neste caso, pensa-se que essa instituição seja a Escola Polo Municipal de Ensino Fundamental Agrícola Maurício Machado, por causa da proximidade com essas comunidades e sua estrutura física favorável à prática agrícola.

4.5.3 – Proposta pedagógica da Escola Agrícola Maurício Machado

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