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4.3.2 – Formação integral do aluno de EJA

Quando os professores foram questionados sobre a formação integral dos alunos matriculados em cursos de EJA, enquanto sujeitos autônomos, críticos, criativos e propositivos, como pauta das discussões pedagógicas da Escola Agrícola Maurício Machado. Neste sentido a proposta educacional que favorece o trabalho desenvolvido, a partir de cada disciplina da base curricular dos cursos de EJA, pelos procedimentos de ensino adotados, com base nas atividades socioeducativas a partir de paradigmas que utilizam os saberes culturais proveniente das comunidades quilombolas.

Diante de tais inquietações argumentativas, acima, que envolve os elementos específicos da formação integral dos discentes de EJA, possibilitou aqui, neste estudo, uma análise profunda a partir da exposição dialógicas dos professores, que culminou no seguinte gráfico abaixo:

Gráfico 27 – resposta dos professores que atuam profissionalmente nas turmas de EJA, lotados na Escola Agrícola Maurício Machado, sobre a questão: Qual o seu conceito sobre a formação integral do aluno de EJA, neste caso se essa formação é favorecida pelos componentes curriculares, pelos procedimentos de ensino e avaliação, além de atividades socioeducativas programadas com base nos saberes culturais das comunidades quilombolas?

Fonte – Questionário Aplicado aos professores lotados em turmas de Educação de Jovens na Escola Agrícola Maurício Machado.

166 Observa-se que 83% dos professores acreditam que a formação integral do

dos alunos de EJA, enquanto sujeitos autônomos, críticos, criativos e propositivos, vem produzindo ao longo do trabalho que eles desenvolvem nessas turmas, mudanças significativas nesse educando. Contudo, os docentes afirmaram que a partir do trabalho integrado, proposto pela equipe gestora, assim como definida na proposta pedagógica da escola, ocorre o desenvolvimento de habilidades e valores que são necessários à melhoria da qualidade de vida destes educandos, principalmente quando se trata de alunos de origem quilombola.

O processo de formação do educando, ao longo do período letivo, vem possibilitar a inclusão social a partir da sua autonomia pessoal, sendo que a educação produzida na sala de aula fundamentada pelas atividades socioeducativas que os professores executam, consequentemente, transforma a realidade desse aluno, acreditando que só assim é possível ele consiga, com base em Freire (1979), o reconhecimento e o valor social na comunidade a qual ele faz parte.

A utilização dos sabres culturais provenientes das comunidades quilombolas, legitimada pela legislação educacional, neste caso fala-se da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº. 9.394/96, que abrange os princípios fundamentais da educação nacional, enunciados no texto constitucional e ajustado às situações reais, os quais os professores se encontram quando se deparam com a realidade dos alunos matriculados em cursos de EJA, a partir de seus costumes característicos dos modos de vida, latente à própria contextualidade cultural.

Neste caso, o ensino a partir do desenvolvimento pedagógico de cada componente curricular que o profissional docente articula em sala de aula, com as suas turmas de EJA, acaba sendo determinado pelo o funcionamento do sistema de ensino a qual a escola pertence, pela formação dos especialistas que trabalham com educação no município e a qualificação dos recursos humanos.

Tudo isso permite o aproveitamento didático daquilo que aluno já conhece, que é proveniente de sua cultura, e a sua promoção nas etapas de estudos. Enquanto aos recursos financeiros disponíveis servirão para o custeio de materiais didáticos e capacitação de recursos humanos, os quais serão fundamentais para o desenvolvimento do processo ensino e da aprendizagem dos alunos na sua condição de adulto incluso em cursos de EJA.

167 Não podendo esquecer, também, da participação do poder público municipal

no sua responsabilidade no gerenciamente e na implementação da política educacional ao sistema de ensino, com vista aos esforços educacionais.

Por outro lado, 17% do quadro docente, acreditam que trabalho desenvolvido por eles na Escola Agrícola Maurício Machado, apresenta como princípio fundamental a revitalização do desenvolvimento das comunidades existentes em sua área de abrangência, neste caso não somente as de origem quilombolas.

Com isso, esses professores acreditam que o trabalho educacional executado com turmas de EJA, exige deles, enquanto profissionais qualificadas, respostas imediatas às necessidades e aos desafios existentes, com objetivo romper com os pontos de estrangulamento proveniente da exclusão social, as quais as pessoas sofrem, mas para isso é necessário:

ü Que estas comunidades geograficamente circunvizinhas à escola

participem da vida institucional com finalidade buscar respostas aos desafios que surjam no decorrer do cotidiano;

ü Que os professores sejam agentes do processo de integração

comunitária, articulando com poder público municipal a promoção de ações que leve à autossustentação e á autogestão dessas comunidades circunvizinha a escola;

ü Que a escola seja indutora de qualidade nas diversas etapas de ensino

(Educação de Jovens e Adultos), influindo na formação dos sujeitos;

ü Que todos os sujeitos envolvidos na dinâmica escolar estabeleçam, em

comum acordo com gestão democrática, na perspectiva da qualidade de ensino de EJA com relevância à organização escolar.

Desta maneira, os referidos docentes acreditam que, diante do exposto, a missão institucional visa estabelecer ações a serem desencadeadas no âmbito da gestão escolar, envolvendo os aspectos pedagógicos no que concerne às necessidades das comunidades, que fazem parte da área de abrangência da escola, na perspectiva interligar tanto o processo de ensino quanto de aprendizagem dos alunos matriculados em cursos de EJA.

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