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I SEMINÁRIO DE INTEGRAÇÃO DO CURSO DE SERVIÇO SOCIAL UM OLHAR DIFERENCIADO: PROJETO DE INTERVENÇÃO

2.1 ANÁLISE DO ATENDIMENTO COM O ADOLESCENTE

O Projeto de Intervenção buscou se organizar a partir da análise da realidade, compreendendo as demandas do público alvo por meio de uma pesquisa documental dos

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atendimentos realizados aos adolescente no período de Janeiro de 2017 à março de 2018. A pesquisa documental teve como base o estudo dos prontuários dos adolescente internados que tiveram o atendimento do Serviço Social.

Com a pesquisa realizada pelo Serviço Social da UIP, a partir do Estudo Social inserido nos prontuários, foi possível analisar os motivos de maior internação dos adolescentes durante o período considerado, tempo de internação, mediações e encaminhamentos realizados e demandas observadas. Foram feitas análises e observações de demandas a partir dos atendimentos realizados com os adolescentes durante o período de estágio, em especial no primeiro semestre, que possibilitaram a reflexão e efetividade do PI.

Na pesquisa documental dos prontuários, foi observada e analisada, em supervisão de estágio, a necessidade de um olhar diferenciado para o adolescente internado na UIP, que desse visibilidade ao mesmo por meio de um acolhimento e atendimento que estivesse de acordo com a sua idade, — diferente das demais crianças internadas —, com as suas particularidades e com complexidade do desenvolvimento que vivenciam.

Com a implementação do PI, fez-se necessário utilizar uma linguagem adequada com o adolescente e um instrumental que fosse interativo, servindo de interesse para estabelecer o di|logo, bem como a necessidade dos entrevistados em compreender as “palavras n~o ditas”. Como apontam Lewgoy e Silveira (2007), é importante a apreensão do entrevistador (assistente social ou estagiário) nas informações passadas, tanto de modo verbal quanto não- verbal, como uma capacidade de compreender as demandas apresentadas pelos adolescente das suas necessidades, desejos e realidades, por meio de uma escuta qualificada.

2.2 CRIAÇÃO DO MATERIAL INFORMATIVO E ATENDIMENTO DIFERENCIADO

Compreendendo as demandas apresentadas pelo público alvo, bem como as possibilidades de intervenção, o PI buscou elaborar estratégias de mediação quanto ao atendimento do Serviço Social em particular, como o atendimento ampliado da Equipe Multiprofissional da Unidade de Internação Pediátrica (UIP) com os adolescentes.

Como instrumental de auxílio técnico-operativo da profissão na intervenção com o adolescente, foi construída pela estagiária juntamente com suas supervisoras (de campo e acadêmica), com colaboração da Equipe Multiprofissional a cartilha do adolescente, tendo os seguintes itens elencados e demonstrados na figura abaixo.

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FIGURA 1: Temas elencados para Cartilha.

FONTE: Elaborado pelo autor. (2018)

Além da criação da cartilha45, foi idealizado juntamente com a Equipe Multiprofissional

um material que os próprios adolescentes pudessem utilizar e fazer durante internação. A caixa “Fazendo História” trata-se de um processo realizado por meio da intervenção profissional com o adolescente e da criação de um espaço para a sua autonomia ao relatar um pouco de sua história. Na caixa são oferecidos materiais para escrita ou desenho (lápis, giz de cera, apontador, canetas, cola, etc), juntamente de um material de identificação (figura 2 e 3). As histórias contadas pelos adolescentes são plastificadas e higienizadas para que outros adolescentes internados na Pediatria possam ver e participar. Esse material serve de subsídio para a criação do diálogo com esse público, bem como compreender como esse expressa suas demandas e viabilizar demais intervenções da Equipe Multiprofissional.

45 É importante ressaltar que houve a criação da cartilha, porém os recursos para a finalização da mesma em gráfica não

foram viabilizados em tempo hábil durante o estágio. Consecutivamente não ocorreu a implementação da mesma juntamente aos adolescentes, ficando a cargo da Assistente Social da UIP dar sequência na sua utilização.

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FIGURA 2: Convite ao adolescente. FIGURA 3: Identificação do adolescente.

FONTE: Elaborado pelo autor. (2018) FONTE: Elaborado pelo autor. (2018)

2.3 IMPLEMENTAÇÃO DA ATUAÇÃO COM O ADOLESCENTE NA DOCUMENTAÇÃO INSTITUCIONAL

Quanto a inserção da atuação com o adolescente na documentação da Sistematização do Serviço Social na UIP, pode-se considerar no conjunto deste posicionamento e reafirmação do direito do adolescente a importância de ele ter um atendimento adequado a sua faixa etária, que compreenda suas demandas e particularidades, seja por meio da escuta qualificada e/ou atendimento individual previsto pelo SUS. O documento serve de base para a atuação profissional, bem como de orientação para os estagiários e residentes que passam pela UIP.

Destaca-se aqui a sua relação com do Código de Ética da profissão como norteador de uma prática que visa a garantia dos direitos humanos, por um fazer profissional e posicionamento político que esteja de acordo com as necessidades da realidade apresentada.

Liberdade - na perspectiva da autonomia e da emancipação dos indivíduos; Defesa dos direitos humanos - recusa do autoritarismo; Cidadania - garantia dos direitos civis, políticos e sociais; Democracia - socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida; Equidade e justiça social - universalidade no acesso a bens e serviços; Eliminação do preconceito - incentivo à diversidade, às diferenças, estímulo aos grupos discriminados; Pluralismo - respeito às correntes teóricas existentes; (CFESS, 2018, p. 17)

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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Projeto de Intervenção apresentado buscou de diferentes maneiras a inserção da estagiária de forma mais ativa no espaço sociocupacional, incentivando a reflexão e o avanço da atuação profissional por meios das suas ações realizadas.

Foi por meio deste processo, em articulação com as dimensões teórico-metodológica, ético-política, técnico-operativa, que foram evidenciadas e de extrema importância para o enfrentamento dos desafios do cotidiano do trabalho profissional, devendo ser articuladas e apresentadas também no espaço do estágio supervisionado. São por meio dessas dimensões que as ações profissionais são direcionadas, pensadas e realizadas.

A competência teórico-metodológica, técnico-operativa e ético-política são requisitos fundamentais que permite ao profissional colocar-se diante das situações com as quais se defronta, vislumbrando com clareza os projetos societários, seus vínculos de classe, e seu próprio processo de trabalho. Os fundamentos históricos, teóricos e metodológicos são necessários para apreender a formação cultural do trabalho profissional e, em particular, as formas de pensar dos assistentes sociais (ABEPSS, 1996, p.7).

Mesmo com os desafios no espaço sociocupacional, as demandas emergentes que muitas vezes ocupam maior parte do tempo dos profissionais, o PI de intervenção vem como aliado para compreender melhor a realidade dos usuários e possibilidades de avanços quanto categoria. Apesar das limitações quanto aos recursos materiais e institucionais, se faz necessário aproveitar ao máximo a oportunidade que o estágio oferece para aprendizado tanto do estudante, quanto do profissional.

4. REFERÊNCIAS

ABEPSS. Política Nacional de Estágio da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social. CFESS. Abr 2009.

ABEPSS. Diretrizes Gerais para o curso de Serviço Social. Aprovado em Assembléia em novembro de 1996. Rio de Janeiro: 1996.

BRASIL. Código de Ética Profissional do Assistente Social. Brasília: CFESS, 1993.

LEWGOY, Maria Baptista. SILVEIRA, Esalba Maria Carvalho. A entrevista nos processos de trabalho do assistente social. Revista Textos & Contextos Porto Alegre v. 6 n. 2 p. 233-251. jul./dez. 2007

PEREIRA, Sofia Laurentino Barbosa. As dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico operativa: particularidades e unidade. l Congresso Internacional de Política Social e Serviço Social: Desafios Contemporâneos. Londrina PR, de 09 a 12 de Junho de 2015.

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