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2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO OBJETO DE PESQUISA

4.3 A pesquisa piloto

4.6.3 A análise dos dados

A análise de dados é o processo de busca e de organização sistemática de transcrição de entrevistas, de notas de campo e de outros materiais que foram sendo acumulados, com o objetivo de aumentar a sua própria compreensão desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos outros, aquilo que encontrou (BOGDAN; BLIKEN, 1994).

Realizamos a análise dos dados na medida em que aconteceu a recolha dos mesmos em campo, pois entendemos que para um primeiro momento de contato com o campo, a análise poderia acontecer de forma breve enquanto colhíamos os dados gerais; e que após concluída esta etapa, seguiríamos com uma análise formal de todo o conteúdo. Conforme, orientações de Bogdan e Biklen (1994), destacando que em pesquisas qualitativas a análise acontece concomitantemente ao trabalho de campo com o propósito de realizações e redimensionamento das estratégias.

A partir dos instrumentais utilizados nesta pesquisa, a entrevista narrativa seguiu a análise a partir de categorias que, segundo Gomes (2004, p. 70), “[...] se refere a um conceito que abrange elementos ou aspectos com características comuns, ou que se relacionam entre si. Essa palavra está ligada à ideia de classe ou série”.

Corroborando com a ideia de simultaneidade entre análise e interpretação dos dados à sua coleta, Gil (2009) ressalva que essa é uma estratégia esperada nos estudos de caso, reafirmando que não há como definir rigorosamente os passos e a sequência adotada nesse processo.

Nesse sentido, também contemplaram as análises dos dados coletados as observações e os registros que compuseram o diário de campo, bem como a consulta de documentos necessários à complementação de dados relevantes, conforme os objetivos pretendidos para este trabalho, considerando também os referenciais teóricos que nos embasaram.

As observações eram datadas com turnos e horários, especificação das atividades e ambientes em que ocorreram, sendo registrados em diário de campo. Nos momentos de formação coletiva do grupo de docentes do CEI foi utilizado também um gravador de voz, para garantir que nenhum conteúdo fosse perdido. Já nas salas de referência dos bebês também realizamos registros por meio de fotografias. Esses dois últimos recursos nos auxiliaram na complementação das entrevistas narrativas, possibilitando, assim, o cruzamento de dados quando necessário.

As entrevistas narrativas foram transcritas concomitantemente à medida que iam acontecendo. Para as análises, realizamos uma primeira leitura concomitantemente ao áudio, a fim de sermos os mais fidedignos possível. Na segunda leitura, o objetivo foi sua categorização. Para isso, elaboramos uma tabela em que continham os nomes dos sujeitos, os objetivos específicos e comentários registrados, a partir das primeiras concepções. Por fim, fizemos novamente uma releitura como forma de confirmarmos as percepções e interpretações.

Vale destacar que as transcrições dos áudios levaram um tempo considerável para sua conclusão, principalmente por optarmos em transcrevê-las e não terceirizá-las. No entanto, isso nos deu segurança na qualidade das informações. Acreditamos que a transcrição pelo próprio pesquisador permite uma retomada dos sentimentos tanto do pesquisado como dos sujeitos participantes, envoltos nos momentos das entrevistas. Esse processo também nos ajudou na análise e interpretação dos dados, pois à medida que as transcrições ocorriam podíamos configurar as primeiras impressões, confrontadas posteriormente pelas várias releituras, a fim de garantirmos sua fidedignidade.

Segundo Yin (2015), possuir uma estratégica analítica geral é a melhor preparação para a condução da análise do estudo de caso. O proposito é ligar os dados do estudo de caso a conceitos de interesse, para que esses possam fornecer uma orientação nas análises.

Martins (2008) assevera que, de modo geral, a análise dos dados consiste em examinar, classificar e, muito frequentemente, categorizar os dados, opiniões e informações coletadas. Ou seja, a partir das proposições, teoria preliminar e resultados encontrados, construir uma teoria que ajude a explicar o fenômeno em estudo. Ressalva, ainda, a importância do

material bibliográfico que compõe a plataforma teórica do estudo, para a sustentação das análises, comentários, classificações, categorizações, teorizações e conclusões.

Assim, a sistematização geral dos dados construídos a partir da pesquisa de campo nos possibilitou a categorização dos dados sobre a perspectiva das professoras, sobre sua formação no contexto de atuação, considerando as especificidades da docência com bebês.

Procedemos da seguinte forma com os instrumentos de coleta: a) Para as observações organizamos um caderno em que anotávamos todas as situações observadas, reações dos sujeitos, conversas informais, observação dos ambientes e materiais. A ele denominamos de diário de campo, nele tudo era datado; b) Para as entrevistas dos sujeitos, arquivamos em pastas virtuais no Google documentos, também datados e nomeados. Esta ferramenta foi escolhida por acreditarmos ser um meio seguro, sem riscos de perda ou extravio de documento, além da praticidade de irmos incluindo as novas entrevistas e automaticamente estarem salvas; c) Após a coleta e organização dos dados, realizamos uma primeira leitura geral das entrevistas narrativas, escrevendo ao lado de cada uma, as palavras- chave que estavam relacionadas aos objetivos específicos, saberes e estratégias. Assim, partimos para uma segunda leitura, a qual nos permitiu a categorização dos elementos oferecendo subsídios necessários para as análises de todo o material.

É importante destacar que inúmeras vezes realizamos a leitura e releitura dos dados coletados, a fim de percebermos os pontos de divergência e convergência nas narrativas dos sujeitos, principalmente por serem narrativas bem extensas, o que exigiu um cuidado criterioso em abstraímos seus significados, uma vez que as falas de uma mesma situação vivida pelo sujeito que narra se entrecruzam em diversos momentos de sua narrativa.

Com a conclusão das leituras, percebemos que palavras-chave ganhavam maior intensidade, foi então que para a organização dos dados recorremos às categorias de acordo com os pressupostos de Bogdan e Biklen (1994).

Desse modo, a partir do processo de recolha e organização dos dados foi possível sua análise e interpretação buscando responder às questões e aos objetivos propostos desta pesquisa, expressos em dois grandes tópicos. Para isso nos pautamos a luz dos teóricos Bogdan e Biklen (1994).

Como primeiro tópico destacamos os, saberes que os professores de bebês consideram pertinentes e necessários às suas práticas no CEI a partir da formação contínua, tendo as seguintes subcategorias äs subcategorias são os itens 6.1.1 6.1.2, etc: desenvolvimento infantil; Especificidade dos bebês e o trabalho com eles; materiais e organização dos espaços (mobiliário, objetos e organização, adequados aos bebês- Arquitetura); A interlocução com

outros saberes (psicologia, arquitetura, fonoaudiologia, farmacêuticos, etc); Primeiros socorros (cuidados pueris, machucados, cortes); Contação de história.

No segundo tópico, as estratégias formativas utilizadas na formação no CEI a partir da perspectiva das professoras, surgiu a categoria: deveria ser específico e não generalizado: contemplando as subcategorias, O planejamento, a formação no CEI Criança Feliz com a Unidade Universitária, a “Formação em contexto” no CEI Criança Feliz, e outras estratégias formativas.

5 CONHECENDO UM POUCO MAIS O CONTEXTO DE ATUAÇÃO DOCENTE - O CEI

Este capítulo tem por finalidade apresentar a instituição onde foi realizada a pesquisa de campo. Desta forma, compreendemos que se faz necessária uma descrição das relações estabelecidas neste ambiente e assim apresentar claramente os eventos que presenciamos durante a realização da pesquisa. Será destaque aos seguintes aspectos como, criação, localização, população atendida, funcionamento e agrupamentos de crianças, quadro de profissionais, focando mais detalhadamente os sujeitos envolvidos na pesquisa.

Os dados aqui descritos foram construídos a partir das observações, entrevistas empreendidas com as professoras e CP, registros fotográficos e diários de campo, da consulta a documentos da SME e da instituição.

Achamos importante contar um pouco mais sobre o vivido durante esses poucos meses em que passamos no CEI. Uma breve descrição do contexto pesquisado, a fim de compreendermos um pouco melhor sobre como as relações foram e são estabelecidas, histórico e socialmente, num tempo e espaço em que todos, professores, crianças, famílias, funcionários terceirizados, coordenação pedagógica, se constituem enquanto sujeitos e profissionais e, assim, enquanto instituição de Educação Infantil.

Isso posto, entendemos que esse percurso institucional não está pronto nem acabado, mas constitui-se continuamente; e o quanto a complementariedade dos instrumentos de pesquisa para a coleta colabora na construção de um olhar holístico ao contexto, evitando assim, ideias preconceituosas a partir de fragmentos do real.

5.1 Algumas informações sobre a criação , localização, atendimento e estrutura