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ANALOGIA ENTRE O ATENDIMENTO PRIORITÁRIO REALIZADO PELO EXÉRCITO BRASILEIRO E DEMAIS ÓRGÃOS PÚBLICOS

CONTROLADOS DO EXÉRCITO BRASILEIRO

1 A FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS CONTROLADOS PELO EXÉRCITO BRASILEIRO

4 ANALOGIA ENTRE O ATENDIMENTO PRIORITÁRIO REALIZADO PELO EXÉRCITO BRASILEIRO E DEMAIS ÓRGÃOS PÚBLICOS

Independente da finalidade do órgão público, todos, por determinação da lei devem cumprir a obrigatoriedade de atendimento prioritário ao idoso, gestantes e pessoas com deficiência. O não cumprimento da Lei acarreta em penalidades, conforme consta no Art. 55 da Lei nº 10.741 de 1º de outubro de 2003, podendo ir desde advertência até o fechamento da unidade ou interdição de programa.

O presente capítulo tem como intuito apresentar uma analogia quanto ao atendimento prioritário oferecido ao idosos pelo Exército Brasileiro e outros órgãos públicos, prioritariamente o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e bancos públicos.

A lei deixa claro, ainda, no § 6º do Art. 15 da Lei nº 10.741/03 que o idoso, tem direito ao atendimento prioritário, mesmo que este esteja incapacitado de se dirigir a agência do INSS, sendo atribuição do órgão encaminhar pessoa capacitada ao domicílio do idoso para que seja realizada a perícia médica, para que seja realizada a expedição do laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção tributária.

Em processo julgado no ano de 2007, o relator Fernando Quadros da Silva, por meio do processo de apelação AC 642 PR 2006.70.16.000642-2 determina a realização de diligências a residência de um idoso para a realização de laudo pericial comprobatório de doença neoplásica maligna para concessão de auxílio doença a um idoso de 65 anos, conforme apresentado a seguir:

HUMANIDADES & TECNOLOGIA EM REVISTA (FINOM) - ISSN: 1809-1628. Ano XII, vol. 13- Jan- Dez 2018

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PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. ART. 71 DO ESTATUTO DO IDOSO. PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO PROCESSUAL. LAUDO PERICIAL. INCAPACIDADE EXISTENTE. CONCESSÃO. CONSECTÁRIOS. 1. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância. Inteligência do art. 71 da Lei nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso). 2. Nas ações em que se objetiva a aposentadoria por invalidez, o julgador firma seu convencimento, via de regra, com base na prova pericial. 3. Contanto o autor 65 anos (considerado idoso, nos moldes da Lei nº 10.741/2003), não possuir nenhuma especialidade além da sua profissão de servente de pedreiro, for portador de seqüelas de neoplasia maligna estomacal, possuir baixa instrução e remota possibilidade de reinserção no mercado de trabalho durante o período controvertido nos autos, evidenciando- se a sua parcial incapacidade para o seu exercício profissional, deve ser reformada a sentença para conceder-lhe o benefício de auxílio-doença, de que trata o art. 59 da Lei nº 8.213/91. 4. Parcelas vencidas atualizadas monetariamente de acordo com os critérios estabelecidos na Medida Provisória nº 1.415/96 e na Lei nº 9.711/98 (IGP-DI), desde a data dos vencimentos de cada uma, inclusive daquelas anteriores ao ajuizamento da ação, em consonância com os enunciados nº 43 e 148 da Súmula do STJ. 5. Juros de mora fixados em 1% ao mês, a contar da citação (ERESP 207992/CE, STJ, Terceira Seção, Relator Min. Jorge Scartezzini, DJU, seção I, de 04-02- 2002, p.287).6. Honorários advocatícios arbitrados em 10% sobre o valor da condenação, incidentes sobre as parcelas vencidas até a data do presente julgado (EREsp nº 202291/SP, STJ, 3ª Seção, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJU, seção I, de 11-09-2000, p. 220).7. Omissão da sentença suprida para fixar os honorários periciais em R$ 234,80, consoante o valor máximo previsto para este tipo de perícia na Resolução nº 558, de 22-05-2007, do CJF, a serem suportados pelo INSS, em face da sucumbência.8. Demanda isenta de custas processuais no Foro Federal, por força do artigo 4º, incisos I e II, da Lei nº 9.289, de 04-07-1996.9. Apelação provida.

(TRF-4 - AC: 642 PR 2006.70.16.000642-2, Relator: FERNANDO QUADROS DA SILVA, Data de Julgamento: 22/08/2007, TURMA SUPLEMENTAR, Data de Publicação: D.E. 13/09/2007)

Outro caso utilizado como base para analogia, quanto ao atendimento prioritário ao idoso, oferecido em instituições públicas é a apelação cível especial por dano moral impetrada por idoso que não teve seus direitos atendidos em uma agência bancária, ficando, este 1 hora e 37 minutos em espera.

Ao despachar sua sentença o relator Flávio Fernando Almeida da Fonseca destaca que ao extrapolar o tempo razoável de atendimento ao idoso, a agência bancária viola a dignidade do consumidor, tornando a espera angustiante, tendo como agravante do fato do consumidor além de idoso estar na companhia da filha de colo. Sendo a instituição condenada ao pagamento de multa e indenização ao reclamante.

CONSUMIDOR. AGÊNCIA BANCÁRIA. DEMORA NO

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MORAL CONFIGURADO. VALOR RAZOÁVEL E PROPORCIONAL (R$ 2.000,00). RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA PELOS SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. 1. Não prospera a alegação do recorrente de que a autora-recorrida não se desincumbiu de seu ônus probatório, visto que o documento acostado à fl. 25, não impugnado pelo requerido, atesta expressamente que a autora permaneceu na espera de fila de banco por aproximadamente 1 hora e 37 minutos. 2. Espera por tempo além do razoável em agência bancária, viola a dignidade do consumidor, que tem aviltada sua expectativa de atendimento em tempo legalmente estabelecido, sobretudo agregada à inexistência de prova de que o requerido tenha, de alguma forma, amenizado a angustiante espera da cliente com filha de colo, a qual aguardava por atendimento preferencial. 3. Afigura-se razoável e proporcional o arbitramento judicial em observância às finalidades compensatória, punitiva, pedagógica e preventiva da condenação, bem assim à capacidade financeira do ofensor. 4. Recurso conhecido e não provido. 5. Condena-se o recorrente vencido no pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, estes arbitrados em 10% do valor da condenação (art. 55 da Lei nº 9.099/95).

Deve-se ressaltar, ainda que, a Lei federal nº 8.842, de 04 de janeiro de 1994 dispõe e define respectivamente os arts. 1º, 2º e 10º; §3º, que “a política nacional do idoso tem por objetivo assegurar os direitos sociais do idoso, criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade.

Ao analisar os processos a luz da Lei nº 10.741/2003, e Leinº 8.842/94, nota-se que apesar da obrigatoriedade do cumprimento da Lei, as instituições públicas brasileiras não têm oferecido o atendimento prioritário, de qualidade, e conforme consta na lei, aos idosos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo teve como objetivo apresentar uma análise dos procedimentos adotados pela Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército Brasileiro, e os meios empregados para análise dos processos referentes às solicitações feitas por idosos.

Ao analisar os processos administrativos requeridos por idosos, que pleiteavam atendimento no setor de Fiscalização de Produtos Controlados pelo Exército Brasileiro, nos anos de 2014 e 2015, verificou-se que não houve solicitação de atendimento especial realizado pelos requerentes com mais de 60 anos, sendo assim, não oferecido a eles o atendimento preferencial previsto na Lei 10.741/2003.

Verificou-se ainda que este tipo de comportamento não é uma particularidade do Exército Brasileiro, mas também de outros órgãos públicos federais, uma vez que ao estabelecer