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ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL: Expressão de Cidadania e Dignidade da Pessoa com Deficiência

3- MODELOS DE APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA

Como apontado no tópico anterior, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) podem ser meios bastante viáveis de aplicação das Tecnologias Assistivas. Porém, além disso, é importante saber como essa aplicação pode funcionar na vida das pessoas e as demais

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implicações que serão demonstradas através de modelos de TA que tem contribuído de maneira extraordinária na vida das PCD. Dessa forma, serão abordados pontos específicos que apontam as questões supracitadas.

Educação à distância:

As pessoas com deficiência, muitas vezes, não conseguem acessar lugares públicos ou, até mesmo, particulares. Entretanto, isso não se dá apenas pela quantidade de barreiras arquitetônicas, mas também devido às dificuldades particulares de cada PCD, como por exemplo, a dificuldade de locomoção ou necessidade de assistência para necessidades comuns, como ir ao banheiro e se alimentar. Partindo da premissa que muitas dessas pessoas possuem a atividade cognitiva preservada e uma inteligência incomum, a Tecnologia Assistiva proporciona que essas pessoas possam trabalhar e estudar sem precisar sair de casa. Por este motivo, os programas computacionais devem abarcar todo o contexto de uma atividade presencial, nas medidas da capacidade da pessoa que será atendida. A respeito disso, o site desafios da educação fez uma importante colocação (2014):

O interessante é perceber que, ao passo que a tecnologia está cada vez mais inserida na área da educação, são justo as possibilidades de individualização do ensino que o tornam mais inclusivo. Parece ser contraditório, mas, ao passo que alunos têm seu ritmo de aprendizado respeitado, com o uso de ferramentas que permitem focar nos pontos mais críticos do processo, os estudantes são nivelados: todos têm acesso aos mesmos benefícios. E isso vale para o aluno com e sem necessidades especiais. Se um não pode deslocar-se até a biblioteca, todos podem acessá-la digitalmente. Se um não pode estudar nos horários tradicionais por força da jornada de trabalho, todos podem optar pelo melhor período para realizar seus estudos individualmente. Esse é um dos princípios da inclusão: vale para todos e não deve ser confundida com privilégio.

Nota-se que essas possibilidades são a porta de entrada para que o ensino seja mais multidisciplinar. Isso faz com que todas as pessoas com suas deficiências específicas possam se reconhecer, pois, uma vez que conseguem se encaixar no contexto social, passam a ver sua diferença apenas como mais uma característica e não como uma aberração.

Equipamentos para facilitar o ensino de deficientes auditivos:

A grande conquista para o ensino de pessoas com deficiência auditiva foi a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, que é o idioma oficial dos surdos. Com o surgimento da LIBRAS, o bilinguismo passou a ser um dos meios mais utilizados no processo de ensino. Não obstante, ainda existe muita dificuldade, pois a tradução dos livros em português para libras

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cria frases desconexas que dificulta o aprendizado. Pensando nisso, uma estudante criou um programa chamado Librol, como exposto por AMORIM (2017):

A estudante Raíra Carvalho estava no 3º ano do ensino médio quando percebeu a dificuldade de um colega de classe em compreender o conteúdo da aula. Ele era surdo e, como seu primeiro idioma era Libras (a Língua Brasileira de Sinais), não lia bem em português. Por isso, precisava da ajuda de um tradutor para compreender textos escritos no livro e na lousa. Raíra entendeu que a tradução não obedecia a ordem gramatical do português. Uma frase como “Meu sobrinho vai se formar engenheiro em dezembro”, em Libras, vira algo como “Dezembro agora sobrinho meu formatura engenheiro” – isso é o que se chama Libras escrito. Em 2014, um ano após se formar no colégio, ela desenvolveu o programa Librol junto com três amigos em Vitória da Conquista, na Bahia. Funciona assim: o usuário copia o texto em português que quer ler e o programa o traduz para Libras escrito. Assim, o aplicativo dá autonomia para que surdos e deficientes auditivos não precisem de tradutores para compreender textos.

Equipamentos audiovisuais:

As pessoas com problemas de visão possuem certa facilidade no ensino, pois podem utilizar o braile para aprender. Porém, frequentemente, muitas instituições de ensino não possuem materiais preparados para recebê-los. Dessa forma, a utilização de equipamentos audiovisuais tem sido extremamente eficiente para o aprendizado dessas pessoas. Diante disso, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Telecomunicações (CPqD) juntamente com o Centro de Prevenção à Cegueira (CPC) criou um aplicativo de navegação para facilitar a navegação dessas pessoas. De acordo com AMORIM (2017), ele possui diversas funções:

A primeira versão do app foi lançada em 2013 com um menu separado em oito áreas com diferentes ações para o usuário, como efetuar ligações, enviar mensagens, ver contatos, calendário e percentagem de bateria. Com toques, os botões “falam” suas funções e o deficiente visual se guia pelo som para usar o celular. Em julho de 2017, uma nova versão do aplicativo foi incluída na loja da Google Play. O CPqD Alcance+ foi lançado com funcionalidades que incluíam acesso a previsão do tempo, notícias e e-mail.

Essas aplicações são apenas alguns modelos, mas não esgotam as questões. Ainda há muito a se fazer pelas PCD intelectual e cognitiva, por exemplo. Diante disso, não é possível determinar um alcance exato para a Tecnologia Assistiva, o intuito é que muitas pessoas possam usufruir dessas inovações. No entanto, ainda é necessário percorrer um longo caminho.

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81 CONCLUSÃO

Na sociedade contemporânea a dignidade da pessoa humana possui infindáveis conceitos e diversos modos de aplicação. Mas o que seria dignidade da pessoa humana quando referem-se à pessoa com deficiência? De um modo geral, para muitas pessoas que compõem o âmbito social, a dignidade humana das PCD está relacionada ao simples fato de elas estarem vivas, uma vez que, diante de tudo que passaram nos primórdios da sociedade, permanecer vivo seria realmente uma grande conquista. Entretanto, estar vivo para as PCD é muito mais do que respirar, é ser.

É indiscutível que ser está muito mais entrelaçado com as concepções e desejos internos de cada um do que com as expectativas alheias que são depositadas nessas pessoas. Diante disso, a inclusão digital das PCD não está relacionada com as expectativas dos outros em relação à aplicação da Tecnologia Assistiva para possibilitar esse acesso, mas na oportunidade de descoberta e realização. Logo, dignidade humana, nesse diapasão, significaria exatamente isso: a viabilidade para que as PCD descubram que não estão apenas vivendo, mas que são seres humanos funcionais e capazes de atingir patamares maiores do que os que são impostos pela sociedade.

Em síntese, é necessário que haja Tecnologias Assistivas cada vez mais aperfeiçoadas e que estas possam possibilitar o acesso das pessoas com deficiência de forma mais efetiva às plataformas digitais, redes sociais e etc. O ensino de qualidade faz com que os indivíduos atinjam suas aspirações e integrem a sociedade de forma contributiva. Assim, em relação as PCD também não pode ser diferente, pois, como dito acima, são pessoas que não estão apenas existindo, mas sendo e também lutando por aquilo que ainda pretendem ser. Há um tempo essas pessoas lutaram para serem reconhecidas, hoje seus direitos estão garantidos em diversas legislações, amanhã, certamente, serão ponto de destaque na sociedade e a inclusão digital, com certeza, será um meio propulsor para isso.

REFERÊNCIAS

CORDEIRO, Daniel Melo. Acessibilidade Plena: Um Direito Fundamental. 2012. Monografia (Graduação em Direito) – Universidade de Fortaleza. Disponível em <

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https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=http://www.portalinclusivo.ce.go UtAbov > Acesso em: 03 de agosto de 2018.

RODRIGUES, Carlos Alberto. Jusbrasil: Acessibilidade Digital da Pessoa com Deficiência.

2016. Disponível em <

https://carlosalbertocg.jusbrasil.com.br/artigos/361246700/acessibilidade-digital-da-pessoa- com-deficiencia > Acesso em: 01 de agosto de 2018.

PASSERINO, Liliana Maria, MONTARDO, Sandra Portella. Inclusão social via acessibilidade digital: Proposta de inclusão digital para Pessoas com Necessidades Especiais. Revista da

Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação 2007. Disponível

em < UMhpAKHSNYD7UQFjAAegQIAxAB&usg=AOvVaw0ASy__6bjAPfaH4Dz52o7s > Acesso em: 04 de agosto de 2018.

SANTOS, Ligia Pereira, PEQUENO, Robson. Novas tecnologias e pessoas com deficiência: a informática na construção da sociedade inclusiva. Scielo Books 2011. Disponível em: < https://www.google.com/url?s9BZJPpDp9PRW3gbG0 > Acesso em 02 de agosto de 2018. HAZARD, Damien, GALVÃO FILHO, Teófilo Alves, REZENDE, André Luiz Andrade. Inclusão digital das pessoas com deficiência. Brasilia: UNESCO. 2007. Disponível em < https://www.google.com/url? cmAwrJRoLOGB6IhDPs > Acesso em 03 de agosto de 2018. BERSCH, Rita. Introdução à Tecnologia Assistiva. Porto Alegre: Assistiva – Tecnologia e

Educação. 2017. Disponível em < sGF-jnSd > Acesso em 07 de agosto de 2018.

Desafios da Educação. Educação à Distância e necessidades especiais: a inclusão pela tecnologia. 2014. Disponível em < https://desafiosdaeducacao.com.br/educacao-distancia- necessidades-especiais-inclusao-pela-tecnologia/ > Acesso em 05 de agosto de 2018.

AMORIM, Daniele. O poder da tecnologia na inclusão das pessoas com deficiência. Época. 2017. Disponível em < https://epoca.globo.com/tecnologia/experiencias- digitais/noticia/2017/12/o-poder-da-tecnologia-na-inclusao-de-pessoas-com-deficiencia.html > Acesso em 09 de agosto de 2017.

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83 O ESTADO DA ARTE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE TERCEIRIZAÇÃO

Marcus Vinícius Moreira Castro Silva1

André Vasconcelos da Silva2

Ludimila Vangelista Carneiro3

Rafael Silva Couto4

Mirian Sousa Moreira5

Resumo: O objetivo deste estudo propõe analisar o estado da arte da produção científica no

âmbito terceirização sob regime jurídico de direito público. O método utilizado foi uma pesquisa bibliométrica de cunho exploratória e qualitativa do volume de produção e disseminação de conhecimento, assim como, a tabulação dos resultados obtidos ocorreu por meio de planilhas no software Microsoft Excel, por meio de análises estatísticas e pela elaboração de gráficos, de modo a entender o rumo das produções científicas sobre o tema. Desta forma, notou-se um aumento nos últimos anos, apesar da diversificação de conceitos.

Palavras-chave: Produção Científica. Terceirização. Estado.

Abstract: The objective of this study is to analyze the state of the art of scientific production

in the scope of outsourcing under the legal regime of public law. The method used was exploratory, qualitative and bibliometric survey of the volume of production and dissemination of knowledge, as well as tabulation of results obtained through spreadsheets in Microsoft Excel software, through statistical analysis and graphing, in order to understand the direction of the scientific productions on the subject. In this way, there has been an increase in recent years, despite the diversification of concepts.

Keywords: Scientific production. Outsourcing. State.

1 INTRODUÇÃO

1 Mestre em Gestão Organizacional, Especialista em Direito, Advogado e Professor Universitário. UFG/RC.

marcus@moreiracastro.com.br

2 Doutor em Ciências do Comportamento (UnB), Professor Associado do CGEN e do Mestrado de Gestão

Organizacional da Universidade Federal de Goiás, Regional Catalão. andre.silva.ufg@gmail.com

3 Graduação em Psicologia CESUC. Especialização em TCC. E-mail:ludivancarneiro@gmail.com 4 Advogado, Especialista em Direito. E-mail: rafaelcouto.adv@gmail.com

5 Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Goiás – UFG. Brasil. E-mail: miriansousa94@live.com

Recebido em 01/09/2018 Aprovado em 29/09/2018

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O termo terceirização permeia, como já salientado, diversos ramos das ciências, principalmente, debatido na área de administração e direito, justamente, pelo fato do fenômeno estudado ser diretamente ligado ao trabalho. Entretanto, embora o tema abordado tenha o mesmo tratamento das análises em cada área, diverge quanto ao conteúdo. Partindo desta premissa, buscou-se avaliar a produção cientifica sobre o tema terceirização nas áreas de administração e direito sobre dois vieses: o volume de produção e a análise dos assuntos estudados, para verificar em quais pontos os ramos de estudo se tocam e também o quanto se distanciam.

2 Referencial Teórico

As noções iniciais de bibliometria, remontam ao início do século XIX, atribuído a Cole e Sales (1917), o primeiro estudo sobre este método. No entanto o termo bibliometria é atribuído a Pritchard que o define como um método de análise de informações escritas, baseado em estatísticas de indicadores bibliográficos. (Escorsa e Maspons, 2001)

Dessa feita, almeja-se com este trabalho verificar o estado da arte da produção científica no tocante à terceirização nas relações de trabalho no âmbito do regime jurídico de direito público, por meio de pesquisa qualitativa do volume de produção nesta área, através da medição estática dos índices de produção e disseminação do conhecimento. (ARAÚJO, 2006)

O estudo bibliométrico é amparado por três principais leis que norteiam a pesquisa e o tratamento das informações retornadas, garantindo um olhar científico sobre a produção existente, sem a influência subjetiva do pesquisador. Cada uma destas leis aborda uma visão diferente de enfoque sobre os elementos pesquisados, como autores, periódicos e descritores. São estas: a lei de Lotka, lei de Bradford e lei de Zipf. (ARAÚJO, 2006)

A lei de lotka, segundo Araújo (2006), foi desenvolvida em 1926 e está relacionada à produtividade de autores e parte da premissa de que alguns pesquisadores publicam muito e muitos publicam pouco, e enuncia que a relação entre o número de autores e o número de artigos por eles publicados segue a lei do inverso do quadrado, 1/n2, ou seja, em dado período de tempo,

o número de autores que escreveram dois trabalhos sobre o tema seria igual a ¼ do número de autores que escreveram um. Essa lei avalia a produtividade dos pesquisadores, identifica os centros de pesquisa mais desenvolvidos e verifica a solidez de uma área científica. (ARAÚJO, 2006; GUEDES & BORSCHIVER,2005)

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A lei de Bradford, definida em 1934, por sua vez, debruça-se sobre conjuntos de periódicos objetivando descobrir a extensão na qual publicações de determinado assunto aparecem em determinados periódicos. Essa lei sugere à medida em que surgem os primeiros artigos sobre determinada temática, estes são submetidos a uma pequena seleção por periódicos apropriados e, se aceitos, tais periódicos atraem mais e mais artigos, constituindo um núcleo de periódicos mais produtivos sobre o assunto. (ARAÚJO, 2006; GUEDES & BORSCHIVER,2005)

Por fim, a lei de Zipf, formulada em 1949, descreve a relação de frequência entre determinadas palavras num texto. A proposta de Zipf é de que o assunto do trabalho científico se baseia no princípio do menor esforço, isto é, o autor economiza no uso das palavras, gerando repetição do vocábulo que será considerado o assunto do trabalho. (ARAÚJO, 2006; GUEDES & BORSCHIVER,2005)

Ao salientar a existência dessas três leis que originaram o estudo bibliométrico, este trabalho foca-se, principalmente, na lei de Zipf, consistente na procura por palavras chaves inseridas nos textos pesquisados, a frequência do uso para determinar o assunto do texto.

3 Método

Para este estudo, o método proposto é o da bibliometria: trata-se de uma técnica quantitativa de mensuração da produção cientifica e o fluxo de informações sobre determinada temática com a aplicação de técnicas estatísticas e matemáticas para descrever, quantitativamente, o volume de informação sobre determinado tema nos meios de comunicação. (ARAÚJO, 2006)

Porquanto esta pesquisa tem natureza exploratória direcionada a buscar maiores informações sobre o assunto estudado. Nas pesquisas exploratórias, utilizam-se procedimentos sistemáticos tanto para a obtenção de observações empíricas quanto para a análise de dados, podendo, ainda, serem utilizados simultaneamente, o que vai ao encontro do objetivo proposto neste estudo. (MARCONI; LAKATOS, 2006)

Esse método apresenta baixo custo pois permite a construção de indicadores que possam embasar a avaliação sobre a produção de determinado tema, propiciando uma avaliação quantitativa das publicações mais relevantes e identificar tendências e crescimento do conhecimento sobre o campo abordado. (GUEDES; BORSCHIVER,2005)

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Os atuais sistemas de distribuição de informações, certamente, aumentaram o fluxo de publicações cientificas, bem como o acesso a estas informações por uma gama maior de pesquisadores. Inicialmente, concebida para estudos em publicações em livros, o estudo bibliométrico revelava-se extremamente trabalhoso e, portanto, pouco difundido na comunidade científica. Com o avanço das tecnologias, a pesquisa se tornou-se muito mais simples e célere, uma vez que os bancos de dados permitem consultas múltiplas em curto tempo. Assim, alguns autores preferem utilizar o termo informetria ou mesmo webmetria, já que as pesquisas não são feitas mais em livros diretamente. (ARAÚJO,2006)

Para realizar os estudos bibliométricos pretendidos foram, inicialmente, selecionadas as bases de dados nas quais a pesquisa seria realizada. Para a área de Administração, optou-se pela pesquisa na base de dados da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD), a qual congrega quatro expressivos periódicos: BAR - Brazilian Administration Review, que possui qualis A2 na área de administração; RAC - Revista de Administração Contemporânea e também possui qualis A2; TAC - Tecnologias de Administração e Contabilidade; e a RAC eletrônica. A base ainda conta com todos os anais dos congressos realizados pela ANPAD. Desta forma, obtém-se uma base de dados que demonstra o universo da área de Administração.

Guimarães et al (2012) consideram em seu trabalho bibliométrico que a base da ANPAD apresenta grande representatividade no universo de estudos na área de administração e contabilidade devido ao seu fator de impacto nas produções cientificas, bem como pelos eventos que realiza. A mesma base de dados foi utilizada por Souza (2012) em sua pesquisa na qual também apontam a relevância das publicações dessa organização para os pesquisadores da área.

Na área do Direito, não foi encontrada nenhuma base de dados organizada que pudesse apresentar tanta expressividade quanto da área de administração. Destarte, a opção foi pesquisar nas revistas de todos os tribunais regionais do país (TRT) e também na revista do tribunal superior do trabalho (TST). Os tribunais regionais do trabalho são organizados por regiões; atualmente, 24 tribunais distribuídos pelo país, abrangendo todos os estados da federação e constituem a segunda instância da justiça do trabalho do Brasil; desta forma buscam pacificar o entendimento da aplicação das leis no âmbito regional. Em relação ao Tribunal Superior do Trabalho, com sede em Brasília, possui jurisdição em todo país, cuja função principal é de uniformizar a jurisprudência trabalhista brasileira. Entende-se, então, que as revistas publicadas

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por esses órgãos jurisdicionais apontam as discussões mais recentes na esfera do direito do trabalho que, diretamente, afeta a questão da terceirização.

Em ambas pesquisas, os descritores utilizados decorrem da definição de terceirização proposta por Marcelino (2007) e Miranda e Tinoco (2002) que abrange todas as formas de subcontratação, demonstrada no referencial teórico geral. Dessa forma, foram utilizados como parâmetros da pesquisa as palavras: terceirização, subcontratação, pjtização, cooperativas e prestação de serviços, de forma individualizada, sem qualquer complemento, para buscar um número maior de resultados, pois toda e qualquer referência ao conceito definido por terceirização seria retornada como resultado positivo da pesquisa.

Além do volume de produção, utilizando a classificação proposta por Montero e Leon (2007), intenciona-se analisar a metodologia de investigação organizando os textos selecionados em três categorias: teóricos, empíricos quantitativos e empíricos qualitativos, para verificar como cada área do conhecimento tem procedido na elaboração dos trabalhos.

Para traçar tal categorização, toma-se por estudos teóricos, todos os trabalhos em que os autores não fornecem seus próprios dados originais, nem apresentem nova análise dos dados já recolhidos ou publicados. Ou seja, um estudo será considerado como teórico quando apenas apresentar avanços teóricos, revisões, análises comparativas e críticas de teorias, modelos ou