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5.3 Apresentação e discussão dos resultados

Apresentamos os resultados em dois blocos distintos, no primeiro, procederemos à caracterização da amostra em todas as variáveis consideradas, e incluiremos também a

A dimensão ensaísta e exploratória do trabalho decorre não apenas da sua natureza mas da ausência de paralelos na literatura. Com efeito, não encontrámos nenhuma investigação específica sobre este assunto pelo que tivemos que delinear totalmente a estratégia de investigação.

análise qualitativa. No segundo, analisaremos e discutiremos as relações encontradas entre a variável dependente e as restantes variáveis.

A apresentação dos dados será feita por ordem sequencial das questões colocadas no questionário suportado pela estatística descritiva e auxiliada pelos gráficos e tabelas e por análise das questões abertas.

Tabela 2 - Distribuição numérica e percentual da amostra por sexo

G é n e r o

N.° %

Masculino 58 25,00 Feminino 174 75,00

Total 232 100,00

GRÁFICO 1- DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA POR SEXO

De acordo com o que é possível observar na tabela 2 e gráfico 1, constatei que os enfermeiros do sexo feminino são predominantes na população respectivamente 174 (75%) para 58 (25%) do sexo masculino, ou seja, três quartos da amostra são mulheres. Recordo que este dado pode ter alguma leitura pois a mulher tem um papel predominante dentro das funções familiares "devido à compartimentalização da vida, em sequência da industrialização, começou a ser encarado como essencial à cultura o papel da mulher como guardiã da família' (GOODRICH et ali; 1990:21 ).

Por outro lado, a sexo masculino nesta amostra ultrapassa ligeiramente os valores constatados pelo Departamento de Recursos Humanos da Saúde ( ALEXANDRINA; 1996:169) em relação à população nacional dos enfermeiros, apontando-se para uma percentagem de 16% no sexo masculino e 84% do sexo feminino.

Tabela 3 - Distribuição numérica e percentual da idade dos Enfermeiros da amostra Classes de idades N.° % 20-25 64 27,59 26-30 87 37,50 31-35 35 15,09 36-40 15 6,47 41-45 9 3,88 46-50 7 3,02 51-55 15 6,47 Total 232 100,00

GRÁFICO 2 - DISTRIBUIÇÃO DOS ENFERMEIRS POR IDADES

D 20­25 ■ 26­30 D 31­35 D 36­40 ■ 41-45 ■ 46-50 H 51-55

A tabela 3 e gráfico 2 apresentam a distribuição da amostra por idade. O agrupamento de classes teve por extremos as idades máximas e mínimas encontradas.

Verificámos que a distribuição é irregular e que o maior percentual é na classe dos 26- 30 anos (37,5%). A distribuição percentual entre os sexos, para as classes das idades, é

semelhante. É de salientar que a mediana se situa na classe dos 51-55 anos, 10 das Enfermeiras têm 55 anos.

Tabela 4 - Distribuição numérica e percentual dos Enfermeiros pelo estado civil Estado civil N.° % solteiro 113 48,71 casado 116 50,00 viúvo 1 0,43 divorciado 2 0,86 Total 232 100,00

GRÁFICO 3 - DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA POR ESTADO CIVIL

D solteiro ■ casado D viúvo D divorciado

Como podemos verificar, a distribuição da amostra entre os casados (50%) e solteiros(48,71%) é próxima. Este dado terá interesse porque estes dois grupos podem apresentar perspectivas diferentes sobre a presença de familiares, atendendo a que os solteiros apenas têm experiência de família de origem e os casados, além desta, tem a sua família nuclear.

Tabela 5 - Distribuição numérica e percentual dos Enfermeiros pelo tipo da sua família Constituição familiar N.° %

Marido e mulher 26 11,21 Marido mulher e filhos 168 72,41 Marido mulher, filhos e pais 2 0,86 Marido mulher, filhos e outros 16 6,90 Mãe e filhos 9 3,88

Sozinho 4 1,72

Com outras pessoas não familiares 4 1,72 Com madrasta 1 0,43 Marido mulher, filhos e sogros 2 0,86 Sem resposta 1 0,43

Total 232 100,43

GRÁFICO 4 - DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA PELO TIPO DE FAMÍLIA

D Marido e mulher

■ Marido mulher e filhos D Marido mulher, filhos e pais D Marido mulher, filhos e outros

■ Mãe e filhos I I Sozinho

n Com outras pessoas não familiares

D Com madrasta

■ Marido mulher, filhos e sogros

A tabela 5 e gráfico 4, vem confirmar as actuais transformações demográficas, o modelo de família nuclear impôs-se como protótipo da organização familiar, a nossa amostra assim o confirma - 72,41% dos enfermeiros pertencem a famílias nucleares e 11,21% a famílias ainda a viver o primeiro momento do ciclo vital.

Tabela 6 - Distribuição numérica e percentual dos Enfermeiros pela categoria profissional Categorias N.° % Enfermeiro 164 70,69 Enfermeiro graduado 54 23,28 Enfermeiro especialista 13 5,60 Sem resposta 1 0,43 Total 232 100,00

GRÁFICO 5 - DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA PELAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS

180n 160­/ 140­

y

120­/ 100­

y

80­

y

60­/ 40­

y

20­y 0

Na tabela 6 podemos verificar que a amostra é constituída na sua maioria por enfermeiros de nível I (70,69%), seguida de enfermeiros graduados ( 23,28%). E de salientar que esta percentagem é semelhante à distribuição dos efectivos nas instituições à qual pertence a amostra.

D Enfermeiro

■ Enfermeiro graduado D Enfermeiro especialista D Sem resposta

Recordemos que esta categoria de Enfermeiros tem como funções específicas "Avaliar as necessidades, em matéria de enfermagem, dos doentes, dos indivíduos, famílias e comunidade e programar, executar e avaliar cuidados de enfermagem directos e globais correspondentes a essas necessidades."(decreto-lei n°l78/85 de 23 de Maio, artigo 3o a)e

b))

Tabela 7 - Distribuição numérica e percentual dos Enfermeiros pelo tempo na profissão

Classes de anos

N.°

% d e O - 5 132 56,90 de 6 - 10 46 19,83 de 11 - 15 11 4,74 de 16-20 15 6,47 de 21 -25 9 3,88 de 26-30 12 5,17 de 31-35 7 3,02 Total 232 100,00

GRÁFICO 6 - DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA PELO TEMPO DE SERVIÇO

140n / 1 2 0 ­ ' / 1 0 0 ­ ' / 8 0 ­ ' / 6 0 ­ ' / 4 0 ­ ' / 2 0 ­ ' / P ^ /^—s >a

o­M

/

FT^^f ,

□ de Ci­ 5 n d e 6 ­ 10 □ de 11 ­ 15 Dde 16 ­20 ■ de 21 ­25 ■ de 26­30 9 de 31 ­35

Na tabela 7 constata-se que mais de metade dos enfermeiros está ainda nos primeiros anos de profissão (56,90%), seguindo-se (19,83%) dos que têm de 6 a 10 anos de

exercício a média de tempo de serviço é de 7,8 anos sendo que o desvio padrão é de 8,60, encontrando-se o máximo nos 34 anos e o mínimo num ano de serviço.

Tabela 8 - Distribuição numérica e percentual dos Enfermeiros pelo tempo no serviço

Classes de anos N.° % d e 0 - 5 171 73,71 de 6 - 10 32 13,79 de 11 - 15 4 1,72 de 16-20 8 3,45 de 21 -25 7 3,02 de 26-30 5 2,16 de 31-35 5 2,16 Total 232 100,00

GRÁFICO 7 - DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA PELO TEMPO NO SERVIÇO

180

160

140

120

100

80

60

40

20

0

./ ./ □ de Cl­ 5 l l d e 6 ­ 10 □ de 11 ­ 15 Dde 16 ­20 ■ de 21 ­25 ■ de 26­30 n de 31 ­35

O tempo de serviço é um dados que nos leva a pensar que há um domínio do local de trabalho e da especificidade das necessidades dos doentes. Na tabela 8 verificamos que a maioria dos enfermeiros está no serviço de 1 a cinco anos (73,71%), sendo a média de 5,5 anos e o desvio padrão de 7,17. No entanto, também se pode questionar se permanecer muitos anos no serviço será benéfico?

Colocam-se aqui questões de rotinização excessiva e, como podemos constatar, 10;7% da amostra estão nos serviços há mais de 16 anos.

Tabela 9 - Distribuição numérica e percentual dos Enfermeiros sobre o método de trabalho Método de trabalho N.° % Individual 133 57,33 misto 50 21,55 Equipa 14 6,03 Tarefa 34 14,66 Sem resposta 1 0,43 Total 232 100,00

GRÁFICO 8 - DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA PELO MÉTODO DE TRABALHO

D Individual

d misto

D Equipa D Tarefa

■ Sem resposta

Recordemos que o método individual "refere-se à prestação de todo o atendimento directo ao paciente... a lógica desse método ... é a enfermeira a melhor preparada para realizar todo o atendimento de enfermagem necessário ao paciente" (KRON1989:13). Podemos, assim, verificar que esta amostra se situa em boas condições de atendimento individual, atendendo a que mais de metade (57,33%) da mesma pratica o método

individual. No entanto, também será de pensar que 14,66% pratica o método á tarefa, sobre o qual KRON (1989:26) refere "...responsabilidade pelo acompanhamento

raramente pode ser apontada com precisão, assim este geralmente não é feito... pacientes e seus familiares têm dificuldade em identificar um membro do pessoal de enfermagem com o cptal se relacionou".

Tabela 10 - Distribuição numérica e percentual dos Enfermeiros sobre o tipo de horário praticado

Turnos N.° %

Manhã tarde e noites 204 87,93

manhã e tarde 5 2,16

manhã 23 9,91

Total 232 100,00

GRÁFICO 9 DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA POR TIPO DE HORÁRIO

D Manha tarde e noites

■ manhã e tarde

D manhã

O atendimento de enfermagem faz-se durante 24 horas e, por isso, há enfermeiras que terão que fazer horários rotativos, por escalas. Da nossa amostra, 87,93 % das enfermeiras estão nesta situação e, por isso, poderemos dizer que estas enfermeiras estão em condições, pela experiência de estar com o doente em qualquer hora do dia, de dar a sua opinião sobre a presença de familiares / visitas.

Tabela Distribuição numérica e percentual dos Enfermeiros que durante o curso tiveram uma unidade curricular sobre a família

Unidade curricular sobre a família N.° %

Sim 77 33,19

Não 154 66,38

Sem resposta 1 0,43

Total 232 100,00

GRÁFICO 10 - DISTRIBUIÇÃO DOS ENFERMEIROS QUE DURANTE O CURSO TIVERAM UMA UNIDADE CURRICULAR SOBRE A FAMÍLIA

Pela tabela 11 podemos ver que a maioria dos enfermeiros que fazem parte da amostra (66,38%) não teve nenhuma unidade curricular sobre a família durante o curso. Esta situação pode dificultar a compreensão da família na prática do dia a dia. RELVAS (1996:9) refere "Todos sabemos o que é a família, como funciona, quais os seus

principais problemas e competências. Particularmente no que diz respeito à nossa família... No entanto, sentimento e conhecimento (pessoal e científico) fazem-nos

encarar a família como um emaranhado de noções, questões e, mesmo, de contradições e paradoxos'"

Tabela 12 - Distribuição numérica e percentual dos Enfermeiros que durante ò eurso fizeram uma abordagem a conteúdos sobre a família

Conteúdos sobre a família N.° %

Sim 185 79,74

Não 45 19,40

Sem resposta 2 0,86

Total 232 100,00

GRÁFICO 11 - DISTRIBUIÇÃO DOS ENFERMEIROS QUE DURANTE O CURSO FIZERAM UMA ABORDAGEM A CONTEÚDOS SOBRE A FAMÍLIA

200­,

1 5 0 ­ /

100­^

5 0 ­ /

Q

\Jm

Embora na tabela anterior se verificasse que a maioria dos enfermeiros da amostra não teve nenhuma unidade curricular sobre a família , quando questionados apenas sobre conteúdos da família verificamos que a maioria (79,74%) fez essa abordagem durante o curso. Será de salientar que 19,40 % não obteve nenhum conhecimento desta temática durante o curso.

D Sim

■ Não

Tabela 13 - Distribuição numérica e percentual dos Enfermeiros que frequentaram acções de formação sobre a família

Acções de formação sobre a família N.° %

Sim 62 26,72

Não 165 71,12

Sem resposta 5 2,16

Total 232 100,00

GRÁFICO 12 - DISTRIBUIÇÃO DOS ENFERMEIROS QUE FREQUENTARAM ACÇÕES DE FORMAÇÃO SOBRE A FAMÍLIA

180 160 140 120 100 80 60 40 20 0

"Novos modos de conceber e praticar a formação revelam o potencial formativo das situações de trabalho. Destacam a pluralidade de situações educativas que o ambiente de trabalho proporciona, sugerindo uma unidade de tempo e de lugar entre a formação e o exercício do trabalho. R eferem que este tipo de formação se alicerça nas experiências e nas vivências dos indivíduos e colectivos que uma estratégia formativa pode transformar em aprendizagem"(AMIGUINHO, et ai, in CANÁRIO; 1997:107). Dentro da temática específica da família e na natureza de formação contínua, verificamos, pela tabela 13, que apenas 26,72% dos enfermeiros realizaram formação contínua nesta área.

D Sim ■ Não

Tabela 14 - Distribuição numérica e percentual dos Enfermeiros queparticip.ar.am em acções de formação com temas sobre a família

Acções de formação com temas sobre a família N.° %

Sim 140 60,34

Não 87 37,50

Sem resposta 5 2,16

Total 232 100,00

GRÁFICO 13 - DISTRIBUIÇÃO DOS ENFERMEIROS QUE PARTICIPARAM EM ACÇÕES DE FORMAÇÃO COM TEMAS SOBRE A FAMÍLIA

140 120 100 80 60 40 20 0

Embora as formações sobre a família tenham sido frequentadas apenas por cerca de um quarto (26,72%) dos enfermeiros da amostra , a percentagem dos enfermeiros que participaram em temas sobre a família aumentou para 60,34%, como se verifica na tabela 14.

No entanto, recordemos a opinião de D'ESPINEY ( in CANÁRIO; 1997:172) "Concebida segundo uma lógica predominantemente escolarizadas, a formação continua dos enfermeiros tem sistematicamente desvalorizado a prática destes profissionais."

Tabela 15 -Distribuição numérica e percentual dos Enfermeiros que participaram em acções de formação em serviço sobre a família

Acções de formação em serviço sobre a família N.° %

Sim 26 11,21

Não 198 85,34

Sem resposta 8 3,45

Total 232 100,00

GRÁFICO 14 - DISTRIBUIÇÃO DOS ENFERMEIROS QUE PARTICIPARAM EM ACÇÕES DE FORMAÇÃO EM SERVIÇO SOBRE A FAMÍLIA

"A formação válida é aquela que desenvolve saberes práticos, úteis para o trabalho e adquirida directamente pelo seu exercício. Para que serve ter conhecimentos se estes não servirem para mudar as condições ou resultados do trabalho?" (DUBAR, in CANÁRIO; 1997:49).

Era de esperar que esta forma de formação nesta área surgisse com uma alta frequência, atendendo a que, diariamente, os enfermeiros se confrontam com problemas com os familiares dos doentes. No entanto, pela tabela 15, apenas 11,21 dos enfermeiros desenvolveram formação em serviço sobre a família, pelo que mais de três quartos (85,34%) dos enfermeiros não têm formação em serviço sobre a temática.

Tabela 16 - Distribuição numérica e percentual dos Enfermeiros que experiêiiciaram ter um familiar directo internado

Familiar directo internado

N.°

%

Sim 198 85,34

Não 33 14,22

Sem resposta 1 0,43

Total 232 100,00

GRÁFICO 15 - DISTRIBUIÇÃO DOS ENFERMEIROS QUE EXPERIÊNCIARAM TER UM FAMILIAR DIRECTO INTERNADO

200n

□ Sim

■ Não

□ Sem resposta

BOLÍVAR (in CANÁRIO; 1997:93)apresenta a experiência como um dos processos de aprendizagem organizacional. Nesta perspectiva, poderíamos dizer que os enfermeiros da amostra têm condições de compreender a situação dos familiares quando têm um familiar doente internado, pois constatou-se que 85,34% dos enfermeiros já tiveram esta experiência.

De seguida, passamos a analisar a questão central do estudo e, para tal, questionámos os enfermeiros sobre a oportunidade de acompanhamento contínuo dos doentes

internados. Esta ideia não é inovadora, pois já ocorre nas unidade de saúde privadas e em muitos hospitais de outros países.

Recordo que a nossa amostra surge a partir de três hospitais estatais, situação mais comum em Portugal.

Tabela 17 - Distribuição numérica e percentual da opinião dos Enfermeiros sobre o acompanhamento dos doentes por familiares

Acompanhamento dos doentes por familiares

N.°

%

Sim 151 65,09

Não 77 33,19

Depende da situação do doente 4 1,72

Total 232 100,00

GRÁFICO 16 - DISTRIBUIÇÃO DA OPINIÃO DOS ENFERMEIROS SOBRE O ACOMPANHAMENTO DOS DOENTES POR FAMILIARES

160 140 120 100 80 60 40 20 0-

Pela tabela 17 verificamos que a maioria (65,09%),dos enfermeiros diz sim ao acompanhamento contínuo, no entanto aproximadamente um terço (33,19%) diz não. Para compreender o comportamento desta variável fizemos a pergunta aberta "porquê". As respostas surgiram com duas ordens de razões, as favoráveis e as desfavoráveis, agrupando-se em três ordens de valores: o próprio doente, os familiares e o serviço.

y— D Sim INão ^ _ / D Depende da situação do doente

Discursos Favoráveis Situações para a família

..a família apercebia-se mais da doença e envolvia-se mais no tratamento. (Casol1)

Funções da familiares

Porque a família é importante e é sempre um elemento conhecido que nos acompanha num ambiente estranho. (Caso24)

Funções da familiares

Para estarem convenientemente informados da evolução da doença do familiar e para facilitar a integração do doente no meio hospitalar. (Caso52)

Funções da familiares

Mais facilmente cuidariam do familiar depois da alta. (Caso69)

Funções da familiares

Para estarem actualizados sobre a situação clinica do doente e colaborarem na prestação de cuidados como por ex. ajudar a alimentar... Fazer companhia ...(Caso83J

Funções da familiares

Para terem conhecimento de tudo o que os seus familiares vão ser submetidos (exames, etc) servindo assim de apoio e estimulo ... (caso8 7)

Funções da familiares

Para saberem cuidar deles quando tiverem alta (Caso58)

Funções da familiares

Diminui o stress do utente e família. (Caso23) Fonte de stress

Ao acompanhar os doentes internados os familiares libertam mais a sua ansiedade e preocupações dando por outro lado, mais apoio ao doente (casol5)

Fonte de suporte

Para diminuir a dependência do doente e continuar o apoio familiar quando este não existe. (Caso34)

Funções familiares Reorganização

Para diminuir a agressão da separação da família para poderem acompanhar (ajudar) doentes pós alta (Casol)

Valores da familiar

Funções da familiares

Porque a família é núcleo do triângulo enfermeiro- doente- família. (Caso 80)

Parceria de cuidados

Pois desta forma atenuaríamos o sofrimento da distância do seu meio natural, tínhamos a confiança do utente\ família e estes mais confiança nos nossos cuidados. (caso90)

Confiança nos cuidados

União familiar

Porque assim seguem mais de perto a evolução ...(caso 89) Direitos da família Porque os familiares tem direito a ter conhecimento sobre a

patologia do doente, exames complementares que são realizados e seus resultados, mas não estarem todo o tempo com o doente. (Casol36)

Direitos da família

... os familiares tem o direito de saber o que se passa com a pessoa doente sempre que o doente em causa esteja de

acordo e porque este de certa forma se sente mais seguro. (caso53)

Direitos da família

Quadro 8 - Acompanhamento continuo dos doentes atendendo razões familiares favoráveis

A percepção do problema por parte de alguns enfermeiros é expressa nos seus discursos com desenvolvimentos internos à própria família.

As fiinções familiares surgem com frequência, considerando as tarefas de expressão de sentimentos: atenuaríamos o sofrimento (caso90) ; libertam mais a sua ansiedade e

preocupações (caso25).

Sobre as tarefas relacionadas com a satisfação das necessidades básicas também surgem, nos discursos: saberem cuidar (Caso58).

A vivência de união da família surge muitas vezes sobre a forma como os seus membros se expressam nos momentos difíceis, pelo que os enfermeiros referem: ...dando por

outro lado, mais apoio ao doente (caso25). MINUCHIN( 1990:27) por seu lado diz: "(9 subsistema conjugal pode oferecer a seus membros uma plataforma de apoio para lidar com o mundo extra familiar e proporcionar-lhe-á um refúgio para as tensões de fora..."

MINUCHIN(1990:28) refere que "...os adultos no subsistema parental têm a responsabilidade de cuidar, proteger e socializar,...têm o direito de tomar decisões que estão relacionadas à sobrevivência do sistema como um todo". Os enfermeiros apontam nos seus discursos: "familiares tem direito a ter conhecimento sobre a patologia do

doente, exames complementares que são realizados e seus resultados, mas não a estarem todo o tempo com o doente ". (Caso 13 6)

Por último surge ainda o discurso da possibilidade de intervir em meio familiar : ... o

apoio familiar quando este não existe. (Caso34)

Situações para a

família Discurso desfavoráveis

Disfunção familiar Além disso muitos familiares em vez de ajudar só complicam(por questões psico - afectivas e culturais. (Caso

9)

Disfunção familiar

A presença continua de familiares pode saturar os doentes tanto os familiares destes ou dos outros(caso 141)

Disfunção familiar

Em certas situações os familiares podem prejudicar os doentes. Deve-se decidir caso a caso.. (Caso 127)

Doença fonte de stress

Seria desgastante psicologicamente entre família doente, por outro lado influência prejudica a intervenção da equipa

de saúde. (Caso76)

Cultura familiar Porque a população portuguesa, na sua maioria não está preparada para compreender e aceitar certos procedimentos a limitações que implicam os cuidados ao

doente (Caso 41)

Falta de

conhecimentos familiares acerca de alguns procedimentos de enfermagem. Falta de conhecimentos e de compreensão por parte dos (Caso47)

cuidados cooperam com d equipa de saúde na prestação de cuidados (caso 140)

Organização familiar

em minha opinião tais situações não devem ser generalizadas, visto em alguns casos alterar a orgânica familiar e provocar alterações na família e no serviço (caso

144)

Stress familiar Porque o seu estado de ansiedade e a sua falta de conhecimentos traria problemas ao serviço e à equipe. (Caso 102)

Stress familiar

nem os familiares na maior parte das vezes tem condições psicológicas ou preparação para o fazer, (caso 113)

Stress familiar

Ao acompanhar continuamente os doentes internados implica que os familiares acompanhem os tratamentos que muitas vezes são dolorosos provocando sentimentos negativos perante o enfermeiro (caso 130)

Stress familiar

Podem surgir casos de ansiedade nos familiares que pode reflectir-se depois no doente, nos casos de técnicas invasivas pode impressionar os familiares( caso 172)

Quadro9 - Acompanhamento contínuo dos doentes atendendo a razões familiares desfavoráveis

A situação de vivência interna da própria família e evitar o sofrimento são notas dominantes no discurso dos enfermeiros. É natural que, à semelhança do doente, também a família passe por momentos de stress MINUCHIM (1990) considera, entre outros, o contacto stressante de um membro da família com forças extra familiares e ainda pela própria situação de doença o que se confirma nos discursos: nos casos de técnicas invasivas pode impressionar os familiares (caso 172)"; acompanhem os tratamentos que muitas vezes são dolorosos (caso 130); tem condições psicológicas ou preparação para o fazer.(casol 13).

É evidente que um estado de crise tem uma respostas mais ou mentos stressante daí que MINUCHIM (1990) também refira que a forma de resposta da família passa por duas fases na primeira, a família organiza-se para responder ao stress causado pela situação de doença ou mesmo de ausência de um familiar "alterar a orgânica familiar e provocar alterações na família (caso 144); no segundo momento, a família tem que se reorganizar de novo quando o elemento doente retoma a sua função familiar. E natural que uma família com poucos recursos afectivos possa " Em certas situações os familiares podem prejudicar os doentes. Deve-se decidir caso a caso.. (Caso 127)", ou mesmo quando a família está a viver uma crise interna, a relação entre os seus elementos, pode estar afectada "Além disso muitos familiares em vez de ajudar só complicam (por questões

psico - afectivas e culturais.(Caso 9)"ou "A presença continua de familiares pode saturar os doentes...(caso 141)"

Como já referimos alguns discursos centram-se nas condições do doente tanto para serem favoráveis como desfavoráveis à presença de familiares. É natural que as opiniões dos enfermeiros focalizem muito o doente este é o alvo principal da sua intervenção. "A função única de enfermagem é ajudar o indivíduo, doente ou sadio, na realização das actividades que contribuem para a saúde ou a sua recuperação (ou para uma morte pacífica) que o próprio executaria sem ajuda se tivesse força necessária, vontade ou conhecimentos. E fazer isto de tal forma a ajuda-lo a ganhar independência