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Atributos profissionais e pessoais

durante o mês de março (…)”

9. A SPETOS FACILITADORES DO DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

9.1 Atributos profissionais e pessoais

Esta subcategoria engloba seis indicadores: “Experiência”; Disponibilidade e adaptabilidade; Espírito autocrítico; Interesse e empenho; Segurança nos conhecimentos; Habilidade para afiançar a continuidade.

A integração desta subcategoria no estudo surge porque nos pareceu relevante auscultar alguns atributos pessoais e profissionais identificados pela equipa e verificamos que “(…) é evidente que tem sobretudo a ver com a qualidade, não vale a pena dizer de outro modo, com a qualidade das pessoas que se conseguirem atrair aos projetos (…)”, (P1). Busquemos então o que cabe nesta “qualidade”.

9.1.1 Experiência

A experiência dos professores poderá ser uma mais-valia, trata-se de um território com bastante potencialidade “(…) e uma área que nem sempre o sistema educativo tem sabido acarinhar devidamente e que é a de usar o conhecimento acumulado, a experiência , de docentes de diferentes graus de ensino (…)”, (P1).

“ (…) Portanto no nosso caso diz-nos que estamos um bocadinho mais velhas e portanto já acham que temos alguma coisa para partilhar (…)”, (P1), e, se assim o é, existe uma instituição “(…) que arrisca fazer propostas diretas, que demonstra confiança, nos saberes, científicos e pedagógicos de três docentes do ensino secundário, que põem esse conhecimento, essa sua experiência e a investigação que fizeram para, naturalmente, a ação se pudesse desenrolar-se com algum proveito

“(…) Nos nossos casos, quando isso é possível ou seja quando os docentes são docentes com alguma experiência de natureza formativa ou de natureza académica, ou pela sua formação, o conseguem fazer tem sido possível perceber, onde é que estão os ganhos mesmo do ponto de vista académico (…)”, (P1).

Esta configuração também se estende aos discentes, pois à medida que vão implementado as atividades vão-se “profissionalizando” e nessas ações os “(…) os alunos aí têm sempre demonstrado uma responsabilidade e sentido profissional relevante (…) ”, (P2).

9.1.2 Disponibilidade e adaptabilidade

Quanto aos alunos, apresentam recetividade para participar, “ (…) acho que por aí, os miúdos aderem muito facilmente e participam com grande qualidade (...)”, (P2).

No que concerne à disponibilidade, terá que subsistir pois no que concerne à carga horária dos professores, pode existe um ou dois tempos, para o projeto e “(…) essas horas, como dizia, já estão marcadas no horário, normalmente não são coincidentes para as várias pessoas da equipa, mas é uma situação perfeitamente flexiva, e fomentada pela direção de forma, a que depois se consiga um horário que seja minimamente comum às várias pessoas (…),” (P2).

A equipa ao realizar as suas atividades tem de mobilizar outras competências, pois, terá de lidar com “(…) bancas com instrumentos químicos, com Erlenmayers, com tubos de ensaio, montados no meio da cidade? Ou uma cama feita no meio de uma esplanada são sempre momentos que causam algum impacto (…)”, (P2). Estas situações não causam só impacto, solicitam adaptabilidade, flexibilidade.

Atributos necessários para lidar com situações imprevistas, tais como a gestão do tempo, relatadas por aluna e professora, em situações distintas: “(…) no total, a atividade era de 45 minutos, incluindo as apresentações iniciais, a dinamização e o tempo das perguntas, apesar de por vezes, devido ao interesse das pessoas, este tempo ser excedido (…)”, (AM1), e “(…) o minimamente comum tem a ver precisamente com aquilo que depois é a possibilidade do horário de cada um, porque pode haver a possibilidade de reuniões de quarenta e cinco minutos, de hora e meia (…)”, (P2). Ou ainda, quando é necessário ajustar a sequência de uma ação ao público, pois então, “ (…) quando chegavam, os visitantes deixavam as mochilas a um canto e sentavam-se para visualizarem o PowerPoint e, depois, conforme o número de pessoas, podiam acompanhar do local onde estavam sentados ou levantavam-se e acompanhavam (…)”, (AM1).

APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Resumindo, este alento da equipa é “(…) muito relevante pela continuidade inclusive que ela tem tido e pela adaptabilidade e flexibilidade que se consegue implementar (…)”, (P2).

9.1.3 Espírito autocrítico

É reconhecida a relevância da reflexão quando se profere a respeito deste trabalho de pesquisa: “(…) não, o que eu queria acrescentar era justamente, agora já não em relação ao projeto mas em relação a este trabalho que está aqui a ser feito, e que é essa necessidade também que as pessoas e que as organizações têm de ganhar um olhar mais distanciado (…)”, (P1), ganhar um olhar distanciado para absorver-se, buscar soluções.

Em termos globais, são reconhecidas potencialidades ao projeto, por um lado, “(…) eu acho que se um projeto deste tipo, não existir aquilo que se consegue com ele não pode ser conseguido de outra forma, especialmente numa sociedade tão rural (…),” (P2), por outro, “ (…) o projeto, com esta dinâmica, tem todas as condições para continuar e expandir-se para outras áreas (…)”, (P3). Em termos parcelares também se identificam caminhos vantajosos: “(…) e com o aval da instituição, portanto parece- me que, e apoio externo nesse caso, acho que é um pequeno exemplo, exemplo de um dia só, mas é um pequeno exemplo, daquilo que pode e deve ser feito (…)”, (P1).

São também efetuadas reflexões sobre os contributos individuais tais como: “(…) a única forma que tenho encontrado para tentar minorar isso, os outros é que dirão até que ponto tem sido conseguido, é captar sempre que possível quem chega de novo (…)”, (P1). Ou “(…) apesar disso, considero que os trabalhos produzidos se enquadraram relativamente bem nas atividades para os quais foram direcionados (…)”, (P4); “(…) em relação a mim, a início sentia-me muito insegura e as primeiras apresentações foram um desastre total, pois fiz alguns erros, dos quais me apercebi na altura, mas já depois de os pronunciar (…)”, (AM1); “(…) eu não creio, não creio, que a minha experiência possa ser dada como exemplo porque isto talvez, isto parta de uma convicção tão enraizada (…)”, (P1).

9.1.4 Interesse e empenho

O interesse e o empenho das pessoas são uma das grandes foças motrizes deste projeto, e coexistem para os alunos “(…) uma vez que se não há interesse pela disciplina obviamente, sobretudo em determinadas idades da adolescência, o interesse e o empenho, são muitas vezes determinantes depois na qualidade, do desempenho de natureza académica e portanto aí também, temos ganhos (…)”, (P1) e para os seus professores, pois “(… ) eu não tinha tempos comuns, com nenhuma das minhas colegas, nem alunos comuns e o trabalho pôde ser feito (…)”, (P2), pelo que esta entrega “(…) que tem a haver com a minha natureza e com a natureza de outras pessoas que também se têm envolvido nisto, e portanto vacilam pouco, com as alterações que o sistema vai produzido, não é ? (…)”, (P1). É verdade que questões como, a distribuição do serviço, horários e outros, influenciam, “(…) mas não me parece que seja um fator muito preponderante, depois no desenvolvimento de projetos a vontade dos professores em cada escola é que faz a sua contribuição (…)”, (P2), o mesmo compromisso está patente na dinâmica “(…) entre alunos do ponto de vista académico mais capazes, mais proficientes e que acabam digamos por funcionar como pilares, como estímulos para outros alunos, naturalmente, podem nunca render tanto, podem ser alunos com mais dificuldade mas que se sentem, digamos assim mais puxados, mais estimulados para terem eles próprios um desempenho que se aproxime mais (…)”, (P1).

9.1.5 Segurança nos conhecimentos

“(…) Este projeto, naturalmente que só pode acontecer porque contou com pessoas seguras naquilo que estavam a fazer e naturalmente, com muito conhecimento, com grande conhecimento do currículo, com grande conhecimento do que é importante os alunos saberem, aprenderem e saber dar resposta rapidamente também, penso eu (…)”, (P1). “(…) Foram diferentes as abordagens feitas por cada uma das pessoas, como é natural, em função das suas próprias vivências (…)”, (P2) e dos seus conhecimentos, identificando, por exemplo, potencialidades na ligação Ciência-Literatura ao olhar para os “Lusíadas” ou para “Memorial do Convento”, “(…) mas qualquer grande, qualquer grande obra da nossa literatura permitirá isso, isto partindo da literatura. (...)”, (P1).

“(…) Quanto maior for a segurança dos docentes nas matérias que lecionam, no conhecimento do mundo que querem proporcionar aos seus alunos, mais fácil é que eles aproveitem as oportunidades (…)”, (P1).

APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

9.1.6 Habilidade para afiançar a continuidade

“(…) Todavia, como aqui há já um fio de continuidade, quer dizer estabelecida sobretudo a partir de um conjunto de professores que permanece na escola há muitos anos, por um lado (…)”, (P1), por outro lado, “(…) mesmo não estando totalmente envolvido no projeto percebi que possui uma dinâmica excelente, consubstanciada na experiência dos seus mentores, numa planificação rigorosa e numa boa organização (…)”, (P4), “(…) ora se percebe que é possível e desejável fazer as pontes e é sempre preciso que talvez as pessoas mais convictas, ou por formação, ou por idade, ou porque conhecem melhor o terreno, que garantam apesar de tudo alguma continuidade (…)”, (P1).

Da análise dos dados desta subcategoria ressalta que a equipa apresenta, por um lado, professores experientes, confiantes e disponíveis para partilhar conhecimentos, merecedores da confiança de terceiros, por outro, alunos responsáveis e com respeito para com o trabalho e pelos outros elementos da equipa. Evidenciam, também, disponibilidade, adaptabilidade e flexibilidade tanto por parte de alunos como de professores.

Em relação às particularidades associadas às equipas interdisciplinares, a atitude de refletir sobre a sua conduta é fundamental. A equipa evidencia capacidades para olhar para si, refletir, sobre o projeto, as práticas e o contributo das pessoas, identificando potencialidades e dificuldades.