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Premissa para outras leituras

durante o mês de março (…)”

7.4 Premissa para outras leituras

Nesta subcategoria elegemos dois indicadores: “Abertura de horizontes” e “Intermediários de ambas as áreas”.

7.4.1 Abertura de horizontes

“(…) Se calhar, através dos melhores romances, da melhor literatura que se fez, porque, esse conhecimento do humano, também me permite depois fazer outras pontes e chegar mais longe nas suas leituras (…)”, (P1), para exemplificar isto basta olhar mais uma vez para a questão da passarola do Memorial do convento “(…) porque de facto o Padre tem a sabedoria, à escala da época, o Baltazar tem a vontade, a força braçal que sempre é preciso para construir, e naturalmente, a Blimunda que tem a vontade e a iniciativa, e que não esmorece, e portanto é esse o sonho, a vontade, e o conhecimento (…)”, (P1).

O mundo está cada vez mais agitado, complexo, e é necessário a especificação para entendê-lo “(…) mas quanto mais é assim, mais necessidade também há, de que sejam feitas as pontes, que permitam ao jovem perceber, que as coisas estão ligadas, não é? (…)”, (P1), vimos que esta passarola é um “mundo” para compreender o mundo, mas também podemos partir do oposto “(…) e que é justamente partir do conhecimento da física, do conhecimento do mundo, do estudo, dos astros, depois para o resto (…)”, (P1), “(…) e se o soubermos fazer, o aluno perceberá, com certeza, que o conhecimento das estrelas, e do universo, exigiu um trabalho sem par ao longo da história da humanidade (…)”, (P1), “(…) e depois perceberá também como é nas outras áreas, esse espanto, essa estranheza (…)”, (P1), são cuidados.

Se calhar “(…) será mais fácil para um amante das ciências amar também a literatura e, pela sua atitude mais metódica, ter mais facilidade de entrar nos meandros da literatura do que um aluno da área humanística ter acesso ao saber científico (…)”, (P5).

7.4.2 Intermediários de ambas as áreas

Na ligação Ciência-Literatura é fundamental “(…) fazer passar essa mensagem aos alunos, de que as duas vivências são, podem ser comuns às mesmas pessoas (…)”, (P2), “(…) e, estava justamente dizendo que em Portugal nós temos excelentes exemplos de grandes figuras da cultura e da ciência, que têm sabido fazer essa ponte (…)”, (P1), “(…) no século vinte, vinte e um, pois podemos ir ao professor Rómulo de Carvalho naturalmente, António Gedeão, pois podemos ir a Bento de Jesus Caraça,

APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

pois podemos ir ao seu filho, não é (…)”, (P1), é substancial “(…) dar-lhes essa abertura de que eles poderão ser um dia cientistas que escrevem ou escritores que investigam (…)”, (P2). “(…) António Damásio, por exemplo, que começa muitos dos seus livros de maior sucesso, em termos de divulgação científica, por chamar a atenção para essa necessidade do homem de ciência conhecer o humano e conhecer o humano (…)”, (P2), no seu todo, na sua complexidade, “(…) e para já não ir a Camões que nos serviu muitas vezes também, de, digamos de diálogo entre a ciência e a literatura (…)”, (P1). “(…) Portanto as duas possibilidades podem ser comuns à mesma pessoa, quer do ponto de vista de quem faz, quer do ponto de vista de quem a utiliza como serão nesta fase os nossos alunos (…)”, (P2).

Numa escola do século XXI, é imprescindível acabar com a ideia da compartimentação entre estas duas áreas do saber e com as caricaturas pois “ (…) não é obrigatório que os cientistas vivam num, num mundo, numa cave a fazer experiências com os cabelos no ar (…)”, (P2) “(…) e nem é obrigatório que os escritores tenham sempre aquele ar contemplativo em frente ao mar a pensar (…)”, (P2).

7.5 Assistente na compressão da complexidade

Será que podemos ver nesta ligação Ciência-Literatura um colaborador na compreensão do homem, do mundo e da complexidade? “(…) claro que sim, por todas as razões, por uma razão que tem a ver com o próprio conhecimento do mundo, não é? (…)”, (P1).

Ora vejamos, o enlace Ciência-Literatura consiste-se assistente na compreensão da complexidade porquanto possibilita aprendizagens mais abrangentes e/ou mais profundas, para alunos e professores, “(…) eles têm de ter conhecimento, se o Padre não tivesse conhecimentos científicos, também não punha a passarola a voar, sem trabalho nada se faz, e sem sonho sem querer traçar horizonte novo… nem a Escola, nem os alunos, nem as sociedades, saem da cepa torta, não é? (…)”, (P1).

Este olhar interdisciplinar “(…) permite-me leituras distintas daquilo que eu tinha feito há cinco ou há dez anos, quando li o livro, agora pode ser visto de outra forma (…)”, (P2), “(…) é justamente, dizer isso, dizer que alguns conhecimentos, que naturalmente eram ainda rudimentares, mas à medida do século XVII, eram os que eram, de que o conhecimento, a vontade, e o sonho, são os grandes pilares da construção do mundo (…)”, (P1), e também do entendimento do mesmo, da nossa existência, do nosso sono e dos nossos sonhos, pois “(… ) há horas em que estamos

que é onde acontecem os sonhos (…)”, (AP1), que nos transmovem, isto é, que leva cada um de nós “(…) enfim a pôr-se dentro de objetos que voam, e portanto, essa luta, e essa capacidade do humano para inventar o que não existia (…)”, (P1), deste modo, a abrangência que “(…) dormir faz bem, física e mentalmente. (…)”, (AP1), é sobejamente profunda.

Neste globo é essencial perscrutar as complexidades associadas à humanidade, ler nas entrelinhas, “(…) lembro-me do professor João Lobo Antunes, por exemplo, que sempre nas suas conferências, fala da necessidade de até os diagnósticos iniciais (…)”, (P1), feitos pelo médico, serem alvos de um comprometimento, “(…) e não, não fique indefinidamente a pedir exames, confiar na técnica, e arrisque o diagnóstico, e arrisque a compreensão do outro ser que tem à frente (…)”, (P1).

Um cidadão com literacia científica é capaz de fazer outras leituras do mundo, conjugando-a com outros saberes que lhe permitam uma intervenção suportada num conhecimento mais profundo e mais abrangente.

De um modo geral “(…) os leitores mais críticos são geralmente leitores com uma cultura vasta e abrangente e que detêm também bons conhecimentos ao nível da ciência (…)”, (P4), estas análises necessitam “(…) cada vez mais, de passar, por essa, essa compreensão dessa humanidade, dessas leituras, porque são elas que fazem com que o médico, não seja apenas um técnico, não é? (…)”, (P1), e que o fenómeno físico que o espelho do “Reflexos- ótica e literatura”, constitua, para as pessoas que participaram na atividade, algo mais do que um simples reflexo material, que lhes permita um olhar mais profundo “(…) e associarem esta imagem que muitas vezes temos de nós próprios, ou que os outros de nós fazem, ou a forma como procuramos ao longo da vida toda, que a imagem no espelho corresponda aquilo que realmente existe (…)”, (P1).

A compressão da complexidade mobiliza conhecimentos de várias áreas e o desenvolvimento de uma literacia científica que engloba, no seu todo, a tomada de posições em questões locais ou globais, de índole científico e/ou tecnológico, suportadas no conhecimento, capacidades, qualidades pessoais e atitudes que permitem o questionamento e a formulação de hipóteses.

Entendimento partilhado na “VII Conferência Internacional do Plano Nacional de Leitura- Ler+: Ciências da Leitura, Leituras da Ciência”, quadro 16, em 2014, na qual a equipa do projeto foi integrada, como oradora convidada.

APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Quadro 16 - Análise da Fotografia 5: “VII Conferência Internacional do Plano Nacional de Leitura- Ler+: Ciências da Leitura, Leituras da Ciência.” (2014)

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Ciências da Leitura, Leituras da Ciência. «Promoção das Artes, Ciências e Letras para os mais jovens» Onde Ambiente fechado

Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian (auditório 2) Quando 2014 4 de Abril Como Participação na ação “VII Conferência Internacional do Plano Nacional de Leitura- Ler+: Ciências da Leitura, Leituras da Ciência.” Características de um cidadão com literacia científica

- Participa na sociedade de forma informada.

- Questiona a partir da curiosidade sobre o mundo. - Lê artigos de divulgação científica e é capaz de discutir e colocar hipóteses sobre a validade das conclusões. - Expressa opiniões a partir de informação científica e tecnológica.

- Argumenta a partir de evidências e tira conclusões a partir de argumentos válidos.

(Norris et al, 2003, Fang 2005).

Adptação da grelha de Smit (1997), por Manini (2002)

Este tipo de configuração explorada pela equipa busca consentir uma abordagem holística profícua “(…) e transmitir os conteúdos aos alunos não como espartilhados, mas como fazendo parte de um saber (…)”, (P2).

O processo decorre da identificação de uma problemática, o sono, o vento, a outra metade da ciência, a passarola, ou outra, “(…) e a partir dela questionar justamente esses contributos, esses pressupostos a maneira como outras áreas do conhecimento, trabalharam essa realidade (…)”, (P1), “(… ) envolvendo assim não só conceitos científicos, como também éticos, filosóficos, históricos, socioculturais e políticos (…)”, (AM1), “(…) para ver como tudo que essas matérias têm de profundamente… complexo, misterioso, mistério, que nos vamos aproximando, mas com passinhos pequenos (…)”, (P1), “(…) de forma a beneficiar com os contributos de todos para uma aprendizagem mais abrangente e menos estanque (…)”, (P5).