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P ARTICULARIDADES IDENTIFICADAS NO ENLACE C IÊNCIA L ITERATURA

CAPÍTULO IV- APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

7. P ARTICULARIDADES IDENTIFICADAS NO ENLACE C IÊNCIA L ITERATURA

Nesta categoria procura-se identificar particularidades no enlace Ciência- Literatura, para além das já consignadas neste estudo e que são comuns a outras associações interdisciplinares.

Esta categoria desdobra-se em cinco subcategorias: “ Instigadora de emoções”; “Adaptabilidade do acervo literário mundial”; “Impulsionadora do “1 min aLer+ Ciência”; “Premissa para outras leituras” e “Assistente na compressão da complexidade”.

A subcategoria “Impulsionadora do “1 min aLer+ Ciência”, comporta dois indicadores : “Laboratório de Leitura(s)” e “Ciência a duas mãos”.

Na subcategoria “Premissa para outras leituras” encontram-se dois indicadores: “Abertura de horizontes” e “Intermediários de ambas as áreas”.

7.1 Instigadora de emoções

Existem muitos temas passíveis de fascínio através da dupla abordagem “(… ) e eu estou a pensar no caso da astronomia, que tem sido no caso da nossa escola, uma das que tem dado mais frutos ao longo das últimas duas ou três décadas (…)”, (P1). Ao longo da história da humanidade a observação do céu tem encantado e fascinado praticamente todas as culturas conhecidas “(…) esse progressivo conhecimento de nós, não somos mais, não é verdade… do que ali, um buraco, um intervalo, no dizer de António Gedeão (…)”,(P1), esse entendimento que nos envolve e leva jovens nos dia de hoje a proferir “(…) achei muito interessante, pois desta forma temos uma maneira diferente de “Observar o Espaço” o que fascina as crianças (…)”, (AM3), que “ (…) nos ajuda também a situar, e a termos a nossa dimensão, e a percebermos como, a tirarmos alguma vaidade, não é? A dar-nos orgulho, mas tirar-nos a vaidade, vá (…)”, (P1).

O encantamento entre a ciência e a literatura suscita a nossa imaginação, a nossa criatividade, assim depois da ação” Histórias com vento lá dentro”, uma participante expõe: “(…) jamais sentirei o Vento da mesma forma. Jamais o vento enamorará os meus cabelos e o meu rosto sem eu lhe retribuir (…)”,(PP1).

Seja a observação do céu, a auscultação do vento, a observância do sono “(…) é fascinante, como é que por exemplo, a arte, a literatura, a música, se aproximaram e tomaram para si essa estranheza, essa grandiosidade, esse fenómeno (…)”, (P1), como é que “(…) a conferencista P1 deu Voz ao Vento (esse assobio agradável alojou-se no meu ouvido), (…)”, (PP1), e de que maneira “Entre o Sono e o Sonho”, percebo que “(…) é importante dormirmos para uma melhor aprendizagem, uma

APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

melhor memória, de modo a gravarmos todos os momentos da nossa vida. (…)”, (AP1).

7.2 Adaptabilidade do acervo literário mundial

É quase imensurável “(…) a quantidade, de grandes livros, de grandes autores da literatura mundial, que colocam desafios extremamente interessantes, naturalmente mais imaginativos, ou mais realistas (…)”, (P1) que possibilitam a dupla exploração.

Na dupla abordagem pode-se partir da literatura para a ciência ou o inverso “(…) e foi nesse sentido que foi feita a proposta para então que com um tema tão arquetípico, não é, tão transversal ao nível de toda a humanidade, como é enfim uma das forças primordiais da natureza que é vento, que é ar (…)”, (P1), pudesse ser abordada do ponto de vista da ciência e da literatura, e assim, na exploração aproveitou-se essa dualidade, obras literárias “(…) sempre como tema o vento e o oposto aquilo que são as obras científicas que ainda assim têm o seu tratamento literário (…)”, (P2). Este tipo de acostagem é viável em qualquer contexto “(…) até porque há boa literatura de divulgação científica, há romances que tratam questões de natureza científica, há revistas de excelentes qualidade (…)”, (P1).

No acervo literário mundial “(…) há um vasto campo a explorar na área das relações da literatura, da ciência e da filosofia, com um manancial de textos que podem ser ponto de partida para estruturar aprendizagens nos vários campos (…)”, (P3), “(…) vamos aqui ao caso, por exemplo, do Saramago, que o ano passado foi, foi apresentado, como exemplo, o Memorial do Convento, com a passarola (…)”, (P1), que resulta da união do sonho, da imaginação e da criação, propulsoras do complexo desenvolvimento humano, “(…) ali foram-no para construir uma máquina de voar, e uma máquina de voar, desafia o presente e faz futuro, porque os homens foram feitos para andar, mas já tinham posto barcos em cima da água, e passaram depois a pôr também pássaros (…)”, (P1), “(…) é todo um mundo que se for bem trabalhado permitirá ao aluno, perceber que realmente a grande ideia do Saramago, ao meter-se por terrenos que não são os seus (…)”, (P1).

Existe igualmente margem “(…) para leitura orientada e recreativa, de autores da literatura portuguesa e universal dos vários géneros literários e não literário (…)”, (P5).

7.3 Impulsionadora do “1 min aLer+ Ciência”

Os “Laboratório de Leitura(s)” e “Ciência a duas mãos”, resultam do desdobramento desta subcategoria.

7.3.1 Laboratório de Leitura(s)

Neste “Laboratório de Leitura(s)” procura-se promover a leitura como rotina, com a introdução, em sala de aula, de alguns textos literários “(…) mas que podem ser abordados do ponto de vista da química, da astronomia, temos o caso dos Lusíadas, que nós, nós próprias já trabalhamos, é um mundo (…)”, (P1), e “ (…) abordar por exemplo, essas passagens, e essas, no caso do Memorial do Convento, já não são só passagens, é uma questão estruturante (…)”, (P1), isto é, exploração de textos literários no ensino da ciência “(…) a outra possibilidade que também me parece muito interessante é fazer o contrário, não é? É partir justamente, da ciência ou da arte (…)”, (P1).

Diligencia-se, de igual modo, artigos científicos que permitam abordar alguns tópicos científicos com a sua contextualização no quotidiano das pessoas, levando-as, por exemplo, a perceber as várias etapas do seu sono: (…) aprendi que durante a noite acontecem diversas coisas e que nós nem damos por isso (…)”, (AP1).

Este “espaço” aproveita também a nova realidade comunitária, pais com maior grau de escolarização, e procura envolvê-los, também na pesquisa de temas de ciência, na escrita de textos, como o ilustrado com o seguinte excerto:

“ (…) como a química e a física explicam a vida, e “porque não há vida sem poesia”,

encontra-se a beleza da ciência na magia das palavras. Assim “degustar” a química e