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Sensibilização e abertura a todos

CAPÍTULO IV- APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

6. C ARACTERÍSTICAS COLIGADAS AOS PROJETOS INTERDISCIPLINARES NA PRÁTICA DA EQUIPA

6.4 Sensibilização e abertura a todos

Esta subcategoria desdobra-se em quatro indicadores: “Participação da escola”; “Envolvimento de Pais/EE/Educadores”; “Partilha de saberes com a comunidade local”; “Envolvimentos extra comunidade local”.

6.4.1 Participação da escola

A nível de escola, como vimos depois da divulgação das linhas orientadoras propostas pelo núcleo, o projeto está aberto a todos “(…) e depois quem vier, vem por, por bem, digamos assim, mas digamos em ondas concêntricas vai alargando (…)”, (P1), “(…) e, portanto vamos tentando sensibilizar os professores das várias áreas, para encontrar as leituras, os momentos, as colaborações que nos parecerem mais indicadas para o fazer (…)”, (P1). Por exemplo, “(…) da parte do PNL e do Departamento damos sugestões de acordo com a pertinência e atualidade de algumas obras (…)”, (P5) ou “(…) foi de imediato minha convicção de que poderia ser uma excelente oportunidade para junto dos docentes de diferentes graus de ensino exemplificar (…)”, (P1).

E “(…) esta quase digamos obsessão por agarrar quem chega e quem chega (…)”, (P1), pode ser qualquer elemento da comunidade escolar, e este descerramento, tem- se revelado, ao longo dos tempos, abundantemente profícuo e “(…) no caso destas turmas um bocadinho mais difíceis ou que pelos percursos escolares que têm, são alunos normalmente menos interessados no estudo, então aí o ganho parece-me muito, muito forte, muito imediato (…)”, (P1), os próprios educandos, depois de envolvidos, vão sensibilizando outras pessoas dentro da escola: “(…) foi também realizada uma apresentação, pela maioria dos elementos da turma, à diretora da Escola (…)”, (AM1).

No que concerne à participação da escola apontamos para uma visão nuclear integradora “(…) e de uma cultura que a escola de facto ou por convicção foi abraçando, e portanto, que geraram digamos uma aceitação, se quisermos, uma

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aceitação tácita, e até um apoio e, e penso eu, que também algum regozijo em apoiar os projetos (…)”, (P1).

6.4.2 Envolvimento de Pais/EE/Educadores

O envolvimento dos pais, encarregados de educação, educadores em geral, pode ser desde o acompanhamento das atividades dos filhos, participação nos eventos e/ou realização de atividades.

No acompanhamento dos dinamismos dos alunos “(….) as suas próprias famílias têm às vezes surpresas, e a comunidade, porque os veem às vezes em lugares que não esperariam (…)”, (P1). Os educadores não se limitam a acompanhar os seus descendentes pois também eles desenvolvem ações, desde modo, uma escritora canalizou os seus saberes para o projeto “(…) com a coincidência dessa escritora ser uma encarregada de educação, de uma aluna nossa, na escola (…)”, (P2) e “(…) a partir do tema ela fez um trabalho com os alunos (…)”, (P2).

Existe outro nível de envolvimento nas ações do projeto, que é a participação ativa em palestras e/ou formações “(…) qualquer das conferências era aberta à participação dos Pais e Encarregados de Educação, tendo a minha mãe participado também em ambas (…)” ; “(…) a ventania naquela altura da conferência já era grande, estávamos todos num pé-de-vento e por isso elaborámos e apresentámos propostas (…)”, (PP1). Factos reforçados com o seguinte trecho:

“As atividades do Entre o Sono e o Sonho, decorrerão até julho de 2013 e este ano

destacam-se:(…) Formação para pais e encarregados de educação, “A família e o

sono dos adolescentes”, com a Dra. Áurea Ataíde, pedopsiquiatra para pais e

encarregados de educação, no dia 23 de março, às 19h.”

in Nogueira em revista, 2012, p.8

Estes envolvimentos ativos proporcionam múltiplas visões sobre as temáticas, pois, “(…) tínhamos pessoas de várias origens e com formações mais distintas e algumas das abordagens foram feitas de uma perspetiva familiar e não de escola/instituição (…)”, (P2), que proporcionam ganhos adicionais para todos os intervenientes não só com “(…) Pais e filhos participaram e adoraram (…)”, (AM4), mas também com conhecimentos acrescidos sobre os temas, que poderão conduzir a reflexões mais profundas.

6.4.3 Partilha de saberes com a comunidade local

A literatura diz-nos que não é fácil envolver as comunidades locais nos projetos das escolas, “(…) todavia há algumas experiências positivas nomeadamente aqui neste contexto e esta surge justamente assim (…)”, (P1), as ações comunitárias “(…) estão abertas a toda a comunidade que queira participar (…)”, (P2), “(…) porque parece-nos que é uma maneira, por um lado, de dar a conhecer à comunidade o que as escolas estão fazendo, e a escola tem essa responsabilidade, não é ? (…)”, (P1), “(…) por outro lado, cria também, estamos em crer que cria, e tem sido o nosso trabalho, um vínculo da comunidade para com as suas escolas (…)”, (P1).

Esta partilha requer momentos de encontro portanto “(…) a comunidade escolar misturou-se com a população local e realizou maratonas de leitura, encontros com escritores, apresentou livros, promoveu rastreiros (…)”, (J2), as “(…) pessoas eram convidadas a irem junto do microfone, que nós tínhamos instalado e declamavam as poesias, que achavam… com as quais tinham mais ligações, tínhamos alguns livros espalhados (…)”, (P2), “(…) na praça em frente ao mercado decorreu também uma ação comunitária com atividade física para seniores (…)”, (J2), “(…) havia também um momento em que as pessoas foram convidadas a realizar algumas experiências e a manipular materiais (…)”, (P2), “(…) durante o piquenique, alguns monitores fizeram a leitura de poemas relacionados com astronomia (…)”, (AM4), “(…) entretanto quem passa vê que já estão outras pessoas, que não da escola a realizar as atividades, portanto isso mais facilmente as motiva a irem ver o que se passa e a participarem (…)”, (P2). Por vezes essa partilha pode não ter a abrangência acabada de descrever e pode ser um concurso, um momento que “(…) é dirigido a todos os jovens matriculados em qualquer escola do concelho (…)”, (J2).

É vital envolver de igual modo as entidades, estabelecimentos e figuras locais, por um lado existe a sua cota de responsabilidade na educação dos seus descendentes, por outro podem auxiliar com materiais, espaços, patrocínios, sem os quais as ações com este tipo de amplitude seriam praticamente impossíveis.

Assim, a par da Câmara Municipal, que já foi alvo de referência neste estudo, “(…) do comércio tradicional que abriu as portas aos livros, às leituras, às sessões de autógrafos e à declamação de poesia (…)”, (J2), “(…) os discursos dos vereadores da Educação e da Cultura das C. da R. e de T. V. (…)”, (J3), da cedência de materiais “(…) a acrescentar materiais aos que já estavam, como os livros, o banho-maria, os objetos cedidos pelo Museu e o cone truncado (…)”, (AM1), “(…) houve uma intervenção que coincidiu com o dia da poesia que também teve a participação da biblioteca municipal (…)”,(P2), a par destas, existem muitas outras entidades

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envolvidas, tal como a Fábrica das Histórias, e “(…) portanto a Fábrica das Histórias, é uma experiência interessante, que tem uma vertente sobretudo pedagógica, uma vertente museológica, mas tem sobretudo uma de natureza pedagógica (…)”, (P1), que também tem contribuindo para “(…) o projeto comunitário, interdisciplinar e intergeracional (…)”, (J2), desta equipa.

Também os peritos da comunidade vão auxiliando e partilhando saberes: “(…) I.M., especialista em Literatura Oral e Tradicional foi a convidada especial para uma sessão sobre “Viagens ao Imaginário”, que decorreu num dos cafés da cidade (…)”, (J2); “(…) mas desta vez com a Dra. Á.A. (Ex-aluna da nossa escola e atualmente especialista em psiquiatria da Infância e Adolescência) (…)”, (AM2); “(…) também a escritora M.J.V. enriqueceu o projeto com a apresentação de seu novo livro “Consentidos” (…)”, (J2); “(…) a viagem foi animada por músicos da Escola de Jazz de T.V. e dos grupos Rimbombar e Som da Malta (…)”, (J3).

6.4.4 Envolvimentos Extra comunidade Local

A abertura ao exterior tenta envolver não só a(s) tutela(s) como outros parceiros: “(…) também usaram da palavra os representantes da ministra da Educação, do Plano Nacional da Leitura, da CP e da Refer (…)”, (J1), “(…) portanto, normalmente é comum convidarem-se especialistas pois naturalmente assim terá que ser e é o comum (…)”, (P1), “(…) creio que este, este levar à comunidade, e pode ser desde o planetário, não é, que já plantamos com a colaboração da Universidade de Coimbra, e a vossa, o Centro de Ciência Viva de Constância (…)”, (P1), a palestra ”(…) cujo orador era o Dr. F. S. (neuropediatra, com subespecialização em pediatria do desenvolvimento)”, (AM2), o encontro com “(…) o escritor e jornalista T. S. veio participar num colóquio sobre “A viagem enquanto aprendizagem (…)”, (J2), ou a exposição “(…) composta por 15 cartazes - produzidos pela União Europeia e exposta na Expo 98 - mais um, construído pela turma (…)”, (AM1), aproxima a comunidade local à comunidade científica e à comunidade literária, consentindo aos peritos a divulgação dos seus projetos, ideias : “(…) de seguida a palestra com o Dr. M. F. e por último uma observação do céu (…)”, (AM4).

Também se cultiva a ligação com as terras vizinhas: “(…) há interesse em que esta ligação entre as duas cidades não se perca”, comentou a organizadora (…)”, (J1).

Da análise desta subcategoria ressalta o descerramento aos outros e um apelo ao compromisso e envolvimento de todos no complexo processo de ensino-