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C ONCEÇÃO DAS AÇÕES DO PROJETO

CAPÍTULO IV- APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

3. C ONCEÇÃO DAS AÇÕES DO PROJETO

Esta categoria comporta duas subcategorias: Génese; Articulações.

A subcategoria “Génese” foi distendida em “Proposta Nuclear” e “Disseminação pelos órgãos de escola”. A subcategoria “Articulações” foi desdobrada em “aLer+/PNL”, “Biblioteca escolar” e “Câmara Municipal”.

Dependendo da dinâmica de cada instituição este tipo de projeto pode ser incitado ou dificultado, desde a sua génese. A emergência desta categoria surge porque para conhecer o projeto e as suas ações é fundamental perceber a origem das mesmas, bem como, as articulações e as interações necessárias para que se passe de um esboço para o início de uma edificação.

3.1 Génese

Esta subcategoria foi distendida em dois indicadores: "Proposta Nuclear” e “Disseminação pelos órgãos de escola”.

3.1.1 Proposta nuclear

A conceção das ações do projeto tem a sua origem quando “(…) as equipas reúnem no início do ano, portanto no início do ano há uma reunião mais, inicialmente mais restrita, entre as pessoas que constituem, digamos o núcleo duro da equipa (…)”, (P2), que “(…) não é, de um grande alargamento, porque a nossa experiência diz-nos, que o núcleo de responsabilidade central dificilmente ultrapassará as 8-10 pessoas, o que já não é desinteressante (…)”, (P1).

São reuniões “desprovidas de itinerário” “(…) poderiam ter este pendor mais diretivo por haver uma hierarquização muito marcada na reunião, mas não é o caso e não é assim em nenhumas das reuniões (…)”, (P2), “(…) naturalmente, porque quando está tudo em aberto se calhar até se podem gerar, ideias quiçá mais interessantes (…)”, (P1).

Ora então “(…) as atividades de uma forma geral são planeadas no início, em termos globais, há uma estratégia que é planeada no início do ano, melhor dizendo assim (…)”, (P2), isto é, “(…) parte-se normalmente de uma proposta inicial, muito aberta, algumas linhas de trabalho (...)”, (P1), para a qual os todos os docentes presentes podem contribuir, pois estas reuniões “(…) funcionam mais como brainstorming, a partir da qual há um consenso sobre como fazer, as várias ações (…)”, P2.

APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Nesta etapa de delineação de atividades os discentes não participam, mas, “(…) essas atividades são sempre pensadas com a intervenção dos alunos (…)”, (P2), e “ (…) normalmente, por aquilo que é a minha experiência os alunos são familiarizados com o mesmo, conhecem os seus propósitos, aquilo que se pretende, quais são as atividades que vão ser desenvolvidas (…)”, (P2).

Resumindo, o esboço orientador é delineado, em reuniões informais em brainstorming, pelo núcleo de professores “(…) e que faz nessa altura então, o planeamento geral das atividades. Nesse planeamento, já são pensadas as participações possíveis de outros grupos de trabalho (…)”, (P2), entende-se por grupos de trabalho equipas de professores, alunos, pais e outros elementos da comunidade.

3.1.2 Disseminação pelos órgãos de escola

Nesta fase inicial está tudo muito descerrado e “(…) depois, conta-se com um corpo de professores que se pretende que seja diversificado em termos de disciplinas, sem ilusões, pelo menos o núcleo duro (…)”, (P1), que irá auscultar os demais “ (…) e que depois alarga-se se quisermos em onda, portanto isso em termos de projeto está estudado, normalmente alarga-se em círculos concêntricos (…)”, (P1).

Nas várias etapas de planeamento e de difusão a equipa socorre-se de diferentes meios de comunicação, assim o refere uma docente: “ (…) não houve necessidade de haver reuniões físicas e as coisas foram tratadas ou por mail, ou pelo Moodle. (…)”, (P2).

A equipa nuclear descerra-se em anéis homocêntricos e “(…) portanto a divulgação é feita dentro dos órgãos institucionais, conselhos pedagógicos, conselhos de turma (…)”, (P1), estas “(…) ações que se pretendem desenvolver são aceites pela direção e nesse aspeto há algum apoio logístico da mesma (…)”, (P2), “(…) e depois na fase de execução, na fase de levar às turmas e assim procura-se que seja tão alargado quanto possível.(…)”, (P1).

Ainda, sobre a direção é referido que “(…) o apoio da direção em termos práticos não é muito, não (…)”, (P2), embora se verifique que “(…) existe grande abertura da parte da direção (…)”, (P5), esta “(…) não participa ativamente no projeto, mas também por outro lado, não o inibem (…)”, (P2), e faculta o apoio logístico necessário.

Resumindo, constatamos que é “(…) a partir do núcleo inicial, que propõe e que institucionalmente, digamos, garante os apoios externos à escola e os apoios

3.2 Articulações

Esta subcategoria foi desdobrada em três indicadores: “aLer+/PNL”, “Biblioteca escolar” e “Câmara Municipal”.

O projeto integra a rede nacional das escolas aLer+/PNL, todas as ações do projeto têm como sustentáculo a leitura, pelo que pode ser significado perceber esta aliança e por inerência a articulação com a biblioteca escolar. Também a Câmara Municipal como parceira consistente ao longo dos anos carece de uma leitura.

3.2.1 aLer+/PNL

O projeto ao longo do tempo tem-se integrado noutros projetos, como é o caso do Plano Nacional de Leitura (PNL): “(…) porque normalmente estes projetos, são nacionais, e alguns deles até internacionais, como é o caso do Plano Nacional de Leitura (…)”, (P1).

No caso do PNL, a articulação com a tutela é escassa “(…) essas reuniões funcionam mais no início para dar conhecimento daquilo que se pretende fazer e no fim para dar conhecimento daquilo que foi feito (…)”, (P2). Contudo a integração com este tipo de projeto faz-se porque “(…) as pessoas têm a ideia que há, apesar de tudo, uma validação, seja o que for, uma validação externa, daquilo que faz com os seus alunos, e portanto esse reconhecimento, e essa presença externa, é importante (…)”, (P1).

Mas a incorporação permite “(…) também, naturalmente, e não é vergonha nenhuma dizê-lo porque estes projetos permitem às escolas, uma chegada de verbas, que de outro modo não teriam, não é? (…),” (P1).

Apoio financeiro “(…) no caso para a aquisição de livros, para recompor, enfim o acervo das suas bibliotecas, livros e outros materiais (…)” , (P1), “(…) tenta-se fazer uma fusão, das duas valências, primeiramente, os livros que são aconselhados, pelo Plano Nacional de Leitura e que dentro, desse tema mais global, que depois se adequem melhor ao tema, que é escolhido para a escola desenvolver (…)”, (P2), “ (…) ou no caso das ciências a mesma coisa, puder equipar melhor os seus laboratórios, puder apresentar as suas experiências noutros contextos e com isso candidatar-se (…).”, (P1).

No que diz respeito à seleção de materiais “(…) os livros são escolhidos, também, por consenso entre as várias pessoas das diferentes equipas (…)”, (P2), mas “(…) o critério de compra é orientado pelas absolutas prioridades e pelo (sempre parco) orçamento (…)”, (P3).

APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

A incorporação de projeto noutros de maiores dimensões permite uma validação externa das práticas e a chegada de verbas para aquisição de livros e equipamentos. A articulação com a tutela, em termos físicos, é pontual, de uma forma abreviada, no início e no termo de cada projeto.

3.2.2 Biblioteca escolar

A apesar da bibliotecária integrar o núcleo da equipa, pois a “(…) bibliotecária participa em tudo aquilo que for o planeamento, das estratégias, das ações a desenvolver e a participação pode ser e foi de várias formas (…)”, (P2), a biblioteca não está ao serviço do projeto e “(…) o acervo da biblioteca tenta cobrir todas as áreas, segundo indicação dos departamentos (…)”, (P3).

“ (…) No entanto, quando há projetos desta natureza, a biblioteca tenta adquirir o que é necessário.(…)”, (P3) e a sua bibliotecária participa ativamente “(…) e a participação pode ser e foi de várias formas: a pessoa em questão propõe livros, propõe conferencistas, propõe atividades e depois participa na medida das suas possibilidades e formação, nas mesmas. (…)”, (P2).

A biblioteca, embora sendo uma corporação independente está por inerência integrada no projeto, uma vez que a bibliotecária faz parte do núcleo equipa.

3.2.3 Câmara Municipal

Um dos propósitos dos projetos é “(…) criar também, dizia eu, na comunidade uma certa responsabilidade, por apoiar, acarinhar, aquilo que as suas escolas fazem (…)”, (P1), pelo que há “(…) há uma preocupação por parte da escola e dos participantes do projeto que é tentarem adequar os propósitos do projeto àquilo que são também os objetivos de dinamizações culturais da câmara (…)”, (P2), estabelecendo desta forma uma parceria sólida, “(…) que dentro daquilo que for possível à câmara, que as coisas estão difíceis, como sabemos e há uma circunstância geral ao país, mas naquilo que for possível à câmara (…)”, (P2) e assim poderá recusar o solicitado que “(…) foi feito nesse mesmo dia um pedido à Câmara Municipal para o espaço referido, que foi recusado (…)”, (AM1), ou consentir quando “(…) foram pedidas algumas bancas, que são normalmente utilizados na feira, foram pedidas à câmara e foram amavelmente cedidas (…)”, (P2) e ajudar na divulgação e/ou facilitar diligências “(…) estava publicada no site da câmara, as pessoas faziam a sua inscrição a partir daí (…)”, (P2).