• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 5 METODOLOGIA DESENVOLVIDA PARA IMPLEMENTAÇÃO DA MCC

5.6 ESTRATÉGIA PARA AVALIAÇÃO DOS PRÉ-REQUISITOS DAS ETAPAS DA MCC

5.6.3 Avaliação dos Pré-Requisitos da Etapa 2

Ao iniciar o processo de implantação é possível que a equipe de implementação se depare com a existência de diversos sistemas ou subsistemas onde a MCC poderia ser profícua. Entretanto, em alguns casos, uma implantação de largo escopo, sem um amadurecimento em MCC por parte da empresa, pode se mostrar ineficiente e propensa ao fracasso. Os seguintes motivos ratificam este conceito: dificuldade de previsão orçamentária, resultando em falta de recursos humanos e financeiros; força da cultura tradicional da empresa, que gera resistência para mudanças abruptas de paradigmas; desistência devido ao volume intenso de trabalho; tempo longo para os primeiros resultados, o que pode ensejar a desmotivação da equipe de implementação e dos mantenedores.

Portanto, não havendo um sistema pré-definido nesta etapa, deve-se estabelecer um método multicritério para hierarquizar os sistemas candidatos, de modo a identificar qual o sistema onde a implantação da MCC seja mais vantajosa. Identificado este sistema e suas fronteiras, procede-se a sua documentação. Os seguintes critérios compõem a avaliação dos pré- requisitos da Etapa 2: Disponibilidade da Informação/Recursos; e Estratégia de Seleção. Os próximos itens justificam os quesitos que constituem os critérios, resumidos na Figura 5.14 e detalhados no Apêndice F. Havendo de antemão um sistema de consenso, a aderência aos pré- requisitos desta etapa também deve ser observada.

Critério Quesito a ser Ponderado

● Aderência ao Procedimento de Referência ● Auditoria da Etapa 1

● Dados confiabilísticos / mantenabilidade ● Custos dos sistemas candidatos

● Conhecimento da equipe de implantação

Informação/Recursos Disponibilidade da

● Recursos financeiros

● Escopo e abrangência

● Similaridade com sistemas existentes ● Relação com o processo produtivo ● Documentação de engenharia Etapa 2 Seleção do Sistema e Coleta de Informações → Estratégia de Seleção ● Contexto operacional

Critério 1 (C1) – Disponibilidade da Informação/Recursos

Este critério avalia a disponibilidade das informações básicas e relevantes para a tomada de decisão que fundamentará a estratégia para escolha do sistema ao qual a MCC será implantada.

Para selecionar, entre os sistemas candidatos, aquele no qual a MCC será implantada, a norma IEC 60300-3-11 sugere que se leve em conta sua significância para a segurança, disponibilidade e economia do processo. Métodos qualitativos e quantitativos podem ser utilizados, baseados nas funções desenvolvidas pelos sistemas e em indicadores de criticidade e de desempenho pertinentes ao processo. É indispensável, ainda, segundo esta norma, que sejam documentados os métodos de seleção, os critérios utilizados e os resultados obtidos, iniciando-se pela identificação dos sistemas.

Para que a tomada de decisão frente aos sistemas candidatos seja fundamentada quantitativamente, é importante que os dados estatísticos de confiabilidade e mantenabilidade estejam disponíveis e suportem uma análise estatística. Do mesmo modo, para maximizar os benefícios advindos da implantação da MCC, é recomendável uma análise quantitativa dos custos atuais dos sistemas candidatos para avaliar qual deles se beneficiaria mais com a implantação da MCC.

A fim de que as decisões da equipe de implementação sejam as mais acertadas possíveis, tanto na escolha do sistema quanto na aplicação dos diagramas de decisão, é importante que a mesma tenha um conhecimento profundo das questões técnicas, de segurança e ambientais relacionadas aos sistemas candidatos. Em pontos específicos de aplicação da metodologia MCC, caso este conhecimento se demonstre insuficiente, é recomendável agregar temporariamente à equipe, pessoal com competência e habilidade para auxiliar a análise.

Nesta etapa é importante uma visão holística da implantação da MCC, para compatibilizar a escolha do sistema com o planejamento estratégico da empresa com relação ao programa de MCC. Deve-se prever, para todo o ciclo de vida do programa de MCC, os custos diretos e indiretos da escolha de um ou outro sistema.

Critério 2 (C2) – Estratégia de Seleção

Neste critério, os quesitos a serem ponderados ratificam ou não os sistemas como candidatos realmente consistentes a implantação da MCC. Os questionamentos servem para alertar a equipe de implementação das características relevantes que o sistema deveria ter, para minimizar o risco de insucesso da implantação da MCC. O que pode ocorrer em sistemas pouco representativos ou com pouca documentação e informação.

O alinhamento ao planejamento estratégico da empresa não se resume apenas aos recursos financeiros e humanos, conforme avaliado no quesito Q6 do critério 1 desta etapa (ver Apêndice F). São importantes, também, para balizar a estratégia da seleção do sistema: os objetivos que se pretende alcançar com a implantação da MCC; a abrangência das análises da MCC para o sistema; e o conhecimento técnico e gerencial, sobre sistema, disponível na empresa.

A implantação da MCC pode ser abreviada se entre os sistemas candidatos houver algum similar a outros, onde a MCC já foi implantada e os dados estão disponíveis para auxiliar a análise, neste caso se poderá fazer a apropriação destes dados. Entretanto, Plucknette (2008) adverte que, a apropriação de dados de sistema similares só poderá ser realizado quando as seguintes circunstâncias ocorrerem concomitantemente: o item ou componente sob análise deve ser do mesmo fabricante, modelo, material e estar sujeito ao mesmo ciclo operacional; as condições ambientais de ambos os sistemas devem ser as mesmas; e os modos de falha específicos do local da instalação devem ser considerados individualmente.

Os benefícios do programa de MCC são evidenciados quando: é forte a relação do sistema com a disponibilidade do sistema global e economia do processo produtivo; e o sistema tem implicações de segurança e/ou meio ambiente. É de se esperar, neste caso, que: haja também uma maior documentação de engenharia do sistema, o que facilitará a definição de suas fronteiras, subsistemas, itens e componentes para as análises requeridas pela MCC; e que se conheça mais profundamente o contexto operacional do sistema facilitando, assim, a definição e a caracterização das funções significantes e a programação das tarefas de manutenção.