• Nenhum resultado encontrado

C OMUNIDADE DOS P AÍSES DE L ÍNGUA P ORTUGUESA (CPLP)

No documento Doutoramento (páginas 147-154)

PARTE I – ENQUADRAMENTO TEÓRICO-CONCEPTUAL

3. A REALIDADE ANGOLANA: UMA ANÁLISE GEOPOLÍTICA E GEOESTRATÉGICA

3.7. ANGOLA NO SISTEMA POLÍTICO INTERNACIONAL

3.7.2. AS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS

3.7.2.6. C OMUNIDADE DOS P AÍSES DE L ÍNGUA P ORTUGUESA (CPLP)

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)215 formalmente criada em 17 de julho de 1996, em Lisboa, com o intuíto de reunir os povos num «transatlantismo linguístico comum» conforme referiu Adriano Moreira (citado por Bernardino & Leal, 2011,

214 Neste sentido, Chris Trelawny, Diretor Adjunto da Divisão de Segurança Marítima da OMI, sublinhou que

para a coordenação dos esforços regionais “requer vontade política, inclusividade, uma direcção estratégica clara e legislação. Além disso, é também necessário ter uma certa capacidade (apropriada), interoperabilidade, um certo apoio em comum e centros de formação e de coordenação das operações marítimas”.

215

A CPLP é uma organização multilateral que tem por base a cooperação e o aprofundamento da amizade entre os Estados membros, sendo dotada de personalidade jurídica e de autonomia financeira, num quadro geográfico constituído por 8 Estados soberanos, com órgãos bem definidos (Cimeira de Chefes de Estado e de Governo; Conselho de Ministros; Comité de Concertação Permanente e o Secretariado Executivo, entre outros órgãos voltados para a cooperação interministerial), com a sede localizada em Lisboa.

148

p. 77), abrange atualmente realidades tão diversas como a do Brasil, quinto país do mundo pela superfície, ou o pequeno arquipélago de São Tomé e Príncipe. Estas disparidades dentro da comunidade não são suficientes para inibirem os laços comuns entre estes oito Estados ribeirinhos, que vivem ligados pelo Mar e pela Língua portuguesa comum. Esta comunidade espalhada por quatro continentes e unida por três oceanos, liga cerca de 250 milhões de pessoas, num espaço de 10,7 milhões de km2 de terra e de 7,6 milhões de km2 de superfície marítima (representando 2,5% da superfície marítima do globo). Apresenta-se como uma organização incluindo países ribeirinhos e arquipelágicos, pelo que a sua dimensão geoestratégica pode torná-la numa plataforma de cooperação e segurança, estruturada e orientada para a vertente marítima, tendo em vista o desenvolvimento sustentado e a segurança marítima nestes países e das regiões onde exercem influência216 (idem, p. 20).

A componente da Segurança e Defesa da CPLP representa uma área de preocupação praticamente desde a sua criação, pois durante a I Reunião de Ministros da Defesa Nacional, em Portugal (1998), foram estabelecidas as primeiras linhas orientadoras daquela que viria a ser a «arquitetura de segurança e defesa da comunidade», tendo sido consolidadas na Cimeira de Chefes de Estado em Brasília (2002), e posteriormente formalizadas em Protocolo217 em 2006 (Mimoso, 2012, pp. 9-11). Neste quadro, as Reuniões dos Ministros da Defesa e as Reuniões de Chefes do Estado-Maior Geral das Forças Armadas da CPLP constituem os principais órgãos de decisão e de acompanhamento das ações desenvolvidas pela comunidade no âmbito da Defesa. Paralelamente, a Comunidade dispõe ainda de outras ferramentas, a saber: o fórum de Defesa da CPLP; o Secretariado Permanente dos Assuntos de Defesa; o Centro de Análise Estratégica; os Protocolos de Cooperação no domínio da defesa; os Diretores-Gerais de Política de Defesa Nacional ou equiparados dos Estados-membros da CPLP; os Diretores dos Serviços de Informações Militares ou equiparados dos países da CPLP; e o Programa Integrado de Exercícios Militares Combinados da CPLP, no âmbito do treino e da formação militar, com vista a preparar das unidades para o

216 Nesta perspetiva, Bernardino defende que “a gestão adequada e equilibrada (sustentada) dos recursos

contribui, em larga medida, para a estabilidade das nações e para o fortalecimento das relações de soberania entre os países que constituem a Comunidade, contribuindo ainda para a consolidação da própria CPLP, como garante dos valores do desenvolvimento e da paz nos espaços da Lusofonia”

217 O Artigo 5.º do Protocolo de Cooperação da CPLP no âmbito da Defesa define seis instrumentos para gerir as

questões de Defesa (reuniões dos Ministros de Defesa Nacional; reuniões dos Chefes de Estado Maior (CEMGFA) dos Estados-membros; reuniões dos Diretores da Política Nacional de Defesa; reuniões dos Diretores dos Serviços de Inteligência Militar; Centros de Análise Estratégica; e o Secretariado Permanente dos Assuntos de Defesa). O Protocolo de Cooperação dos Países de Língua Portuguesa no Domínio da Defesa, que constitui o instrumento estruturante da cooperação elaborado pelo SPAD (Secretariado Permanente de Assuntos de Defesa), demorou cerca de três anos, tendo sido concluído depois de três meses da formalização do Protocolo, em Cabo Verde, na Reunião de Ministros de Defesa da CPLP, em 15 de setembro de 2006.

149

desempenho de Operações de Apoio à Paz e de Ajuda Humanitária, com a realização anual de exercícios, alternando com um formato de Posto de Comando (CPX) e de Tropas no Terreno (FTX), conforme os mecanismos acordados nas várias "Cimeiras da CPLP" (Artigo 3 do PCCPLPDD).

Na consciência da dimensão marítima dos países que constituem a Comunidade e da qual os oceanos constituem uma fonte de recursos fundamental e um desígnio para a segurança, desenvolvimento e afirmação destes estados, foi viabilizada uma "Estratégia Conjunta dos Oceanos" no quadro de uma visão político-estratégica integral para os Mares da Lusofonia e de uma maior discussão pública no interior destes Estados sobre o valor do Mar na prossecução dos seus interesses nacionais. Logo, quer seja a nível interno (Angola) ou comunitário (CPLP), houve a necessidade de começarem a ser definidas as primeiras orientações para a Comunidade, no sentido de serem estendidos os domínios da cooperação para os Assuntos do Mar, em que as orientações políticas do Conselho de Ministros da CPLP, durante a I Reunião dos Ministros dos Assuntos do Mar da CPLP (21 de março de 2010), defenderam que:

“A "Estratégia da CPLP para os Oceanos" vem responder à necessidade de concentrar esforços entre os Estados-membros da CPLP, no sentido da elaboração de uma visão integrada, com vista a promover o desenvolvimento sustentável dos espaços oceânicos sob as suas respetivas jurisdições nacionais, inclusive por meio da cooperação internacional”218. Portanto, esta Estratégia deve representar essa nova orientação geoestratégica da Comunidade, nomeadamente, porque a definição de uma «Estratégia conjunta para os Mares da Lusofonia219» representa um instrumento essencial para a elaboração e implementação das políticas e estratégias setoriais no âmbito dos Assuntos do Mar, surgindo como um pilar para a consolidação dos "Grandes Objetivos Nacionais e Comunitários"220 (Bernardino & Leal,

218

Vide. Declaração Final da I Reunião dos Ministros dos Assuntos do Mar da CPLP.

219 No quadro da CPLP podem ser considerados como objetivos gerais para a Estratégia dos Mares da Lusofonia,

as seguintes metas: promover no seio dos Estados-membros os princípios estabelecidos na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar; Contribuir para uma boa gestão dos recursos e do desenvolvimento sustentável dos oceanos; Patrocinar a criação de áreas marinhas protegidas e jurisdição nos países da Comunidade; Promover medidas de compreensão e de adaptação à mudança do clima nas regiões costeiras; Contribuir para o reforço de uma rede de recursos humanos capacitada para desenvolver uma Política dos Oceanos integrada e promover medidas de aproveitamento económico dos recursos marinhos, incluindo parcerias multissetoriais. Os objetivos desta Estratégia dos Mares da Lusofonia abrangem e interligam os vários aspetos dos Assuntos do Mar.

220 De notar, que a Estratégia para os Oceanos aprovada no início de 2010 se encontra numa fase de estagnação,

fazendo com que as principais orientações e linhas de convergência político-diplomática sejam ainda pouco visíveis. Todavia, tendo em conta a diversidade das estruturas dos Estados que constituem a comunidade, fazendo com que as diretivas dos Assuntos do Mar sejam assumidas de formas diferentes e por instituições diferentes dentro de cada Estado-membro da Comunidade, admite-se que nesta fase inicial as tendências de convergência sejam menores, pois os países encontram-se numa fase de concertação de ordem interna no que toca aos Assuntos do Mar, de forma a posteriormente facilitar o seu tratamento neste fórum internacional.

150

2011, pp. 59-74). Esta Estratégia rege-se por princípios e objetivos transversais aos demais vetores da cooperação no seio da Comunidade, tal como a concertação político-diplomática, a fim de reforçar a presença nos vários contextos e domínios que envolvem o Mar.

Através da mesma, a Comunidade pretende coordenar as reuniões dos Ministérios responsáveis pelos assuntos marítimos, apoiados por um Secretariado e por equipas que asseguram o apoio técnico e a operacionalização das propostas e medidas adotadas; as posições dos Estados-membros nos fora internacionais relativamente ao mar; e constituir um Centro de Estudos Marítimos da CPLP – Plataforma de Partilha de Informação e Conhecimento do Mar – que integre as unidades de investigação dos centros de estudos universitários dos países, criando uma rede de informação e de compatibilização de dados a nível comunitário (Branco, 2013, ¶ 22). Face a essa realidade, tem aumentado nos últimos anos a aproximação política no âmbito dos Assuntos do Mar entre os países da CPLP, permitindo assim alargar a cooperação entre os países em diversas áreas de atividades, sendo que importa sublinhar as Conferências dos Ministros das Pescas da CPLP, o Iº Simpósio das Marinhas dos Países de Língua Portuguesa, o Iº Encontro de Portos da CPLP (Leixões, Portugal – 2008), o IIº Encontro de Portos da CPLP (Brasil – dezembro de 2009) e a II Reunião de Ministros dos Assuntos do Mar da CPLP (junho 2012); que vieram contribuir para o maior aprofundamento das relações destes Estados, em matérias que constituem interesse para as suas economias, onde se afigura importante continuar a reunir esforços para concretizar as ações acordadas nestes encontros (Branco, 2013, ¶ 22; Bernardino & Leal, 2011, p. 64).

Nesta ótica, a partilha de conhecimentos, recursos e de informações estratégicas, relacionadas com a utilização dos espaços marítimos e com o melhor aproveitamento deste espaço, surge como um fator fundamental de controlo dos mares e da respetiva salvaguarda do Interesse Nacional de cada Estado, dado que estes mecanismos associados aos instrumentos e aos sistemas regionais e supranacionais favorecem a segurança marítima e a proteção das pessoas e dos recursos naturais, nas regiões do seu interesse. Por isso e conforme aponta Luís Bernardino, parece de todo viável a criação de um "Observatório de Informações Estratégicas Marítimas" (OIEM), já previsto na Estratégia para os Oceanos da CPLP, a fim de estabelecer as capacidades necessárias em cada Estado-membro e partilhar informação estratégica no quadro comunitário (2011a, pp. 41-65). Esta partilha deverá ser conseguida através de uma base de dados integrada em outras redes regionais e internacionais, que permita a integração dos países em redes e sistemas regionais complementares, gerando

151

conhecimento e contribuindo para o desenvolvimento dos sistemas de autoridade e segurança marítima.

De igual modo, é necessário dispor de uma Estratégia para os Assuntos do Mar para que seja possível explorar, proteger e preservar os seus recursos, tornando-se importante aprofundar o conhecimento das ciências e das técnicas relativas ao Mar, uma vez que esse conhecimento possibilita apoiar continuamente as operações navais de forma eficaz (Branco, 2013, ¶ 26). Nesta conformidade, a Comunidade tem o papel de continuar a desenvolver estratégias de cooperação em múltiplos domínios, em particular na vertente da Segurança e defesa marítima, no intuito de contribuir para o desenvolvimento sustentável e sustentado dos Estados-membros, dado a concertação político-diplomática no plano internacional a nível da CPLP se encontrar desde muito cedo ligada à vertente marítima. Foram criados mecanismos e órgãos específicos como as Reuniões de Ministros dos Assuntos do Mar da CPLP, o Secretariado Técnico Permanente para os Assuntos do Mar (STPAM), entre outros organismos para a prossecução dos interesses marítimos da Comunidade, quer a nível isolado como em conjunto.

No seio da CPLP, a vertente da cooperação no setor da Segurança e Defesa marítimas tem contribuído para a consolidação de estruturas dentro dos Estados e o fortalecimento de Alianças, designadamente através da CTM, aspeto que mereceria só por si uma outra reflexão num contexto mais alargado da estratégia nacional de cooperação (Bernardino & Leal, 2011, p. 25). Para Angola, a CPLP e os seus países-membros têm sido o grande suporte da sua afirmação internacional, especialmente no âmbito económico e securitário. Deste modo, a cooperação no domínio da Segurança e da Defesa marítima constituí um assunto de extrema importância, por ser ainda um assunto pouco discutido no seio da sociedade angolana e por ser uma componente que o país tem procurado desenvolver no quadro das reformas das FAA.

A vertente da cooperação da área da Defesa, no quadro da comunidade, permite a Angola fortalecer os seus mecanismos de cooperação estratégica bimultilateral, bem como ajuda na criação de capacidades que contribuem internamente para o fortalecimento do African Ownership ou no caso para o Angolan Ownership (idem, p. 600). Posto isto, a aposta no aprofundamento da cooperação em matéria de defesa e a operacionalização da vertente marítima da Comunidade por via da sua «Estratégia para os Oceanos da CPLP», aprovada em 2010, coloca a CPLP numa posição privilegiada para contribuir para a segurança do Atlântico Sul (Branco, 2013, ¶ 21), daí que as relações mantidas no seio da comunidade, mais

152

concretamente do «triângulo estratégico Portugal – Angola – Brasil», têm assumido certa importância para a afirmação e o desenvolvimento de Angola.

Neste contexto quanto à cooperação técnico-científica nos Assuntos do Mar, a inserção de Angola neste fórum comunitário serve como uma «alavanca» para o setor marítimo, merecendo por isso algum destaque nos fora internacionais relacionados com o Mar e com a respetiva exploração dos recursos marinhos. No âmbito da partilha de conhecimentos, tecnologias e meios científicos, a relação mantida com estes países em prol do desenvolvimento do setor marítimo-portuário angolano é essencial, muito mais quando se observa o fosso existente entre Angola e estes dois países no âmbito dos Assuntos do Mar em geral e das C&T do Mar em particular, porquanto não existe desenvolvimento neste setor quanto a equipamentos, meios e tecnologias que permitam conhecer e ocupar o mar221. Também no processo de «submissão da proposta de extensão da plataforma continental» que deverá ser apresentado à Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC) da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), o apoio destes países tem sido essencial para a sua execução, por se tratar de um projeto muito dispendioso e complexo, sobretudo pelo envolvimento de meios tecnológicos, para a identificação dos espaços marítimos, elaboração jurídica do processo de candidatura, fazendo com que as sinergias de cooperação movidas dentro deste triângulo seja uma prioridade nas dinâmicas de desenvolvimento de Angola (Bernardino, 2011a, p. 54).

Poderá então afirmar-se que, no plano científico e dos projetos no âmbito da CTM, as relações mantidas com Portugal222 (Fonseca & Duarte, 2010, p. 225) são fundamentais, nomeadamente porque Portugal tem contribuído para o desenvolvimento das capacidades angolanas em matéria de segurança marítima e da autoridade do Estado no mar a vários níveis, onde se incluem: a elaboração de documentos conceptuais e legislação; o apoio à organização das estruturas superiores; a formação e transferência de tecnologia; a qualificação de recursos humanos em Portugal ou localmente; e entre outras áreas essenciais para a maior expansão da maritimidade angolana (Branco, 2012, ¶ 31). Angola com o apoio de Portugal tem assim apostado na formação e no desenvolvimento de infraestruturas marítimas, principalmente, porque sem uma formação exigente, meios adequados e uma

221 Esta estratégia baseia-se sobretudo nas políticas nacionais de cada Estado-membro e numa visão integral de

união e de partilha, representando uma oportunidade para a cooperação internacional em domínios fundamentais que podem contribuir no desenvolvimento nacional.

222 Portugal pode levar os seus conhecimentos e experiência nos campos da delimitação da investigação

oceanográfica e hidrográfica, do aproveitamento e extensão de espaços marítimos e de preservação das suas espécies, prevenção e combate à poluição, oferecendo assim um vasto domínio de cooperação.

153

consciencialização profunda da importância do mar para o desenvolvimento nacional, não é possível explorar os inúmeros benefícios que o mar proporciona a um país.

No outro lado do triângulo, a relação com o Brasil vem não só estreitar as relações Sul-Sul, historicamente mantidas entre os dois países, como fortalecer a lusofonia, que surge como um elemento essencial no panorama da segurança internacional, tendo em conta a sua importância no quadro e o papel que desempenha no âmbito da ZOPACAS, em concordância com as diretrizes do "Plano de Acção de Luanda" (Guerra, 2010, pp. 74-75). Este espaço constitui-se numa plataforma inter-regional de desenvolvimento, paz e de segurança no Atlântico Sul, em ordem a colmatar as necessidades de Segurança e Defesa dos Estados da Zona. Neste contexto, no âmbito da indústria marítima, o Brasil representa um centro por excelência de captação de investimento para a formação de um "clusters marítimo"223 a nível nacional e do Atlântico Sul, sobretudo pelo seu avanço nas matérias ligadas à Economia do Mar. Portanto, em todos os setores da "Economia do Mar" existe um enorme potencial por explorar, assim como um extenso quadro de oportunidades em termos de cooperação política, militar, económica científica e ambiental com o exterior, nomeadamente com o Brasil e com Portugal.

223 A constituição de um «cluster lusófono» representa um objetivo ambicioso e uma oportunidade que poderá

revelar-se vantajosa, onde a capacidade tecnológica do Brasil, o conhecimento científico de Portugal e a atual ascensão de Angola na sub-região da África Austral delimitam um triângulo estratégico e constituem uma oportunidade para toda a Comunidade.

154

No documento Doutoramento (páginas 147-154)