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Categoria E 1: Preocupação ao nível da supervisão pedagógica na

CAPÍTULO V – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

5.5. E – Contributo do diretor

5.5.1. Categoria E 1: Preocupação ao nível da supervisão pedagógica na

Esta dimensão dá-nos conta que a preocupação sentida no domínio da supervisão pedagógica ao nível do diretor é asseverada pelo consenso geral dos inquiridos, de darem mais responsabilidade e valorizarem as lideranças intermédias.

Nesta continuidade aferimos também, o papel pertinente que o conselho pedagógico realiza no domínio da supervisão. Prova disso é a resposta de metade dos inquiridos.

Por fim, a valorização “do diretor de turma” apresenta-se também como um fator importante na realização da supervisão pedagógica, na resposta de dois entrevistados (ver quadro 18).

Subcategorias N.º de Frequência

Mais responsabilidades das lideranças intermédias 6

Valorizar o conselho pedagógico como órgão

fundamental da escola 3

Valorizar o diretor de turma 2

Quadro 18 – Preocupação ao nível da supervisão pedagógica

De seguida, poderemos verificar as transcrições mais pertinentes manifestadas pelos entrevistados ao nível da supervisão pedagógica:

“… há uma série de competências que são delegadas nos coordenadores e há que fazer ver aos coordenadores que as tem de levar a bom porto, porque são os coordenadores que têm também a função de supervisão pedagógica (…). E essa é uma grande dificuldade em muitas escolas, porque os colegas não gostam de exercer a supervisão sobre ninguém…” A3.

“… Quando falo de gestão intermédia, falo de coordenação, mas falo especialmente dos diretores de turma, que do meu ponto de vista são as pessoas mais importantes da escola, são aquelas que conhecem melhor os alunos e que fazem a ligação entre alunos e os encarregados de educação e a própria escola (…) um bom diretor de turma pode fazer a diferença…” A2.

“… Especialmente nos coordenadores departamento (…) é uma das áreas que é preciso reforçar o trabalho deles. Eles têm de ter a noção que de facto têm de fazer um trabalho de supervisão pedagógica (…) acho que se alheiam um bocadinho da responsabilidade que têm como lideranças intermédias…” A5.

“Há de facto uma tendência, que eu tenho que seja crescente no sentido de que os coordenadores de departamento desempenhem a sua atividade, exatamente como sendo supervisores de um conjunto alargado de grupos disciplinares” A6.

“… o pedagógico é muito importante porque obviamente é sempre um órgão que ajuda o diretor nas decisões de caráter pedagógico…” A1.

“O conselho pedagógico é o órgão fundamental da escola. É aí que todas as questões de natureza política, e da educação, são discutidas, debatidas e as decisões são quase sempre tomadas (…) e é o órgão onde nós investimos…” A2.

“… Preocupo-me acima de tudo com os vários representantes do conselho pedagógico, (…) porque se é um órgão técnico-pedagógico devem ter competências técnico pedagógicas (…) quando os diversos coordenadores chegam ao conselho pedagógico (…) já houve um trabalho, já não é só a opinião dele que vai ali, mas já foi debatida, já foi analisada, nos vários departamentos…” A4.

“… e depois nomeadamente nas coordenações de departamento, nas coordenações de ciclo (…) diretor de turma…” A1.

“Sobretudo responsabilizar cada órgão intermédio e depois cada profissional por si. E fazer sentir que aquele problema (…) é um problema de toda a escola” A6.

Como chave elucidativa do panorama atual da supervisão pedagógica, leva-nos a inferir que o diretor concentra cada vez mais, a delegação destes poderes a nível das estruturas intermédias. Isto é bem evidente no proferido por A3, “… há uma série de

competências que são delegadas nos coordenadores e há que fazer ver aos coordenadores que as têm de levar a bom porto, porque são os coordenadores que têm também a função de supervisão pedagógica”.

Similarmente, a republicação do Decreto-lei nº 75/2008, de 22 de abril, continua a dar ênfase às estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, no sentido de asseverarem a coordenação, supervisão e acompanhamento das atividades escolares, fomentando o trabalho colaborativo, em cooperação com o diretor.

Também Oliveira (2000) defende que “o desenvolvimento da autonomia da escola passa pela atribuição de poderes de liderança e decisão aos actores educativos

Por outro lado, “cabe genericamente aos gestores intermédios o acompanhamento e supervisão de um conjunto de projectos e actividades” (Oliveira, 2000, p. 48). E será através dessa supervisão que poderão identificar os aspetos menos positivos do sistema educativo, atuando de forma a promoverem medidas conducentes à promoção de um ensino pedagógico mais reflexivo e eficaz.

Posto isto, poderemos aludir que as estruturas de gestão intermédia na organização escolar desempenham um papel fundamental, afigurando-se como potenciadoras da melhoria de eficácia das escolas.

Nesta sequência, entendemos que, a preocupação dos diretores, vai no sentido de motivar e reforçar o desempenho dos supervisores, testemunho disso, sobressai, numa parte citada por A5, “é uma das áreas que é preciso reforçar o trabalho deles. Eles têm

de ter a noção que de facto têm de fazer um trabalho de supervisão pedagógica”.

É também notória, na maioria das falas dos inquiridos a valorização e a partilha de responsabilidade por outras estruturas e elementos da escola, tais como: conselho pedagógico, diretores de turma e cada profissional por si próprio, envolvendo-os assim nas tomadas de decisões de teor pedagógico.

Realçamos o papel do conselho pedagógico, que nos é apresentado, no Decreto- -lei n.º 75/ 2008, de 22 de abril, como o órgão de coordenação e supervisão pedagógica e orientação educativa do agrupamento de escolas, detendo-se com uma vasta gama de competências de foro pedagógico.

O inquirido A2 retrata bem a importância do conselho pedagógico ao expor-nos que “o conselho pedagógico é o órgão fundamental da escola. É aí que todas as

questões de natureza política, e da educação, são discutidas, debatidas e as decisões são quase sempre tomadas (…) e é o órgão onde nós investimos”.

Desta forma podemos inferir que os dirigentes da escola se preocupam em dinamizar e cultivar a supervisão pedagógica nas suas organizações educativas, assentes em princípios de participação, partilha e colaboração. Inovando e refletindo sobre as práticas de desenvolvimento de um trabalho colaborativo com vista à sua eficácia e eficiência, contribuindo assim para a melhoria da qualidade do ensino.

5.5.2. Categoria E 2: Maiores desafios com que se confrontam os