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Cenários ou alternativas de gerenciamento – Módulo 2

4. METODOLOGIA

4.3. Metodologia de pesquisa adotada

4.3.2. Cenários ou alternativas de gerenciamento – Módulo 2

Na construção dos cenários a situação atual ou inicial deve ser analisada para identificação dos elementos chave que fazem parte do sistema de manejo de resíduos. O pro-cesso decisório é feito com base na análise e avaliação de diferentes cenários de gerenciamen-to de resíduos sólidos. Na construção dos outros cenários ou alternativas de gerenciamengerenciamen-to foram consideradas as diferentes opções de coleta, reciclagem e tratamento dos resíduos sóli-dos. Primeiro foi construído o cenário inicial ou atual, chamado de Cenário BASE. Para a montagem deste cenário considerou-se a situação do sistema de gerenciamento aplicado em Porto Alegre no ano 2011, conforme apresentado na Figura 4.2.

Figura 4.2 – Cenário BASE para Porto Alegre (ano de 2011 – porcentual em massa)

para Porto Alegre no ano de 2011. Uma descrição detalhada do sistema atual de Porto Alegre está no Capítulo 5 deste trabalho.

Tendo como referência este Cenário BASE, os respondentes ao questionário (os painelistas, decisores ou atores) foram provocados a sugerir outros cenários de gerenciamento de resíduos para Porto Alegre. Para isso foi enviado por correio eletrônico uma planilha ele-trônica estruturada em Excel para que os atores definissem seu cenário futuro ou alternativa de gerenciamento de RSU desejável. Esta planilha (Figura 4.3) foi enviada juntamente com o Cenário BASE, para servir como modelo, e um texto explicando o objetivo da pesquisa e for-necendo orientações para o preenchimento. O texto explicativo enviado aos atores está no Apêndice A (A.1 – Orientações).

Figura 4.3 – Modelo enviado aos atores sociais para sugestão de novos Cenários

Na ferramenta de pesquisa, a planilha estruturada em Excel, os atores sugeriram porcentuais em massa dos RSU que iriam para cada tipo de coleta ou de tratamento. Como padrão inicial na planilha está coleta de 100% pela “Coleta de Rejeitos”, ou seja, sem nenhum tipo de coleta seletiva ou segregada, sendo estes 100% dos RSU encaminhados para aterro sanitário (ver Figura 4.3). Os atores sociais convidados a participar da construção dos cenários

tinham que preencher as nove células destacadas em amarelo, sendo que a partir daí todas as outras células foram preenchidas automaticamente pela programação feita pelo autor.

Os atores foram orientados a preencher a planilha da esquerda para a direita e de cima para baixo, pois nesta ordem a planilha foi concebida e nesta ordem se dá o fluxo de massa no sistema do fluxograma.

Assim, primeiro os atores preenchiam o porcentual de RSU a ser coletado por sis-tema tipo blue box, ou seja, por tipo de material separado na origem e encaminhado direto á reciclagem sem passar por unidade de triagem ou separação. Neste caso também indicavam o número de frações ou tipos de resíduos a serem coletados por este sistema.

Em seguida era feito o preenchimento da porcentagem de RSU coletados pelo sis-tema de coleta seletiva de resíduos recicláveis ou secos. Na sequência, deveria ser informada a porcentagem de resíduos orgânicos (resíduos verdes ou restos de alimentos) coletados sele-tivamente. A planilha calculava automaticamente e dispunha o porcentual restante de RSU a ser coletado pelo sistema de coleta de rejeitos ou resíduos não separados.

O preenchimento das células ficou sob o livre julgamento de cada ator convidado, mas em cada uma das células havia um limitador máximo. No caso da coleta por tipo de resí-duo o máximo era 5%, com base em sistemas similares utilizados na Europa (McDougall et al., 2001) e para as coletas seletiva de recicláveis secos e de orgânicos, os limites eram res-pectivamente de 30% e 47%, que corresponde às quantidades máximas dessas frações presen-tes nos RSU de Porto Alegre conforme caracterização de 2011 (ver Capítulo 5).

Definido o sistema de coleta os atores deveriam definir os tipos e as porcentagens encaminhadas para cada forma de tratamento ou pré-tratamento. Como possibilidades de tra-tamento foram disponibilizadas as formas mais utilizadas e consolidadas utilizadas no Brasil e no mundo, com base na revisão bibliográfica feita. Assim, as possibilidades incluem triagem de resíduos seletivos secos, triagem de resíduos misturados (ou também aqui chamados de rejeitos), digestão anaeróbia, compostagem, CDR e incineração.

Na definição pelos atores dos tipos tratamento e quantidade de RSU enviados para cada tipo, em porcentagem, era feita pelo preenchimento das cinco células amarelas da parte intermediária da planilha da Figura 4.3. Também aqui havia um limitador que não permitia que o respondente do questionário colocasse um valor maior que a quantidade de resíduos efetivamente disponível.

quantidades de rejeitos e quantidades biodegradadas (nos processos biológicos) ou gaseifica-das (na incineração e CDR) foram previamente definigaseifica-das na planilha com base na experiência atual de Porto Alegre e na literatura (McDougall et al., 2001 e Den Boer et al., 2005a).

A parte da direita da planilha, “destinação final”, apresenta uma síntese do cenário proposto pelo autor em termos de totais de resíduos a serem dispostos em aterro sanitário, quantidade de materiais reaproveitada ou reciclada, quantidade de resíduos que se transforma-ram em gases (por biodegradação, combustão ou simplesmente perda de unidade).

A planilha foi enviada bloqueada aos atores, de modo que os mesmos só poderiam alterar ou incluir valores nas nove células amarelas já comentadas. Para ajudar o preenchi-mento por parte dos atores, em cada uma das células ou tipos de tratapreenchi-mento apareciam expli-cações e definições para colaborar com a compreensão dos atores no momento do preenchi-mento do instrupreenchi-mento de pesquisa.

Foi solicitado que os autores sugerissem dois cenários, um chamado de Cenário Otimista, onde deveriam considerar que esta seria a melhor solução para o município na visão do entrevistado, considerando a sustentabilidade do sistema (ambiental, econômica e social) e um outro chamado de Cenário Provável, que na visão do ator social seria a solução mais pro-vável a ser adotada em Porto Alegre (a visão pessimista).

Juntamente com o envio do questionário para levantamento e construção dos no-vos cenários, no mesmo arquivo Excel, foi enviado também um questionário para que os ato-res sociais sugerissem pesos relativos para os indicadoato-res de sustentabilidade a serem utiliza-dos do Módulo 4 da pesquisa, a etapa de AICV.

Os questionários para definição dos novos cenários foram enviados na primeira semana de novembro de 2012 e foram recebidos em devolução até o final de dezembro do mesmo ano. Após esta data foi feita a tabulação dos resultados (que estão apresentados no Capítulo 6). Foram estabelecidos oito cenários, sendo um deles o Cenário BASE (correspon-dendo ao modelo atual de gerenciamento de RSU adotado em Porto Alegre), mais quatro nários da sistematização das respostas dos atores sociais convidados, sendo os outros três ce-nários construídos e inseridos pelo Autor da pesquisa.

Os oito cenários construídos foram nomeados, tendo os resultados sistematizados em termos de quantitativos porcentuais em cada tipo de coleta e em cada tipo de tratamento, sendo estes resultados colocados em tabelas e gráficos e enviados novamente, em março de 2013, para que os atores sociais fizessem a hierarquização dos cenários, com base na sua

ava-liação pessoal. O questionário de envio aos atores com as instruções de preenchimento da segunda participação está apresentado no Apêndice B. Os atores ordenaram os cenários se-gundo sua avaliação pessoal, sendo estes resultados sistematizados pelo autor.

Neste segundo questionário enviado aos atores sociais foram incluídas duas per-guntas sobre o nível de conteinerização dos tipos de coleta, onde os atores sugeriam porcentu-ais de conteinerização (automatização) das coletas seletivas de recicláveis e de orgânicos e da coleta de rejeitos e ou de resíduos misturados. A outra pergunta era sobre o nível de mecani-zação a ser utilizado nas unidades de triagem de resíduos seletivos secos e de triagem de resí-duos misturados (rejeitos). As perguntas feitas estão apresentadas no Apêndice B. Estas duas informações coletadas neste instrumento de pesquisa foram utilizados no Módulo 4 de AICV, para cálculo dos indicadores ambientais, econômicos e sociais.