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4. METODOLOGIA

4.3. Metodologia de pesquisa adotada

4.3.5. Tomada de decisão – Módulo 5

aplicada para testagem da hipótese de pesquisa não será de tomada de decisão, mas de apoio a processo de tomada de decisão na definição de sistemas integrados de gerenciamento de resí-duos sólidos urbanos. Portanto, a metodologia não resultará ou apontará um sistema ótimo, mas será do tipo “se fizer isso” o “resultado será este”, ou seja, traduzirá em números, os indi-cadores e índices, os impactos decorrentes de determinados cenários futuros que possam vir a ser adotados, facilitando aos tomadores de decisão a escolha do sistema mais adequado para a realidade local.

No Módulo 5 desta pesquisa (a Tomada de Decisão) os resultados finais da etapa de AICV foram sistematizados e analisados. Com base nos pesos atribuídos pelos atores aos indicadores de sustentabilidade dos diferentes cenários de gerenciamento de resíduos sólidos, os cenários ou alternativas foram hierarquizados em termos de sustentabilidade (por meio do cálculo dos indicadores e dos subíndices ambientais, econômicos e sociais).

Para cada cenário foi feita a representação gráfica do fluxo de resíduos no cenário, os resultados gráficos dos indicadores de impacto da AICV e o resultado gráfico para os cená-rios do impacto relativo global para os três aspectos da sustentabilidade (a representação grá-fica normalizada para impactos ambientais, econômicos e sociais por meio dos respectivos subíndices).

A hierarquização da sustentabilidade dos cenários foi realizada de duas maneiras: uma pela “percepção” dos atores e outra por meio da aplicação dos indicadores e índices da AICV.

Na primeira etapa foi enviada aos atores sociais a comparação dos cenários com base somente no fluxo de massa dos resíduos em termos de tipos de coleta, tipos de tratamen-to e destinação final (no Apêndice B mostra-se a sistematização dos dados enviados e o ques-tionário aplicado). Esta hierarquização feita pelos atores baseou-se na opinião pessoal e no “sentimento ou percepção” dos atores envolvidos na pesquisa.

A metodologia de AICV foi aplicada aos resultados ambientais do inventário do ciclo de vida e aos dados econômicos e sociais. Os resultados foram analisados e sistematiza-dos tanto em planilhas como em gráficos comparativos. Os seguintes subíndices, com os indi-cadores envolvidos, foram construídos para apoiar a tomada de decisão sobre a hierarquização dos cenários em termos de sustentabilidade:

 Subíndice de sustentabilidade ambiental:  mudanças climáticas;

 toxicidade humana;

 formação de foto-oxidantes;  acidificação;

 eutrofização;  uso de energia;

 disposição de recicláveis secos em aterro sanitário;  disposição de recicláveis orgânicos em aterro sanitário.  Subíndice de sustentabilidade econômica:

 custo por tonelada;  custo por domicílio;  custo por habitante;

 % do orçamento da PMPA;  % do salário mínimo;  relação receita e despesa.  Subíndice de sustentabilidade social:

 odor;  impacto visual;  conveniência;  espaço urbano;  espaço privado;  complexidade;

 qualidade dos empregos;  quantidade de empregos;  taxa de recuperação.

Os três subíndices foram calculados pela seguinte equação geral:

onde:

SI = subíndice calculado (ambiental, econômico ou social); Indi = valor calculado e normalizado (entre 0 e 1) do indicador i; pi = peso do indicador i;

Os pesos dos indicadores utilizados no cálculo dos subíndices foram as médias dos valores apontados pelos atores sociais.

Primeiramente foram calculados os subíndices de sustentabilidade ambiental, eco-nômica e social. Os indicadores sociais já foram calculados de maneira a resultar em valores variando entre 0 (zero) e 1 (um), sendo 0 a melhor situação e 1 a pior.

Como os indicadores ambientais e econômicos têm unidades e ordens de grandeza diferentes entre si, para poder ser feita a comparação entre eles e a construção do subíndice ambiental e do subíndice econômico, estes indicadores foram novamente agregados a valores entre 0 e 1, sendo que para cada indicador o valor 0 foi atribuído ao cenário com o menor va-lor, e o valor 1 ao cenário de maior vava-lor, fazendo-se uma distribuição linear para os demais cenários.

Finalmente, resumindo ainda mais a informação, construiu-se um índice de sus-tentabilidade geral, permitindo assim uma hierarquização final dos cenários avaliados. Este índice foi calculado pela média ponderada dos três subíndices (ambiental, econômico e soci-al), sendo os pesos desta ponderação também definidos pelos atores sociais, conforme equa-ção a seguir:

1 3 onde:

ISG = índice de sustentabilidade geral; SIi = subíndice i;

psi = peso do subíndice i;

3 = número de subíndices que compõem o índice geral.

A proposição destes índices e subíndices tem como objetivo resultar em uma hie-rarquização mais simplificada das alternativas avaliados, facilitando a visualização por parte dos tomadores de decisão. Embora exista perda de objetividade e de confiança nas informa-ções (em relação a análise dos indicadores, por exemplo), como apontado por Stypka (2005) e McDougall et al. (2001), há ganhos em relação a visualização e entendimento dos decisores.

Salienta-se que, ao contrário dos indicadores, estes índices e subíndices não têm qualquer significado físico, servindo apenas para resumir informação e facilitar a comparação entre cenários.

Os cenários hierarquizados segundo os índices de sustentabilidade geral calcula-dos foram submeticalcula-dos uma última vez à análise calcula-dos Atores DMLU para validação final da ordenação dos cenários.

Esta validação da hierarquização final dos cenários foi submetida em reunião com os Atores do DMLU, realizada em junho de 2013 na sede do DMLU em Porto Alegre, com a participação de 13 decisores, entre técnicos da instituição que participaram da pesquisa, bem como do corpo diretivo do Departamento. A apresentação foi feita em PowerPoint em uma oficina realizada no auditório do DMLU, sendo as informações fornecidas aos decisores as constantes do Apêndice H.