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3.4 – LEGISLAÇÃO E AÇÕES RELACIONADAS COM AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E COM O TURISMO ACESSÍVEL

COMISSÃO EUROPEIA

1997 Manual sobre Como Tornar a Europa Acessível para Turistas com Deficiência (Making Europe Accessible for Tourists with Disabilities), que se relaciona, também, com a criação do Conceito Europeu de Acessibilidade, no ano anterior.

2006 Criação da ENAT (European Network for Accessible Tourism), uma rede europeia para o Turismo Acessível com o objetivo de implementar as acessibilidades no setor turístico europeu. Este projeto foi financiado, nos dois primeiros anos, pela Comissão Europeia e é uma das organizações mais ativas relacionadas com o Turismo Acessível.

2013 Realização, em Bruxelas, nos dias 2 e 3 de dezembro, de uma Conferência sobre o Turismo Acessível, organizada pela Comissão Europeia e o Fórum Europeu para a Deficiência, tendo sido apresentados exemplos de boas práticas e soluções para as barreiras existentes; debateram-se, ainda, questões relacionadas com os aspetos políticos e económicos na eliminação das barreiras.

2014 Realização, no dia 9 de setembro, da Conferência Mind the Acessibility Gap, organizada pela ENAT. O tema da formação foi bastante debatido; a empresa portuguesa Perfil apresentou um projeto para dotar os profissionais de turismo das competências adequadas.

Realização, no dia 19 novembro, em San Marino, da Primeira Conferência Europeia sobre Turismo Acessível.

PORTUGAL 2012 Resolução da Assembleia da República nº 131, de 21 de setembro, onde se recomenda desenvolver um turismo atento às necessidades dos

viajantes portadores de deficiência e das pessoas com mobilidade reduzida.

Resolução da Assembleia da República nº 132, de 21 de setembro onde se recomenda ao Governo que, no prazo de um ano, se proceda ao

desenvolvimento de uma estratégia integrada que promova o Turismo

acessível ou Turismo para todos em Portugal.

2013 Inclusão no Plano Estratégico Nacional de Turismo 2013-2015 destas preocupações com o turismo acessível, como está patente no Ponto 4, alínea h) deste documento.

2014 Publicação da Norma Portuguesa NP 4523 sobre Turismo Acessível em Estabelecimentos Hoteleiros, em resultado do trabalho desenvolvido pela Comissão Técnica 144 – Serviços turísticos.84

Realização, em março, na cidade de Viseu85 da Conferência Internacional de Turismo Acessível, organizada pelo Turismo Centro de Portugal e o Turismo de Portugal.

Realização, em julho, da Reunião Informal sobre Turismo Acessível e Inclusivo em Portugal, organizado pelo Turismo de Portugal, onde se emcontraram vários players do turismo nacional.

Realização, em Lisboa e no Algarve, respetivamente nos dias 13 e 14 de novembro, de uma sessão técnica organizada pelo Turismo de Portugal e pela ENAT, intitulada Turismo Acessível na Europa e em Portugal – pistas e desafios.

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Muitas organizações internacionais vão dando a sua contribuição para a eliminação das barreiras que ostracizam as pessoas com deficiência, como, por exemplo, a International Organization for Standartization (ISO)86, que em 2011 publicou a norma ISO 21542 onde são apresentados os requisitos e recomendações relativamente à acessibilidade no acesso e circulação nos edifícios. Há um longo caminho percorrido desde a Declaração dos Direitos Humanos, em 1948, até aos nossos dias, no sentido de eliminar a discriminação para com as pessoas com deficiência. Hoje, procura-se atingir a sua integração em todos os aspetos da sociedade, o que se manifesta também na atividade turística, na qual se reconhece a importância destas pessoas como potenciais clientes, a quem devem ser fornecidas as condições indispensáveis para uma experiência agradável e enriquecedora.87

Para além das múltiplas ações acima referidas, ao nível mundial, europeu ou nacional, tanto na esfera pública como privada, verificamos que se foram desenvolvendo projetos paralelos no intuito, por um lado, de garantir a existência das acessibilidades e, por outro, de proceder a uma classificação dessas mesmas acessibilidades. Tal classificação revela-se importantíssima, pois dela depende a correta informação que se possa transmitir sobre as acessibilidades num determinado espaço – que poderá ser um destino turístico –, criando uma atmosfera de uniformização e segurança. Em Portugal, encontramos também alguns desses projetos, como iremos ver de seguida.

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Esta organização, fundada em 1946 em Genebra e hoje com 165 membros, é uma organização independente e não-governamental que procura introduzir normas universais de padronização.

87 Estamos cientes que o Turismo Acessível não se dirige apenas para as pessoas com deficiência, como

está bem explicito no ponto 3.6.1 – O perfil dos visitantes, que apresentaremos no decorrer deste trabalho.

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3.5 – PROJETOS CERTIFICADORES DA ACESSIBILIDADE EM PORTUGAL

Uma das funções das organizações que trabalham na área das acessibilidades tem sido a atribuição de certificações, garantindo que determinado edifício ou serviço cumpre as normas previstas na lei. Consideramos este trabalho de capital importância, porque é uma garantia de qualidade e, ao mesmo tempo, pode funcionar como um incentivo para os empresários, que podem exibir os documentos de certificação, tornados uma mais-valia para o seu negócio e um estímulo para fazer mais e melhor.

O projeto designado SELO ACESSO, desenvolvido pela Fundação Liga, inicialmente, em parceria com o Centro Português do Design, conta com o apoio da EIDD88 (Design for All

Europe), e tem a seguinte apresentação gráfica:

Figura 18 – Selo Acesso

Fonte: Fundação Liga

O projeto, do qual o selo é a expressão gráfica e simultaneamente galardão, pretende analisar a qualidade das diferentes formas de acesso e propor as melhorias necessárias à excelência na acessibilidade. Os objetivos do projeto definem-se da seguinte forma:

1. identificar as condições e caraterísticas de acessibilidade fisica, comunicacional e informacional;

88 EIDD – Design for All Europe é a plataforma europeia comum para urbanistas, arquitetos, designers e

outros que acreditam que as suas competências podem desempenhar um papel vital na transformação das nossas sociedades em outras mais coesas, inovadoras e sustentáveis. Com organizações-membros em 22 países europeus e um conceito que atrai um crescente interesse em todo o mundo, propõe-se mudar mentalidades, explorando as potencialidades do design e mostrando como pode melhorar a vida de todos.