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4.3 – RECOLHA DE DADOS

B) Informação Qualitativa: ● Entrevistas

No decorrer desta investigação procedemos à realização de entrevistas semiestruturadas a vários agentes envolvidos no processo turístico, bem como a visitantes em cadeira de rodas que fizessem, pelo menos, um meio-dia de visita de cidade em Lisboa, sendo acompanhados nessa visita pela própria investigadora.

Para além de 3 entrevistas exploratórias, cuja transcrição encontramos no início do Anexo I, conduzimos as seguintes entrevistas116, realizadas ao longo do ano 2012 e início de 2013:

a) a Visitantes em cadeiras de rodas (10, no total, sendo 4 a turistas e 6 a visitantes do dia);

b) ao nível da Hotelaria (2 elementos da direção e 10 rececionistas, tentando abranger hotéis de várias categorias e diferentes localizações na cidade);

c) a Acompanhantes de Turismo Acessível (2 informadores privilegiados, um transmitindo a perspetiva da oferta, outro a perspetiva da procura);

d) em Restaurantes (3, localizados no centro da cidade, pelo facto de esta ser considerada como uma área preferencial ligada à restauração);

e) a Motoristas de Turismo (10 motoristas de autocarro de turismo e 2 motoristas especializados, por conduzirem autocarros de turismo adaptado);

115Os visitantes sobre os quais este estudo se debruça viajavam normalmente acompanhados, tendo a

investigadora, por vezes, sentido que os acompanhantes mostravam mais relutância em responder às suas questões do que os próprios visitantes em cadeira de rodas.

116 Algumas destas entrevistas foram precedidas de um contacto inicial e marcação, como, por exemplo,

as entidades oficiais e privadas (CML, Turismo Portugal, ATL, Fundação Liga), as agências de viagem, direção de hotéis, responsáveis de restaurantes, e ainda um dos acompanhantes de Turismo Acessível. As outras foram realizadas de modo esporádico e aleatório, conforme surgia a oportunidade. No caso dos motoristas de turismo, as entrevistas foram realizadas no local de trabalho dos mesmos, o mesmo ocorrendo com os rececionistas. No caso destes últimos, houve apenas necessidade de esperar por algum tempo livre ao nível do seu trabalho; nesse sentido, escolhemos para as entrevistas um horário a meio do dia, visto que de manhã se processa o «pico» das saídas e à tarde o das chegadas.

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f) em Agências de Viagem (4, sendo uma delas especializada em Turismo Acessível, 1 especializada em turismo de cruzeiro, 1 em turismo religioso e ainda 1 sem tipologia específica);

g) a diversas Entidades Oficiais: Câmara Municipal de Lisboa (Núcleo de Acessibilidade), Turismo de Portugal e a Associação de Turismo de Lisboa (ATL);

h) outras Entidades: Fundação Liga.

Gostaríamos ainda de chamar a atenção para a forma pouco convencional como se realizaram as 10 entrevistas em profundidade a visitantes estrangeiros em cadeira de rodas. Segundo Guerra (2006, p. 60), as entrevistas “devem ser realizadas preferencialmente num lugar neutro, ou pelo menos de fácil controlo pelo informador”, pois isso coloca o entrevistado mais à vontade. No caso das entrevistas que realizámos, verificou-se exatamente o oposto, pois era o entrevistador que estava no seu «espaço de conforto», sendo a única grande dificuldade o acesso aos informadores. Usando da faculdade de ser guia-intérprete profissional, a autora abordou esses potenciais entrevistados oferecendo-se para os acompanhar durante a sua estada em Lisboa, a fim de, em paralelo, se aperceber das suas dificuldades, o que, de qualquer modo, resultou na obtenção de uma amostra por conveniência (neste caso, uma conveniência de ambas as partes).

A angariação obedeceu a modelos diversos: no caso de estarmos prevenidos, por algum rececionista, da presença de visitantes com incapacidades, abordávamo-los à saída do hotel; os visitantes que chegavam em cruzeiro eram contactados durante o desembarque; e ainda, em algumas ocasiões, aconteceu que os nossos caminhos se cruzaram fortuitamente, no meio da cidade. Uma vez estabelecido o contacto inicial, propúnhamos acompanhá-los, a título gracioso, guiando-os até aos espaços habitualmente mais apetecidos pelos turistas em Lisboa. Esta iniciativa, uma vez ultrapassada a barreira inicial de defesa da privacidade – e natural desconfiança – foi geralmente bem acolhida, dispondo-se os visitantes, de bom grado, a contribuir com as suas opiniões para esta Tese.

Estas entrevistas abarcam diversas realidades: alguns entrevistados eram turistas e outros visitantes do dia, com diferentes perceções da cidade. Procurámos que as entrevistas fossem socialmente representativas e também que refletissem a diversidade em termos de género, idade e graus de deficiência, para alargar o leque de informações. Tivemos ainda cuidado em considerar o tipo de acompanhamento, de modo a perceber eventuais diferenças ao nível dos

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hábitos e comportamentos de viagem, consoante os acompanhantes fossem familiares ou amigos, ou então estranhos contratados ou voluntários117. O facto de os visitantes utilizarem

cadeiras de rodas manuais ou elétricas também implica condicionamentos e posturas diferentes, podendo proporcionar, ainda, distintas experiências ao nível da viagem.

Acabámos, assim, no que diz respeito às entrevistas a visitantes, por realizar um estudo multicaso, que, segundo Herbert (1994, cit. por Guerra, 2006), se enquadra nos estudos de caso, sendo esta também uma das possíveis abordagens da pesquisa qualitativa.

Grupo de Foco

Há autores que defendem que os grupos de foco permitem um grande intercâmbio entre grupos de pessoas, sendo “especialmente apropriados para estudos onde se pretende ver como se fala e se debatem certos assuntos ou experiências” (Secor, 2010, p. 199), permitindo o confronto de ideias, posições e representações.

A ação dos profissionais de turismo e a sua qualidade foram sempre reconhecidas como centrais na criação da imagem do País como um destino turístico destacado. Considerámos que estes profissionais também poderiam ser de superior importância no que diz respeito ao Turismo Acessível, permitindo facilitar as visitas de turistas com mobilidade reduzida.

Tendo em conta as premissas anteriores, reunimos um grupo de foco no dia 12 de dezembro de 2012, numa pequena sala alugada num hotel central em Lisboa. Participaram oito guias intérpretes, de ambos os géneros, pertencentes a diversas faixas etárias e trabalhando habitualmente com diversas nacionalidades. Através deste grupo de foco pretendeu-se conhecer melhor a variedade de situações com que se deparam estes profissionais e aprofundar o conhecimento sobre a sua relação com os visitantes em cadeira de rodas. Isto permitiu reconhecer e recolher algumas “boas práticas” postas em prática pelos intervenientes.

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Esses acompanhantes podem ser de condição diversa. No caso de se tratar de amigos ou familiares, a ligação será mais profunda e a escolha do destino turístico terá sido feita por acordo entre as duas partes; já quando o acompanhante é uma pessoa contratada ou em regime de voluntariado, a ligação mostra-se geralmente mais fraca, sendo a escolha do destino da responsabilidade da pessoa em cadeira de rodas, não tendo o acompanhante, em geral, tomado parte ativa nessa decisão.

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A reunião, que durou cerca de 4 horas, foi gravada na íntegra, tendo depois sido feita a sua transcrição, que se apresenta no Anexo I. J.

Nesse mesmo Anexo I, encontramos ainda a transcrição de algumas das respostas obtidas junto a vários postos de turismo, onde a investigadora se deslocou como utente interessado nas acessibilidades da cidade, exercício que se apresentou assim entre a entrevista e a observação participante.

● Outros procedimentos

Para obter conhecimento sobre outro aspeto essencial da dimensão física da acessibilidade em Lisboa, como é a acessibilidade do alojamento, optámos por nos debruçar apenas sobre os hotéis: para além de serem as unidades que detêm a maior quota da oferta de alojamento na cidade, pela sua dimensão e dinâmica possuem um maior número de quartos adaptados118.

Para conseguirmos uma listagem fiável de hotéis em Lisboa baseámo-nos no Registo Nacional dos Empreendimentos Turísticos (RNET), que se apresenta como um documento oficial e obrigatório119, sendo o rigor da informação da inteira responsabilidade das entidades aí referidas. Verificámos, ao longo do trabalho, haver discrepâncias entre a informação que constava nesse referencial de base e o conhecimento que a própria investigadora possuía, através da sua prática profissional, o que a obrigou a proceder a um moroso trabalho de campo, que lhe permitiu, no entanto, um conhecimento mais próximo da real situação dessas unidades hoteleiras pertencentes às diversas categorias.120

118 Chamou-nos principalmente a atenção o caso dos hostels, que nos últimos anos se têm vindo a

difundir por toda a cidade. Visitámos alguns para percebermos se possuíam condições de acessibilidade e verificámos que, devido à tipologia dos edifícios antigos onde se localizavam, na maior parte dos casos, a sua adaptação seria difícil ou mesmo impossível. O único hostel que encontrámos com uma casa de banho adaptada foi o Lisbon Destination Hostel, que se encontra no segundo andar da estação do Rossio, apresentando este, no entanto, alguns problemas de acessibilidade, devido ao deficiente acesso à própria estação, como iremos ver no ponto 6.2.2 – Transportes.

119 Existe obrigatoriedade do registo dos diversos empreendimentos turísticos, no prazo de 30 dias após

a data do título válido de abertura ao público, como se pode ler no art.º 4 da Portaria nº1087, de 22 de Outubro de 2010, a qual regulamenta o Registo Nacional de Turismo (RNT).

120 Esta dificuldade no acesso a uma informação estável e fiável, ou seja, mais próxima da realidade,

deparou-se-nos como um problema recorrente em termos de metodologia, aos mais diversos níveis. Por exemplo, os resultados do Inquérito às Atividades dos Turistas e Informação, realizado pelo Observatório de Lisboa, em 2013, colocam a Torre de Belém como a atração de Lisboa mais visitada, o que levanta sérias dúvidas quando, depois, os números de visitantes não confirmam essa informação. Tudo depende da forma como as metodologias são aplicadas e, certamente, esse Inquérito terá sido conduzido mais na área de Belém, para além de, possivelmente, as respostas se referirem à circunstância de “terem estado junto à Torre e fotografado esse ex-libris de Lisboa”, e não tanto ao

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Procedemos, inicialmente, a uma pesquisa telefónica, no intuito de saber quantos desses hotéis possuíam realmente quartos adaptados, quantos existiam por unidade e que tipos de adaptação possuíam no WC (banheira, poliban ou roll in shower)121, a fim de poder estimar a oferta total. Seguidamente, deslocámo-nos mesmo a algumas dessas unidades no intuito de verificar a fiabilidade da informação prestada, visto que nem sempre quem nos atendia parecia ser conhecedor da situação da sua unidade hoteleira.

Produzimos, então, uma listagem com as condições de acessibilidade dos vários hotéis analisados, que se apresenta no Anexo IV. 5, onde se verifica que das 156 unidades hoteleiras analisadas, 109 são potencialmente acessíveis. Optámos ainda por apresentar, como estudo de caso, a Pousada de Lisboa, por ser este um dos mais recentes hotéis na cidade, inaugurado em Junho de 2015. Dessa forma, esperamos conseguir ilustrar a forma como os hotéis têm vindo a ser adaptados e alguns erros que ainda perduram.

Debruçámo-nos, também, sobre a acessibilidade de restaurantes,122 lojas, instalações sanitárias públicas, museus, parques de estacionamento e transportes, e definimos os nossos principais critérios de avaliação da acessibilidade básica, a saber:

• entrada: se é suficientemente espaçosa e desprovida de obstáculos físicos, como degraus;123

• interior: se existe espaço de circulação e manobra para as cadeiras de rodas;

● existência de casa de banho adaptada (quando aplicável).

facto de terem efetivamente entrado e procedido a uma visita no seu interior. Estas dificuldades metodológicas repetem-se, não sendo, por isso, um exclusivo da nossa Tese.

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Muitos outros pontos poderiam ser considerados, havendo, para esse efeito, check-lists já elaboradas, onde se inclui o tipo de piso, a altura da cama, a altura dos cabides, o tipo de torneira, e ainda outras, mas não sendo as questões sobre a hotelaria o objetivo único do nosso estudo decidimos fazer uma listagem da acessibilidade mínima baseada no decreto-lei 163/2006, de 8 de agosto.

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No que diz respeito aos restaurantes, interessou-nos perceber por que motivos o número dos que reúnem condições de acessibilidade se apresenta tão reduzido; procedemos a uma breve listagem daqueles que apresentam essas condições, a qual contém um caráter sistemático relativamente às principais áreas turísticas da cidade, cujo estudo iremos aprofundar neste trabalho (ver Anexo IV.13).

123 Relativamente aos degraus à entrada ou no interior dos edifícios, consideramos que – desde que se trate de uma cadeira manual com acompanhante e, dependendo também da capacidade física desse próprio acompanhante –, será possível ultrapassar essa barreira. Sabemos que, em arquitetura, 16 a 18 cm é a medida média standard de um degrau (apresentada, no séc. XVII, pelo arquiteto Nicolas Blondel). Também no decreto lei 163/2006 se considera que a altura do espelho do degrau deve ser no máximo de 0,18 m. Apesar de autores como Teixeira (2010, p.28) considerarem 0,17 m uma altura passível de ser ultrapassada por uma cadeira de rodas com ajuda nós iremos optar, para o nosso nível 2, por uma medida inferior.

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Outras condições valorativas da acessibilidade, também analisadas pontualmente, podem ser elevadores, plataformas elevatórias e escalators, parques de estacionamento com lugares reservados, máquinas multibanco e caixas de pagamento automático colocadas à altura correta, para além da existência de pessoal para atender e ajudar.

Escolhemos como espaço de amostragem a Rua Augusta, por esta se apresentar como a principal artéria comercial da cidade e de uso exclusivamente pedonal. Tal como se vê no Anexo IV.16, analisámos as condições de acessibilidade dos diversos estabelecimentos aí existentes – lojas, restaurantes, farmácias e instituições bancárias – tendo em conta os critérios acima definidos.

As conclusões deste estudo sobre as condições de acessibilidade da dimensão física da cidade de Lisboa, complementado pelas várias listagens e quadros apresentados no Anexo IV, são desenvolvidas ao longo do Ponto 6 – A Oferta Turística Acessível.

Ainda no intuito de apreciar as condições de acessibilidade da cidade, nomeadamente no que se refere às suas principais áreas turísticas, foram considerados três espaços a estudar: Belém, Baixa e Parque das Nações (vulgo Expo). A definição destes espaços teve como base a nossa experiência profissional como guia-intérprete, a análise de programas de visita da cidade oferecidos pelos operadores turísticos e, ainda, as microcentralidades referidas no Plano Estratégico para o Turismo de Lisboa (TLX14).

Procedemos a um estudo aprofundado nessas áreas, contando com a participação de pessoas em cadeira de rodas (uma manual e outra elétrica). Esse estudo produziu três esboços de mapas de acessibilidade, que apresentamos nos Anexos IV.4.a, IV.4.b e IV.4.c. Nas passadeiras considerámos como nível 1 as que possuíam as medidas da lei vigente (2 cm) com uma tolerância de mais 0,5 cm (apenas em alguns casos, quando a dificuldade advinha apenas da altura do ressalto), pois verificámos, em geral, ser possível atravessar de uma forma autónoma e sem grande dificuldade até essa medida. Nível 2, as que possuíam ressaltos até 12 cm124, e as

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Através da observação participante, verificámos que, em geral, tendo em conta o peso da pessoa e o modelo de cadeira de rodas, assim como a capacidade do acompanhante, a medida média dos degraus de 0,17 m coloca algumas dificuldades para ser ultrapassada por muitos visitantes; por isso, considerámos apresentar acessibilidade nível 2 apenas quando se tratem de degraus ou ressaltos com o máximo de 0,12 m. Ressalvamos alguns casos em que embora a altura do degrau seja inferior, pelo facto

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restantes foram mapeadas como nível 3. Nesses mapas incluímos não só a informação relativa à via pública, mas também a de outros equipamentos como restaurantes e museus; nestes últimos, informamos ainda, para além do nível geral de acessibilidade, se esta é total ou parcial, pois deparámos com situações em que existiam subespaços não acessíveis.

Na execução destes mapas, e também na avaliação de vários equipamentos da cidade, como, por exemplo, as lojas, considerámos três escalões de acessibilidade, tendo-nos para isso baseado no estudo apresentado pelo Use it/Asph (2011), designado por Bruxelles en Fauteill, que referimos no ponto 3.2.3.1 – O turismo e as Acessibilidades.

Assim, tal como encontramos no Quadro 3, temos:

nível 1 – corresponde à acessibilidade total, onde qualquer tipo de cadeira de rodas se desloca de uma forma autónoma;

nível 2 – corresponde à acessibilidade com acompanhante (a qual é mais relevante quando se empregam cadeiras manuais);

nível 3 – corresponde à não acessibilidade para cadeiras de rodas.

De modo a facilitar a visualização dos mapas de acessibilidade acima referidos, utilizámos uma escala cromática. Assim, o nível 1 corresponde ao verde, o nível 2 ao amarelo e, por último, o nível 3 que corresponde ao vermelho. Este escalonamento irá também servir de base para definir até que ponto a cidade de Lisboa já pode ser considerada acessível. Os critérios de avaliação no que diz respeito aos percursos nessas áreas turísticas passaram pela largura dos passeios, inclinação, estado dos pavimentos, altura das passadeiras e obstáculos na via.

Anteriormente, referimos que nos deparámos com uma situação difícil de resolver em termos de conhecimento do nosso objeto de estudo, pois desconhecia-se a dimensão da população. Ainda dentro da abordagem quantitativa e no intuito de minimizar esta falta de conhecimento, a investigadora procedeu de julho a outubro de 2014125 a um procedimento de controlo.

Apesar de as dificuldades na aplicação do questionário a turistas nos permitir inferir que o seu número não será muito elevado, face aos visitantes do dia, desejávamos perceber melhor a

de ser inclinado, o que acontece em algumas áreas íngremes da cidade, apresentam ainda maior dificuldade, pondo mesmo em causa a segurança e, por isso, serão considerados como nível 3.

125 Estas datas permitem apanhar parte do principal período de férias, onde se verifica uma tendência

para a viagem mais direcionada para o sol e praia (julho e agosto), e um período de época alta para o turismo cultural e em grupo (setembro e outubro).

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proporção existente entre uns e outros, visto que em alguns momentos é certo que se encontra um número elevado de cadeiras de rodas a circular pela capital em processos de visitação. Para isso, procurámos saber junto de quatro hotéis representativos de diversas categorias e com diversas localizações na cidade (os que mais contribuíram para a obtenção dos inquéritos) qual a procura que tiveram para os seus quartos adaptados no período que vai desde julho a outubro de 2014. Estes resultados são apresentados no Anexo IV.20.126

Também procurámos saber quantos visitantes do dia chegaram a Lisboa em cruzeiro. Nessa pesquisa baseámo-nos na ocupação do barco Independance of the Seas, que transporta o maior número de visitantes em cadeira de rodas e que contrata o maior número de autocarros adaptados para o serviço de shuttle. Igualmente, dispusemo-nos a conhecer o número de visitantes em cadeira de rodas que transitavam pelo Aeroporto de Lisboa, através da análise dos dados do serviço My Way.Esses dados encontram-se compilados no Anexo IV.19.b.

Graças a essas pesquisas, comprovámos que, no período em apreço, o número de visitantes do dia excedeu largamente o de turistas; os quantitativos dos nossos inquiridos refletem, assim, essa disparidade.

126 Surpreendentemente, encontrámos uma procura relativamente elevada, com um total de 23

quartos, mas esse número deve-se apenas ao facto de um dos hotéis receber hóspedes africanos que vêm a Portugal para tratamento médico, os quais ocupam esses quartos visto terem maior dificuldade de locomoção; contudo, a sua vinda a Lisboa tem objetivos diferentes da simples visita à cidade, não tendo, por isso, o questionário sido entregue a estes visitantes por parte do hotel, tal como a investigadora foi posteriormente informada. Este é, de novo, um bom exemplo da dificuldade em obter informação estável relativamente a esta questão das acessibilidades.

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