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o edificio apresenta dificuldades ou não pode mesmo ser usado por pessoas com deficiência, ainda que com acompanhamento A atribuição deste rótulo apenas

3.2 – CONCEITOS E ASPETOS OPERATIVOS

Nível 0 o edificio apresenta dificuldades ou não pode mesmo ser usado por pessoas com deficiência, ainda que com acompanhamento A atribuição deste rótulo apenas

atesta que o edificio foi analisado, tendo resultado negativo.

No entanto, a fraca inteligibilidade dos desenhos escolhidos tenderá a reservar a sua compreensão a profissionais da área da construção e agentes imobiliários: não supomos que o público, em geral, consiga apreender intuitivamente o seu significado.

Em Barcelona encontramos um tratamento pormenorizado do grau de acessibilidade, de modo a passar uma informação completa e fiável. No Guia de Barcelona Acessível74 encontramos os seguintes níveis, concebidos para permitir um fácil reconhecimento das condições de acessibilidade:

discurso, apercebemo-nos de que os símbolos se aplicam principalmente ao sector do alojamento. Veja- se o sítio acedido online pela investigadora em http://www.toegankelijkreizen.be/index.php?id=713&L=3

74 Este guia, realizado em 2007, encontra-se na Internet e dá informação pormenorizada sobre a cidade

de Barcelona, tanto ao nível da via pública, como atrações, restaurantes, hotéis, etc. É um instrumento importante para visitantes em cadeira de rodas. Visitado em 23 dezembro 2013, no endereço http://www.vienaeditorial.com/barcelonaaccesible/index.htm

Figura 15 – Simbologia dos diversos níveis de acessibilidade

Acessível sem dificuldade

Acessível com alguma dificuldade

Acessível apenas com ajuda

Fonte: guia online

A profusão de cadeiras de rodas na sinalética barcelonesa, no entanto, pode revelar difícil interpretação, exigindo, certamente, uma explicação prévia para total compreensão. É de salientar, positivamente, a discriminação de três categorias de acessi

Se tivéssemos de escolher, diríamos que a sinalética britânica se apresenta a de leitura mais simples e imediata; a escolha das cores, extremamente contrastantes, torna

localizar, e a menção especial atribuída a certos estabele

como uma valorização do seu empenhamento em promover a acessibilidade: demasiadas vezes se castiga quem não faz, ou faz mal, e muito poucas se reconhecem os méritos de quem faz e procura a excelência. Retomaremos esta id

Não é apenas a sinalética, em si mesma, que pode suscitar dúvidas e incompreensões; o local onde se encontra também nem sempre se revela adequado. É importante considerar que a sinalética deve ser colocada de modo a que as pessoas em

facilidade, ou seja, colocada mais baixa que a sinalética destinada a pessoas com mobilidade normal. A respetiva colocação deve ainda ser pertinente, isto é, os sinais devem ser colocados onde a sua informação se revele út

indicação de rampa que, colocada no sítio certo, pode revelar

evitando que os interessados andem à procura dos eventuais acessos

entanto, que a própria figura fosse colocada em ângulo, sugerindo visualmente a existência de uma inclinação).

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Simbologia dos diversos níveis de acessibilidade – Barcelona

dificuldade

Acesso ao nível do solo ou em rampas com inclinação suave, portas muito largas, elevador para seis ou mais pessoas, serviços sanitários adaptados.

Acessível com alguma dificuldade

Acesso com projeção ou passo de 2 a 5 cm de rampas com inclinação moderada, portas suficientemente largas, elevador para cinco pessoas, serviços sanitários adaptados. É necessária ajuda de outra pessoa num momento ou outro.

Acessível apenas com

Acesso com projeção ou passo de 5 a 17 cm de altura, rampas com inclinações acentuadas, elevador para quatro pessoas, serviços sanitários apenas utilizáveis

remotos ou especiais. A ajuda de outra pessoa é essencial

online de Barcelonaaccesible [acedido a 18 de julho 2013]

A profusão de cadeiras de rodas na sinalética barcelonesa, no entanto, pode revelar difícil interpretação, exigindo, certamente, uma explicação prévia para total compreensão. É de salientar, positivamente, a discriminação de três categorias de acessibilidade.

Se tivéssemos de escolher, diríamos que a sinalética britânica se apresenta a de leitura mais simples e imediata; a escolha das cores, extremamente contrastantes, torna

localizar, e a menção especial atribuída a certos estabelecimentos comerciais atua igualmente como uma valorização do seu empenhamento em promover a acessibilidade: demasiadas vezes se castiga quem não faz, ou faz mal, e muito poucas se reconhecem os méritos de quem faz e procura a excelência. Retomaremos esta ideia mais tarde.

Não é apenas a sinalética, em si mesma, que pode suscitar dúvidas e incompreensões; o local onde se encontra também nem sempre se revela adequado. É importante considerar que a sinalética deve ser colocada de modo a que as pessoas em cadeira de rodas a possam ver com facilidade, ou seja, colocada mais baixa que a sinalética destinada a pessoas com mobilidade normal. A respetiva colocação deve ainda ser pertinente, isto é, os sinais devem ser colocados ção se revele útil e necessária. A Figura 16, por exemplo, mostra uma indicação de rampa que, colocada no sítio certo, pode revelar-se de relevante utilidade evitando que os interessados andem à procura dos eventuais acessos (preferiríamos, no

ra fosse colocada em ângulo, sugerindo visualmente a existência de Barcelona

Acesso ao nível do solo ou em rampas com inclinação suave, portas muito largas, elevador para seis ou mais pessoas,

Acesso com projeção ou passo de 2 a 5 cm de altura, rampas com inclinação moderada, portas suficientemente largas, elevador para cinco pessoas, serviços sanitários É necessária ajuda de outra pessoa num Acesso com projeção ou passo de 5 a 17 cm de altura, rampas com inclinações acentuadas, elevador para quatro apenas utilizáveis em lugares A ajuda de outra pessoa é essencial.

ulho 2013]

A profusão de cadeiras de rodas na sinalética barcelonesa, no entanto, pode revelar-se de difícil interpretação, exigindo, certamente, uma explicação prévia para total compreensão. É

bilidade.

Se tivéssemos de escolher, diríamos que a sinalética britânica se apresenta a de leitura mais simples e imediata; a escolha das cores, extremamente contrastantes, torna-a muito fácil de cimentos comerciais atua igualmente como uma valorização do seu empenhamento em promover a acessibilidade: demasiadas vezes se castiga quem não faz, ou faz mal, e muito poucas se reconhecem os méritos de quem

Não é apenas a sinalética, em si mesma, que pode suscitar dúvidas e incompreensões; o local onde se encontra também nem sempre se revela adequado. É importante considerar que a cadeira de rodas a possam ver com facilidade, ou seja, colocada mais baixa que a sinalética destinada a pessoas com mobilidade normal. A respetiva colocação deve ainda ser pertinente, isto é, os sinais devem ser colocados , por exemplo, mostra uma se de relevante utilidade, (preferiríamos, no ra fosse colocada em ângulo, sugerindo visualmente a existência de

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Figura 16 – Sinalização de rampa

Fonte: Cartilha de Acessibilidade (2008)

Todas estas preocupações, inovações e adaptações estão relacionadas com a mudança de mentalidade perante a deficiência, que iremos focar no próximo ponto deste trabalho. Essa mudança também se reflete em aspetos como a sinalética. Em 2012, apareceu uma nova proposta para um simbolo internacional de acessibilidade, apresentada por um grupo de designers americanos autodenominado Accessible Icon Project. No site desse grupo podemos ler que a sua pretensão é abandonar a postura de passividade do SIA e adotar uma atitude mais proativa. O novo ícone começou a ser usado como uma espécie de "arte de guerrilha" num campus universitário em Boston e, de acordo com a informação obtida no site do grupo, está a decorrer o processo para o seu reconhecimento em algumas cidades dos Estados Unidos, tendo sido já adotado em Nova Iorque. No entanto, alguns analistas e profissionais do ramo, como Barry Gray (que integra o comité de símbolos gráficos da Organização Internacional de Padronização), embora aprecie a ideia, alega que seu significado não está claro (cit. por Rose, 2013). De facto, o extremo dinamismo da figura parece sugerir antes um percurso de corridas para cadeira de rodas do que um simples acesso praticável75

Figura 17 – Proposta para novo símbolo de acessibilidade

Fonte: Rose, 2013 e http://www.accessibleicon.org/icon.html [acedido a 24 de junho 2014]

Sendo meritórias todas as iniciativas anteriores, não deixa de se assinalar que a criação de uma excessiva diversidade de símbolos se revela negativa, pois as pessoas acabam por ficar com

75 A investigadora encontrou já em utilização, em 2013, no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, um símbolo

muito semelhante a este, o que, por um lado, evidencia o interesse e a rápida difusão relativamente aos símbolos novos, mas, por outro lado, pode contribuir facilmente para gerar confusão.

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dúvidas sobre o seu uso e mesmo sobre a sua interpretação. O objetivo principal do uso de pictogramas é o de facilitar a comunicação da informação, pelo que a diversidade de símbolos que apareceram nos últimos tempos representa um eventual risco para o cumprimento desse objetivo. Por isso, devem privilegiar-se os símbolos cujo significado seja imediatamente inteligível, de forma intuitiva, e ao alcance de pessoas de todas as proveniências e culturas, como é o caso do SIA, tornado já perfeitamente icónico; só assim a sinalética cumprirá cabalmente as suas finalidades.

Esta problemática da sinalética, sobre a qual nos temos vindo a debruçar, é de âmbito internacional; a situação em Portugal merece uma análise específica, que apresentamos a seguir.Por lei, no nosso país, utiliza-se o SIA, estando a sua utilização prevista no Decreto-lei nº 163/2006, de 8 de agosto, onde encontramos, na secção 4.14 sobre Sinalização e Orientação, as seguintes disposições:

4.1.4.1 – deve existir sinalização que identifique e direcione os utentes para entradas/saídas acessíveis, percursos acessíveis, lugares de estacionamento reservados para pessoas com mobilidade condicionada e instalações sanitárias de utilização geral acessíveis;

4.1.4.2 – caso um percurso não seja acessível, a sinalização deve indicá-lo;

4.1.4.5 – para assegurar a legibilidade, a sinalização deve possuir as seguintes características:

1) estar localizada de modo a ser facilmente vista, lida e entendida por um utente em pé ou sentado;

2 ) ter uma superficie anti-reflexo;

3) possuir carateres e símbolos com cores que contrastem com o fundo; 4) conter carateres ou símbolos que proporcionem o adequado entendimento da mensagem. 76

Este Decreto-Lei tem ainda em atenção situações temporárias de interrupção da acessibilidade e define que, se existirem obras nos percursos acessíveis que prejudiquem as condições de

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Consideramos que o texto legal apresenta diversas omissões, como sejam a indefinição dos símbolos a usar quando um percurso não é acessível; faltam especificações quanto à colocação dos símbolos e não se estabelece o que deve ser o adequado entendimento da mensagem. A legislação portuguesa relativa à sinalética, bastante detalhada, aliás, apresenta todavia falhas diversas que deverão ser identificadas e resolvidas.

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acessibilidade definidas, deve ser salvaguardada a integridade das pessoas pela colocação de barreiras devidamente sinalizadas por avisos, cores contrastantes e iluminação noturna.

Cremos que seria importante proceder-se à uniformização informativa de que nos falam autores como Eichhorn et al. (2007), não só nos símbolos em si, mas também no modo como é feita a sua acreditação. Tem-se verificado, em geral, uma utilização indevida do SIA e esse facto põe em causa a confiança que o consumidor lhe atribui (Todd, 1997 cit. por Devile, 2003:III, p. 31). Os símbolos devem transmitir uma informação clara, precisa e universal; desse modo, qualquer pessoa, não importando a cultura a que pertence e independentemente da deficiência apresentada, poderia fazer idêntica leitura dos símbolos em qualquer local do mundo. Isso contribuiria muito quer para a segurança dos residentes quer para a dos visitantes com necessidades especiais, pois estes, quando confrontados com locais desconhecidos, saberiam com o que contar.

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