• Nenhum resultado encontrado

4.1 – ENQUADRAMENTO, OBJETIVOS E PROBLEMATIZAÇÃO

4 – ESCOLHAS METODOLÓGICAS

4.1 – ENQUADRAMENTO, OBJETIVOS E PROBLEMATIZAÇÃO

Sem prejuízo de algumas necessárias abordagens de enquadramento, o trabalho específico de investigação desenvolvido nesta Tese debruça-se sobre o que podemos designar pela “faixa” de mercado (Fontes et al., 2012) a que hoje se chama Turismo Acessível, pretendendo aprofundar o conhecimento sobre o mercado constituído pelos visitantes107 estrangeiros com

mobilidade reduzida – nomeadamente aqueles que, deslocando-se em cadeira de rodas, visitam a cidade de Lisboa.

Como vimos na Introdução, os hábitos de viagem das pessoas com problemas de locomoção sofreram uma profunda mudança devida a uma confluência de fatores sociais, económicos e tecnológicos, sendo que cada vez mais existem visitantes que necessitam de alguma forma de apoio na sua mobilidade. A oferta tem de responder a essas modificações: os destinos turísticos que não forem capazes de acompanhar tal evolução acabarão por ser preteridos em favor de outros, mais lestos a empreender as indispensáveis alterações.

A adaptação da oferta terá de ir sempre ao encontro das reais necessidades da procura (Eichhorn et al., 2007; Yau et al., 2004). No presente trabalho – e neste ponto se baseia, esperamos, a sua pertinência e a sua originalidade – pretendemos, um pouco à semelhança do recente estudo de Devile (2014), estudar e transmitir as carências e preferências da procura. Dito de outro modo: foi nosso objetivo conhecer os visitantes com dificuldades de locomoção, identificando as suas necessidades e expetativas, e fazer a análise crítica de um conjunto instalado de hábitos e práticas inadequados, que continuam a ser seguidos por conformismo, desinteresse e/ou falta de imaginação. Por outro lado, também quisemos dar voz a alguns intervenientes no processo turístico, na perspetiva da oferta, cujo desempenho terá grande impacto na satisfação desse visitante, contribuindo para que a oferta da cidade possa ser considerada acessível. Pretendemos através do cruzamento destas duas abordagens chegar a um consenso acerca do que é urgente modificar e apontar algumas sugestões que permitam provocar melhorias no modo como Lisboa recebe estes visitantes.

107

Pretende-se tanto estudar o caso dos turistas como o dos visitantes do dia; as respetivas definições foram apresentadas no ponto 1.3 – Evolução da definição de Turismo e sua terminologia.

149

Antes de avançar com o nosso programa metodológico, gostaríamos de precisar que a opção por basear o presente estudo nos visitantes com deficiências motoras, e nomeadamente naqueles que se deslocam em cadeira de rodas, se deve sobretudo a uma questão de amostragem, visto as evidências indicarem que o número de visitantes com deficiência motora é, em geral, bastante mais elevado do que o conjunto de todos os restantes turistas portadores de deficiência, conforme estatísticas apresentadas pelo estudo do FMET (2004), que classificava nesta categoria 70,7% desse tipo de turistas. Também num estudo de Buhalis e Michopoulou (2011, cit. por Devile, 2014, p. 24), quando se refere a dimensão do mercado acessível da Europa, o número de pessoas com deficiência motora ultrapassa em muito as outras deficiências. O mesmo pudemos comprovar tanto pela nossa observação ao longo da prática profissional como guia-intérprete, como através de informações provenientes de agentes de viagem e profissionais de informação turística. Para além disso, são estes visitantes que exigem dos destinos turísticos uma maior capacidade de adaptação física, eventualmente mais difícil e dispendiosa.

Sem prejuízo da opção acima descrita, este trabalho reconhece a particularidade de não se debruçar sobre um grupo homogéneo de viajantes, pois estes têm apenas em comum o facto de necessitarem de condições de acessibilidade especiais, variáveis de caso para caso. O conjunto dos visitantes com necessidades de apoio na locomoção apresenta-se, portanto, como um objeto de estudo transversal a vários tipos de turismo, o que o torna ainda mais difícil de analisar, exigindo uma maior interdisciplinaridade e uma maior variedade de técnicas para conseguir obter a maior quantidade e variedade de informação possível. Devido à nossa situação privilegiada como guia-intérprete, demos maior relevância aos estrangeiros, por ser mais fácil obtermos uma amostra numericamente significativa, mas partindo do princípio de que as condições que satisfazem o visitante estrangeiro serão as mesmas, ou muito similares, para o visitante português.

O objetivo desta Tese será, então, através de uma triangulação de métodos e técnicas de pesquisa centrados na cidade de Lisboa, focar uma sequência de aspetos, questões e propostas relativos aos visitantes estrangeiros com deficiência motora, que se deslocam em cadeira de rodas:

1 – identificar quem são e o que procuram esses visitantes;

2 – determinar até que ponto Lisboa já será um destino turístico acessível para eles. Para isso, pretendemos:

150

a) identificar quais as condições oferecidas (ou não) pela cidade de Lisboa a estes visitantes no que diz respeito à envolvente física;

b) identificar as condições que lhes são proporcionadas pela cidade de Lisboa na sua envolvente humana, dando relevância ao relacionamento entre o visitante e as agências, os rececionistas, os motoristas, os guias/acompanhantes, etc.;

3 – reconhecer de que forma algumas condicionantes como a distância, os recursos económicos e a disponibilidade/acesso à informação sobre o destino antes da viagem afetam a vinda destes visitantes à nossa capital;

4 – conhecer e avaliar as estratégias desenvolvidas pelos diversos agentes no que respeita a este tipo de turismo;

5 – pensar o futuro, propondo caminhos para o desenvolvimento de Lisboa como um destino de Turismo Acessível.

Partindo da nossa questão inicial «Pode Lisboa ser um destino de referência internacional para o Turismo Acessível?», surgiu a necessidade de elaborar outras questões, mais específicas, dando origem a várias perguntas sequenciais:

a) Quais são as motivações e necessidades dos visitantes estrangeiros com deficiência motora?

b) Apresentarão os turistas e os visitantes do dia diferentes necessidades, assim como diferentes perceções da cidade?

c) De que forma podem os agentes turísticos intervir positivamente neste processo? Que serviços deverão ser oferecidos?

d) Que alterações se exigem por parte da cidade para que esta se torne num destino atrativo para o Turismo Acessível?

Para podermos avançar com a nossa abordagem, colocámos várias hipóteses de trabalho, para as quais procurámos respostas no desenvolvimento desta Tese:

1ª Hipótese – A eliminação das barreiras físicas na cidade de Lisboa levará só por si a um aumento da procura dos visitantes em estudo, visto que, para eles, a acessibilidade física constitui o principal fator na escolha de um destino.

2ª Hipótese – A eliminação das barreiras humanas, ao nível dos profissionais de turismo, tem um papel relevante no incremento do Turismo Acessível.

151

3ª Hipótese – Uma vez que os riscos de viajar parecem ser mais ameaçadores para quem viaja em cadeira de rodas, uma informação fiável sobre Lisboa é condição fundamental para que este tipo de turista nos visite.

4ª Hipótese – O visitante, ficando satisfeito com a oferta, tende a regressar, fidelizando- se e aconselhando outros a visitar a nossa capital, e assim aumentando a respetiva procura.

Na construção das nossas hipóteses tivemos presente que não se trata simplesmente de imaginar uma relação entre dois termos ou duas variáveis isoladas, pois, tal como Quivy e Campenhout (1992) defendem, esta é uma operação bem mais complexa, pois ela deve explicitar a lógica das relações que unem os conceitos evocados na problemática.

Para a concretização dos objetivos propostos e de forma a dar resposta às diversas hipóteses, tivemos de fazer escolhas ao nível das metodologias que melhor se aplicam ao âmbito deste estudo.

152

4.2 – METODOLOGIA

Antes de passarmos à descrição das metodologias escolhidas, achámos pertinente apresentar algumas considerações sobre a Metodologia, em geral, de modo a justificar as nossas escolhas.

A Metodologia corresponde a um conjunto de procedimentos a serem utilizados na obtenção do conhecimento, e envolve três aspetos fundamentais: O modo de conhecer; O modo de planear e agir; O modo de fazer/produzir. Também Quivy e Campenhoudt (1992, p. 23) referem que “os métodos não são mais do que formalizações particulares do procedimento, percursos diferentes concebidos para estarem mais adaptados aos fenómenos e domínios estudados”.

O método, palavra que deriva do grego methodos e que significa literalmente “caminho para chegar a um fim” (Freixo, 2009, p. 77) é um conceito fundamental na investigação científica.É a aplicação do método que, através dos seus processos e técnicas específicos, garante a legitimidade do saber obtido; sem método, não há constituição de um conhecimento científico.

Embora os vários autores apresentem opiniões diferentes relativamente ao conceito de método, mostrando, cada um deles, contributos diferentes no processo de investigação, podemos definir método como “o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros –, traçando o caminho a ser seguido, detetando erros e auxiliando as decisões do investigador” (Freixo, 2009, p. 80).

Foi com base neste conceito que selecionámos e articulámos várias técnicas de recolha e análise da informação numa estratégia integrada de pesquisa. Procurámos que esta fosse capaz de organizar as práticas de investigação de modo a torná-las plenamente adequadas ao objetivo do nosso trabalho, garantindo, assim, a legitimidade das conclusões a que chegámos.

Nesse âmbito, e à medida que este trabalho se foi desenrolando, tornou-se evidente que a “abordagem humanista” (Rhodes & Wilson, 2010, p. 33) seria a mais adequada, uma vez que, neste tipo de abordagem, “o mundo não é visto como uma realidade objetiva, inerte e exterior às ações, vidas e crenças das pessoas (…), a realidade não é vista como uma experiência

153

comum a todos, mas sim um conjunto de mundos subjetivos que vai sendo esculpido através da iniciativa, perceções e valores humanos” e, neste caso em particular, também através da funcionalidade humana.

Tal perspetiva, mais relacionada com os métodos qualitativos, adequa-se melhor ao turismo,e particularmente ao Turismo Acessível, permitindo explicar e compreender com mais fidelidade e precisão alguns dos seus aspetos. No já citado estudo do FMET (2004, p. 139) encontramos referência a este facto, visto que aí se considera que os métodos qualitativos “se demonstraram particularmente úteis nas áreas em que a recolha de informação cientificamente válida se revela difícil, devido à complexidade das situações relacionadas com o turismo para todos”. Também Devile et al. (2010, p. 48), autores de diversos estudos relacionados com o Turismo Acessível, referem que “a análise qualitativa e mais aprofundada (…) oferece aos investigadores uma forma de compreender melhor as complexidades que enfrentam as pessoas com incapacidades quando viajam”. No entanto, em certos momentos, e porque os objetivos da pesquisa assim o ditaram, também neste trabalho se utilizaram procedimentos próprios de uma abordagem de cariz quantitativo.

Relativamente aos métodos utilizados, as escolhas decorreram, também, de várias dificuldades que desde o início se colocaram ao processo de investigação, como, por exemplo, a diversidade de situações existentes e a determinação da dimensão da amostra. Se, por um lado, a população em estudo se encontra desde o início bem definida – visitantes estrangeiros com necessidade de apoio à locomoção que visitam Lisboa - não nos é possível, porém, determinar com rigor quantos serão esses, no total, nem quantos desses se deslocam em cadeira de rodas, uma vez que não existem quaisquer dados fiáveis a tal respeito.108 Tal facto não nos permitiria determinar com rigor a dimensão de uma amostra válida para o nosso estudo, por desconhecimento do universo, caso optássemos apenas por um enfoque puramente quantitativo. Assim, um pouco à semelhança de diversos estudos anteriores, como o já referido FMET (2004) e Fernandes (2012), optámos por seguir uma técnica de investigação

108 Por exemplo, os números apresentados pela My Way no Aeoroporto de Lisboa (cujo serviço é

referido e explicado no ponto 6.2.2 – Transportes), embora se refiram a assistência a viajantes com mobilidade reduzida não coincidem necessariamente com a população-alvo deste estudo. Não podemos partir do princípio de que todas as pessoas assistidas por esse serviço sejam turistas estrangeiros, e muito menos que utilizem habitualmente a cadeira de rodas no seu dia-a-dia – pois, muitas vezes, o serviço é apenas usado para facilitar longas deslocações no Aeroporto, ou para evitar que pessoas idosas aí se percam. A tal respeito, fizemos um pequeno trabalho de investigação, que figura em anexo (ver Anexo IV.19.a).

154

mista, onde simultaneamente se utilizaram métodos de pesquisa qualitativos e quantitativos. Segundo Bryman (2008), existe ainda uma forte controvérsia sobre a utilização de tal técnica; mas, desde os anos 80, ela tem vindo a afirmar-se junto das comunidades académicas. Este mesmo autor afirma que, ao integrar num único projeto tanto os métodos quantitativos como os qualitativos, se pode obter “uma melhor compreensão sobre um fenómeno do que quando se usa apenas um método” (Bryman,2008, p. 624). Para isso, no entanto, esta técnica deve ser bem delineada e orientada, tendo em conta que, no final, os resultados deverão ser sempre mais do que a soma das partes. Cremos que tal metodologia permitirá, através da combinação dos paradigmas qualitativo e quantitativo, uma visão mais aprofundada dos factos. Foi um caminho pessoal conscientemente escolhido, onde a investigadora adotou o posicionamento do “bricoleur”, como lhe chama Hollinshead (2004) ou Denzin e Lincoln (1998,) ambos citados por Fernandes (2012, p. 56). Também Devile (2014) se refere ao trabalho de bricolage do investigador que, na sua opinião, se revela como um “artesão” multifacetado.

Neste nosso trabalho de bricolage foramutilizados inquéritos por questionário, aplicados à população em estudo, representando estes questionários a principal técnica quantitativa utilizada. Foram realizados dois questionários, tendo sido um aplicado aos turistas e outro aos visitantes do dia. Considerámos que esses inquéritos nos iriam permitir caraterizar, do ponto de vista sociodemográfico, os visitantes em cadeira de rodas que vêm a Lisboa, assim como nos permitiriam, ainda, conhecer melhor os seus hábitos de viagem e a avaliação que eles fazem à nossa capital, como destino turístico.

Mas, como referido anteriormente, neste trabalho recorremos principalmente à pesquisa qualitativa. Vejamos as técnicas utilizadas no decorrer do trabalho e o porquê das mesmas:

1 – a Entrevista foi talvez a técnica privilegiada pela investigadora neste trabalho. Tal como refere Secor (2010), esta técnica não tem como objetivo fazer generalizações sobre uma população, mas sim dar a conhecer a forma como acontecimentos e práticas são experienciados, em certos contextos. Tendo em conta os condicionalismos da amostra, se assim lhe podemos chamar109, considerámos que esta era a técnica que

melhor se adequava aos nossos objetivos. A entrevista permitiu-nos, principalmente,

109

Apesar de usarmos com alguma frequência o termo “amostra”, nem sempre este tem o significado que lhe é atribuído na abordagem quantitativa. Nesse particular, seguimos a lição de Guerra (2006) que, embora desaconselhando o uso dessa designação para os universos da análise qualitativa, recomenda que, quando tal é necessário, o termo tenha sempre um sentido não probabilístico – o que ocorre neste estudo.

155

conhecer as experiências dos visitantes e o seu relacionamento com certos profissionais de turismo, como os rececionistas e motoristas. Foi também usada no que diz respeito aos agentes de viagem, aos restaurantes e a várias entidades envolvidas no Turismo Acessível;

2 – o Grupo de foco, que Secor (2010) considera uma entrevista em grupo, foi utilizado no caso dos guias-intérpretes, porque se considerou que a proximidade da investigadora com estes profissionais (seus colegas de trabalho) poderia, de certo modo, comprometer as respostas obtidas numa entrevista. Assim, o grupo de foco permitiu um maior distanciamento da investigadora, que teve uma participação discreta, dando apenas o mote e permitindo que os próprios participantes adotassem uma postura desinibida e proativa;

3 – a Observação participante: tratando-se de uma observação direta, é, sem dúvida, uma das técnicas mais simples, mas mais importantes, num trabalho de campo. No nosso caso, permitiu-nos detetar muitas das particularidades do objeto de estudo, tal como a simbiose entre os visitantes e os seus acompanhantes, ou fazer uma estimativa acerca do número de visitantes em cadeira de rodas que chegam a Lisboa110 e, ainda,

aferir diversos aspetos relevantes existentes em Lisboa no que respeita à acessibilidade, tanto ao nível da oferta física como humana.

De modo a validar os resultados obtidos, tivemos em atenção o número de unidades de análise considerados válidos pelos diversos autores. Assim, encontramos autores que referem que numa amostra, em geral, “a dimensão mínima é de 30 unidades estatísticas” (Freixo, 2009, p. 187), número que foi largamente excedido nos inquéritos.

Outros autores, mais direcionados para a abordagem qualitativa, como Guerra (2006), dizem que, no que se refere às entrevistas, elas devem ser no número mínimo de 15. Encontramos ainda outros autores que referem que “na investigação por entrevista, normalmente esse número vai de 10 a 30 …” (Secor, 2010, p. 199), dependendo esse número da centralidade que essas entrevistas possam ter para o projeto. No que diz respeito ao presente trabalho, e visto que as entrevistas não são o único meio de obtenção de informação – e que elas abrangem diferentes grupos de entrevistados (rececionistas, motoristas, visitantes), de modo a abordar

110No que diz respeito aos turistas, e tendo por base as assistências do serviço My Way, realizámos um

pequeno trabalho de investigação, já anteriormente referido, que se apresenta no Anexo IV.19.a No que diz respeito aos visitantes do dia apresentamos também o resultado da nossa investigação se encontra no Anexo IV.19.b.

156

diversas vertentes do mesmo objeto de estudo –, optámos por tomar um referencial de 10 entrevistas.

Relativamente ao grupo de foco, Secor (2010, p. 199) refere que o número de participantes pode variar muito, podendo ir de 4 a 12, sendo “8 a 10 o número ideal”. Esta mesma autora também nos fala da homogeneidade que deve caraterizar os participantes mas, por outro lado, defende que “o nosso estudo determina aquilo que é mais apropriado”. Assim, no presente trabalho, o número «ideal» foi respeitado (8 participantes). Optámos por juntar profissionais de diferentes faixas etárias, especializados em atender diferentes nacionalidades, para assim promover um maior intercâmbio de informação, que nos permitiu aceder ao conhecimento de um maior leque de situações possíveis no relacionamento entre estes profissionais e os visitantes em cadeira de rodas. Tal como para as entrevistas, em geral, também no grupo de foco passámos à prática a ideia de que “na pesquisa qualitativa, procura- se a diversidade e não a homogeneidade” (Guerra, 2006, p. 41), de modo a assegurar a variedade dos sujeitos ou das situações em estudo.

Na realização deste estudo, para além das fontes primárias já referidas, também foram utilizadas fontes secundárias, como, por exemplo, literatura nacional e internacional sobre o turismo e, em particular, sobre o Turismo Acessível. As fontes online (onde, principalmente, a B-on se revelou como uma ferramenta extremamente útil) constituíram um importante manancial de informação; utilizámo-las ao longo das várias fases da investigação e contribuíram tanto para a produção de conhecimento de tipo teórico como prático. Também recorremos a pesquisa em várias bibliotecas (ESHTE, ISCSP, ISCTE, Turismo de Portugal, UL, Palácio Galveias, entre outras), e procurámos adquirir livros e revistas que se mostrassem relevantes.

157